quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

a reacção do trolha - o trolha da reacção




perante o anúncio da lei que vai extinguir os partidos com menos de 5 mil militantes... hoje, antes do telejornal, era vê-los, a debitar programas e paradigmas e a crucificar a lei, na tentativa desesperada de angariar mais sócios!




achei graça ao gajo do pnr. depois das alarvidades do costume, acabou a dizer que os novos sócios são isentos de jóia !!! saldos, estão a ver! uma atençãozinha.




depois também me sosseguei, que o gajo do pnr é mesmo trolha a falar. engasga-se, engana-se...




e trapalhão também a mentir - diz ele que pertence a um partido que "se recusa a sentar à mesa onde se refastela o poder" palhaço! recusa-se mesmo, o anhuca! dessem-lhe só assim, um cantinho da cadeira, ou até mesmo um pratinho nos joelhos, na pedra da cosinha...




quanto ao resto... uma gracinha. quando ele diz que o partido dele faz falta ao país...!


ora, francamente!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007


terça-feira, 25 de dezembro de 2007


...um branco e magnífico natal...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

vá de metro, satanás! que se lixe, bom natal.

Uma revelação surpreendente esta, que traz hoje em título o jornal Público!
Enfim, em ante-título! Que a chamada maior vai para o destaque do Governo, dos benefícios ambientais e da segurança do novo troço do metropolitano de Lisboa, inaugurado ontem...
Sócrates terá classificado, na ocasião, de "magníficas" as novas estações, do Terreiro do Paço e Santa Apolónia. Magníficas!
Ora bem, decerto não tão magníficas como a tal revelação que se segue e de que falava…
É que o primeiro-ministro terá também dito – a crer no relato do Público… Sócrates terá dito que esta inauguração "vai devolver o amor-próprio ao metropolitano"! E esta é uma novidade absoluta para leigos na matéria, que o metropolitano de Lisboa tinha perdido o amor-próprio!
Depois, em nome da administração do Metro, o presidente do concelho de gerência da companhia terá ainda dito – melhor, garantido! – que as estações, agora inauguradas, têm condições de segurança ao mais alto nível.
E ora aí está uma notícia consoladora! Se algum percalço acontecer em alguma dessas estações – e longe, muito longe vá o agoiro! – mas, se alguma coisa acontecer, não há de ser por falta de condições de segurança, que essas são ao mais alto nível, como quase tudo na nossa terra.
Mas há mais boas notícias…
O Ambiente! Também o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, subscreve e defende essoutra declaração do administrador do Metro, Joaquim Reis, de que "este novo ramal vai ter um grande impacto na satisfação dos objectivos do protocolo de Quioto". Como?.. Permitindo "uma redução anual das emissões de dióxido de carbono de mais de 3 mil toneladas". Ora aí está! Mais de 3 mil toneladas até pode não ser grande feito… mas, se isso se consegue num percurso que, ao que parece, demora pouco mais de 2 ou 3 minutos… fica-se com a ideia de que pode não ser assim tão difícil travar o avanço do CO2 na atmosfera.

Outra notícia, que atravessa os vários matutinos desta 5ª feira é a de que Portugal está disponível para receber um condenado, pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes cometidos na ex Jugoslávia. O protocolo foi ontem assinado, falta a ratificação de S. Bento…
Uma comissão internacional terá já e entretanto visitado as prisões de Monsanto e Carregueira, para se inteirar das condições…
Das prisões já nós sabíamos, das nossas, que estão algumas sobrelotadas e com condições que… enfim… podiam ser melhores, por várias razões. Mas isso é assunto para a administração interna… Agora, quanto à Europa e ao mundo e ao estrangeiro, em geral… aí a conversa é outra. E se Schengen prevê uma Europa sem fronteiras e de livre circulação para cidadãos da comunidade… então porque não começar por aí… pela livre circulação atrás das grades e nos pátios das cadeias, por exemplo …?!

E no Diário de Notícias, enche toda a página 9, com título e chamada que ocupa um bom quarto da página.
Diz assim: “O Exército vai incinerar porcos em putrefacção.”
Os animais em questão são o que resta de uma exploração falida, perto de Alcácer do Sal. As imagens já passaram pelas televisões, nos últimos dias… porcos e vacas arrastando-se, em pele e osso e outros já mortos, espalhados um pouco por todo o lado, envenenando o ar… Sabe-se entretanto que a Câmara local sabia, há já 7 anos, que a exploração em causa está ilegal, mas parece que não terá feito grande coisa. Ou mesmo nenhuma. Entretanto foram detectados sinais de contaminação biológica… e vamos à notícia!
Duas dezenas de militares equipados com material de protecção biológica começam hoje a incinerar dezenas de porcos, desses mortos à fome e já em estado de decomposição.
Os soldados pertencem ao Laboratório de Defesa Biológica do exército português e é a primeira vez que são chamados a actuar… ora a verdade é que este Laboratório foi criado em 2006, aquando da gripe das aves, mas, obviamente, inspirado pelos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001; sendo que, a vocação dele é investigar o bio terrorismo, nas suas vertentes de vigilância e protecção.
Os 16 sargentos e praças mobilizados para a herdade alentejana foram portanto instruídos na defesa nuclear, biológica e química. Ora, tirando o nuclear, parece que estão no seu ambiente…
Quanto aos porcos... vão ser reunidos em vala comum, metodicamente em pilha ventilada, para permitir a combustão fácil e depois regados com qualquer coisa que arda e incinerados.
Esta é uma dupla boa notícia: a de que os militares podem mesmo ser úteis em tempos de paz e que em Portugal ainda não há ameaça nuclear, que os impeça de ir dar uma mãozinha na desinfestação de uma herdade alentejana e pegar fogo a umas quantas dezenas de porcos!
O que eu gostava de os ver com idêntica galhardia no combate e prevenção de incêndios florestais e outras catástrofes mais ou menos naturais...

Pois no Iraque, também armas nucleares não se descobriu, nem consta que os marines fossem mobilizados para incinerar qualquer suinicultura falida… mas nem por isso o stress é menor entre as tropas. E então – diz ainda o Notícias, mas já a fechar a edição de hoje - a Armada norte americana vai mandar cães terapeutas para o Iraque. Cães que hão-de dar afecto aos soldados, que os hão-de ajudar a superar o stress e os traumas da guerra.
São cães da raça Labrador; chamam-se Boe e Budge… e não se chamam mais nada, porque, segundo a notícia, serão só dois, os cães que vão ser enviados para o Iraque, por estes dias do Natal... A missão é dar conforto emocional aos soldados – insiste ainda a notícia.
Pois seja! A minha preocupação não é bem essa.
É que, dois cães para o Iraque todo é capaz de ser pouco! E como é que vai ser?... Instalam-se os cães numa caserna e depois os marines fazem fila à porta, para lhes fazerem uma festa, ou brincar um bocadinho com eles?… ou põe-se os animais num camião e levam-se em tournée pelo Iraque? Uma coisa assim mais no género Marilyn Monroe e Bing Crosby, mas sem o Glenn Miller…?

E filmes de natal, filmes de família, cada um chame-lhe o que quiser.
"A Bússola Dourada" com Nicole Kidman e Daniel Craig é apresentado como um filme de família. À maneira de Harry Potter, diz o crítico do DN. É a primeira parte de uma trilogia do escritor britânico Philip Pullman, adaptada pelo norte-americano Chris Weisz, tentando recriar um universo de mundos paralelos e de fantasia. É uma tentativa de imitar o lado mais feérico dos filmes de Harry Potter, o aprendiz de feiticeiro mais famoso do mundo contemporâneo…
Uma tentativa falhada, remata o crítico… "a sensação é de desperdício total."
Sendo ou não sendo, acontece que o Vaticano e o Osservatore Romano são bastante mais críticos em relação à fita! Quase heresia… Diz o Osservatore… um filme gnóstico, anti-Natal e soixante-huitard… Um filme que denota tendências inimigas de todas as religiões. O Osservatore considera, por isso, uma "consolação" o facto do filme se ter ficado pelos míseros 17 milhões e 400 mil dólares de bilheteira, no fim-de-semana da estreia norte americana.
Ora bom! Esta de se dizer que o filme facturou "apenas" 17 milhões e meio num fim de semana…! Apenas 17 milhões, mesmo sem o meio, já é obra, p'ra quem ainda vai no super 8… mas o que – mais que impressionar - deixa alguma – chamemos-lhe - apreensão é – mais que a indignação (o jornal fala mesmo em veto do Vaticano ao filme, que acusa de inimigo do catolicismo…) mais que a indignação, o que deixa alguma surpresa e apreensão é esta do Osservatore Romano, jornal oficial do Vaticano, se congratular com o suposto fracasso da fita! É que parece vagamente pouco católico e ligeiramente desfasado do espírito da época! Quase anti-Natal, quase gnóstico, quazzzzzzzzzzzzzze.


terça-feira, 18 de dezembro de 2007





E depois, temos estas novas regras que, segundo o DN , determinam o pagamento de 2.500 euros, por cada manual escolar candidato a certificação. O despacho ministerial foi ontem tornado público.
Uma portaria e dois despachos… um diz que a comparticipação da tutela (do ministério, supõe-se) nos custos de avaliação e certificação, pelas entidades credenciadas, é fixado por protocolo, nunca podendo exceder os 7.500 euros por livro. Diz também que se podem candidatar instituições do ensino superior público, associações profissionais de professores, associações científicas… Isto, desde que respeitem o rigor linguístico, científico, conceptual, a conformidade com os programas e orientações curriculares, a qualidade pedagógica… Depois, cabe às escolas, escolher entre os vários manuais que forem aprovados...
Agora a questão de pagar – seja 2.500 euros, ou apenas dez tostões dos antigos - para submeter a avaliação os livros da escola… é uma novidade curiosa! Quase tão surpreendente como se, de repente, se aplicasse a mesma franquia – ainda em nome do rigor linguístico, científico, conceptual e pedagógico - aos manuais escolares e outra literatura infanto-juvenil que não cumpra esses mesmos requisitos.

E aqui, o Público dedica-lhe duas páginas e avisa:”O fosso digital português assenta na falta de educação.”
Depois volta a dizer, mas que a maioria das casas portuguesas não tem ligação à Internet, porque as pessoas da casa não sabem mexer naquilo. Ou, em linguagem mais apropriada, não sabem usar a tecnologia. Ora, portanto, será mais uma falta de instrução, do que de educação… talvez!...mas adiante… ficamos portanto a saber que menos de metade da população usa o computador e que desses, só 4 em cada 6 tem acesso à Internet. Abaixo, portanto, diz a notícia, abaixo das médias europeias…

O Governo português, esse, já se sabe que se rendeu às maravilhas deste admirável mundo novo e é on-line, também e por exemplo, que se pode pedir o formulário para o subsídio pré-natal, recentemente instituído e muito celebrado.
Enfim, preencher e pedir pode-se sempre… o problema não é esse. O problema é que, o subsídio é para as mulheres a partir da 13 ª semana da gravidez. E para o comprovar, as grávidas têm de levar a ecografia respectiva, feita justamente às 13 semanas. Ora acontece que os médicos, durante o processo de gravidez, requisitam ecografias entre as 11 e as 13 semanas, depois, só ao completar as 20 semanas… Temos então que os exames, ou são feitos demasiado cedo para a burocracia do processo, ou já um pouco tarde, para as expectativas criadas entre as futuras mamãs…
Parece que já se encontrou, entretanto, uma solução de emergência para o embróglio. Junta-se no caso e para o efeito mais um pequeno papel ao processo.Os médicos podem comprovar as 13 semanas de gravidez, em declaração aparte e, independentemente da data da ecografia, validar assim a atribuição do subsídio. A noticia diz também que esta pequena "desatenção", ou "desencontro processual" não terá prejudicado muita gente, provocando apenas alguns atrasos e pouco mais. Claro que teria sido bem mais simples se – on-line, ou pessoalmente - os Serviços respectivos tivessem conversado entre si e acertado essas contas a tempo e horas. Demorassem 12 ou 13 semanas, as que fosse preciso.

Mas, polémica a sério é a intenção do Governo, de pagar à comissão -diz o Correio da Manhã- a prestação dos médicos!
Na capa, o jornal fala mesmo em “médicos pagos á peça”…
O ministro da saúde quer afinal que os clínicos sejam mais produtivos e propõe-se que sejam pagos conforme o número de intervenções cirúrgicas efectuadas, por exemplo… o maior número de consultas….
A Ordem acha bem, em princípio, mas tem muitas reservas. Diz que o caso tem de ser discutido em negociação com os sindicatos. Quer saber se, para já e por exemplo, a alteração do sistema de pagamento implica um subsídio de incentivo à produtividade "acrescentado" ao ordenado base, ou se … o próprio ordenado vai ser contabilizado e aferido em função do total de actos médicos efectuados.
A verdade é que o próprio ministério ainda não tem o modelo completamente definido, mas, por exemplo, Manuel Delgado, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, acha que – produtividade, com certeza!- mas há que ter em conta também a eficiência do médico e a qualidade dos serviços prestados. E aqui , a avaliação pode fazer-se, por exemplo, pela taxa de reinternamentos… uma situação que pode denunciar um mau serviço prestado na primeira vez, ou então os cancelamentos de consultas e cirurgias…

E a qualidade… isso é que era uma notícia catita!
Quando não, não há-de faltar quem pense, que o médico que o vê à pressa e o despede sem uma receitazinha, um xarope, um raio X que seja, não é porque não haja doença a assinalar… é só porque está com pressa de despachar os 15 doentes que lhe faltam, para poder ir de férias mais folgado!
E isso, meus amigos, é uma coisa horrível de se pensar de um médico, ou seja de quem for !


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007



Já não me lembro de quem era avó.... Lembro-me que, a senhora em questão, comia sempre a fava do bolo rei, discretamente, sem se desmanchar.
Não com medo, que alguém lhe cobrasse fosse o que fosse! Claro que ela sabia muito bem, que era tudo só uma espécie de jogo, de brincadeira da época, uma tradição antiga. Ela sabia. O espírito do Natal e essas coisas... Não era o caso. Uma questão de princípio, talvez. Talvez a senhora não gostasse de perder nem a favas nem a feijões! A verdade é que, sempre que lhe saía a fava, ela comia-a, p’ra ninguém saber.
Claro que, quando o bolo chegava ao fim e a fava não aparecia a mais ninguém, toda a gente percebia que já tinha sido comida, discretamente entre uma geropiga e uma casquinha de abóbora cristalizada. Já tinha sido comida e por quem?... Pancadas!
O problema é que, com a idade – que ela sempre foi assim, ao que parece – com a idade, os dentes foram-lhe faltando e uma vez foi o diabo, que a senhora engasgou-se mesmo a sério com um bocado de fava mal partida e qual geropiga, qual nada! Uma aflição mesmo.
A tua avó – disse-lhe eu – o espírito do Natal ainda acaba por matar a tua avó!

ÚLTIMA HORA ! (embargo até ao meio dia)

Um cidadão caucasiano, de meia idade e fato escuro, entrou esta tarde, na farmácia Estácio, no Rossio de Lisboa e, dirigindo-se ao balcão, pediu uma caixa de aspirinas e um pacote de lenços de papel. Depois de atendido o pedido, pagou e saiu, sem olhar para trás. A funcionária da referida farmácia, contactada p’la nossa redacção, garantiu que o individuo em causa não é cliente habitual do estabelecimento, nem lhe apontou nenhuma pistola, ou arma branca. Quanto ao pedido, afirmou ser habitual, nesta altura do ano. O sol intenso e a humidade nocturna dão cabo da saúde a muita gente. Também as vendas na farmácia, onde tudo se passou, a mesma funcionária esclareceu que se mantém dentro do razoável, tendo em conta a crise que o sector atravessa.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007



Isto, de protocolos e honras de estado é um mundo!
Diz o Diário de Notícias, citando a France Press, que ontem, Paris encerrou todas as pontes do Sena, para que Muammar Kadafi passeasse de Bateau Mouche, com a respectiva guarda pretoriana feminina. Foram aliás as mulheres do presidente, quem denunciou a presença do líder líbio a bordo da pequena embarcação, quem esclareceu esse facto insólito, de mandar fechar todas as pontes pedonais à circulação.
Hoje Kadafi visita Versalhes e, pela mesma ordem de razões, o palácio há-de ser fechado a tudo o que não seja comitiva e segurança do presidente…

É um mundo!
Por exemplo, a biblioteca do convento de Mafra…
Tem de ser visitada durante o dia, porque a luz eléctrica pode danificar os documentos. É o que se diz – foi o que me disseram da última vez que lá fui… Estava já a escurecer e a visita foi feita muito à pressa, a fugir do lusco-fusco! E mesmo isso … de longe! À porta, do outro lado da cordinha de segurança, pelas mesmas razões. Legítimas! Agora explicar como – e isto aconteceu – passados dois dias, se liga a televisão e se vê uma transmissão de uma entrevista gravada nessa mesma biblioteca, bem lá no meio, nessa tal área protegida! Protegida e – para o efeito – iluminada pelos potentes projectores necessários a filmagens destas… Há forçosamente uma razão científica para a excepção! Ou, se não científica, pelo menos uma Razão de Estado.
Adiante!

Hoje assina-se o Tratado de Lisboa e os Jerónimos já se engalanaram todos para receber os signatários do documento. Depois, já se sabe, vão de eléctrico para o almoço, no museu dos Coches.
Ora, o eléctrico, alguém o há-de conduzir… e é uma mulher! Sara Coelho, guarda-freio da Carris há 5 anos.
O Diário de Notícias fecha a edição de hoje com uma entrevista rápida à jovem, que há-de conduzir os 27 aos Coches.
Diz que ficou muito alegre quando soube. Depois o jornalista aprofunda a questão e pergunta se terá sido mesmo uma explosão de alegria. Sara Coelho diz que sim. Depois o jornalista pergunta se está nervosa. Sara Coelho explica que não é bem nervosa… mais ansiosa! Depois pergunta se a jovem é de Lisboa – ela responde que sim. Se estudou – ela, que fez o ciclo normal; depois pergunta-se e cito: “como é isso de aprender a guiar um eléctrico…” Sara Coelho diz que demora 3 meses e é muito curioso.
Curiosa também a forma como termina a entrevista… Pergunta o jornalista: “tem consciência do que eles vão ali fazer? “Sara Coelho tem. Diz Sara Coelho: ”tenho. Sei que tem sido uma coisa muito demorada, que vem desde 2005.”
E depois conclui que é “uma coisa que a pessoa é obrigada a saber e que é bom para os portugueses que tenhamos sido nós a dar o pontapé de saída…”
Ora aí está! Certamente já todos ouvimos explicações mais vagas de protagonistas mais ilustres!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Não percebo esta ansiedade, esta fixação…
Diz o Diário de Notícias que “a importância do acaso no avanço da ciência foi uma vez mais provada”… Como?
Uma roda do robot espacial, que a NASA mandou para Marte, raspou o chão e pôs à vista dióxido de silício, um minério que costuma encontrar-se em ambientes favoráveis à existência de vida. Depois, em ante-texto, explica que a sílica é favorável à existência de micróbios…
Não percebo esta fixação em encontrar vida noutros planetas… nem que seja na forma mais microbiana… isto a solidão pode ser uma coisa terrível!

E Michael Schumacher!
A história passa-se na Alemanha e para o que importa pode bem saltar-se pormenores de circunstância. E a circunstância foi que o ex piloto estava atrasado. Tinha ido não sei onde comprar um cão e estava atrasado para apanhar o avião de regresso a casa. Trânsito complicado e o táxi não avançava. A solução foi passar ele próprio para o volante do táxi e acelerar até ao aeroporto como se estivesse em Nurburgring. O taxista ficou colado ao assento, ao vê-lo ultrapassar toda a gente em manobra vertiginosa, entrar nas curvas, como só se vê nos filmes… parece que ninguém se aleijou… é bom… parece também que ninguém foi multado… é… é melhor ficar calado.
Envolver os cidadãos nas celebrações da assinatura do Tratado de Lisboa.
É esse o pretexto, para que amanhã os museus sejam de entrada gratuita e também a Carris e o Metro ofereçam viagens grátis ao povo de Lisboa.
É pena ser dia de trabalho! Ainda se fosse feriado, aí sim, Lisboa poderia celebrar condignamente a assinatura do Tratado! Passear de Metro o dia todo, celebrando… Andar de eléctrico… visitar museus e andar de Metro, outra vez…
Enfim, não se pode ter tudo .

Em Alcochete, o Freeport oferece pipocas para a vida toda e aqui o Tratado de Lisboa não risca nada .
A ideia é da empresa que explora os cinemas deste parque comercial . Aos autores das dez melhores frases promocionais do cinema e do empreendimento, serão oferecidas pipocas para o resto da vida, ou pelo menos enquanto e de cada vez que forem ao cinema em Alcochete.
Antes disso, a Ordem dos Médicos vai propor que cirurgiões seropositivos passem a usar dois pares de luvas, em vez de um, como forma de prevenir eventuais contágios, nos blocos operatórios. A medida segue um modelo norte-americano e vai ser discutida e proposta na próxima semana.
Na Ordem, há o consenso de que o risco, de um cirurgião infectado poder contaminar um doente durante um acto médico, é muito baixo, mas, manda a ética e a deontologia da classe que, havendo risco, mesmo próximo do zero, esse cirurgião não deve operar.
O debate impunha-se e concluiu-se então que, apesar de não se dever proibir ou impor qualquer tipo de limitação laboral, faria sentido recomendar o reforço das medidas de precaução e segurança. E então – ao que parece – a solução, que vai agora ser divulgada em forma de recomendação, é usar dois pares de luvas em vez de um… umas por cima das outras. Luvas de látex fininho… um par, dois pares, três pares… nada que um bisturí mais distraído não corte sem esforço de maior…

Já a Liga Portuguesa Contra o Cancro não quer confusões nem misturas.
Vem no Público, sem grande destaque, mas vem.
Diz assim: "a criação de uma associação contra o cancro do colo do útero está a provocar uma polémica com a Liga Portuguesa Contra o Cancro."
Tudo uma questão de siglas e nomenclatura…
A Liga Portuguesa contra o Cancro fez questão mesmo de anunciar, no seu próprio sítio da Internet, que não tem nada a ver com a Liga Portuguesa contra o Cancro do Colo do Útero… para que não haja confusão nem equívoco, sobre quem é quem e o que representa.
E de repente, isto faz-me lembrar qualquer coisa, que se não me engano é de um filme dos Monty Pyton, mas isso para o caso não interessa rigorosamente nada.
Adiante!
A nova imagem de Portugal tem os rostos de Cristiano Ronaldo, José Mourinho, Mariza, Nelson Évora… enfim, o peito ilustre lusitano! Fotografia artística, claro.
A ideia foi do Governo e pretende promover a imagem de Portugal no estrangeiro. Talvez assim se perceba que as legendas das fotografias sejam em inglês… Mais difícil de perceber é a identificação da coisa em si… É verdade que a palavra Portugal desce de cima abaixo toda a altura da fotografia. Verdade também que aparece outra vez, mais pequena, no canto inferior esquerdo… agora o que identifica a obra no seu todo é esta frase: retratos da costa ocidental da Europa… e de repente, dito assim, soa quase a documentário do National Geographic… coisa exótica, essa costa ocidental da Europa! De repente parece muito longe…
O autor das fotografias é inglês e consta que é dos mais influentes e caros da actualidade. Cobrou 350 mil euros por esta encomenda. Portanto, para que conste, Portugal tem José Mourinho, Mariza, Ronaldo… nomes ilustres que fazem brilhar a imagem nacional além fronteiras… Fotógrafos é que desgraçadamente não temos!
Enfim, pelo menos para estas obras de vulto, há que importá-los do estrangeiro. Mas também aqui e voltamos ao principio… não se pode ter tudo

última hora:
acabo de passar, na rotunda do marquês de Pombal, em Lisboa, por um desses gigantescos cartazes de que falamos. Aqui na versão portuguesa e , no caso, com a fotografia da fadista Mariza. E chego à conclusão que não é só fotógrafos que não temos. Faltam também tradutores! Quero dizer que a versão portuguesa traduziu: "portraits of the west coast of Europe", por "retratos da costa ocidental da Europe"! Voltamos ao mesmo, não se pode ter tudo! Temos trolhas . Já não é mau.
ainda mais última hora que a outra !!!(a 18 de dezembro...)
já emendaram o cartaz da mariza no marquês. pintaram-lhe um "a" por cima.
bem pintadinho, por sinal. nem se dá pela emenda.
vê-se que aquilo não foi trabalho de um trolha. valha-nos isso. benza-o deus.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Portugal vai plantar uns quantos milhares de árvores no Parque Natural da Peneda-Gerês. É isto, em resumo, o que diz a notícia.
Esforço meritório, para compensar a ameaça de concentração de CO2 na atmosfera. O Gerês agradece e nós também. Com os incêndios e tudo o mais deve precisar de uma reflorestaçãozinha! Mas, se de efeito de estufa se fala e ar sujo e pesado e doente, porque não plantá-las num desses sórdidos baldios das nossas cidades, onde o ar é naturalmente mais sujo e pesado e doente e a nossa vidinha, cabisbaixa e triste, bem precisada anda de verdura e bons ares?!...
Como quem diz, com todo o respeito, vamos então vender frigoríficos aos esquimós?!… Pois seja.

E o tribunal de Coimbra tem em mãos um caso curioso e delicado.
A queixosa diz que, no hospital onde entrou para uma biopsia, alguém inadvertidamente mandou para o lixo o tecido recolhido para a análise. Assim mesmo. Para o lixo. Desapareceu. Foi-se. Lixo.
A doente processou a equipa toda. E quer 80 mil euros por danos não patrimoniais.
Ontem, o tribunal ouviu as alegações de enfermeiros e auxiliares que, apesar de não terem estado presentes durante a intervenção, explicaram os procedimentos normais em casos destes. E nestes casos, normalmente, a responsabilidade última – a culpa, se quisermos – é do médico. Foi o que disseram ontem algumas testemunhas do processo.
Quanto ao médico… o Jornal de Notícias ouviu familiares do cirurgião ajudante e diz que o médico ficou ofendido, quando soube. Ofendido na honra profissional. Garante que foram cumpridos todos os procedimentos correctos e que lhe competiam. Por isso, também ele quer ser indemnizado. Quer que a doente queixosa lhe pague 25 mil euros, por danos morais.
E de repente, parece que a biopsia já nem faz grande falta a ninguém, nem o pedacito de tecido desaparecido algures no lixo, entre toda a espécie de porcarias. Enfim, nada que uma indemnização por ofensas, negligência, ou coisa assim não resolva, por ora.
E ora bem, ou me engano muito, ou por esta hora deve haver muito maqueiro, pelos hospitais deste país, a desejar ardentemente que alguém o insulte, ultraje mesmo ou simplesmente o acuse de uma negligênciazita. Mesmo ordinária.

É um bom investimento! Senão neste, num outro mundo.
Diz o título do Diário de Notícias, que as carmelitas de S. José, em Fátima, estão a vender o Carmelo para pagar as obras no convento.
“É um bom investimento, não na terra, mas realizando algo que nunca vai ser esquecido por Deus no Céu”. É uma espécie de promessa das carmelitas de S. José.
E à venda estão desde as portas aos vitrais das janelas, ao chão das celas, às próprias celas por inteiro e atacado. Em compensação, as irmãs prometem uma oração especial e personalizada diariamente em louvor e salvação das almas dos fiéis beneméritos. Prometem também, para além disso, inscrever-lhes os nomes nos sítios e peças que forem compradas.
Para que conste, havia 125 celas à venda, a 10 mil euros, preço de cada uma. Havia, porque 10 foram já vendidas, bem como as portas e o vitral da capela.
Para mais informações, consulte-se o
www.carmelofatima.carmelitas.pt
As carmelitas passam recibo.

Outro género de receitas é a que os médicos passam aos doentes e que estão a ser devolvidas, às centenas, às farmácias, por estarem mal passadas.
Erros de preenchimento, preenchimento incompleto dos cabeçalhos das receitas, aplicação errada das vinhetas, ou o recurso incorrecto à legislação, que garante maiores reembolsos. São erros a mais! Diz a Associação Nacional de Farmácias, que já terá criado um organismo que lhe garanta os reembolsos.
É que a ARS não paga comparticipações em casos destes e devolve-lhes as receitas. Diz que às centenas. A Administração Regional de Saúde, as várias, culpam em parte os próprios farmacêuticos, que poderiam corrigir as faltas, ao balcão, antes de as mandar para reembolso. A Associação Nacional de Farmácias diz que era só o que mais faltava e ainda pagar pelos erros alheios.
Entretanto sabe-se que, uma parte das devoluções é por causa da famosa “letra de médico”! Desenhada, corrida, ao correr, da pena própria e dos outros, que se vêem e desejam para perceber o que lá está escrito… um mistério insondável, a famosa “letra de médico”. Coisa que fica bem a engalanar diplomas e outras iluminuras, mas já não tanto em receituários, que podem salvar, ou comprometer a vida e saúde de uma pessoa.
Haviam de ter levado umas traulitadas naqueles dedinhos, quando andavam na escola. A ver se aprendiam a escrever direito. Agora, se calhar é tarde e quem se lixa são os farmacêuticos. Se me permitem a opinião, o melhor é a gente nunca precisar dessa gente. Nem duns, nem doutros. Haja saúde!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ora bem, a miséria tem muitos rostos… e é a conclusão a que se chega em 3 curtos actos.

Este fim-de-semana foi assaltada a sede da Comunidade Vida e Paz, em Lisboa. Roubaram roupa e comida, que era para a festa de natal dos sem abrigo. Foi um assalto feito com toda a calma. Deu para escolher a melhor roupa e deixar a já usada e mais velha. Deu para deixar o sítio num pandemónio de caixas abertas e destruídas, roupa espalhada pelo chão…
Os donativos começaram a ser recolhidos em Outubro e iam ser distribuídos durante a ceia de natal, agendada para o próximo fim de semana… Os responsáveis pela Comunidade garantem que a festa se faz na mesma, mesmo que mais modesta…
Agora, assaltar um armazém e roubar coisas que foram oferecidas pela solidariedade popular para distribuir pelos mais pobres… se não é sinal de uma extrema miséria…


Ou então desviar, por artes e manhas de secretaria, o dinheiro que era para suportar o Rendimento Mínimo Garantido… E foi o que aconteceu com uma ex funcionária da Segurança Social de Leiria. Durante 8 anos desviou uns bons 150 mil euros, falsificando cheques e vales, inventando agregados familiares e pagando a beneficiários inexistentes…
150 mil euros em 8 anos até pode não ser fortuna por aí além, dá uma média de 1500 euros por mês… seja como for, estes 150 mil euros, estes muito concretamente, a senhora não deveria ter roubado.

E depois há este jovem, ao que consta piloto de competição, que entrou disparado , com carro e tudo, por uma casa dentro, morreu e deixou a casa destruída. Foi este fim-de-semana também, no Algarve, à saída de Faro e o carro ia, obviamente, em excesso de velocidade.
A manchete do Público, esta segunda feira, diz que Portugal está a falhar a meta europeia para a redução de mortes nas estradas e depois, abrimos o Jornal de Noticias e aparece este jovem piloto a fazer uma notícia destas…
A 125 é uma estrada perigosa – é o que se diz, quando se quer desculpar a falta de respeito e civilidade (ia a dizer civilização) dos condutores… Pois será e assim sendo, manda o bom senso que se tenha mais cuidado.
Neste caso, fala-se de um piloto de competição e – ou há aqui alguma informação que derrapa, ou seria de esperar uma postura mais responsável, por parte do condutor… seria de esperar que ele, mais que ninguém, soubesse distinguir a 125 do autódromo do Estoril ou dos trilhos do Dakar… Seria de esperar que, àquela hora da madrugada e por muita pressa que tivesse de chegar a casa, ele conduzisse a uma velocidade que não o fizesse galgar a contra mão e entrar em voo por uma casa dentro. Levou a parede e só não foi quem lá dentro dormia, por sorte …
Era um apaixonado dos automóveis, explica o jornal… piloto com experiência, largos quilómetros de corridas no currículo. Recentemente abriu um negócio de restauração e ajudava ainda o pai, que tem uma padaria… Os bombeiros dizem que o acidente foi uma coisa brutal - depois de embater contra uma árvore e de a arrancar literalmente do chão, voou sobre a faixa contrária e foi chocar contra a parede da casa, no outro lado e… e estamos quase a ficar com pena, não é?... E, 26 anos! Tão jovem ainda!... Com pena deste jovem, piloto com experiência, que ia matando um homem, que dormia tranquilamente em casa, ao entrar que nem um doido, com carro e tudo pelo quarto a dentro destruindo-lhe a casa… e isto, apesar de todas as avarias que o carro possa ter tido, porque ia em excesso de velocidade! E pela fotografia do estrago, excesso mesmo; que não há-de ser a 80 à hora que, depois de arrancar uma oliveira pela raiz, ainda sobra força para se mandar abaixo a parede de uma casa, do outro lado da estrada! Digo eu…
Carro potente. Topo de gama, daqueles com ar condicionado, como a miséria gosta!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

a preguiça é lixado...

eu sei que a culpa é minha e que, se não fosse tão preguiçoso, bastava pegar no comando e mudar de canal... mas não o fiz e , por isso mesmo, fiquei a ouvir em fundo o programa da apresentadora Fátima Lopes, que dá de manhã, na SIC.
Uma merda, meninos!
Uma merda, esta coisa da preguiça. Devia ter mudado de canal. Mas não o fiz.
Mas tudo na vida tem a sua utilidade. só precisamos saber aproveitar as oportunidades que o acaso lança no nosso caminho. e o programa da Fátima Lopes também me ensinou alguma coisa. Que ela vem acabar com o mito anedótico da loira burra. ela vem provar que uma morena, nem que seja nas anedotas, ou só nos programas da manhã também pode ser burra que nem um tanque da roupa. é o caso da Fátima Lopes, a apresentadora.
O programa é de facto uma merda. Mas ela não parece perceberisso. o que é uma vantagem para ela. mas a verdade é que, não só o programa é uma merda, como ela própria faz uma figura patética de cada vez que aparece no ecrã. nem precisa abrir a boca. aliás, esse foi o meu próximo passo. tirar o som à televisão. então aí a coisa compôs-se. experimentem ver a Fátima Lopes sem som. só as caras que ela faz. é um espectáculo. a melhor delas todas. a que mais vontade de rir me dá, é quando ela fecha a cara para falar de um assunto sério, como bébés que vomitam, ou gajos sem dinheiro.
têm que ver. tirem só uma parte da manhã.
de preferência à hora das desgraças.
escusam de me agradecer já
a gente depois fala

uma pequena perplexidade metafísica, mas nada de grave...


As aparições do Escorial!
Nos anos 80, uma certa Amparo afirmou ter visto Deus num prado do Escorial. De então para cá, o fenómeno cresceu, a ponto de agora se falar em grande negócio.
Hoje, no Público, d. Januário Torgal Ferreira denuncia o que chama de mentira organizada… fala em exploração dos sentimentos, fala de uma máquina montada, de pessoas de muito boa fé , mas que estarão a ser manipuladas por interesses bem terrenos e muito pouco católicos.
Consta que o Vaticano recusou o estatuto de ordem religiosa aos seguidores da vidente do Escorial e que, no seguimento disso, terão fundado um lar de idosos, que não respeitava as leis do trabalho e que por isso a polícia foi chamada e que por causa de tudo isso, agora até já se formou uma "Associação de Vítimas das Supostas Aparições do Escorial". Fazem-se vigílias nas Portas do Sol, em Madrid; faz-se o abaixo assinado, para que Estrasburgo se pronuncie contra este tipo de exploração religiosa e de associações iluminadas…


Ora tudo isto faz muito sentido e nem sequer é uma novidade por aí além. Seitas e visionários, há-os para todos os gostos e iluminações; vendilhões de todos os templos do mundo. Gente estranha…
Agora o ponto é este . A Igreja Católica, o Vaticano não reconhece as aparições como de carácter sobrenatural . E é disto que o Vaticano pode falar, que o resto é matéria de direito de trabalho e direito civil…
Pois que não reconhece como de carácter sobrenatural.
Não reconhece as aparições, ou só não as reconhece com carácter sobrenatural?!...
Põe a hipótese da vidente ter confundido um qualquer turista em férias com deus ele próprio?...
Ou recusa a hipótese dela ter mesmo visto deus?! Ou acreditar que o viu, que em matéria de fé, acreditar ajuda muito...
E como é que estas coisas se avaliam e esclarecem? Já alguém viu deus? Com toda a certeza? Quero acreditar que sim
.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Tratado de Lisboa…Vai ser assinado nos Jerónimos a 13 de Dezembro.
O Diário de Notícias diz que vão ser postos belos tapetes no chão de pedra do velho mosteiro. Que os espaços abertos vão ser cobertos por uma enorme lona, que há-de proteger os signatários do sol ou da chuva, conforme o caso… Diz que a lona começou por ser encomendada a uma empresa espanhola que disse que sim, mas o preço era tal, que se resolveu fazer a festa com a prata da casa e encomendou-se o resguardo a uma empresa nacional.
Agora, a chamada de capa do jornal é que, os 27 da União vão de eléctrico para os Jerónimos. Num eléctrico desses históricos. Desses em que, relembra o DN., o próprio Teófilo Braga, quando era presidente do governo, ia para o trabalho!
E depois do tratado assinado segue-se o almoço, logo ali portas meias, no Museu dos Coches.
E não é a primeira vez que o museu se abre para este tipo de repastos de alto nível. Há um par de semanas, foi a vez da Dior fazer uma jantar de gala nas instalações do museu.

Mas, nem de eléctrico, nem de charrette, nem nos Jerónimos, nem na capelinha das Aparições… Teresa Gonçalves acha que não há necessidade.
Não há… das mulheres portuguesas chegarem ao sacerdócio. Teresa Gonçalves acaba de ser nomeada consultora do Conselho Pontífico para o Diálogo Inter-religioso. Ora, em relação ao sacerdócio feminino, acha que aí não há diálogo que se justifique.
Acha Teresa Gonçalves que as mulheres portuguesas já desempenham um papel importante quanto baste na Igreja. Fundam movimentos leigos e congregações. Têm uma acção importante que chegue, sem precisarem de ser ordenadas sacerdote. Para Teresa Gonçalves, o sacerdócio não deve ser considerado – no caso específico das mulheres – como (se assim se pode dizer) o topo de carreira.
Para Teresa Gonçalves esse é o motivo suficiente para as mulheres portuguesas desistirem de qualquer pretensão a ser ordenadas. Não vale a pena.
Como se disséssemos, porquê estudar para médico, quando se tem tanto jeito para a enfermagem.

E o Guiness!
Livro de todos os prodígios…
Agora foi Gondomar quem acabou de entrar no livro dos recordes mundiais.
Porque, nas festas do europeu de Futsal, foram largadas mais de 5 mil bolas de futebol de uma altura de 20 metros em pleno relvado do Sport Clube de Gondomar!
Parece que nunca ninguém o tinha feito, pelo menos de uma altura destas e em tão elevado número e muito menos sobre o relvado do Sport Clube de Gondomar! Fica-se sem saber se alguém terá lançado, por exemplo, umas 3 mil bolas do alto de uns, digamos, 15 metros sobre , por exemplo, uma chapa de assar frangos… não se sabe, nem isso é importante. Em Gondomar lançaram-se 5071 bolas de futebol de uma altura de 20 metros sobre o relvado do estádio do Sport Clube de Gondomar. É um recorde mundial absoluto. O feito está no Guiness, para a posteridade, ou só até alguém lançar, digamos, 5072 bolas da altura de 20 metros e meio, sobre o relvado do Sport Clube de Gondomar, ou mesmo sobre a tal chapa de assar frangos, por absurdo e exemplo…
Até lá, venha lá quem vier, essa é uma glória que ninguém nos tira.!
Nem que venham de carro eléctrico.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ora aí está, uma daquelas histórias que a gente fica sem saber o que dizer!
Vem no Público, que o Infarmed fez suspender uma promoção de um stand automóvel, que oferecia um rastreio e uma vacina contra o cancro do colo do útero, a quem comprasse um automóvel. Campanha idêntica estava a ser feita, ao que consta, também por uma instituição de crédito.
Segundo o Infarmed, a campanha foi suspensa por fazer publicidade a um medicamento, que é sujeito a receita médica.
A campanha começou o fim-de-semana passado e atravessou jornais, rádios televisões e até terminais multi banco.
Os autores da ideia defendem-se, que a intenção era puramente cívica. Ora deixemo-nos de poesia… Cívica seria, mas certamente que a sensibilidade da matéria em causa já tem publicidade que chegue! Enfim, talvez não tanto se possa dizer dos automóveis que este stand terá para vender… mas isso não é problema nosso, nem do Infarmed.
Mas quanto ao Infarmed e ao argumento da publicidade não poder ser feita porque a vacina está sujeita a prescrição médica… pode bem ser razão que chegue… e pode até acontecer que haja uma enormidade de marcas no mercado já, o que torna a coisa mais complicada em termos de concorrência e privilégio… pode ser, confesso a minha ignorância na matéria. Agora, se não há assim tantas marcas comerciais de vacinas contra o cancro do colo do útero – e até é bem capaz de não haver, já que o produto é recente no mercado… se for esse o caso – volto a reconhecer a minha ignorância na matéria – mas se for esse o caso, que mal faz fazer-se publicidade ao produto?!...
E oferecê-lo em promoção também não me parece pecado maior…
Pode ser de gosto duvidoso, mas o mercado nunca primou pelo bom gosto ou pelo respeito por certas matérias mais sensíveis.
Consta que, também a farmácia que supostamente venderia as tais vacinas ao tal stand automóvel, foi notificada pelo Infarmed para suspender a venda. Além, claro, dos outros intervenientes no processo, incluindo a empresa contratada para realizar a campanha…
Aqui é que parece que temos novidade! Se a vacina só pode ser vendida com receita médica, como é que o stand arranjava receitas em número suficiente para cumprir a campanha?!
Ou será que a farmácia se preparava para as vender sem receita?!
E será que um infarmed qualquer pode impedir um estabelecimento comercial – que é o que uma farmácia é, apesar de tudo – de vender o que tem para vender aos clientes que se lhe apresentem, com dinheiro para pagar, obviamente?...

E são já perguntas a mais para uma questão que se resume em duas penadas.

Mas é mesmo uma questão que gostava que me ajudassem a avaliar e compreender, para não fazer juízos injustos. Ou se quisermos, só para ficar mais descansado …
O que é que acham? Estamos aqui perante uma questão de Direito e Saúde Pública, ou simplesmente mais uma guerrilha de mercado, de concorrência e preços?... De saber quem é que manda, afinal…
Enfim, a desconfiança é terrível, quando se instala…
Olha Al Gore!
Até o Nobel recebeu, pela Cruzada pelo ambiente e tudo o mais…
Pois sim, só que as revistas norte americanas de economia agora não o largam e dizem que a aliança entre Gore e uma companhia, que o contratou como especialista em energias alternativas, é um negócio da China! Desconfiam portanto que, para o Nobel da Paz, a guerra do ambiente se está a tornar numa – e cito – "grande oportunidade financeira". Ou, já que se fala de ecologia e revolução verde – numa frondosa árvore das patacas!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Portugal é um país formidável.
Não tanto em tamanha, óbviamente. Aí já foi maiorzito, é histórico, não há nada a fazer… mas formidável nesse outro sentido, que passemos a exemplificar…
Portugal assinou o Tratado de Quioto. Comprometeu-se a limitar as emissões de gases com efeito de estufa até 2012, segundo os termos e as percentagens que se acordaram…
Agora, vem o ministro da tutela dizer que não devemos conseguir esse objectivo. A dizer que, apesar de ter concordado com tudo, contudo não o vai poder fazer, mas que e apesar disso, não vai deixar de respeitar o acordo firmado e o compromisso assumido.
Se estamos a falar da mesma coisa – a das emissões dos gases provocadores do efeito de estufa… se é disso que estamos a falar… e se Portugal diz que não vai conseguir limitar-lhes as emissões dentro dos limites fixados em Quioto… como é que se vai respeitar o acordo se – aparentemente – se está a desrespeitá-lo?!

Isto, o ambiente é um mundo!

E a Internet então é outro mundo…
Na Alemanha, uma jovem enforcou-se porque, na Internet, um suposto amigo lhe disse que não andava aqui a fazer nada, nem fazia falta a ninguém. Em Portugal, se não fosse a denúncia, um, ou dois, ou quem sabe até mais preparavam-se para se suicidar, ao que consta, influenciados pela Internet …
E em Portugal, apesar de já ter sido assinado em 2001 – há 5 anos portanto – continua sem ser aplicada a Convenção do Conselho da Europa, para o combate aos crimes via Internet.
Todos concordam que a Internet – pelo menos em Portugal – é uma selva. Território sem lei. Ninguém controla os conteúdos. Qualquer um é livre de abrir uma página e publicar o que quiser.
Ora bom, toda a gente concorda que esta situação é uma das principais responsáveis por se chegar a casos como este, dos jovens portugueses, ou da adolescente alemã que se suicidou… no entanto e mesmo assim, Portugal ainda não ratificou a lei que foi assinada há 5 anos por 36 países, incluindo o nosso e que – até pode ser que não resolva nada – mas pelo menos tenta travar alguns excessos de liberdade a que a Internet dá voz e propaganda…

E a propaganda é muitas vezes a alma do negócio.
Porque toda a gente já percebeu que muitas vezes a primeira impressão é que marca. A primeira imagem, ou pelo menos aquela que se quer dar do produto, ideia, ou até mesmo de si próprio é por vezes a que importa, mesmo que depois se venha a revelar que o produto não presta, que a ideia é disparatada, ou que o próprio, afinal, não é flor que se cheire…. Mas isto é conversa que não leva a lado nenhum. Tanto mais que temos razões para estar contentes, neste formidável Portugal que já tem um telemóvel, que se pode dizer sim senhor!
Chama-se N-drive Phone… obviamente que dá para ir á net. Hoje em dia, aliás, quase todos o fazem… mas este foi concebido em Portugal, por uma empresa portuguesa. Agora o fabrico é que já é outra história…
Vai ser fabricado na China. Esse país onde não nos cansamos de dizer que há violação de direitos humanos e onde as pessoas são forçadas, mesmo desde tenra idade, a trabalho mal pago e sobrecarregado de horas extraordinárias…
Portugal indigna-se e faz questão em dar o recado aos representantes da nação. Cada vez que algum deles vai à China, ou quando algum político ou diplomata chinês nos visita… “não se esqueçam de lhes
lembrar os direitos humanos e essa coisa do trabalho escravo!” “digam-lhes, que o que eles mereciam é que lhes fizéssemos um boicote comercial em forma. Até podíamos começar já pelas lojas dos 300…!”
Poder, podíamos muita coisa, neste Portugal formidável… formidável nesse outro sentido já. O de coisa terrível e temerosa…
Os telemóveis… esses hão-de ser um sucesso!
Apesar de tudo, os chineses têm muito jeitinho de mãos para estas coisas. Coitados…

sábado, 17 de novembro de 2007

dois em um

fala-se do sal e de que o pão português tem sal a mais. chamou-se o porta voz do estudo e ele disse que o pão português tem mais sal que o espanhol e do que o inglês. fiquei sem saber se era isso que fazia mal à saúde. lembrei-me do pão sem sal que se come em certos países e assustei-me com a iminência da minha própria morte.
mais à frente uma mulher falava dos riscos de tromboses derivado ao sal. dizia ela que uma pessoa podia ficar incapacitada, se fosse preciso, para o resto vida. no meu caso pessoal não faço muita questão que seja para o resto da vida, mas sublinho a expressão entre vírgulas. esse "se for preciso", que nem chega a ser propriamente uma bengala de linguagem em português e que surge aqui de forma quase disparatada, dá, no entanto, ao sentido da frase, uma intensidade e urgência verdadeiramente assustadoras.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O fim do mundo
Diz que se barricaram numa gruta, algures no centro da Rússia, à espera do fim do mundo. Para quem não saiba – estes fiéis de uma seita apocalíptica russa, acreditam que o fim do mundo deve chegar lá para Maio do ano que vem.
Até lá, ameaçam suicidar-se se alguém os quiser tirar à força da gruta onde se refugiaram, há 10 dias já, à espera do Dia do Juízo. A polícia cercou o local, mas não os quer pressionar, já que há muitas crianças entre estes fiéis visionários. Esperam que a fome os faça sair da gruta. Quanto ao guru da seita… diz que costumava dormir dentro de um caixão. Costumava, agora talvez não, porque já foi detido. Dizem que é esquizofrénico.

O fim do mundo… há-de chegar, eventualmente, ou de certeza. Agora, Telavive gostava que ele começasse por outro lado, que não por Israel.
A ver.
Escreve o Correio da Manhã, que Israel pediu à Disney para ver se o Hamas não lhe estará a violar direitos de propriedade… Isto porque, ao que consta, num certo programa de televisão aparece um ratinho de desenho animado - claro! - em tudo semelhante ao rato Mickey. Pelo menos as autoridades de Israel acham-no muito parecido e isso preocupa-as,o roubo de propriedade intelectual do Hamas aos criativos da Disney. Parece que é mesmo isso que as preocupa neste momento.
O ratinho chama-se Farfur e num dos programas em que apareceu terá dito… citemos: "estamos a preparar um mundo dirigido por islamitas." Para Israel, isto equivale à declaração de morte anunciada para o estado de Israel… quase uma declaração de guerra. Mas, a crer na redacção do Correio da Manhã, a preocupação israelita neste caso é mesmo saber se não há roubo ou violação de direitos de autor.
Não tanto a tal ameaça sobre a sobrevivência de Israel enquanto Estado, mas a preservação de identidade do rato Mickey. De memória não sei, mas talvez se tenham começado outras guerras por motivos ainda mais estúpidos.

E vamos ao 24 Horas.
Em Peso da Régua, um revendedor de bilhas de gaz bloqueou a entrada do prédio com a carrinha da distribuição. Assentou-a mesmo em cepos, sem rodas nem nada, para que não houvesse dúvidas, que dali só sai à grua…
O caso está em tribunal, a Guarda Republicana diz que não pode fazer nada, a Câmara da Régua também não…

Então mas… e que diabo de ideia?!…
Não, é que estavam a pensar em instalar gás natural no prédio, o que iria comprometer o negócio das bilhas de gás.
Acresce que o vendedor em causa é dono de 3 dos andares deste prédio e, quando a questão se colocou, ele votou naturalmente contra.
Votou vencido, mas não convencido. Com a carrinha a bloquear a entrada do prédio não só se impede a instalação do gás natural como, ao que parece, impede o acesso a bombeiros, em caso de necessidade, o acesso à rampa das cadeiras de rodas, o acesso a uma fuga rápida -longe vá o agoiro…
Agora, porque é que nem a Guarda Republicana nem a Câmara têm autoridade para tirar dali a carrinha?... Porque se trata de um condomínio privado e, só se as queixas dos vizinhos vencerem em tribunal, é que a policia pode forçar a remoção do veículo. Até lá, nem que o mundo acabe, ou o rato Mickey faça explodir as muralhas de Jerusalém !
“Morte violenta de passageiro polaco no aeroporto de Vancouver foi registada em vídeo. “
A gravação foi feita por um outro passageiro, que se encontrava na altura no aeroporto e que já a entregou à imprensa, com a devida autorização da família deste cidadão polaco.
Mas vamos aos factos.
O cidadão em causa esperava, há dez horas já – segundo a notícia do Publico – esperava há dez horas pela chegada da mãe, que o viria recolher ao aeroporto canadiano de Vancouver. Um estranho numa terra estranha não sabia e estava sentado à espera numa zona que lhe era interdita. Era a primeira vez que viajava de avião. Quase normal que não estivesse muito por dentro das regras do aeroporto. Mais, sendo polaco, também talvez não estivesse muito familiarizado com as regras e indicações em língua estranha… Consta que não sabia uma palavra de inglês… O facto é que estava nervoso. Bastante nervoso. É experimentar passar 10 horas à espera, num aeroporto qualquer, a ver…
Mas, vamos então aos factos.
Releio da notícia do Publico: Estava há 10 horas à espera na zona das bagagens. Visivelmente transtornado, deitou ao chão um computador portátil. Quatro polícias aproximaram-se dele. Terá dito que não o podiam acusar de nada, mas pouco mais terá dito. A descarga eléctrica que se seguiu deitou-o ao chão. Os polícias agarraram-no até deixar de se mexer, enquanto gritava e se contorcia com convulsões. A morte foi declarada no local.
Os testemunhos recolhidos dizem que, para além do nervosismo evidente, o cidadão polaco não metia medo a ninguém. As imagens mostram-no de facto meio desesperado, suando de nervosismo, a falar sozinho. O passageiro que gravou o vídeo, que serve agora como uma das provas do sucedido, garante que nunca, nem por uma vez, se sentiu ameaçado pela atitude deste polaco. Um comportamento estranho, irracional mesmo, mas só isso.
Estranha também que a policia tenha entrado logo – e neste caso pode bem dizer-se – entrado a matar, sem antes ter havido qualquer troca de palavras, de explicações, ou muito menos ainda, qualquer situação de conflito, ou desatino.
O cônsul polaco em Vancouver está em estado de choque. A Polónia pede explicações ao Canadá. O advogado da família estranha que nem as autoridades de imigração, nem a segurança do aeroporto se tenham preocupado em saber a razão da desorientação do passageiro, que ninguém, no fundo, o tenha orientado no meio daquela confusão, própria dos grandes aeroportos internacionais… Estranham e indignam-se com a única resposta que a policia canadiana de serviço ao aeroporto encontrou para esclarecer ou acabar com esse nervosismo. A saber… descarregar-lhe os 50 mil volts das pistolas Taser, em cima, sem bom dia, nem boa tarde.

Já agora, para que conste, no Canadá, nos últimos 4 ano, morreram 18 pessoas, na sequência desta nova política de, pelo sim pelo não, abater-se o suspeito e depois ver-se o que ele tem para dizer…
Neste caso, depois de morto, pouco terá.

A verdade é que falar com um morto deve ser tão esclarecedor como falar com um tijolo dentro de uma caixa de sapatos.
E afinal foi isso mesmo que a polícia descobriu, abandonado num quarto do hotel Sheraton em Lisboa.
Noticia do DN. Aconteceu ontem.
Chamou-se a polícia. A embalagem era altamente suspeita. Uma caixa de sapatos abandonada no quarto do hotel. Pesava… Não fazia tique taque, mas se calhar as bombas de agora já não fazem, só nos filmes… pelo sim pelo não chamou-se a brigada dos explosivos. A caixa não se abria ao olhar indiscreto dos Raios X então só havia uma solução… destruir a ameaça à força de agulheta. Um jacto de água. No fim, abre-se a caixa e em vez de bomba, o que se descobre é um bloco de betão! Um calhau de cimento.
O terrorismo afinal não é só rebentar prédios ou gazear populações… é mais fino… dá a deixa e depois deixa andar, como quem diz: aterrorizai-vos a vós próprios !

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O que está em causa é um exame psicológico vinculativo, relativamente ao acesso à magistratura. A alteração à lei está em discussão e já levanta controvérsia entre governo e oposição.
Paulo Rangel do PSD pergunta se será legitimo, um psicólogo decidir se um magistrado deve ser mais duro que humanista. E pergunta ainda, se haverá um modelo psicológico ideal para um juiz… Haver, há de certeza! Há um modelo ideal para tudo na vida, senão... andamos a correr para quê?..
A verdade é que a lei actual prevê a entrevista chamada psicológica, mas pelo júri que avalia o candidato. Há um psicólogo presente, mas só para dar opinião. A decisão final é do magistrado entrevistador. A nova lei propõe que esse parecer clínico seja vinculativo e que em caso de dúvidas, ou de um primeiro "chumbo" no exame, seja dada uma segunda oportunidade e o candidato submetido a uma segunda avaliação, por outro psicólogo, ou equipa de psicólogos.
Para Paulo Rangel, se for avante a proposta, vamos ter um arquétipo de juiz desenhado por um psicólogo. Quando a matéria em análise é o comportamento humano, mesmo nos seus delírios e tragédias desviantes, talvez seja de bom aviso garantir que, quem o julga tem a cabecinha perfeitamente organizada e sem contas em aberto com a vida, ou com alguém em geral.

E depois a “Ordem dos Médicos recusa aborto e não muda o Código Deontológico”, grita o Público esta manhã, a toda a largura da manchete. Enfim, pode ser só uma questão de pormenor, quase lana caprina. O texto do código diz que a prática do aborto é uma falha grave. Vem no artigo 47 e a Ordem diz que esse é ponto assente. Diz também que nenhum médico foi penalizado por cumprir a lei. O que quer dizer que se, apesar do que manda o Código, o médico fizer o que manda a lei do país, a ordem dos médicos não o punirá; enquanto clínico, já que enquanto cidadão, esse e outros são delitos que cumpre ao Estado punir.
Para o actual bastonário, “a independência, autonomia e liberdade dos médicos não são negociáveis” e que por isso não se altera o regulamento interno da classe.
Se o mesmo fosse reivindicado por outro tipo de associações, grandes corporações, ou simplesmente pequenas quadrilhas de bandoleiros… havia de ser lindo! Sim, que os bandidos também hão-de ter a sua ética, o seu código de conduta, senão não se governavam…

Mas esta outra vem de Espanha e é inédito. Um arcebispo de Granada está a ser julgado por injúrias, calúnias, assédio moral, lesões e coacções a um outro sacerdote… É a primeira vez que um sacerdote da Igreja enfrenta os tribunais seculares, em Espanha.
Foi ontem, o primeiro dia do julgamento. E que disse o arcebispo espanhol, logo, para que não restassem dúvidas ao tribunal?...
Disse que os bispos são perfeitamente livres nas decisões que tomam nas suas dioceses.
Poderia ter invocado um qualquer código deontológico. Poderia dizer que não reconhecia a um tribunal laico, a autoridade para julgar um caso ocorrido no seio da Igreja. Que só quem está no convento é que decide o que lá vai dentro e outros aforismos parecidos. Ou podia muito simplesmente ter explicado ao juiz que certo tipo de instituições é muito ciosa lá das suas coisinhas.
Puta que as pariu, não desfazendo.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A óptica do utilizador – expressão muito utilizada em informática…
E a expressão nem é despropositada, já que a questão, aqui, também passa muito pelos computadores.
Merece duas páginas na edição de hoje do Público.
E diz assim:
“Vai a pirataria matar a cultura? E a FNAC?”
Obviamente que a questão não é se a pirataria ou a FNAC, qual delas pode vir a matar a cultura!...
O despacho vem de Paris e continua… “Numa era em que os consumidores têm acesso gratuito, através da Internet, a jornais, filmes ou jogos” ( e num futuro próximo “a livros e filmes” também) “importa questionar qual o futuro das indústrias culturais.”
A correspondente do Público, em Paris, falou com o presidente da FNAC, Denis Olivennes, que acredita que o futuro depende da regulamentação.
Ora bem, a FNAC, que abre hoje mais uma loja na área da grande Lisboa e, ainda esta semana, mais outra em Braga, queixa-se de que as vendas estão a baixar, por causa das trocas de ficheiros gratuitos através da Internet. Diz que as receitas de quase 5 milhões de euros do ano passado podem ser afectadas por esta selvajaria cibernética.
É um território sem lei, queixa-se Olivennes. A pirataria e a oferta gratuita de produtos culturais é o resultado do capitalismo selvagem, o que neste caso e para a companhia que representa… é mau.
Enfim, talvez o não seja tanto para os beneficiários directos dessa facilidade de acesso aos tais bens culturais… Também é verdade que muitos artistas – mais na área da música – ou estão a rescindir contractos com algumas majors do mercado, ou a começar a gerir o próprio produto desde o momento da criação até ao balcão da loja, sem intermediários, ou simplesmente colocam os trabalhos na rede, para download gratuito, ou a troco do que o comprador achar justo, como preço… Para selvajaria, parece uma selvajaria simpática, quase!
A verdade também é que a Indústria sabe, que não é multando estes novos piratas que se vai conseguir estancar a sangria; mas, hábitos velhos morrem devagar e ainda não conseguiu, a Indústria, encontrar a solução que a resgate deste capitalismo selvagem que a ameaça.
O que a Indústria não sabe é que ninguém prefere um ficheiro, descarregado da Internet, a um disco prensado em fábrica, com capa cuidada e a cores, folheto incluso com informação e bonecada … a menos, claro, que a Cultura, em si, se apresente com outras urgências e , à falta de melhor, o consumidor prefira mesmo assim , uma cópia eventualmente de pior qualidade e sem tantos atavios, mas que lhe permita o acesso a esses produtos, do que ter de prescindir deles por falta de dinheiro.
Mas não nos dispersemos.
Regressemos ao título.
“Pode a pirataria matar a cultura?” Portanto a pergunta é: pode a troca ilegal de ficheiros, fotocópias e outros suportes matar o fenómeno cultural? Fenómeno cultural, que poderíamos, grosseiramente, definir como a troca descomprometida e sem grandes preocupações de lucro, de toda a informação, de toda a inteligência, de todo o génio humano… poderá essa divulgação, feita sem constrangimentos de mercado, matar a cultura?... Fazê-la chegar o mais longe possível e tendencialmente a custo zero, pode matar a própria cultura? É bem possível...

E cá estamos na tal coisa da óptica do utilizador, porque, é claro que se falarmos da Indústria da Cultura, aí o cenário pode ser diferente! Mas também a Indústria é a Indústria, problema de industriais, enfim, outra guerra, outro cenário.

Ponto dois: E, num cenário tão negro e desregrado, que industrial de bom senso é que teima em abrir lojas condenadas à falência?

Ponto terceiro e último:
Saberiam os corsários espanhóis, os piratas da coroa inglesa, os terríveis flibusteiros de todas as Caraíbas que, em pleno século XVI e assim de sabre nos dentes e muitas vezes mal alimentados, estavam a inaugurar a era do capitalismo selvagem? … Ou que estariam, ainda que por diferida influência, a provocar a queda dos grandes industriais da cultura do século XXI e, mais grave que isso, quem sabe, a mergulhar o mundo e toda a Humanidade numa nova era de obscurantismo e ignorância?!...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Abriu hoje no Porto mais um Centro Comercial.
Desde quando isto é notícia?... Não há muito tempo, mas é.
Diz que vai ter mais de 70 lojas e um Health Club: o sucedâneo actual dos velhos ginásios…
Abre em grande! Já ontem muita gente se juntava, do outro lado da porta, do lado de fora, a ver o que havia para ver, ou seja, quase nada. Quase nada, para além das costas de um segurança que montava guarda à porta. E depois o resto lá para dentro, os corredores, as montras das lojas ainda fechadas….Só isso.
Abre em grande e apresenta-se como ponto de encontro entre clientes e comerciantes, o que, para um centro comercial, convenhamos que é surpreendente e quase revolucionário!
Diz também que quer ser a ágora dos tempos modernos, a lembrar a Grécia Antiga… A verdade é que ontem – diz o Jornal de Notícias – já alguns reencontros se deram, à porta do novo Centro Comercial. Gente que não se via há muito tempo e que se encontrou, por causa da curiosidade que os levou até ali… E hoje, “se deus quiser e a patroa vier, cá estaremos” – disse mesmo um dos entrevistados ontem ao JN.
Lá estarão para ver as montras, para ver, quem sabe, velhos amigos desaparecidos, familiares esquecidos… ou só para passear de um lado para o outro, como barata tonta perdida no seu próprio labirinto…
O Centro, para além do tal ginásio com nome fino, tem ainda um supermercado – dos mais baratos, a julgar pelo nome - e outra loja, que também pelo nome poderá eventualmente ter a haver com produtos de informática, ou multimédia – chama-se Media Market… pode ser. Seja como for, são as âncoras do projecto: o ginásio com nome estrangeiro, o supermercado de preços económicos e esta terceira loja. Aqui a comparação com a ágora grega começa a derrapar mais para o lado do mercado persa, mas adiante…

A questão é que – e aqui as alterações climáticas não devem ter grande culpa – os tempos mudam e é cada vez mais normal, aos fins de semana, por exemplo, vermos cenários de autênticas cidades fantasma… Ninguém nas ruas, nem nos parques, jardins, esplanadas, praças… mas se procurarmos no Shoping local… ah bom!

Os tempos mudam, sem que se dê conta e de repente, quando se vai a ver… já está!

Por exemplo, Carolina Salgado…
“Corrupção”, o filme que João Botelho muito oportunamente construiu a partir do livro da ex- namorada de Pinto da Costa, vai, ao que consta, de vento em popa. Mal acabou de estrear e numa semana já foi visto por mais de 100 mil pessoas!
É curioso que o jornal Correio da Manhã já fala no filme como sendo de Alexandre Valente, o produtor, já que Botelho retirou a assinatura – a zanga foi pública e quase mais popular, à altura, que o próprio filme. Não que ele não tivesse mérito próprio, pelo menos o de ser de toda a actualidade e trazer um certo perfume de escândalo e alguma perversão, que resulta sempre, numa terra onde as poucas diversões que sobram são… visitar centros comerciais ao domingo!
Mas adiante. Dizia que os tempos mudam e quando se vai a ver já está.
Por exemplo, Carolina Salgado...
Diz o Correio da Manhã que a jovem anda em tournée nacional, a ajudar na promoção da fita. Diz o Correio da Manhã que – e atenção que vamos sublinhar esta parte – diz que a escritora passará amanhã por vários centros comerciais no norte do país. Depois vai descendo Portugal abaixo até aos algarves...
É extraordinária a rapidez com que certas coisas acontecem!
Saberá Carolina Salgado, que afinal é escritora?!
É que foi tudo tão rápido!...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

É o resultado de um inquérito do “Daily Telegraph” e o “24 horas” de hoje faz-lhe o resumo. Pergunta a tituleira: “Haverá 10 leis mais estúpidas que estas? “
A ver…
Comecemos por uma, que nem será das mais surpreendentes. Em Inglaterra, é considerado acto de traição colar um selo com a face da rainha de pernas para o ar…
Depois, em York, é permitido matar um escocês, desde que ele se encontre junto às antigas muralhas da cidade… de arco e flechas!
Na Escócia, se alguém nos bater á porta a pedir para usar a casa de banho, não podemos recusar-lhe a entrada.
E quanto a estas necessidades básicas… diz a lei que, se a questão envolver uma mulher grávida, ela tem liberdade completa para resolver a questão onde e como quiser, Diz a lei, que até um capacete de um policia pode servir.
Mas há mais, no ranking do desvario…
Em Liverpool é proibido uma mulher estar em topless…. A menos que trabalhe numa loja de peixinhos tropicais.
E peixes tropicais não tanto, mas se uma baleia vier a morrer nas praias da velha Albion, manda a lei que a cauda do animal seja oferecida á rainha e a cabeça ao rei .

Agora a eleita.
A
lei mais absurda, ao que parece ainda em vigor na Grã-bretanha, é a que proíbe qualquer cidadão de morrer... no Parlamento!
Isto é a coisa mais estúpida da lei inglesa, para 25% dos inquiridos pelo Daily Telegraph.
Acham os ingleses que é mais estúpido que essa outra que os proíbe de entrar na Câmara dos deputados vestindo uma armadura de ferro.

E depois há ainda a lei que ultrapassa todas pela direita e, apesar de recolher apenas 3% dos votos, é matéria de estudo, que abre caminho a interessantes hipóteses…
Diz assim – e cito como vem no “24 horas”- em Inglaterra, é ilegal omitir às autoridades fiscais algo que não se queira que se saiba, mas é legal não prestar informações sobre aquilo que o cidadão não se importe de divulgar.
Ou seja, a ver se nos entendemos…
O cidadão que foge aos impostos, que faz um desfalque numa qualquer empresa, pública, ou privada, que defrauda, de qualquer forma, os cofres do Estado e o erário público… é de prever que não queira muito que se saiba! Pois, mas não pode ser. Pela lei, é obrigado a confessar todos os crimes.
A menos…
A menos que confesse que o quer fazer, o que lhe permite o direito de não o fazer.
Portanto e para não vos roubar mais tempo, em Inglaterra, basta um ladrão reconhecer que está disposto a confessar um crime, para ganhar o direito a não o fazer, ou negar todas as acusações, ou ocultar provas, recusar-se a depoimentos comprometedores…
É muito mais que uma simples charada. Muito mais que um sketch humorístico na linha do nonsense típico britânico. É toda uma filosofia. Um tratado de ética. Pressupor que o criminoso reconhece a falta e está disposto a admiti-la publicamente, assumindo todas as responsabilidades. Não porque é forçado a fazê-lo, mas porque se sente obrigado a fazê-lo. Por imperativo próprio. Uma questão de consciência moral e cívica.
Talvez o legislador inglês estivesse cheio de boas intenções, ao pensar numa lei destas. Talvez fosse só uma sugestão, uma esperança vaga de que as coisas se encaminhassem nesse sentido…
Se era essa a ideia, falhou. Falhou porque as coisas não foi por aí que se encaminharam e hoje, ao ler uma lei destas, a única coisa que acontece é a gente sorrir, ou espantar-se. Como se de repente, d. Afonso Henriques entrasse por S. Bento, de armadura e toledana, a interpelar o governo da república!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Começam hoje em Lisboa os dias europeus do desenvolvimento.
As “Jornadas Europeias do Desenvolvimento”, que juntam, para além de instituições europeias, várias organizações da ONU e outras, não governamentais…
Vai-se avaliar a estratégia de cooperação que nos resgate das alterações climáticas que se anunciam.
Uma cooperação a pensar, neste caso muito concreto, nos países mais pobres de África, onde essas alterações se vão sentir com mais gravidade.
Tudo indica que é nessa zona do planeta que os efeitos serão mais devastadores. Onde se depende essencialmente dos recursos naturais para sobreviver, onde não há uma política de Estado Social, onde se morre de doença por falta de salubridade … As alterações climáticas: secas, inundações e outros fenómenos meteorológicos extremos vão, irremediavelmente e sobremaneira, afectar essas populações…
A ironia de tudo isto – escreve o jornalista do Público – é que, os mais pobres do planeta pouco ou nada contribuíram para o descalabro climático a que se chegou, mas vão ser eles, os que mais hão-de sofrer, quando o dia chegar…

E há-de chegar o dia da assinatura do Tratado de Lisboa!
Só não se sabe se lá se cá…

Tudo por causa do ambiente.
A presidência portuguesa ainda ontem fez finca-pé que o Tratado de Lisboa fosse assinado… em Lisboa, a 13 de Dezembro… ao que parece, poucas horas antes de uma outra reunião em Bruxelas; uma Cimeira que reunirá os mesmos que supostamente hão-de assinar o Tratado. Ora isto implicaria que os 27 signatários haveriam de voar de Lisboa para Bruxelas para a tal cimeira…
Os ambientalistas protestam, que aviões para lá e para cá vão carregar o ar de CO2 sem necessidade nenhuma!
O próprio ministro dinamarquês dos estrangeiros prometeu já que vai levantar a questão, dia 19, na próxima reunião de ministros europeus… Diz que, para além do mais, não faz sentido realizar duas cimeiras em cidades diferentes e no mesmo dia…
A verdade é que, desde o Tratado de Nice, todas as cimeiras são obrigatoriamente realizadas em Bruxelas, desde 2002…
Mas as hipóteses estão em aberto e em discussão: ou a cimeira de Bruxelas se faz em Lisboa e aproveita-se para assinar também o Tratado que, por razões óbvias se fica a chamar Tratado de Lisboa, ou se faz a Cimeira em Bruxelas e assina-se lá o Tratado de Lisboa, que pode ficar na mesma a chamar-se o Tratado de Lisboa., ou antecipa-se a assinatura, em Lisboa, para uma semana antes, de forma a coincidir com a Cimeira euro-africana e aí aproveita-se a boleia da poluição dos aviões fretados para essa cimeira.
Foi Angela Merkl, quem primeiro chamou a atenção para esta sobreposição de datas: as da cimeira de Bruxelas e a da assinatura do Tratado em Lisboa…
Um vai e vem que representa um suplemento de 75 mil quilómetros e a emissão de 250 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera… o equivalente às emissões provocadas pelo aquecimento de uma casa europeia – enfim das mais fresquinhas – durante 25 anos.
250 toneladas de dióxido de carbono que, se o vento estiver de feição, pode bem descer tranquilamente o mapa e estender-se pelos céus de África, quem sabe…
Enfim, o que se sabe, é que – todos de acordo – o Tratado de Lisboa vai chamar-se mesmo Tratado de Lisboa, nem que o assinem debaixo de um coqueiro, no Burkina Fasso!
Isso é certo.
Já foi tratado.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

É uma figura conhecida em Portugal e foi mãe há pouco tempo.
E porque é figura pública foi notícia, a maternidade da jovem mãe.
Notícia surpreendente… diz que pediu para atrasarem a anestesia epidural, porque queria sentir o que sentem as mães pobres, que não têm posses para esses luxos anestésicos. Não prescindiu da injecção, só a fez atrasar um pouco, para ficar com uma ideia.

E aqui saltamos para Moscovo.
É a nova moda entre os novos-ricos russos. Fazerem-se passar por pobres.
Pagam quase 700 euros por uma noite, para se disfarçarem de vagabundos sem abrigo, ou de taxista, ou de prostituta… Sim, que a moda não arrasta só deputados e empresários, mas também as respectivas esposas. Ansiosos por emoções fortes. Já não lhes chega os saltos em queda livre, ou outras aventuras mais extremas e radicais. A emoção máxima é agora passar uma noite ao relento, nas ruas de Moscovo, ou vestir a pele de uma prostituta por uma noite…
! Por uma noite, que depois volta tudo ao normal. Banhinho tomado, um sono reparador em cama decente e limpa e no dia seguinte, os turistas da miséria alheia voltam aos seus empregos, sem sobressaltos e com uma ou duas histórias picarescas para contar.
Mas… estarão eles devidamente identificados? A polícia saberá distingui-los dos verdadeiramente sem abrigo, das prostitutas a sério?... E neste último caso, até onde estarão dispostas a ir, as esposas destes russos de sucesso?...
E como é que se divertem? Uma noite inteira ao relento e mal vestidos?...
E será esse o propósito? Divertirem-se? Ou perceber como vivem certas franjas da sociedade?... Ver para crer e, quem sabe, fazer qualquer coisa para tornar menos miserável a vida dos outros? Ou só para ficar com uma ideia? …
E por 700 euros - que é quanto se paga por uma aventura destas… - por 700 euros, não se poderia fazer qualquer coisa mais interessante com os sem-abrigo, do que macaquear-lhes a desventura e o desamparo?
Olha, por exemplo, os sem–abrigo portugueses precisam de meias!
A “Comunidade Vida e Paz” diz que é do que mais se queixam, quando o frio aperta. E o Natal já aí vem…
Meias! Mas se quiserem… toda a roupa é bem vinda. A recolha de donativos já está em marcha.
Quem quiser colaborar, pode fazê-lo através do site da “Comunidade Vida e Paz”
http://www.cvidaepaz.org/
De certeza, que se faz a festa e lava a alma por bem menos de 700 euros…

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Vai ser hoje entregue, em S. Bento, um abaixo-assinado contra o "museu do Estado Novo", pensado para Santa Comba…
São 16 mil assinaturas. Teme-se que o anunciado museu venha a revelar-se como um santuário do salazarismo. Um local de peregrinação dos saudosos do fascismo português.
A verdade é que pouco se saberá, por enquanto, sobre que tipo de objectos e memórias o museu vai reunir, ou a lógica de organização do material recolhido. Sabe-se, para já, que parte do espólio de Salazar já foi doado por um sobrinho neto …
O protesto reclama contra o que considera a
"divulgação de ideologia fascista."

Ora bem, é sabido que logo a seguir ao 25 de Abril, tudo o que trazia ecos do regime deposto foi rebaptizado em nome da Revolução, em esconjuro da Longa Noite… Nada de mais natural e genuíno. Varrer da memória todas as más recordações. Apear os velhos heróis, que, reconquistada a liberdade, são remetidos ao lugar que lhes cabe na História, de pequenos tiranetes, de cruéis assassinos, de tresloucados visionários. Valeu o sermos o proverbial país de brandos costumes, para que a euforia revolucionária não tivesse chegado a extremos e excessos insanáveis, ou de que agora nos devêssemos arrepender ou envergonhar para o resto dos nossos dias…
Mas isso não quer dizer que não seja, passados estes anos todos, eventualmente interessante arejar e revelar à luz do dia, à luz da História, à luz da nossa capacidade de discernimento… tudo o que houver disponível e que nos ilustre e informe sobre os cantos mais escuros do nosso passado recente.
Na mesma lógica com que se conta a história de Peniche, do Tarrafal, de Auschwitz - faces ocultas da mesma moeda… Uma realidade não teria existido sem a outra, a verdade é essa. E se insistirmos em ver sempre e só uma das faces da realidade, seremos sempre alvo fácil de todos os fascismos, venham eles de onde vierem…

A verdade é que – é antigo o rifão : "pior cego é aquele que não quer ver"!
E, se de fascismos se fala e saudosismos e perigo para a democracia, ofensa à civilização… pois seria mais urgente, talvez, perceber onde mora e o que anda realmente a fazer, uma certa jovial rapaziada, que se auto proclama herdeira, filha órfã de certos nacionalismos serôdios e que – essa sim – sem rebuço nem complexos – publica manifestos, saúda de braço em riste, em locais públicos e alta voz, espanca negros e homossexuais, em nome da pureza da raça e se enfeita com os berloques que sobraram do 3º Reich… Sem grande esforço de pesquisa seria fácil dar com os apartados onde se escondem, seguir-lhes o rasto e confrontá-los com a Justiça, quando e sempre que for caso disso.

Enfim, até poderia ser verdade, que o tal museu do Estado Novo se revelasse fonte inspiradora para uma certa extrema direita com ideias revolucionárias… gente jovem com força ainda para pegar em armas e derrubar governos… mas, em verdade, não creio que seja esse o público maioritário do futuro e eventual museu . Para inspiração têm quanto baste já, em lojas que vendem todo o arsenal de quinquilharia nazi, têm livrarias onde se vendem os livros inspiradores, têm a internet, que até os ensina a fazer bombas em casa, se quiserem… Não me parece que seja num museu, onde eventualmente, a peça que pode despertar mais curiosidade seja o famoso par de botas de António Oliveira… não me cheira que seja aí que as novas falanges vão buscar a flama e inspiração para abriladas fascistas, futuras, ou em sonhos…
Depois, a verdade também é que se formos a ver … Lisboa - e fiquemos só por Lisboa - Lisboa está cheia ainda de placas e pequenos monumentos celebrizando gente que, se formos a ver bem, não deixou grandes saudades ao bom povo português. Nada mesmo!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O medo passeia-se tranquilamente pela avenida. Leva pela mão a desconfiança e a má consciência…
Descem tranquilamente pela avenida. Param perante o aparato policial. Uma brigada fecha o trânsito e monta o dispositivo necessário à operação: neutralizar um saco suspeito, abandonado na via pública. Quase que se ouve o tique-taque da bomba! Ou será o coração, que bate mais forte, com a expectativa?... A explosão desfaz o susto em mil pequenos destroços… farrapos queimados de roupa interior e objectos pessoais não identificáveis espalham-se pelo chão. Pelo menos, não identificáveis como qualquer tipo de ameaça real e perigosa…
Foi no Porto, na rua Passos Manuel, como podia ter sido, na rotunda da Boavista… onde aliás, também já aconteceu.

No Porto, em Faro… o medo gosta de passear e ver gente. E foi á feira de Santa Iria, no Algarve.
O homem estava a fotografar as crianças que se empoleiravam no carrossel. Diz que é costume ir até à feira, tirar fotografias, porque acha que é um sítio que dá boas chapas… muita cor, animação, gente feliz… E estava nisto, quando o medo lhe bateu no ombro e o convidou a identificar-se. A desconfiança, por esta altura, jogava à cabra cega com a má consciência… Avançou de olhos fechados e foi esbarrar com o homem que tirava fotografias. Achou que devia ser um pedófilo, para estar a fotografar crianças num carrossel… com o que se diz e conta por aí, só podia ser…
Levaram-no para a esquadra, já sem grande cerimónia, garante o arguido e quiseram saber tudo. O que estava a fotografar e se tinha ou não inclinações ou tendência pedófilas… Oficialmente, o delito em causa é fotografar, sem licença dos próprios, pessoas na via pública… neste caso, crianças. O que, ao que consta, torna tudo mais suspeito.
A notícia vem em vários jornais desta sexta feira. E o medo deve estar bem satisfeito, por esta hora, com o andar da carruagem… é que – até podemos estar em presença de um sinistro violador de crianças - agora, a verdade é que se se desata a deter pessoas, que fotografam crianças em carrosséis… só assim , mesmo que movido por qualquer denuncia anónima ou identificada… abre-se um precedente que pode revelar-se difícil de gerir… pode vir mesmo a complicar a vida dos fotógrafos em geral, ou até mesmo os mais amadores dos turistas em férias.
No caso das crianças, o medo esfrega as mãos. A coisa parece bem encaminhada. Falta só estender a paranóia aos edifícios públicos…
Quem sabe a verdadeira intenção desse discreto octogenário que segura a kodak com mão trémula e a aponta, com ar suspeito, à fachada dos Jerónimos? E o Cristo rei, estará ele seguro, sob o fogo dos flashes?...

E, ao mesmo tempo e por outro lado, que sentido fará, um dia destes, as secções de perdidos e achados, que algumas empresas e autarquias têm, para devolver ao cidadão os objectos perdidos, esquecidos na paragem do autocarro, na esplanada do café?...
Talvez o medo saiba a resposta, mas agora não pode. Está muito entretido a ver como aqueles dois homens desmontam a pesada caixa Multibanco, para a levarem para casa.
Já tentaram com uns explosivositos artesanais, mas sem grande resultado. O que vale é que parece que têm a noite toda para o fazer. Por isso, alguém lembrou: “e se tentássemos com um catrapila?”
“Boa ideia”, diz o medo. A desconfiança não acha. Mas é normal. A desconfiança é sempre assim, sempre no contra…
A má consciência, como assaltos a Multibanco não a estimulam por aí além, foi para casa.
Foi dormir.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Em português não temos.
A palavra tablóide, estou em crer que entrou no vocabulário português, por causa de certa imprensa britânica. Nós por cá, ou lhe chamamos jornais de escândalos, para os distinguir dos que reputamos de referência, ou são revistas cor-de-rosa, quando a matéria publicada se centra nos esplendores e misérias de uma certa e auto-proclamada beautifull people.
Em Inglaterra não. Chamam-lhes tablóides e são muito populares e dá para escrever quase sobre tudo e de qualquer maneira. Como se o simples facto de se afirmarem como "tablóides" lhes conferisse o direito de o fazer – não o de escrever sobre tudo e mais alguma coisa, mas a prosa com que o fazem..
Ora bem: The Mirror é um tablóide e Tony Parsons é um dos escribas de serviço.
Pois escreveu Parsons, que a culpa é da polícia portuguesa e que o embaixador de Portugal em Londres é um alarve. Em português pode dizer-se alarve… em inglês, o que o senhor escreveu foi que António Santana Carlos, o embaixador português devia era – e cito – “manter fechada a sua estúpida boca de comedor de sardinhas" , isto se e volto a citar – se “no futuro não conseguir dizer nada de construtivo sobre o desaparecimento de Madeleine McCann". Fino recorte, o da prosa… que se adivinhava já no próprio título da artigalhada; voltemos às citações, no original, p'ra não ofender o bom gosto: "Up your's, Senor". Tirando o pormenor do “Senor”, que não rima com nada, o resto é uma expressão idiomática inglesa, ordinarota quanto baste…
Mas, ora bem, comecemos pela manifesta ignorância de línguas deste Tony Parsons. Em português escreve-se "senhor", com h depois do n… em espanhol escreve-se “señor” com til sobre o “n” o que faz que ele se leia “nhe”… Agora, “Senor”, nem o masculino de cenoura é! Pelo menos em português… Fica a revelação: pensava eu, até hoje, que só os Estados Unidos é que faziam estas pequenas confusões geográficas, de pôr tudo o que se mexa a sul da Europa a falar espanhol e fazer trejeitos esquisitos, mas ao que parece, alguma pequena Bretanha também estará um pouco a leste da realidade que a rodeia.
Ora bem, a crónica heróica e patriótica ( ia a dizer patética…) de Tony Parsons vem em resposta à entrevista, que o embaixador português deu ao Times. E o que é que terá indignado tanto o jornalista inglês, a ponto de o fazer confundir Portugal com Espanha, ou outro qualquer país onde se comam sardinhas?...
António Carlos Santana disse ao Times que estava preocupado com a troca de acusações entre portugueses e ingleses e criticou o casal McCann por ter deixado os filhos sozinhos enquanto iam jantar com os amigos…
Ora, para o cronista do Mirror, a culpa do mau ambiente é da Judiciária Portuguesa, que, para Parsons, é "espectacularmente estúpida e cruel"… E que a policia portuguesa tentou encobrir a humilhação, de não conseguir descobrir o que aconteceu a Madie McCann e que por isso ataca os pais da criança…
Ora, o que Santana Carlos disse ao Times foi que em Portugal é normal as crianças estarem sempre acompanhadas pelos pais, pela família, mas que compreendia que em Inglaterra se tenha padrões diferentes. Referiu mesmo que as diferenças culturais entre os dois países explicava muitas das críticas que foram sendo feitas aos pais de Madie. Que era uma questão de cultura, usos e costumes, que como se sabe, cada terra tem os seus…
Pois para Tony Parsons esse foi mais um comentário “ burro e desnecessário”.
Quanto aos jornais portugueses… ora está à vista de todos, ou pelo menos de Tony Parsons, que os jornais portugueses transformaram o caso em “entretenimento leve” e que os apupos do povo algarvio a Kate McCann, daquela vez à entrada da judiciária em Portimão… diz que foi coisa de outro mundo… ou melhor, não foi coisa “de outro país”… foi mesmo “de outro planeta”!
Ora bem, lá em Inglaterra não sei como será, mas, neste Portugal alarve e comedor de sardinhas, que os McCanns todos do mundo devem apreciar, nem que seja só um bocadinho, senão já tinham ido marcar férias para outras praias… pois neste Portugal, penso que nenhum jornal, nem mesmo os mais desbragados, que também os temos, se atreveria a abrir um artigo com “Up your’s”… ou chamar burro e alarve a ninguém, muito menos a um embaixador estrangeiro… Pode ser uma questão de cultura, pode ser apenas uma questão de boa educação… ou até quem sabe… da própria sardinha assada. Pelo sim, pelo não…sigamos a sardinha!