segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

dá-me um segundo!...

A Terra atrasa-se e torna 2008 um ano mais longo.

É o título no Jornal de Notícias.

E parece que sim, que vai ser preciso ajustar os relógios atómicos do mundo inteiro, ao bater da meia-noite do próximo 31 de Dezembro.

É um acerto que se justifica pela necessidade de sincronizarmos, o nosso tempo, com a velocidade de rotação da Terra. À primeira vista, parece que andamos um pouco depressa demais. Não muito, mas enfim, um segundo a mais e há agora de reacertar o passo e os relógios de todo o mundo.

Acontece que – diz o Jornal de Notícias – a electrónica está a tornar a hora legal cada vez mais importante. E dá-se exemplos: transacções de dinheiro, ou documentos por via electrónica; compras de acções, cadernos de encargos para concursos de obras públicas, envio de documentos para os tribunais… São esses alguns dos exemplos, que o jornal escolhe para ilustrar a importância, que um segundo pode fazer nas nossas vidas.

Diz o jornal, que pode haver sérios conflitos de interesses, por causa disso.

Um exemplo ainda mais concreto do prejuízo é o de, quando, por exemplo, a Central de Compras do Estado começar a aceitar só concursos por via electrónica – o que vai acontecer em breve – pode haver quem perca algumas adjudicações se se atrasar, um segundo que seja. Também os Bancos e todo o mundo financeiro podem ser prejudicados seriamente. Aliás, diz o jornal que este é o sector mais afectado, por essa tal diferença de um pequeno segundo de tempo. Um grande imbróglio mesmo, remata o jornal.

Ora, se recuperarmos os exemplos acabados de citar, temos que as situações mais periclitantes, no cenário exposto, são quais?...

Vamos lá: transacções de dinheiro, ou envio de documentos, ou cadernos de encargos para obras públicas… podem sofrer com o atraso de um segundo. É óbvio. É óbvio que sim, para quem deixa tudo para a última hora – no caso, para o último segundo.

Mais: compras de acções . Aqui é óbvio, que deixar para o último segundo, só pode querer dizer que se está á espera que elas – as acções – baixem um pouco mais de preço no mercado, para avançar com a ordem de compra. E a isto chama-se especulação e ganância.

E aqui chegados e numa primeira leitura, temos então que os seriamente prejudicados com essa diferença de um segundo serão os gananciosos, os especuladores bolsistas e os que deixam sempre tudo para a última hora. Fazem uma grande falta à sociedade portuguesa?... A questão não é essa, nem seria, aliás, razão para não nos preocuparmos também com eles! Com um bocado de sorte, talvez sobrevivam até perceber a real importância de um segundo na vida de uma pessoa. É que , num segundo, pode a gente, por exemplo, apaixonar-se. Ou levar um tiro nos cornos!