quinta-feira, 17 de julho de 2008

a vida em geral

Então… às armas!

Nem sobre a terra, nem sobre o mar, ninguém sabe onde param, as duas metralhadoras Beretta de 9mm, que desapareceram do armeiro da esquadra da Belavista, em Setúbal.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia recusa-se a admitir que tenham sido roubadas, mas a verdade é que ninguém sabe onde elas param, nem que sumiço levaram.

O alerta foi dado, já em Maio, pela subcomissária responsável pela esquadra da Bela Vista. Duas pistolas metralhadora e respectivas munições tinham desaparecido do armário, onde estariam fechadas à chave e com acesso restrito e reservado à própria comissária, ou, na ausência dela, ao oficial que a substituísse. Logo na altura e após a denúncia foram accionadas todas as diligências para descobrir o paradeiro das armas. Abriu-se mesmo um processo disciplinar, enquanto se informava o Ministério Público da ocorrência. Da investigação interna em curso espera-se a maior celeridade. Em comunicado, a PSP afirma que a hierarquia da policia responsabiliza “todos os elementos policiais pelos actos praticados durante o serviço e que possam prejudicar a eficácia da força de segurança, nomeadamente o extravio ou destruição do material fornecido”. E neste caso, as hipóteses que se levantam são justamente essas. Roubo ou extravio. Sendo que, a hipótese de extravio, parece já, ela própria, um pouco extraviada! Como se extravia uma metralhadora?!... Esquecemo-nos dela no táxi, ou na Caixa do supermercado? Mandamo-la pelo correio para a prima na terra e os correios entregam-na a um estranho qualquer a 5oo quilómetros de distância?!...

Adiante. Já vimos que o presidente da associação sindical da polícia se recusa a admitir a hipótese de roubo. Ele diz que qualquer esquadra, por mais pequena que seja, tem sempre um armário seguro onde guardar este tipo de armamento, que é considerado já arma de guerra e usado em operações especiais mais perigosas, ou no patrulhamento automóvel da cidade. Paulo Rodrigues, chama-se o presidente, disse ao Diário de Notícias, que o mais certo é tratar-se de um “erro de contabilidade”. Ou seja, alguém se enganou a contar as armas. Diz Paulo Rodrigues: “eu apontaria para um erro de contabilidade, já que a policia ainda tem um modelo de gestão que vem dos anos 80”. Por isso, diz o sindicalista, é urgente adoptar uma gestão mais eficaz e simples. Diz que um modelo empresarial baseado nas novas tecnologias funcionaria muito bem e pouparia recursos humanos. Actualmente, diz Paulo Rodrigues, cada vez que é preciso saber do armamento disponível, há que fazer a contagem arma a arma e por várias pessoas, à vez e repetidamente.

Enfim, o processo de contagem unidade a unidade até à soma final, pode ser primitivo, mas se não houver distracções, parece relativamente seguro. Se é uma técnica dos anos 80 ou não… não sei, se bem que desconfie que é um pouco anterior, mesmo. Mas adiante.

Onde se quer chegar é a este ponto. Já se abriu um processo disciplinar, contra o quê, ou quem?... À comissária responsável, ao oficial que a substituiria eventualmente na ocasião? Aos dois? À esquadra por inteiro? O que se sabe é que o processo crime e a averiguação disciplinar – como lhe chama, no caso, o Correio da Manhã – estão em curso para saber se a comissária, ou algum subordinado poderão ser considerados responsáveis… neste caso, considerados irresponsáveis, já que é de incúria que se fala. Ficamos também e entretanto a saber que as armas estão a ser recontadas, para ver se afinal tudo não passa de um erro de conto. É verdade. Está aqui escrito. O alerta foi dado em Maio. Está um processo disciplinar em curso e entretanto e ainda, ou se quisermos, entretanto e só agora é que se está a recontar as armas, a ver se sempre falta alguma, ou antes pelo contrário, o que também seria pouco provável. Que sobrassem.

Provavelmente a contagem estará a ser feita ainda segundo o arcaico método usado em Portugal nos idos anos 80, pelo menos, ao que vimos, na polícia, do um mais um igual a dois, mais um, três e por aí fora...

Primitivo, mas eficiente na maioria dos casos, menos neste.

Entretanto também, acontece que a manchete, pelo menos a do Público, é também de armas que fala. Mas, neste caso, do milhão e 400 mil armas ilegais, que existem em Portugal. Um milhão e 400 mil é muita arma, ilegal ou não. Um milhão e 400 mil é quanto a PSP calcula que há, de armas ilegais espalhadas pelo território nacional. De certeza? Contaram-nas bem? Não será melhor contá-las outra vez?

salazar, o tal azar

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Antes de mais, e porque entretanto e apesar da discrição dos últimos tempos, calcula-se que ela ainda se mova… a investigação e julgamento do escândalo da Casa Pia e dos abusos sexuais sobre os menores internados na instituição…

Por isso mesmo e porque, mais que isso, Paulo Pedroso faz questão em não deixar cair o assunto, temos então que o deputado diz que vai responder ao arquivamento do processo contra seis antigos casapianos, com acusações particulares de difamação. Os jovens foram processados – escreve o Público – por terem envolvido Paulo Pedroso no escândalo de pedofilia, mas o processo foi arquivado. Pedroso não se conforma e quer que ele seja – eventualmente – reaberto… Ou seja, põe-se a hipótese de Paulo Pedroso avançar com novas queixas contra estes 6 ex-casapianos.

É bem possível que, se não fosse esta insistência de Pedroso, já pouca gente se lembrasse, que ele alguma vez foi implicado, ou indiciado no processo. Com mais um par de meses, ou vá lá, um anito, se calhar, então é que já ninguém se lembraria mesmo.

Entretanto, convém ser um bocadinho realista, também aqui nesta matéria. É que, se é de indemnizações que se trata…. um casapiano, ou um ex-casapiano, das duas uma: ou se deu muito bem na vida, depois de sair do colégio… ou então, duvido bastante que tenha dinheiro que chegue para pagar indemnizações. É que, a Casa Pia não é propriamente um colégio para meninos ricos.


E…duas boas notícias para desanuviar.

Comecemos pelo título do 24 Horas. “A culpa é da conjuntura”, é o que diz o título da notícia. E a notícia tem a ver com o Banco de Portugal ter dito que o crescimento económico se há-de ficar pelos 1,2% em Portugal e não nos 2%, previstos por governantes e alguns economistas.

Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, apresentou ontem, no Parlamento, o Boletim Económico de Verão e – segundo o 24 Horas – não trouxe boas notícias. Isto porque se conclui que vai haver menos crescimento e preços mais altos.

Bom, esta será talvez má notícia, quanto ao resto, permitam que discorde.

Isto, porque se, como se diz em título, a culpa é da conjuntura, tudo se explica e torna mais fácil. Pior… enfim, má notícia mesmo era chegar-se à conclusão que a culpa era de quem governa, ou de quem é governado, ou de quem gere e transacciona a riqueza produzida por ambos. Era muito pior – resumindo – se a culpa fosse nossa. Assim é muito melhor e é decerto uma excelente notícia saber que a culpa da tão cantada crise é da conjuntura. De um substantivo neutro. De uma coisa.

A outra boa notícia vem pela voz e declarações de José Sócrates.

Ontem ainda, à entrada para o jantar de celebração do primeiro aniversário de António Costa como presidente da Câmara de Lisboa… Foi aí que, questionado sobre a possibilidade de aumentos de salários na Função Pública, Sócrates terá respondido – como conta o Jornal de Notícias – que isso “só agravaria o problema e criaria uma espiral inflacionista”. Garantiu Sócrates, que esse seria “um erro” que nunca haveria de cometer, porque iria “prejudicar os mais pobres”. Aqui já a boa notícia se começa a desenhar… A preocupação manifesta de Sócrates pelos mais pobres, que o leva a recusar medidas, que até o poderiam tornar mais popular, mas que, como diz o primeiro-ministro, iriam prejudicar os mais pobres.

E porquê? Porque – continua Sócrates – a seguir ao aumento dos salários, aumentariam os preços. Seria um erro de política económica que este Governo - diz Sócrates – “que este Governo só para ser simpático não cometerá.” Claro que aqui, há que ter em conta a oralidade do discurso, que conduz a esta situação ambígua. Ou seja… diz Sócrates, que esse seria “um erro que o Governo, só para ser simpático, não cometerá”. Não cometerá o erro, só para ser simpático?!... Claro que não. Não impliquemos. Fiquemos antes pela boa notícia.

Diz Sócrates, que não aumenta os salários, porque senão teria de aumentar os preços. Era inevitável a relação de causa efeito. Excelente! Assim sendo e não havendo aumentos de salários para a Função Pública, isso só pode querer dizer, pela mesma lógica de raciocínio, que os preços não vão aumentar. Talvez não tão cedo. Não pelo menos até que a Função Pública seja aumentada. Coisa que o primeiro-ministro se recusa a fazer, pelo menos para já. E ainda bem, tendo em conta a inflação anunciada.


No Diário de Notícias, escreve-se que o Governo recusa assumir erros dos médicos. Lido assim, o que mais estranha é equacionar-se a hipótese contrária. Mas adiante.

Em sub título explica-se, que a inexistência de seguros pode levar médicos para o privado. É o alerta do bastonário da Ordem.

O que se passa é que o ministério da tutela, o da Saúde, atira para os hospitais a responsabilidade pelos erros dos médicos, mas o bastonário, Pedro Nunes acha que o Ministério se deve abrir ao debate, sobre a criação de seguros, que protejam os profissionais do ramo.

Segundo o novo regime de Responsabilidade Extracontratual do Estado – o que responsabiliza funcionários públicos pelos erros cometidos – torna-se mais exigente, o assacar de responsabilidades aos faltosos.

Médicos e enfermeiros estão a coberto de um seguro, garantido pelas respectivas Ordens, mas, segundo Pedro Nunes, é pouco. Não há grande capacidade financeira. O dinheiro é retirado das quotizações dos associados e mal cobre as despesas.

O ministério determina que, em caso de haver lugar a indemnizações por erros cometidos, por erros médicos cometidos, cabe ao hospital cobrir essa despesa. Acontece que, se se provar que o erro se deve a uma – como se diz – “negligência grosseira” do médico, este terá, por sua vez, de compensar o hospital.

O bastonário da Ordem dos médicos avisa que muitos clínicos – principalmente no privado e sobretudo cirurgiões – já decidiram por conta própria fazer os seus seguros de trabalho, ou de acidente de trabalho, ou de negligência grosseira no trabalho… enfim o que lhe chamarem…

Continua, Pedro Nunes que, se o Estado não der atenção a este assunto, ela vai intensificar-se, a fuga dos médicos, do serviço público para a medicina privada.

Conclui Pedro Nunes, que um médico que ganha mil e poucos euros não vai pagar ainda – atente-se no "ainda – “não vai pagar ainda um seguro, para cobrir as indemnizações altas a que pode estar sujeito”.

E concluímos, nós também, duas coisas simples e rápidas. Que há, em Portugal, médicos a ganhar mil e poucos euros por mês. É o que se depreende, com alguma boa vontade, das declarações do bastonário Nunes…

E ainda que, numa primeira leitura, o que preocupa mesmo estes médicos, é saber quem é que paga os estragos, se qualquer coisa correr mal, no exercício da profissão. Repare-se também, que não se falou nunca em acidente, em condições deficientes de trabalho que possam levar a qualquer problema grave e irremediável… falou-se em “erro médico”, em “negligência grosseira”. É esse, o ónus que os médicos se recusam a assumir em nome próprio e pretendem que um qualquer seguro, que alguém pague em nome deles, os proteja e guarde.

Para as vítimas desses mesmos erros será igual saber quem paga. Até porque, na maior parte das vezes, o que está em jogo, não tem preço.

terça-feira, 15 de julho de 2008

este post seria para ler depois do outro, que vem abaixo dele, mas isto, dos blogs, eles é que mandam!...

ALGUMAS SUGESTÕES DE PADRINHOS E MADRINHAS DO PRÓXIMO E FUTUROS SUBMARINOS DA GLORIOSA ARMADA NACIONAL
O Campeão nacional em título de mergulho em apneia

Mariza, a fadista

O chefe do Estado Maior da Armada (ou a mulher dele, vá...)

A múmia de Américo Tomás, sempre é a múmia de um contra-almirante, homem do ramo e qualificado, no seu tempo

Soraia Chaves, a jovem e meteórica actriz d'"O crime do padre Amaro", que não tem borbulhas como o champagne, mas, há quem garanta, que é capaz de albarroar um contra torpedeiro, só com um golpe de ancas.

José Castelo Branco, o popular e mediático, que adora inaugurações e festas em geral e é muito religioso, também

Vitor Constâncio, enquanto presidente do Banco de Portugal, deve achar interessante ver para onde vão as nossas economias, para depois poder rever à vontade, em alta, ou até mesmo debaixo de água, o défice orçamental português

José Sócrates, só para não ficar zangado, se fosse caso disso, que nós já o vimos zangado e é feio. assustador, mesmo

O Cardeal Patriarca de Lisboa, que, nisto de baptismos, nada como recorrer a um profissional, se bem que, aqui, o sacerdote teria de celebrar o acto com vinho espumante; não tanto por ser chique, ou tradição, mas porque, água e sal, como manda a praxis católica... isso, já o submarino vai ter com fartura, quando começar a navegar. só por isso

A minha prima Adelina, que ficou inconsolável, desde que era para ser madrinha do filho de uma colega lá do trabalho e afinal a cabra convidou a estúpida da sogra. se está à espera que a velha morra e lhe deixe a herança e o monte no alentejo, bem pode esperar sentada, que a velha está ali para as curvas e, deixar heranças não é com ela. forreta, como o raio que a partisse, era mais capaz de dar tudo aos porcos. nem nunca gramou o próprio filho, aliás, porque é que pensas que fez uma festa e andou 3 dias bêbada, quando ele se casou? só de vê-lo pelas costas!... isto é o que a minha prima diz . é só por isso. coitada, qualquer dia vai-se mesmo abaixo.

O despacho tem a data de 8 de Julho e os sindicatos da polícia já levantaram algumas dúvidas e contestam mesmo a legalidade da ordem de serviço. E o que é que ela ordena, a ordem de serviço? Em 13 pontos, ordena como se deve apresentar ao serviço, qualquer oficial da polícia, em Portugal.

E aqui chega-se à conclusão, que a ignorância é uma coisa terrível. A ignorância, a falta de informação. Explico já.

O 24 Horas publica algumas dessas 13 novas regras. Por exemplo – os homens não podem usar qualquer tipo de brincos ou piercings, em regiões corporais visíveis, ou expostas. Já as mulheres, brincos, só coisa discreta e no lóbulo inferior da orelha.

Também as tatuagens, a haver, devem ser cobertas pela roupa. O cabelo. Nos homens, barba e bigode e cabelo, há que os ter de cor natural ou discreta e uniforme. Às mulheres permite-se a vaidade de uma pequena nuance, ou madeixa, desde que dentro do socialmente comum ou aceitável… Seja lá isso o que for.

Voltemos aos bigodes. Pois já não estamos no século 19 e, bigodes agora, só com a parcimónia que não os deixe descair por sobre o lábio, ou retorcer as pontas em geometrias mais ou menos artísticas.

E até aqui, vamos indo. Agora…

Óculos de sol… diz que terão de ser dos convencionais e discretos, eles também… sendo que nunca devem ser usados quando o polícia está em formatura ou em contacto directo com a população. Isso vale para um polícia, como para qualquer civil, ou paisano. Falar com alguém de óculos escuros postos é das mais elementares regras de má educação.

O mesmo para o mascar de pastilha elástica, ou fumar… também aqui não deveria ser preciso chamar a atenção de ninguém. Mas continuemos, que a coisa refina-se. Diz assim: Evitar o uso abusivo e continuado de envio de mensagens SMS. Está a ficar melhor. Mais. Preservar a higiene pessoal e do uniforme. Eu não disse?... Está-se a compor! E agora, porque os meus amigos merecem o melhor que há no mundo… dou-vos mais esta última recomendação, expressa no despacho de que falamos. Diz assim:

Nas deslocações ao tribunal, ou em audiências de julgamento, ou outras diligências processuais, não é permitido o uso de chinelos, t-shirts, roupas rasgadas, ou camisolas de alças (!!!)

Todas as infracções serão castigadas. Sendo que, francamente, em relação a este último ponto, é capaz de ser talvez excesso de zelo. Que vos parece?

Só mais esta última nota final.

Ainda no 24 Horas e ainda na sequência do que vos dizia ao inicio, de que a falta de informação e a ignorância são coisas terríveis. E falo na ignorância, pela razão óbvia de que nunca me passaria pela cabeça que, por exemplo, fosse preciso fixar em despacho coisas como essa de não ir de chinelos e em serviço para uma audiência … mas há mais!...

Hoje na Alemanha é lançado às águas o “Trident”. O submarino português.

Uma encomenda de 2004, o “Trident” é o primeiro de dois submarinos encomendados por Portugal, para substituir os velhinhos “Delfim” e “Barracuda”. O primeiro, este “Trident”, chegará a Portugal só em 2010, mas hoje é o lançamento oficial à água. Na cidade de Kiel, nos estaleiros navais de Kiel.

Na cerimónia vai estar presente Severiano Teixeira, ministro da defesa e faz todo o sentido, claro. E também Jaime Gama, presidente da Assembleia da República. Enfim, a notícia do 24 Horas o que diz é isto: “A madrinha do Trident será Alda Taborda, mulher de Jaime Gama, presente na cerimónia.” Pela redacção, não se percebe bem se é da mulher de Jaime Gama que se fala, se do próprio, ou dos dois… Da esposa de Jaime Gama é de certeza, já que, ao que se lê, é quem vai baptizar o novo submarino.

Mas, para o que importa agora, será portanto, Alda Taborda, esposa de Jaime Gama a madrinha da embarcação.

É por isso que falava da ignorância e do terrível e, em certas profissões, imperdoável mesmo, que é a falta de informação.

Qual é a lógica da escolha destas coisas de apadrinhar navios, submarinos e outro género de embarcações, sejam vasos de guerra, ou veleiros de recreio? Sabeis vós?... Enfim, a uma escala doméstica, a lógica pode ser a da proximidade da madrinha ao afilhado, ou aos pais da criança… No caso de navios de guerra, propriedade do estado, aí será eventualmente outra qualquer, a lógica da escolha.

Mas, entretanto, quem é Alda Taborda?!

Terá alguma ligação especial e privilegiada à Marinha, ou à Defesa Nacional, ou, por absurdo e improvável, a alguma marca de champanhe, que é, pelo menos na marinha civil e mercante, com que se costuma celebrar este tipo de cerimónias ?!...

Quem é Alda Taborda? Alguém com uma paixão irrefreável por submarinos e baptizados?

Alda Taborda… Drª Alda Taborda é a esposa de Jaime Gama, presidente, por seu lado e inerência de funções, da Assembleia da República Portuguesa.

É o que vem, nesta breve biografia (não oficial, é certo) de Jaime Gama, na Internet. Casado com drª Alda Taborda. Se clicarmos no nome da senhora, entramos na página da própria, onde não consta sequer a especialidade que a doutorou, nem qualquer outra indicação útil, para além de que é casada com Jaime Gama, a 2ª figura da hierarquia do Estado português.

Ora, a partir de hoje, já se lhe pode incluir, que é também a madrinha do “Trident” – nome carinhoso para o U-209/PN, o primeiro de dois submarinos, que hão-de reforçar a frota nacional, a partir de 2010.

A notícia não diz, que não há espaço para tudo, se foi a madrinha quem escolheu o nome do neófito.

E, de repente, faz-se luz! Pois, não dizia que as madrinhas são escolhidas entre os mais próximos da família? E, a drª Alda Taborda, não é ela esposa de Jaime Gama?! Não foi, aliás, a única coisa que se concluiu, até ao momento? E, sendo Jaime Gama, o 2º da hierarquia do Estado, não o faz, de certa forma, também e juntamente com o ministro Severiano da Defesa, os pais da criança?. Então, pronto! A drª Alda Taborda é a madrinha, porque é casada com o pai da criança, ou com a mãe, para o caso, dá igual. É da família!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

“As bonecas deficientes podem ajudar as crianças?...” É a pergunta, em título e a toda a largura da página, esta segunda feira no jornal Público.

Bonecas deficientes como? Defeito de fabrico?!...

Nada disso. Têm os olhos amendoados, a língua ligeiramente de fora, as mãos sapudas. Explica-se em sub título, que são bonecas com o síndroma de Down.

Será brincadeira de mau gosto, ou, como se anuncia, a maneira de promover a diferença? As opiniões dividem-se. Há quem diga que roça o mau gosto.

Ora comecemos por aqui. O Jornal publica a fotografia do que se supõe serem dois exemplares destas bonecas, que começaram já a ser fabricadas e postas no mercado por uma empresa espanhola. Já se venderam 5 mil bonecas destas, em Espanha, onde, do lucro das vendas, a empresa doa 40% para a associação espanhola de apoio às crianças com o síndroma de Down.

Mas, não nos dispersemos. Dizia, que a ideia é controversa e divide opiniões. Primeiro que tudo – e regressemos às fotografias – as bonecas, que o jornal mostra, têm um ar absolutamente normal. Ou seja, são idênticas a centenas de outras, que já todos vimos, em outras tantas montras de loja. Se o jornal não dissesse que estas duas, estas duas em particular, foram desenhadas e construídas na imitação de uma criança com o síndroma de Down… ninguém lá chegaria por conclusão própria, ou por observação cuidada. Ninguém. Garanto-vos. Aliás, já todos vimos bonecas de aspecto bem mais estranho, sem etiqueta nenhuma em especial que indique o que elas pretendem retratar, ou significar, ou chamar a atenção para…

Mas, continuemos. Em Portugal, a “Diferenças” – associação de portadores de trissomia 21 e a “Raríssimas” – associação nacional de deficiências mentais e raras rejeitam estas bonecas. Diz o jornal, citando: “as meninas olham e admiram o perfeito, o ideal, a Barbie que não existe. Porquê retirar-lhes também esse sonho de se reverem nelas, como acontece com as meninas sem deficiência?” Este já é um raciocínio que me custa um bocado a acompanhar... Adiante.

Depois, há estes dois investigadores da Faculdade de Motricidade Humana – os nomes para já pouco adiantam – mas, que dizem que o ideal seria oferecer estas bonecas a crianças sem deficiência, para que percebam que há diversidade, que há diferença. Haver há, duvido um bocado é que as crianças consigam distingui-la, só de olhar para estas bonecas. Enfim, se se fizer mesmo questão em sublinhar essa diferença. Aí talvez lá cheguem.

Os fabricantes acham no entanto, que o público-alvo é mesmo o das crianças com deficiência. Para que elas tenham algo com que se identificar, para que construam a sua auto estima, para que se sintam mais integradas na sociedade. Continuo a dizer que os modelos apresentados na fotografia do jornal têm um aspecto absolutamente banal e idêntico a milhares de outros que já vimos. Tirando, claro, as Barbies.

Ora vamos às Barbies! Paula Costa, presidente da “Raríssimas” diz que esta ideia é má, porque – voltemos à citação – “as meninas olham e admiram o perfeito o ideal, a Barbie que não existe. Porquê…” – continua a presidente da “Raríssimas” – “…porquê retirar-lhes também esse sonho de se reverem nelas, como acontece com as meninas sem deficiência?” Ora bem, esta é fácil! Porque, ao menos as meninas com deficiência, talvez mereçam ser poupadas a esse sonho.

E por duas razões simples… Primeiro, por uma questão de honestidade. Porque por muito que façam, a condição genética nunca lhes há-de permitir ser uma Barbie. E ainda bem que não! Porque, ao contrário do que afirma Paula Costa, presidente da “Raríssimas” , a Barbie existe mesmo! E, se me permitem a opinião, é até bem mais desengraçada, benza-a deus!, que estas duas bonecas, que o Público hoje mostra em fotografia .

Depois, porque... Paula Costa ainda, diz que oferecer uma boneca destas a uma criança com o síndroma de Down é o mesmo que dizer: tu és assim, és diferente e só podes ter um dia um bebé como tu. Como se dissesse, “e isso é fodido, mas é assim mesmo. Estás condenada!" Diz ainda, Paula Costa, que não se quer promover a diferença, mas promover a beleza das crianças com síndroma de Down. Fazê-las crer que, por fora podemos ser diferentes, mas que, por dentro, somos todos iguais. Ora aí está um belo chavão cheio de pontas soltas e a segunda razão de que falava. É que, nem por dentro nós somos todos iguais. E daí? Qual é o problema?

Mas volto ao que importa. E o que importa é que estas bonecas são francamente mais bonitas que a escanzelada, que a inútil da Barbie. Têm, pelo menos, um ar mais saudável.

E em Portugal, é a batatinha frita, a pipoca em frente à televisão, é, mais que tudo, a ociosidade e a falta de assunto, o que leva as nossas crianças a ganhar peso até se tornarem, o que clinicamente se chama, obesas.

E em Portugal, conta o 24 Horas, há, a partir deste ano, um projecto pioneiro para combater a obesidade infantil. É um campo de férias especialmente organizado a pensar nas crianças com excesso de peso. Foi a médica Helena Fonseca quem teve a ideia e criou este campo de férias. A colónia de férias fica em S. Martinho do Porto. Funciona na pousada da Juventude de Alfeizeirão e recebe crianças entre os 10 e os 16 anos. E está a ser um sucesso.

As 30 crianças inscritas, diz que até já comem salada e até gostam. Diz a médica que as crianças já eram acompanhadas em espaço de consulta e que se tinha verificado que, o período entre o fim das aulas e as férias em família era o mais complicado. Isto porque é o período em que elas ficam entregues à própria sorte, sem outra companhia que não sejam os computadores, as consolas de jogos, ou a televisão. Um período em que a única actividade física é pestanejar, abrir e fechar a boca para comer e mexer os polegares para manipular os comandos dos videojogos e afins…

Era portanto urgente tirar as crianças dessa rotina entorpecedora e colocá-las num espaço onde fosse possível – diz a médica – trabalhar determinadas técnicas…

Para isso formou-se uma equipa de pediatras, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e especialistas em exercício físico.

Para já, os primeiros resultados são um sucesso rotundo. Diz a médica que é espantoso vê-los a comer com gosto, alface e cenoura em salada. Diz que está espantada com a quantidade e o gosto com que o fazem. Mais ainda. O gosto com que, depois das refeições, partem todos em grupo a fazer passeios a pé. Ninguém desiste e uns apoiam os outros, quando alguém dá sinais de cansaço, ou menos vontade.

A experiência foi planeada pelo Departamento da Criança e da Família do Hospital de Santa Maria e tem o apoio do Instituto da Juventude e da Plataforma contra a Obesidade da Direcção Geral de Saúde.

O projecto, nesta primeira edição, decorre até 19 de Julho e está aberto também aos pais, convidando-os a eles também a participar nas actividades físicas, juntamente com os filhos. Acabadas as férias e depois da passagem por este campo, as crianças vão continuar a ser monitorizadas pelos técnicos, que esperam sinceramente, que este exemplo os encoraje e dê força de vontade para, durante o resto do ano, continuarem a ter cuidado com a alimentação e a não cometer excessos.

E se calhar, aqui é que está o busílis da questão. É que, já vimos que, se tiverem, mais do que incentivo… se tiverem assunto, as crianças aderem com alegria – até comem alface, diz a médica. O problema é mesmo a falta de assunto. Ou se quisermos, a facilidade com que os pais destas crianças os deixam sozinhos e entregues à sorte, a imbecilizar aos poucos frente à televisão, ou agarrados à playstation. É mais fácil… Claro que todos eles, os pais, devem achar brilhante esta ideia e até parece que já os estamos a ver todos contentes a fazer ginástica com os filhos e a comer alface com eles, numa alegre e saudável confraternização macrobiótica. O pior é quando acabarem as férias e tudo voltar à rotina do dia a dia.



Nasceu ontem a União para o Mediterrâneo, escreve o Público a abrir a página – que aliás são duas – dedicadas à cimeira de Paris, deste fim-de-semana.

Uma União para enfrentar os grandes desafios do século. Uma União destinada a reforçar e impulsionar o Processo de Barcelona, que foi criado em 95, mas que não chegou a impor-se, devido sobretudo aos diferendos entre Israel e os Estados Árabes.

43 países, 750 milhões de cidadãos das duas margens do mar mediterrâneo, unidos – escreve o Público , citando a declaração final da cimeira… “unidos pela ambição comum de construir juntos um futuro de paz, democracia, prosperidade e compreensão humana , social e cultural.”

Continua-se depois, explicando que o projecto – o desta União para o Mediterrâneo - tem a ver com o assumir em mãos os grandes desafios do século. As alterações climáticas, a deterioração do ambiente, o acesso à água e à energia e ainda, as migrações e o diálogo entre civilizações… Aqui é que as águas se dividem, ou se quisermos, aqui é que o mar mediterrâneo estabelece a fronteira primordial. A ver…

Diz a notícia que " a primeira prioridade desta União para o Mediterrâneo vai ser despoluir o mar.” Para isso, há que eliminar em 80%, as fontes de poluição. Esgotos e lixeiras… um esforço que deve custar 2 mil milhões de euros até 2020. Isto, o esforço anunciado do lado europeu. Os desta margem pretendem igualmente avançar com o desenvolvimento da energia solar… mas neste caso, na outra margem, ou seja do lado africano. Bem como o reforço da protecção civil – aqui, fica-se sem saber de que lado, mas acredita-se que se estaria a pensar no reforço da protecção civil, nas praias e costas de desembarque dos imigrantes clandestinos… eventualmente. Outra prioridade na agenda europeia, para além de despoluir o mar, é reforçar os transportes marítimos entre as duas margens e a criação de uma Universidade Euro-Mediterrânica – que já foi, aliás, inaugurada na Eslovénia.

Agora as prioridades dos países da margem sul. Os da outra banda.

Em primeiro lugar… vistos de trabalho na Europa. Autorização para estudar na Europa.

Depois, possibilidade de vender a produção agrícola desses países, da outra margem, no mercado comunitário europeu.

Dois objectivos que, segundo o jornal, não estão por agora contemplados.

Ora, já vimos que há algumas diferenças entre os objectivos, que movem as duas margens do Mediterrâneo.

Sabe-se que o tal Processo de Barcelona terá encalhado justamente por se ter concluído que havia algum desequilíbrio, em favor da União Europeia e prejuízo dos outros países de fora do espaço comunitário. Pois agora e para colmatar essa grave falha, ter-se-á descoberto a pequena solução para o grande problema. E ela é – a presidência da recém criada União para o Mediterrâneo será bicéfala. Ou seja, uma presidência conjunta de um país do norte e outro do sul. Para já, esses cargos serão assumidos por Sarkozi, da França e Mubarak do Egipto. Também um secretariado-geral comum e bipartido se encarregará de definir projectos e angariar financiamentos.

E para já, também e apesar das diferenças substanciais e já referidas, dos propósitos, prioridades e objectivos das duas margens do mediterrâneo… apesar disso, que poderia levar a pensar que temos aí um problema. Por exemplo, o sul a querer vistos de trabalho e o norte a reforçar a protecção civil e as fronteiras… poderia ser um problema difícil de resolver. Ou o sul a querer ter acesso aos mercados comunitários e a comunidade mais preocupada em vender-lhes painéis solares… poderia ser, mas não é. Diz a noticia, que o problema maior e que aliás teve de ficar para outras núpcias… é o de decidir onde vai ficar a sede do futuro secretariado da União para o Mediterrâneo!

Há várias propostas… Espanha, Marrocos., Argélia, Tunísia, são os candidatos, mas, este fim de semana em Paris, não se chegou a consenso e a decisão ficou adiada para Novembro, para uma reunião de ministros de negócios estrangeiros que está agendada para essa altura. A grande decisão! Onde é que vai ficar a sede do secretariado da União para o Mediterrâneo. Tirando isso, tudo correu benzinho e o jornal garante até em título que, a Cimeira de Paris foi literalmente varrida por uma onda de optimismo quanto à paz no Médio Oriente.

Boa onda!