sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Haider era gay, o paneleiro!...

É capa do Diário de Notícias de hoje e diz assim: Sucessor revela que Haider era gay. Ora o Haider de que se fala é Jörg Haider, ex líder da extrema-direita austríaca, recentemente falecido num desastre de automóvel. O sucessor é Stefan Petzner, que diz ter chorado a morte de Haider, do "homem da sua vida" – escreve o DN, com as devidas aspas. Petzner foi, entretanto demitido e a polémica está lançada.

Em entrevista a uma rádio e um jornal austríacos, Petzner, de 27 anos, confessou que a relação com Haider, 58, era mais que amizade e que a mulher de Haider sabia e não se importava. Diz o jovem Petzner, que sentiu uma atracção magnética por Haider, mal o viu. Diz também, que se sentia seguro ao pé do líder, que passou a seguir para todo o lado. Era-lhe também remédio para o alegado medo do escuro, que Petzner diz ter, ou ter tido…

A noticia remata dizendo, que o acidente terá acontecido quando , depois de uma discussão com Petzner num bar gay, Haider se encheu de vodka e saiu para a estrada, a acelerar ao dobro da velocidade permitida. Ou antes. A noticia deixa em aberto a hipótese da discussão ter acontecido já depois do vodka. O acidente, esse foi depois. Definitivamente.

E a notícia seria quase um abuso, uma perversa invasão de privacidade, se não fosse alguns movimentos de opinião serem tão pragmáticos e radicais em relação a certas matérias…

E depois, já que de sexo se fala, fiquemos um pouco mais pelo DN.

Ginecologista deve ter assistente para vigiar. Diz o título. E para vigiar o quê? Perguntamos nós. Para vigiar o colega. Nem mais. Para prevenir desvarios – chamemos-lhe crime, que foi o que o tribunal lhe chamou – crimes como o de abuso sexual sobre as pacientes.

Em ante título à notícia, o DN cita o bastonário da Ordem, que terá defendido que, a presença de uma terceira pessoa protege o médico e o paciente.

E tudo isto surge na sequência do caso do médico de Faro, condenado por abuso sexual sobre uma doente incapaz de resistência. Tudo se passou na clínica privada do médico em causa, mas, mesmo depois de condenado a 3 anos de pena suspensa – o que não obriga de facto a suspender funções – o médico continua a trabalhar, não só na clínica, como também no hospital público da cidade. A Ordem dos médicos diz que a pena não é aplicada, porque o serviço público não cumpre as regras. Diz Pedro Nunes, que a Ordem estabelece regras enquanto reguladora da actividade médica, mas depois não pode aplicar coimas a quem não as cumpre. Diz ainda, que a única forma é o Governo tornar obrigatório esse procedimento, mas – diz ainda o bastonário – o Governo não o faz, porque isso implicaria contratar mais pessoal – subentende-se que - para substituir os médicos em falta por suspensão, ou outro castigo semelhante.

Chegamos aqui e a confusão instalou-se. Diz o bastonário, que a presença de uma terceira pessoa durante as consultas é para evitar situações de abuso sexual, como a que aconteceu em Faro. Já isto é estranho e duvidoso. Quem garante, que o terceiro homem, ou até mesmo mulher, não é também tarado sexual?...

Também a frieza de apreciação, sobre os trâmites legais deste tipo de ocorrências, soa um pouco distante da realidade e quase cínico.

E depois, partir do pressuposto que o Governo não torna obrigatória a aplicação dos castigos, com medo de ficar sem médicos disponíveis para as encomendas, é traçar um cenário pouco lisonjeiro da classe. Pouco lisonjeiro, para não dizer… fraldiqueiro, mesmo. No entanto, vindo de quem vem, não deixa de ser preocupante.

Adiante!

Foi um recorde de queixas, o que choveu sobre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Mais de meia centena de queixas, contra a paródia, que o grupo humorista Gato Fedorento fez ao computador Magalhães, num dos últimos programas, que passou na televisão. Enfim, o que indignou mesmo alguns telespectadores foi, no contexto da anedota, se ter brincado com a Igreja, com a comunhão e com a hóstia consagrada pela fé católica.

Revejamos o episódio que disparou a polémica: Louvado sejas oh Magalhães – dizia um dos cómicos, a fazer de padre. Depois, como se fosse uma hóstia, era entregue um disco e dito qualquer coisa como: instalai isto em memória de mim. Ora o padre Manuel Morujão, da Conferencia Episcopal, diz que nada é intocável, mas algumas matérias devem ser tocadas com algum respeito. Diz por isso, que acha muito bem que, quem se sentiu ofendido se manifeste, mas, cuidado, que a contestação não se transforme em propaganda ao programa.

D. Januário Torgal Ferreira, bispo das forças armadas, diz que viu o programa e que, neste caso em particular, até nem se sentiu ofendido. Cita o DN: “em nada me feriu e quem não tiver humor não veja.”

Na queixa, que entretanto está a ser apreciada pela Entidade Reguladora, fala-se em ofensa à Igreja Católica e sublinha-se o facto, de que com o Islão haveria mais cautela na abordagem. Falta só esclarecer, se esse tal cuidado acrescido, se deveria ao respeito pela fé islâmica, ou por medo de uma qualquer eventual represália do fundamentalismo islâmico terrorista armado…

Adiante. Em Israel continua a guerra santa contra a beatificação de Pio 12.

O ministro israelita dos assuntos sociais considera inaceitável a beatificação , tendo em conta o alegado silêncio do papa sobre o regime nazi e a morte em massa de judeus nos campos de concentração e nos guetos. Diz o ministro que o Vaticano sabia muito bem o que se passava e não se pronunciou contra, como mandam, aliás, os preceitos bíblicos. Enquanto cardeal, Eugénio Pacelli , foi núncio apostólico de Berlim, quando Hitler subiu ao poder. Há documentos recentes, que provam que já eleito Papa, Pio 12 terá tido intervenções públicas, condenando o 3º Reich e o nacional-socialismo de Adolf Hitler e muito em particular se terá manifestado publicamente contra a perseguição aos judeus. Mas parece que estes argumentos não chegaram ainda para convencer Israel.

Israel onde se encontra de visita Bettina Göering. Nem mais! Göering. É sobrinha neta de Herman Göering. Prepara-se para assistir ao Festival de Cinema Judaico. No programa do Festival está um documentário, que segue os encontros entre Bettina Göering e uma artista judia, cuja família desapareceu nos campos nazis.

Mas para o que nos traz aqui, consta que Bettina Göering – que visita Israel pela primeira vez - terá sentido uma vergonha insuportável quando descobriu – ou melhor – quando se deu realmente conta das ligações do apelido de família ao extermínio dos judeus durante a 2ª Grande Guerra. Vergonha e culpa. Diz que foi isso, que a empurrou para o consumo de drogas, quando tinha 13 anos e a submeter-se mesmo à esterilização, aos 30 anos, para não gerar descendência, de tão infame apelido. Hoje vive em Santa Fé, diz que entre duas famílias judias, que não se falam – que se odeiam mesmo – e que ela tenta reconciliar. Do resto, adianta que o pior já passou, mas que ainda se sente um pouco mal quando – e passemos à transcrição fiel do que escreve o DN – sente-se muito mal, quando descobre que o judeu, com quem acaba de fazer amor, é um sobrevivente do Holocausto, com um número tatuado no braço.

Espera lá aí só um bocadinho, oh Bettina e faz lá esta conta comigo...

Ora a guerra acabou em 45… os sobreviventes devem ter hoje que idades?... Os nascidos nesse ano terão hoje 63 anos, os outros… andarão em média… nos 80, 90…? Por aí.

Era só isso.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Atenção, internauta amigo, Moloch acaba de editar 3 novas canções de subtil acutilância e absoluta actualidade. Poderás escutá-las no sítio do costume, entre a moviola do oliveira e o movimento perpétuo, que por tal sinal, até têm estado bastante paradinhos, ultimamente!...

O rosto na fotografia não chega a ser aquilo a que se costuma chamar de "poucos amigos". Será mais a expressão de quem tem mais que fazer e coisas mais importantes com que gastar o tempo, ou mesmo perdê-lo.

E o rosto da fotografia é o de Max Mosley, inglês, 68 anos e presidente da Federação Internacional do Automóvel, a FIA.

Escreve o Público que, depois de ter sido exibido numa sessão de sadomasoquismo, uma orgia nazi, como lhe chamaram, com 5 prostitutas e ter ganho uma indemnização de 60 mil libras do News of the World, por ter publicado as imagens da alegada "orgia nazi", Max Mosley diz que não vai mudar os hábitos sexuais, por causa disso.

Em entrevista ao Guardian, Mosley terá reconhecido que o caso e a publicação das notícias lhe causaram alguma turbulência familiar, mas que, apesar de tudo e entretanto, continua a não ver mal nenhum no sadomasoquismo, desde que praticado entre adultos e de livre vontade. Quanto à encenação da tal orgia sado masoquista… orgia nazi – lembram-se? -foi como lhe terá chamado o News of the World- Mosley volta a reconhecer que é verdade , os pais teriam – chamemos-lhe – uma simpatia particular com o ideário nacional socialista, mas ele próprio demarca-se clara e inequivocamente desse género de simpatia, ou afinidade politica. Diz que o cenário da festa foi pensado e montado pelas 5 raparigas , que, já agora e ao contrário do que também se terá afirmado, não são prostitutas do leste europeu.

Entretanto e para o que realmente importa a Max Mosley, ele promete que vai seguir para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos com a denúncia e a reclamação, para que todos os tablóides e editores em geral sejam obrigados sempre a contactar o objecto das respectivas reportagens, antes de as publicar, para que os visados tenham oportunidade de se pronunciar, ou defender, se for caso disso.

No caso dele próprio, não parece muito que precise de quem interceda por ele, ou o defenda. Independentemente da matéria em apreço, ressalve-se essa tranquila frontalidade… essa desarmante frontalidade de Max Mosley. “Presidente da FIA não muda hábitos” – anunciava-se em título. Pois poderia não o fazer, mas não precisava de dizê-lo, assim sem rodeios. Como quem quer matar ali a conversa e a polémica. A verdade é que Max Mosley poderia ter respondido que não foi bem uma orgia , mais um convívio descontraído, ou que não era bem sadomasoquismo, antes uma festa temática; ou podia ter jurado que sim, mas que nunca mais! Sexo, nunca mais! Nem sadomasoquista nem sexo de qualidade nenhuma… Que ia aliás e até e fazer voto de castidade e ingressar num convento. Mas, sem cilícios! Não fosse depois começar-se a pensar e a dizer-se …

Saltemos agora para a última página do Correio da Manhã, que é aí que vem a boa notícia. Do mundo e para o mundo.

O prémio é internacional, por isso faz todo o sentido falar-se dele aqui, nesta página onde espreitamos o mundo lá fora. O Prémio Internacional da Mulher por Resultados Humanos. Um prémio internacional é sempre coisa de importância maior, pressupõe que o premiado foi sujeito a uma qualquer comparação de mérito e virtude. No caso, fala-se do prémio internacional da mulher por resultados humanos. Portanto, é óbvio que este prémio em particular é para mulheres e só para mulheres. Mas não uma qualquer mulher. Há-de ser para uma, que se tenha feito notar por alegados Resultados Humanos. Concordemos que a classificação é um tanto vaga e ambígua. Será de direitos humanos que se fala?! Da luta pela dignidade e pelo respeito dos direitos humanos?... Por outros feitos heróicos de realização pessoal ou colectiva, onde o espírito, a raça, o génio humano foram postos à prova e se distinguiram?...

Para o caso pouco importa. O que verdadeiramente importa é que o prémio foi atribuído – o Internacional da Mulher por Resultados Humanos e foi-o ontem, na ilha da Madeira, durante a cerimónia do 20º aniversário da Fundação da Associação Madeirense de Mulheres Empresárias… Aqui talvez se começasse a fazer uma pequena luz… mulheres empresárias… talvez. Não interessa, anuncie-se pois a galardoada. E a vencedora é Dolores Aveiro! E quem é Dolores Aveiro?! Empresária de sucesso?... Que resultados humanos terá esta mulher alcançado, que a notícia teima em não nos querer revelar?... Uma vez mais, não interessa. Dolores Aveiro é mãe de Cristiano Ronaldo, o jogador de futebol. Isso é público e garantido. Tão certo como a expressão enigmática da galardoada, ao receber o prémio. Na fotografia, a senhora segura o galardão que lhe é entregue em mãos pelas - julga-se – representantes da Fundação madeirense de mulheres empresárias. O objecto parece um pequeno obelisco de vidro transparente. Coisa para medir uns 40 centímetros de altura, quando posto em cima de, por exemplo, um psiché. Parece vidro! Podia ser cristal, mas também se fosse acrílico, com a austeridade que por aí grassa, não espantaria ninguém.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Não é um sonho irrealizável, quanto mais não seja porque um Nobel custa menos que um jogador de futebol. Ora o argumento é quase demolidor.

A ideia em si, é então contratar prémios Nobel – os melhores entre os melhores de todas as áreas do saber - para formar uma super-universidade em Portugal. Em Portugal, que não forçosamente para portugueses!

Mas vamos do princípio.

A notícia merece uma breve no Público, um desenvolvimento um bocadinho maior no DN e quase página inteira no 24…

Paulo Teixeira Pinto – ex presidente do banco comercial português e diz que pintor e escritor e antigo professor universitário - terá confidenciado à agência Lusa, que defende uma super-universidade. Uma universidade para o topo dos rankings internacionais. Já vimos que não uma universidade para portugueses, mas uma universidade em Portugal para o mundo. Uma universidade que tenha a capacidade de atrair talentos, cérebros, os melhores investigadores, independentemente do pais onde estejam. Bastava para isso contratar alguns prémios Nobel… 8 ou 10 pessoas com o prémio Nobel em várias áreas científicas não lhe parece uma tarefa impossível, tanto mais que, sai mais barato, como já se viu, do que contratar um jogador de futebol. Porque o dinheiro, os custos são sempre argumento e empecilho a muitas obras, Teixeira Pinto defende que, se esta universidade vier a custar tanto quanto todo o ensino público português, ou metade da auto estrada para Bragança, não é caro. Não será portanto por aí… É tudo uma questão de prioridades e aceitação.

O ex professor e ex gerente bancário salienta ainda o que chama de efeito multiplicador, que uma universidade desta dimensão teria. Diz Teixeira Pinto, que colocaria Portugal no mapa, no que refere ao ranking universitário.

Para o conseguir, Teixeira Pinto acha que os privados têm obrigação de contribuir, já que o beneficio não seria exclusivamente público.

Para resumir razões, Teixeira Pinto acha – sublinha mesmo, diz o 24 Horas - que só um tolo é que não quer uma universidade destas em Portugal.

Mas fiquemos pelo essencial, pelo que há a reter de essencial, pela conclusão mais óbvia e imediata que se tira da proposta de Teixeira Pinto… e ela é que, se o ensino superior em Portugal não satisfaz, a culpa é dos professores. Contrate-se gente capaz e tudo muda. Enfim, é uma declaração forte , mas Teixeira Pinto deve saber do que fala, tanto mais que já foi, ele também, ao que consta, professor universitário.

Parece que está a ficar na moda – o chinês.

Diz o Público, que mais de uma centena de alunos do superior aprendem chinês. Diz ainda, que já não há vagas nos cursos da Universidade do Minho e no politécnico de Leiria. Diz que há outras escolas, que oferecem cursos livres de chinês. Explica-se também, que este súbito interesse pelo mandarim se deve sobretudo ao crescimento da importância da China, na vida económica e política internacional.

E chegamos à pequena caixinha, do Público – que mudou o mundo a esta jovem de 17 anos, que passou 15 dias na China, por ter vencido o concurso internacional promovido pelo governo chinês, para promover a língua e cultura chinezas. Diz a jovem que agora até já lê o Harry Potter em mandarim.

Enfim, fácil , fácil não deve ser – aprender mandarim. Mas , há que admiti-lo , nenhum esforço é demais. Nenhum sacrifício é inútil perante essa expectativa magnífica: a de conseguir ler o Harry Potter em chinês.

E estoutra vem do parlamento europeu. Diz o Diário de Noticias que 4 dezenas de deputados de países escandinavos lançaram uma campanha para que o parlamento europeu deixe de utilizar hotéis que recorram a prostitutas, ou que transmitam filmes pornográficos.

É um assunto sério – escreve o DN , citando o porta voz da euro câmara. Confirma-se que o presidente do parlamento já recebeu a carta, onde se pede que só se utilizem hotéis que garantam que não estão implicados no comércio do sexo e que sejam dadas novas ordens a todo o pessoal, desde eurodeputados a funcionários com outras funções no parlamento europeu.

Acontece que – como se sabe – o parlamento europeu alterna as reuniões entre Bruxelas e Estrasburgo e tem – obviamente- de reservar alojamento para os funcionários nessas deslocações. E ao que parece, também , essas reservas recaem, pelo menos às vezes, em hotéis com esse tipo de serviços, que a noticia refere.

Falta só dizer que, para além de fornecer os serviços, esses hotéis obrigam os hóspedes a visionar os referidos filmes hard core e a ter encontros íntimos com as referidas prostitutas. Obriga-os mesmo de forma violenta. Chega a apontar-lhes uma pistola à cabeça para os obrigar a ter sexo com meretrizes de luxo. Mesmo aos impotentes e aos homossexuais, que também os deve haver, em tão alargado fórum internacional... O que deve ser, para além do mais e apesar de tudo, uma situação aflitiva, mesmo para um eurodeputado, habituado a lidar com situações delicadas e dossiers de muitas páginas… alguns, se calhar, escritos em mandarim, ou coisa assim.