quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

uma interessante informação

Hoje, a capa do 24 Horas traz campainhas!
Diz assim: "Manuela ganha mais em pensões do que Sócrates em salários."
Deitou-se portanto hoje, o jornal, a fazer contas ao que ganham e declaram os políticos que vão ocupando a ribalta do poder por estes dias...

O assunto é sempre especioso e por uma série variada de razões, que para o caso pouco interessam ...

Para o que mais importa e se é de boas contas que se fala... diz o 24, que o deputado Aguiar Branco – líder parlamentar do PSD - é o campeão da transparência--- tem tudo declarado às Finanças e ao Tribunal Constitucional... o jornal escreve mesmo, com alguma graça, que o impresso fornecido pelo Tribunal Constitucional, para a declaração de bens e rendimentos, foi pequeno para o deputado escrever a declaração completa...

Já Maria de Belém Roseira é apresentada como a mulher dos cargos sociais... Farta-se de fazer caridade, diz o 24... a antiga ministra garante no entanto que não ganha nada com essas prestações de serviços...

Fica-se também a saber que, por exemplo, Jerónimo de Sousa entrega ao partido a diferença entre o que ganha como deputado e o que ganhava enquanto era afinador de máquinas... uma diferença que anda pelos 25 mil euros por ano...

E fica-se a saber também... e esta é das que o povo gosta sempre... por razões pouco recomendáveis, talvez, mas perfeitamente explicáveis por qualquer sociólogo, mesmo em princípio de carreira... falo deste sublinhado do 24 Horas, que diz que o primeiro ministro só em Dezembro deste ano é que entregou as declarações de 2001, 2002 e 2003... e que só este ano também é que vai acabar de pagar o empréstimo que contraiu com a Caixa Geral de Depósitos... mais de 60 mil euros... escreve o 24, a negro carregado.

Já em mais pequeno destaque... e mesmo no último parágrafo da prosa, remata-se então com esta interessante informação... citemos: "os responsáveis por cargos públicos não sofrem qualquer penalização caso se esqueçam de declarar durante anos, ao Tribunal Constitucional, aquilo que ganham e os bens que têm ."

Enfim, desde que não se esqueçam também daquilo que ganham e dos bens que têm, ou de onde moram, ou de como se chamam... que isso então é que poderia tornar-se dramático.

os dados estão lançados

Esta é matéria para página inteira, na edição desta quinta feira do Diário de Notícias... a vídeo-vigilância.

Diz o título que a vídeo-vigilância aumentou dez vezes em Portugal, nos últimos 5 anos. É verdade que sim; das 630 autorizações para instalação de sistemas de vídeo-vigilância, em 2004, passou-se para mais de 6500, no ano passado...

Razões de segurança são os motivos apresentados e que, segundo o DN, preocupam as autoridades...

E o jornal traz a matéria à estampa, no dia em que se celebra justamente o Dia Europeu de Protecção de Dados... Porque é já disto que se está agora a falar... não tanto da insegurança, que dita esta corrida á vídeo-vigilância, mas já, a alegada invasão e devassa da privacidade do cidadão... Ou, talvez ainda pior que isso, este aparato denuncia que se está a partir do princípio de que todos são suspeitos e potenciais criminosos... Enfim, em bom rigor, é até capaz de ser certo... numa perspectiva puramente teórica, claro está... ou, se quisermos e me permitirem que recorra uma vez mais aos provérbios... quem vê caras não vê corações... e por aí fora...

O jornal foi ainda ouvir uma especialista na matéria. No caso, Isabel Cruz, da Comissão Nacional de Protecção de Dados...

Diz Isabel Cruz que a principal ameaça à privacidade dos cidadãos é a tecnologia, que nos permite já cruzar toda a informação e reconstituir mais que os passos que cada um dá e por onde anda e a fazer o quê. Permite também saber o que cada um compra e onde e a que horas... permite saber que programa de televisão se está a ver e quando se mudou de canal... e por onde se andou a navegar na Internet...

Já passámos do território da simples vídeo-vigilância, para entrarmos num outro tipo de controle, mais pormenorizado, que permite, como se sabe, despistar eventuais futuros consumidores do que quer que seja, que haja para vender...

Agora o equilíbrio... o equilíbrio entre estes dois direitos. O direito à segurança e o direito à privacidade... pois não será fácil, mas é necessário.

Para já, diz Isabel Cruz – citemos: "o sentimento de insegurança tem permitido que as pessoas muito facilmente permitam que a sua privacidade seja reduzida." Adianta-se ainda e alerta-se para o cenário de meios tão poderosos de vigilância caírem nas mãos de um estado totalitário... "Seria catastrófico!",. diz Isabel Cruz,. No entanto e longe vá esse agoiro, lembra que, ao cruzar os dados de consumo, entidades como os bancos, as seguradoras e outros grupos e empresas acabam por ter tanto conhecimento sobre a pessoa, que se pode falar em devassa da vida do cidadão. Aqui, se se quiser, é fácil; basta declinar depois as ofertas que surgirem, em consequência desse – chamemos-lhe – subtil estudo de mercado. Basta dizer: obrigado, mas não, obrigado. É simples.

Quanto às câmaras de vídeo-vigilância... as câmaras de vídeo-vigilância impedirem assaltos mesmo... há que ver... Talvez os documentem em imagens, isto se os bandidos, que também vêem televisão e lêem jornais , não as espatifarem, logo a abrir o assalto... Mas vamos admitir que podem ter um efeito dissuasor e de forma mais geral, ser um incentivo a que se porte a gente como deve ser... e nem é preciso ir para cenários de assaltos... basta que, ao saber-se observado, o cidadão não mande, por exemplo e absurdo... lixo para o chão. Já é algum ganho.

Já quanto à devassa da vida privada... claro que é coisa desagradável... um abuso, mesmo... quase tão desagradável como ver e ouvir alguém entrar-nos pela casa adentro, contando despudorada e abertamente os seus próprios segredos, esplendores e misérias, em sinal aberto e horário de grande audiência nas televisões... às vezes, esperando conseguir algum lucro mais ou menos fácil e imediato com essa exposição, outras vezes só mesmo porque sim. Porque se lhes deu o chamado "tempo d'antena." E quanto mais desgraçada e coitadinha a história for... oh oh melhor ainda!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

All right, Mr. DeMille, I'm ready for my close-up. ...

Estreia hoje na BBC. É um documentário. Mas é um documentário muito especial. É que foi inteiramente realizado – se assim se pode dizer, "realizado"... por macacos. Macacos mesmo. Os do Jardim Zoológico de Edimburgo, na Escócia.

Diz o Jornal de Notícias, que as câmaras de filmar foram devidamente protegidas e concebidas à prova de maus-tratos. E que feito isso, foram entregues aos macacos, para que filmassem o que lhes aprouvesse e como melhor entendessem. Diz o jornal, que o objectivo da experiência é ficar a conhecer mais sobre o comportamento dos macacos. Na fotografia, que o jornal publica, um macaco pendurado num poleiro segura a tal câmara de filmar especialmente preparada para o efeito. Olha para ela com ar sério. Garanto-vos que faz lembrar aquela imagem do príncipe da Dinamarca fitando a mística caveira...

Mas onde queria chegar era aqui.Já sabemos que, o documentário que a BBC vai hoje estrear, foi filmado por macacos; no caso, os macacos do Jardim Zoológico de Edimburgo. Mas... e se não soubéssemos?.. ou, melhor ainda, se nos dissessem que o documentário tinha sido realizado por alguém famoso, por um mestre do cinema, ou por um qualquer talento reconhecido, de inspiração experimentalista?!...

Seria talvez também interessante estudar o comportamento dos espectadores... quanto mais não fosse e ainda mais , se depois se revelasse a verdade, que o filme que se tinha acabado de ver, fora, afinal realizado por macacos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010


prometemos ser breves