não sei como é que a música que despejei para aqui foi parar ali ao lado e não onde costuma ficar... estas merdas das modernices que a gajada que gere esta porcaria anda sempre a inventar é um desatino e ainda mais para pessoas normais, como eu, que não dominam a tecnologia avançada deste meio maravilhoso e espectacular. depois, aproveito ainda para explicar que a música "mulher horrível" é justamente uma homenagem às mulheres horríveis, que as há e às que cabem completamente no perfil traçado, que também as deve haver e que, em qualquer dos casos, nunca ninguém se lembra de cantar. fica portanto aqui a justa homenagem em forma de canção desesperada.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
gaaaaaaaaaaajas! básicamente.
Diz assim, o Diário de Noticias, em breve e já de saída: “Salão Erótico do Porto arranca a 7 de Fevereiro.”
A Eros-Porto 2008, feira do sexo, vai contemplar o público com áreas para todas as tendências. É o primeiro salão erótico do norte do País, continua o texto da notícia, vai ser no pavilhão multiusos de Gondomar e esperam-se mais de 30 mil visitantes ao longo dos 4 dias da exposição.
Falamos então de um Salão Erótico. Era isso que se anunciava no título, se bem se lembram. Então passemos ao segundo parágrafo, onde se lê que a grande adesão por parte de empresários ligados à pornografia foi o que motivou a passagem do certame para o multiusos de Gondomar, preterindo assim a hipótese do edifício da Alfândega do Porto. Então, mas é um salão erótico, ou um salão pornográfico?!
E segue… que no recinto vai estar um sexómetro – seja lá isso o que for – e uma actriz que se propõe bater um record, com uma pequena habilidade, que inclui uma corda de 9 metros toda enfeitada com bandeirinhas…
Diz ainda a notícia, que um realizador português, Sá Leão, ligado à indústria hard core, terá desafiado a ministra da Cultura a visitar o evento. Garante mesmo que a vai esperar à porta, se a ministra aceitar o convite.
Ora bem, é escusado duvidar, que o certame está condenado a um certo sucesso. Embasbacado que seja, um certo sucesso. A dúvida põe-se quando se pergunta, do que é se está afinal a falar? De um salão erótico? Então, que andam lá a fazer, por exemplo, os industriais da pornografia?! Descobriu-se que são ambas, uma e a mesma coisa?!
Ora bom, fixemo-nos ainda e um pouco mais à volta do assunto…
É que, o mais recente filme de António Pedro Vasconcelos é – ele também – um pouco confuso nalguns propósitos…
Mas antes disso, deixo-vos só com uma pequena pérola de redacção… vem no DN, a propósito de “Call Girl”, o tal filme de que vos falo. Diz assim: “o filme “Call Girl”, de António Pedro Vasconcelos, com Soraia Chaves no papel do título…”
A Eros-Porto 2008, feira do sexo, vai contemplar o público com áreas para todas as tendências. É o primeiro salão erótico do norte do País, continua o texto da notícia, vai ser no pavilhão multiusos de Gondomar e esperam-se mais de 30 mil visitantes ao longo dos 4 dias da exposição.
Falamos então de um Salão Erótico. Era isso que se anunciava no título, se bem se lembram. Então passemos ao segundo parágrafo, onde se lê que a grande adesão por parte de empresários ligados à pornografia foi o que motivou a passagem do certame para o multiusos de Gondomar, preterindo assim a hipótese do edifício da Alfândega do Porto. Então, mas é um salão erótico, ou um salão pornográfico?!
E segue… que no recinto vai estar um sexómetro – seja lá isso o que for – e uma actriz que se propõe bater um record, com uma pequena habilidade, que inclui uma corda de 9 metros toda enfeitada com bandeirinhas…
Diz ainda a notícia, que um realizador português, Sá Leão, ligado à indústria hard core, terá desafiado a ministra da Cultura a visitar o evento. Garante mesmo que a vai esperar à porta, se a ministra aceitar o convite.
Ora bem, é escusado duvidar, que o certame está condenado a um certo sucesso. Embasbacado que seja, um certo sucesso. A dúvida põe-se quando se pergunta, do que é se está afinal a falar? De um salão erótico? Então, que andam lá a fazer, por exemplo, os industriais da pornografia?! Descobriu-se que são ambas, uma e a mesma coisa?!
Ora bom, fixemo-nos ainda e um pouco mais à volta do assunto…
É que, o mais recente filme de António Pedro Vasconcelos é – ele também – um pouco confuso nalguns propósitos…
Mas antes disso, deixo-vos só com uma pequena pérola de redacção… vem no DN, a propósito de “Call Girl”, o tal filme de que vos falo. Diz assim: “o filme “Call Girl”, de António Pedro Vasconcelos, com Soraia Chaves no papel do título…”
Com licença! Com Soraia Chaves no papel do título…?! Só por curiosidade, quem é que representa o papel do genérico? E o do intervalo, se é que o filme passa com intervalo?... E quem é que faz de ficha técnica?...
Adiante. Soraia Chaves, portanto. “146 mil já viram fita com Soraia Chaves.” Diz o Diário de Noticias… O Correio da Manhã diz que “Soraia leva milhares ao cinema.”
A poucos dias de completar um mês de exibição, o filme anda perto dos 173 mil espectadores (repararam que aqui os números já não batem certo? – 146 mil, contas do DN; 173 mil pelas contas do Correio?» Mas não é só isto que não bate certo.
Soraia leva milhares ao cinema. O realizador não se espanta. Diz que sempre acreditou na inteligência do público, que, quando é respeitado, corresponde ás expectativas. Quanto à jovem Soraia, Vasconcelos não tem dúvidas de que é uma actriz de talento e uma mulher lindíssima, que arrasta multidões.
Ora aí está! Toda a gente sabe que, qualquer pessoa inteligente e desde que não lhe faltem ao respeito, se deixa arrastar – ia a dizer arrebatar – por uma mulher lindíssima. Se ela for boa actriz, então, ainda melhor. Isto no caso de estarmos a falar de qualquer coisa que implique representar, porque senão, baste que se lhe chame “Expo” qualquer coisa… Enfim, nada que implique grandes argumentos e justificações enviesadas.
Claro que há ainda um outro problema. É o público feminino! Para esse, Soraia Chaves terá de ser qualquer coisa mais do que apenas uma mulher lindíssima.
Enfim, não será rigorosamente, nem forçosamente assim, mas esses casos, creio que estão, pelo menos é o que diz o programa … estarão melhor representados no tal Salão, que abre em Gondomar lá para Fevereiro.
Ou, a menos ainda que, as costas peludas do Nicolau Bryner, ou as cuecas do Ivo Canelas sejam motivo suficiente, para levar uma mulher ao cinema! Mas disso não fala a notícia…
Adiante. Soraia Chaves, portanto. “146 mil já viram fita com Soraia Chaves.” Diz o Diário de Noticias… O Correio da Manhã diz que “Soraia leva milhares ao cinema.”
A poucos dias de completar um mês de exibição, o filme anda perto dos 173 mil espectadores (repararam que aqui os números já não batem certo? – 146 mil, contas do DN; 173 mil pelas contas do Correio?» Mas não é só isto que não bate certo.
Soraia leva milhares ao cinema. O realizador não se espanta. Diz que sempre acreditou na inteligência do público, que, quando é respeitado, corresponde ás expectativas. Quanto à jovem Soraia, Vasconcelos não tem dúvidas de que é uma actriz de talento e uma mulher lindíssima, que arrasta multidões.
Ora aí está! Toda a gente sabe que, qualquer pessoa inteligente e desde que não lhe faltem ao respeito, se deixa arrastar – ia a dizer arrebatar – por uma mulher lindíssima. Se ela for boa actriz, então, ainda melhor. Isto no caso de estarmos a falar de qualquer coisa que implique representar, porque senão, baste que se lhe chame “Expo” qualquer coisa… Enfim, nada que implique grandes argumentos e justificações enviesadas.
Claro que há ainda um outro problema. É o público feminino! Para esse, Soraia Chaves terá de ser qualquer coisa mais do que apenas uma mulher lindíssima.
Enfim, não será rigorosamente, nem forçosamente assim, mas esses casos, creio que estão, pelo menos é o que diz o programa … estarão melhor representados no tal Salão, que abre em Gondomar lá para Fevereiro.
Ou, a menos ainda que, as costas peludas do Nicolau Bryner, ou as cuecas do Ivo Canelas sejam motivo suficiente, para levar uma mulher ao cinema! Mas disso não fala a notícia…
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
salazar e os azulejos
Verdade seja dita, que a sentença pode ter duas leituras, como quase tudo na vida, por isso, não será por aí que havemos de ir, nem já…
Antes vamos aos factos: foi vandalizado o jazigo de Salazar no Vimieiro. De manhã, ainda se via lá a pedra, que partiu o azulejo com a fotografia do ex governante. O sobrinho de Salazar já fez queixa ao Ministério Público. Dizem gentes da terra, que já não é a primeira vez. O Diário de Notícias cita um morador de Santa Comba, que diz que já o ano passado – passemos ao discurso directo: “vieram aí uns malandros que partiram várias coisas no cemitério”. Desta vez, foi a cara de Oliveira Salazar, pintada em cerâmica, numa pequena moldura, colada a meio da lápide que encerra o jazigo. "Gente ruim que nem os mortos respeita…” é o que se diz em Santa Comba.
E com toda a razão.
Mas atentemos um pouco mais de perto na fotografia que o DN traz a ilustrar a notícia. A do jazigo em causa. Encimando a lápide de mármore negro que ostenta a ultrajada fotografia, uma outra pedra, branca esta, faz ressaltar o negro da sentença. E reza assim, o encómio:
O HOMEM MAIS PODEROSO DE PORTUGAL
DO SÉCULO 20 E MODESTO SEM IGUAL
NASCEU HUMILDE E HUMILDE CRESCEU
VIVEU HUMILDE E HUMILDE MORREU
E até aqui, vamos indo… agora, a fechar, lapidar e definitivo o que faltava dizer…
Citemos: "MEDIOCRE É O POVO QUE COM ELE NADA APRENDEU”.
Aqui, o “aprendeu” é para rimar com “cresceu” e “morreu”, na mesma lógica, supõe-se do “igual”, que rima com “Portugal”… mas isso ainda é o menos.
Diz que medíocre é o povo que nada aprendeu com Salazar… Enfim, só esta já é uma sentença de interpretação vária e dúplice leitura, como já tínhamos começado por dizer, quando ainda não vos tinha dito sequer do que é que estava a falar.
É de dupla leitura, mas nenhuma de grande recomendação…
Ou seja, o povo será miserável por não ter aprendido a lição, o espírito, o génio, o que fosse de Oliveira Salazar? Ou, como quem diz: o povo nunca o mereceu, nem soube entender?... Ou miserável será, se não tiver aprendido a estar à altura de futuros e semelhantes cenários? Como aquele em que Salazar governou Portugal… Ou seja, não deixar, pelo menos, que ninguém se deixe ficar por S. Bento, assim tanto tempo seguido, sempre a trabalhar, sempre a governar e a fazer coisas…
A verdade é que, é muito pouco provável que tenha sido o próprio Oliveira Salazar a redigir, ou a deixar escrita a lapidar quintilha, que lhe honra a memória. Alguém o terá feito por ele, o que, se por um lado o inocenta da blague, por outro não limpa o insulto. A verdade é que o jazigo de Salazar há-de ser visitado, de vez em quando que seja, por pessoas, não forçosamente da família mais chegada, mas gente que, por curiosidades várias, históricas, turísticas, por ódios ou afectos o faz, em excursão guiada, ou solitária visita… É normal que assim seja, já que se trata de uma figura de Estado. E não de um Estado qualquer! Do Estado Novo, precisamente! Uma época marcante da nossa História. É natural. E é natural que se sintam indignadas, por razões várias, com a profanação, o vandalismo de que a sepultura foi alvo e tem sido, ao que parece, pontualmente, ao longo dos anos… Indignadas, ainda mais numa sociedade, cujo culto dos mortos é matéria sensível e a merecer toda a circunspecção… e que não fosse!
E os que falam português?! Como se sentirão ao ler essa afirmação peremptória?! “Miserável é o povo que com ele nada aprendeu”?!!...
Nunca o próprio, em vida, se atreveria a ir tão longe no desencanto e na revolta.
A verdade é que é capaz de haver alguma razão, remota que seja, nisto tudo… Talvez o povo ainda não tenha aprendido tudo o que havia a aprender nalgumas matérias, como por exemplo, que não é à pedrada que se limpa a honra , nem rebate insultos… Mas vamos lá, não será ainda razão que chegue para chamar miserável a uma pessoa! Tanto mais que, tudo leva a crer que esta lapidar afirmação já lá estava, no jazigo, antes mesmo de alguém ter começado a jogar-lhe pedras e a partir coisas.
Enfim, a verdade é esta, é que, miserável ou não, o povo ainda cá está e o senhor já faleceu. Paz à sua alma e já agora também aos azulejos.
Antes vamos aos factos: foi vandalizado o jazigo de Salazar no Vimieiro. De manhã, ainda se via lá a pedra, que partiu o azulejo com a fotografia do ex governante. O sobrinho de Salazar já fez queixa ao Ministério Público. Dizem gentes da terra, que já não é a primeira vez. O Diário de Notícias cita um morador de Santa Comba, que diz que já o ano passado – passemos ao discurso directo: “vieram aí uns malandros que partiram várias coisas no cemitério”. Desta vez, foi a cara de Oliveira Salazar, pintada em cerâmica, numa pequena moldura, colada a meio da lápide que encerra o jazigo. "Gente ruim que nem os mortos respeita…” é o que se diz em Santa Comba.
E com toda a razão.
Mas atentemos um pouco mais de perto na fotografia que o DN traz a ilustrar a notícia. A do jazigo em causa. Encimando a lápide de mármore negro que ostenta a ultrajada fotografia, uma outra pedra, branca esta, faz ressaltar o negro da sentença. E reza assim, o encómio:
O HOMEM MAIS PODEROSO DE PORTUGAL
DO SÉCULO 20 E MODESTO SEM IGUAL
NASCEU HUMILDE E HUMILDE CRESCEU
VIVEU HUMILDE E HUMILDE MORREU
E até aqui, vamos indo… agora, a fechar, lapidar e definitivo o que faltava dizer…
Citemos: "MEDIOCRE É O POVO QUE COM ELE NADA APRENDEU”.
Aqui, o “aprendeu” é para rimar com “cresceu” e “morreu”, na mesma lógica, supõe-se do “igual”, que rima com “Portugal”… mas isso ainda é o menos.
Diz que medíocre é o povo que nada aprendeu com Salazar… Enfim, só esta já é uma sentença de interpretação vária e dúplice leitura, como já tínhamos começado por dizer, quando ainda não vos tinha dito sequer do que é que estava a falar.
É de dupla leitura, mas nenhuma de grande recomendação…
Ou seja, o povo será miserável por não ter aprendido a lição, o espírito, o génio, o que fosse de Oliveira Salazar? Ou, como quem diz: o povo nunca o mereceu, nem soube entender?... Ou miserável será, se não tiver aprendido a estar à altura de futuros e semelhantes cenários? Como aquele em que Salazar governou Portugal… Ou seja, não deixar, pelo menos, que ninguém se deixe ficar por S. Bento, assim tanto tempo seguido, sempre a trabalhar, sempre a governar e a fazer coisas…
A verdade é que, é muito pouco provável que tenha sido o próprio Oliveira Salazar a redigir, ou a deixar escrita a lapidar quintilha, que lhe honra a memória. Alguém o terá feito por ele, o que, se por um lado o inocenta da blague, por outro não limpa o insulto. A verdade é que o jazigo de Salazar há-de ser visitado, de vez em quando que seja, por pessoas, não forçosamente da família mais chegada, mas gente que, por curiosidades várias, históricas, turísticas, por ódios ou afectos o faz, em excursão guiada, ou solitária visita… É normal que assim seja, já que se trata de uma figura de Estado. E não de um Estado qualquer! Do Estado Novo, precisamente! Uma época marcante da nossa História. É natural. E é natural que se sintam indignadas, por razões várias, com a profanação, o vandalismo de que a sepultura foi alvo e tem sido, ao que parece, pontualmente, ao longo dos anos… Indignadas, ainda mais numa sociedade, cujo culto dos mortos é matéria sensível e a merecer toda a circunspecção… e que não fosse!
E os que falam português?! Como se sentirão ao ler essa afirmação peremptória?! “Miserável é o povo que com ele nada aprendeu”?!!...
Nunca o próprio, em vida, se atreveria a ir tão longe no desencanto e na revolta.
A verdade é que é capaz de haver alguma razão, remota que seja, nisto tudo… Talvez o povo ainda não tenha aprendido tudo o que havia a aprender nalgumas matérias, como por exemplo, que não é à pedrada que se limpa a honra , nem rebate insultos… Mas vamos lá, não será ainda razão que chegue para chamar miserável a uma pessoa! Tanto mais que, tudo leva a crer que esta lapidar afirmação já lá estava, no jazigo, antes mesmo de alguém ter começado a jogar-lhe pedras e a partir coisas.
Enfim, a verdade é esta, é que, miserável ou não, o povo ainda cá está e o senhor já faleceu. Paz à sua alma e já agora também aos azulejos.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
se houver marcianos, devem estar a rir-se à brava, a esta hora!
E o Correio da Manhã traz a fotografia e diz que a repescou de um site chinês.
Há vida em Marte?... Era a pergunta. Era! Até aqui. Depois da fotografia que o Correio publica esta quarta feira, a pergunta é outra… Será mesmo um marciano, o que se vê ali meio desfocado, saindo de trás de uma rocha?!... Se for, parece que avança, com o braço direito ligeiramente levantado para a frente e poderia estar a usar uma qualquer espécie de capuz, estilo Grupo de Operações Especiais, ou outra qualquer coisa em que se tem de andar de cabeça tapada.
Uma imagem recolhida pela sonda espacial Spirit e divulgada num site chinês sugere que pode mesmo haver vida em Marte e a figura em causa será então a de um marciano, ou pelo menos a de um alienígena qualquer… - que pela mesma ordem de ideias, se a Terra pôs uma sonda em Marte, outras gentes poderão eventualmente ter feito o mesmo , ou parecido… Quer dizer, porque há-de ser um marciano e não um habitante de outro sítio qualquer?! Como se um outro qualquer observador, de um outro qualquer ponto do Universo, observando Marte e a sonda terráquea que por lá anda, investigando, recolhendo amostras, esgravatando o chão, concluísse que Marte está em obras… Adiante. Da sonda, já agora…
Spirit nem era o nome original.
Começou por se chamar simplesmente M.E.R. – iniciais de Mars Exploration Rovers, ou, em tradução ad hoc: robots de exploração de Marte. Chegou a 3 de Janeiro de 2004. A 24 chegava o outro robot, que faria companhia a este primeiro.
A este segundo chamaram-lhe Opportunity.
Ora bem, acontece que estes baptismos foram ideia da NASA.
Chamar-lhes simplesmente M E R – A, para o primeiro e B, para o segundo, tornava a coisa fria, impessoal, pouco humana. Então lançou-se o concurso.: “Name de Rovers”.
A ideia avançou em parceria com a LEGO, essa mesma, a das pecinhas de encaixar… Disso e das peças usadas na construção de modelos robóticos, também.
Foi a Lego quem se encarregou de organizar a competição literária infantil. À partida, eles, os miúdos concorrentes só sabiam que as sondas tinham nomes técnicos sem grande significado evidente. Uma sigla sem grande assunto… Mas era a partir de aí, que haveria de se chegar ao nome a dar às sondas espaciais.
Venceu uma jovem do Arizona. Sofi Collins é de origem russa, tem 9 anos e acontece que é órfã – o que para o caso só importa, porque ela própria fez questão em o sublinhar, no texto que escreveu.
E o texto diz assim:
Eu morava num orfanato
Escuro frio e solitário
À noite olhava para o céu cintilante e sentia-me melhor
Sonhava que podia voar naquele céu
Na América todos os meus sonhos se podem tornar realidade
Obrigado pelo espírito e pela oportunidade.
Foi então desta última linha, que se retiraram os nomes, que acabaram por baptizar as duas sondas.
Agora, a Spirit poderá ter fotografado um alien em Marte e o Correio da Manhã diz que a revelação está a agitar e a provocar a discussão entre os amantes da ficção científica.
E os outros, os cientistas da realidade? É que os amantes da ficção não precisam deste tipo de evidências para ficcionar à vontade! Já se foi muito mais longe que Marte, neste Universo mirífico… Agora, se a fotografia tiver de causar alguma discussão, ou qualquer coisa parecida com isso, há-de ser entre a comunidade de cientistas, mesmo.
Ou não! Basta que digam que é tudo mentira. Ou mais que isso. Que é tudo verdade e que, apesar de todo o espírito e de todas as oportunidades, continuamos a sonhar com marcianos, a desejá-los quase!
E isso não bastaria para lhes conferir autenticidade?!
Por exemplo: o Penedo da Saudade… ninguém garante que d. Pedro tenha aí morrido de amores por Inês, ou vice-versa… E daí?! … O que manda mais? A verdade histórica, ou o nosso desejo, de que assim tivesse de facto acontecido?
Há vida em Marte?... Era a pergunta. Era! Até aqui. Depois da fotografia que o Correio publica esta quarta feira, a pergunta é outra… Será mesmo um marciano, o que se vê ali meio desfocado, saindo de trás de uma rocha?!... Se for, parece que avança, com o braço direito ligeiramente levantado para a frente e poderia estar a usar uma qualquer espécie de capuz, estilo Grupo de Operações Especiais, ou outra qualquer coisa em que se tem de andar de cabeça tapada.
Uma imagem recolhida pela sonda espacial Spirit e divulgada num site chinês sugere que pode mesmo haver vida em Marte e a figura em causa será então a de um marciano, ou pelo menos a de um alienígena qualquer… - que pela mesma ordem de ideias, se a Terra pôs uma sonda em Marte, outras gentes poderão eventualmente ter feito o mesmo , ou parecido… Quer dizer, porque há-de ser um marciano e não um habitante de outro sítio qualquer?! Como se um outro qualquer observador, de um outro qualquer ponto do Universo, observando Marte e a sonda terráquea que por lá anda, investigando, recolhendo amostras, esgravatando o chão, concluísse que Marte está em obras… Adiante. Da sonda, já agora…
Spirit nem era o nome original.
Começou por se chamar simplesmente M.E.R. – iniciais de Mars Exploration Rovers, ou, em tradução ad hoc: robots de exploração de Marte. Chegou a 3 de Janeiro de 2004. A 24 chegava o outro robot, que faria companhia a este primeiro.
A este segundo chamaram-lhe Opportunity.
Ora bem, acontece que estes baptismos foram ideia da NASA.
Chamar-lhes simplesmente M E R – A, para o primeiro e B, para o segundo, tornava a coisa fria, impessoal, pouco humana. Então lançou-se o concurso.: “Name de Rovers”.
A ideia avançou em parceria com a LEGO, essa mesma, a das pecinhas de encaixar… Disso e das peças usadas na construção de modelos robóticos, também.
Foi a Lego quem se encarregou de organizar a competição literária infantil. À partida, eles, os miúdos concorrentes só sabiam que as sondas tinham nomes técnicos sem grande significado evidente. Uma sigla sem grande assunto… Mas era a partir de aí, que haveria de se chegar ao nome a dar às sondas espaciais.
Venceu uma jovem do Arizona. Sofi Collins é de origem russa, tem 9 anos e acontece que é órfã – o que para o caso só importa, porque ela própria fez questão em o sublinhar, no texto que escreveu.
E o texto diz assim:
Eu morava num orfanato
Escuro frio e solitário
À noite olhava para o céu cintilante e sentia-me melhor
Sonhava que podia voar naquele céu
Na América todos os meus sonhos se podem tornar realidade
Obrigado pelo espírito e pela oportunidade.
Foi então desta última linha, que se retiraram os nomes, que acabaram por baptizar as duas sondas.
Agora, a Spirit poderá ter fotografado um alien em Marte e o Correio da Manhã diz que a revelação está a agitar e a provocar a discussão entre os amantes da ficção científica.
E os outros, os cientistas da realidade? É que os amantes da ficção não precisam deste tipo de evidências para ficcionar à vontade! Já se foi muito mais longe que Marte, neste Universo mirífico… Agora, se a fotografia tiver de causar alguma discussão, ou qualquer coisa parecida com isso, há-de ser entre a comunidade de cientistas, mesmo.
Ou não! Basta que digam que é tudo mentira. Ou mais que isso. Que é tudo verdade e que, apesar de todo o espírito e de todas as oportunidades, continuamos a sonhar com marcianos, a desejá-los quase!
E isso não bastaria para lhes conferir autenticidade?!
Por exemplo: o Penedo da Saudade… ninguém garante que d. Pedro tenha aí morrido de amores por Inês, ou vice-versa… E daí?! … O que manda mais? A verdade histórica, ou o nosso desejo, de que assim tivesse de facto acontecido?
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
haja saúde! é o que eu digo. haja saúde!
“As grandes obras públicas, anunciadas pelo Governo, são incompatíveis com o cumprimento do protocolo de Quioto e Portugal ver-se-á obrigado a comprar créditos de poluição para atingir aquele objectivo até 2012. “
É assim que abre a notícia que o Público traz, lá a páginas 15, na edição de hoje.
É uma notícia em forma de denúncia, subscrita por Francisco Ferreira, da Quercus, associação ambientalista portuguesa.
O novo aeroporto, o TGV que há-de vir, a terceira ponte sobre o Tejo, que há-de dar serventia aos dois, comboio e aeroporto, as novas auto-estradas… tudo isso, no parecer da Quercus, vai aumentar os consumos energéticos e, em consequência, aumentar a emissão de poluentes para a atmosfera…
Diz a Quercus, que há já uma derrapagem média de 5 milhões e 800 mil toneladas por ano de CO2, entre 2008 e 2012. É já mais do que o previsto e permitido. É um valor que empurra inevitavelmente para essa solução de recurso, que é a de comprar créditos de poluição a outros países, menos poluidores do ambiente, ou então, financiar o desenvolvimento de projectos associados à redução de emissões noutros países.
E aqui é que a confusão se instala.
Quer portanto dizer que – havendo dinheiro - pode-se poluir sem problema de maior, ou pelo menos sem ferir a letra do acordo, do compromisso, enfim, do protocolo.
Compra-se créditos de poluição a países que os tenham. A países, que por qualquer razão – de inteligência e civilidade, ou simplesmente de subdesenvolvimento e falta de dinheiro - não poluem tanto.
Em alternativa, pode-se limpar o cadastro, investindo em projectos ambientais e de redução de emissões poluentes, noutros países!
Só uma pergunta. Tola, certamente… E porque é que não se investe no próprio país, onde o descalabro se instala? Porque é que, em vez de se investir na preservação do ambiente em países que, se calhar, até nem estão em situação assim tão crítica quanto isso… porque é que não se começa por se investir em limpar a própria casa onde se vive? Se cada um limpar a sua casinha, ficamos todos com um bairro mais asseado, ou não?...
Outra pergunta tola. Quererá a Quercus, que o novo aeroporto, a nova ponte, o TGV, as novas e futuras e eventuais auto estradas não se construam? Ou antes pelo contrário, apesar de isso implicar, eventualmente, a obrigação de Portugal ir comprar direitos de poluição a um qualquer Burkina Fasso?… Despesa acrescida para o erário público… E esse então é que é o problema, ou, pelo menos uma outra face do problema?E qual será o problema maior?…
E para os tais países com créditos na matéria? Será esta uma boa notícia? Uma nova forma de financiamento e equilíbrio das contas do Estado?
Tudo se vende… há quem diga. Enfim, gente zangada com a vida, gente p’ra quem nunca nada está bem… A verdade também é que, até hoje se dizia que, valha-nos isso, ao menos o ar que se respira ainda é de graça!
Até hoje…
É assim que abre a notícia que o Público traz, lá a páginas 15, na edição de hoje.
É uma notícia em forma de denúncia, subscrita por Francisco Ferreira, da Quercus, associação ambientalista portuguesa.
O novo aeroporto, o TGV que há-de vir, a terceira ponte sobre o Tejo, que há-de dar serventia aos dois, comboio e aeroporto, as novas auto-estradas… tudo isso, no parecer da Quercus, vai aumentar os consumos energéticos e, em consequência, aumentar a emissão de poluentes para a atmosfera…
Diz a Quercus, que há já uma derrapagem média de 5 milhões e 800 mil toneladas por ano de CO2, entre 2008 e 2012. É já mais do que o previsto e permitido. É um valor que empurra inevitavelmente para essa solução de recurso, que é a de comprar créditos de poluição a outros países, menos poluidores do ambiente, ou então, financiar o desenvolvimento de projectos associados à redução de emissões noutros países.
E aqui é que a confusão se instala.
Quer portanto dizer que – havendo dinheiro - pode-se poluir sem problema de maior, ou pelo menos sem ferir a letra do acordo, do compromisso, enfim, do protocolo.
Compra-se créditos de poluição a países que os tenham. A países, que por qualquer razão – de inteligência e civilidade, ou simplesmente de subdesenvolvimento e falta de dinheiro - não poluem tanto.
Em alternativa, pode-se limpar o cadastro, investindo em projectos ambientais e de redução de emissões poluentes, noutros países!
Só uma pergunta. Tola, certamente… E porque é que não se investe no próprio país, onde o descalabro se instala? Porque é que, em vez de se investir na preservação do ambiente em países que, se calhar, até nem estão em situação assim tão crítica quanto isso… porque é que não se começa por se investir em limpar a própria casa onde se vive? Se cada um limpar a sua casinha, ficamos todos com um bairro mais asseado, ou não?...
Outra pergunta tola. Quererá a Quercus, que o novo aeroporto, a nova ponte, o TGV, as novas e futuras e eventuais auto estradas não se construam? Ou antes pelo contrário, apesar de isso implicar, eventualmente, a obrigação de Portugal ir comprar direitos de poluição a um qualquer Burkina Fasso?… Despesa acrescida para o erário público… E esse então é que é o problema, ou, pelo menos uma outra face do problema?E qual será o problema maior?…
E para os tais países com créditos na matéria? Será esta uma boa notícia? Uma nova forma de financiamento e equilíbrio das contas do Estado?
Tudo se vende… há quem diga. Enfim, gente zangada com a vida, gente p’ra quem nunca nada está bem… A verdade também é que, até hoje se dizia que, valha-nos isso, ao menos o ar que se respira ainda é de graça!
Até hoje…
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
pro dignitate. no mínimo...
“Deslocalização da fábrica para a Roménia faz terramoto político”, conta o Diário de Notícias…
Terramoto onde?! Em Vila do Conde, Setúbal, na Damaia?... Não senhor, na Alemanha. Mais: “o Governo alemão pede o boicote ao uso de telemóveis Nokia”. Porque é do que se trata. A Nokia, empresa finlandesa e uma das maiores fabricantes de telemóveis do mundo, decidiu deslocar a fábrica de Bochum, no Oeste da Alemanha e onde trabalham perto de 2500 pessoas, para a Roménia e Hungria.
O presidente da região já pediu explicações à empresa. Acha inconcebível, a Nokia ter recebido "60 milhões de euros de subsídios regionais e 28 milhões das autoridades federais alemãs, em termos de ajuda à pesquisa e depois, mal acaba o prazo legal, dizer obrigado, vamos embora"… citámos. O banco estatal da Renânia do Norte – Vestefália estuda mesmo a hipótese de pedir, em tribunal, a devolução dos 60 milhões de euros.
Agora acontece ainda que a contestação já chegou ao governo e já houve quem pedisse o boicote activo à marca. O presidente do partido social-democrata, Kurt BeckBeck garante que, telemóveis da Nokia, nunca mais lhe entram em casa.
O ministro do consumo também já disse que vai trocar de telefone, em solidariedade com os trabalhadores da unidade alemã em risco de encerramento. Disse mesmo que, o ministério que dirige põe a hipótese de substituir todos os telefones oficiais.
O ministro das Finanças chama, a esta decisão da empresa finlandesa, de “capitalismo de caravana”.
Quanto à reacção popular, essa não difere muito da reacção popular de outros países em situação semelhante… Em Portugal, por exemplo. A única diferença aqui é óbvia e escusa-se ao sublinhado…
E em Portugal…
Ainda no Diário de Notícias, onde se continua a acompanhar o caso do bebé de Anadia que morreu a caminho do hospital…
O correspondente do DN em Aveiro escreve que a família do bebé pede respeito pela dor… O avô da criança já manifestou o desagrado pela ligação estabelecida entre a morte do bebé e o fecho de algumas urgências hospitalares – no caso – a do hospital de Anadia.
A família sente-se incomodada com o aproveitamento do caso, por parte de contestatários ao fecho da urgência do hospital. Diz o avô da criança, citado pelo DN, que há “muita politiquice e falta de respeito pela dor da família”…
Já Sócrates se pronunciou também mais ou menos nesse sentido. Criticando o alegado aproveitamento político que as oposições estarão a fazer deste caso. "Ao que nós chegámos! É o vale tudo", indignou-se o primeiro-ministro, citado, neste caso, pelo Diário Económico…
Mas saltemos agora para o jornal Público. Página 5, onde o assunto é mais ou menos o mesmo. Aqui, diz o título que os “resultados da autópsia ao bebé da Anadia demoram”.
Diz que “se aguardam os resultados da autópsia feita ao bebé que, sexta-feira, morreu em Anadia – o relatório final deverá demorar vá-” ...?!
Vá?!. Vá, tracinho, e o resto? Vá para onde?! Vá! “Break away, quebre a rotina”… é assim mesmo o que aqui está! É nesta frase que o olhar aterra logo de seguida.
Quero eu dizer: a notícia é interrompida, cortada a meio por um anúncio a uma companhia aérea… um anúncio, ele próprio também cortado ao meio, para deixar correr o resto do texto da notícia e depois concluir a coluna, com o que faltava ainda do texto da publicidade, no caso, as tabelas e tarifas dos vôos anunciados .
Recapitulando. “O relatório final deverá demorar várias semanas”, portanto, “break away, quebre a rotina”… “o primeiro-ministro voltou ontem a criticar o aproveitamento político da situação”… e, quanto aos resultados da autópsia, hão-de demorar e salto: “mais de duas semanas porque os testes vão ser feitos fora do Instituto”… “Amsterdão 190 euros, Viena 256, Moscovo 384” … e “há mais ofertas”, diz ainda o reclame, em letra mais miúda e discreta. Letras brancas, em fundo azul muito celeste.
Ora bem, a ideia em si, o truque publicitário é de uma novidade um pouco serôdia… quanto ao resto, ao contexto próprio da engenhosa montagem gráfica… que se saiba, a morte de crianças, a caminho do hospital, ainda não é rotina em Portugal.
Gott sei dank!
Terramoto onde?! Em Vila do Conde, Setúbal, na Damaia?... Não senhor, na Alemanha. Mais: “o Governo alemão pede o boicote ao uso de telemóveis Nokia”. Porque é do que se trata. A Nokia, empresa finlandesa e uma das maiores fabricantes de telemóveis do mundo, decidiu deslocar a fábrica de Bochum, no Oeste da Alemanha e onde trabalham perto de 2500 pessoas, para a Roménia e Hungria.
O presidente da região já pediu explicações à empresa. Acha inconcebível, a Nokia ter recebido "60 milhões de euros de subsídios regionais e 28 milhões das autoridades federais alemãs, em termos de ajuda à pesquisa e depois, mal acaba o prazo legal, dizer obrigado, vamos embora"… citámos. O banco estatal da Renânia do Norte – Vestefália estuda mesmo a hipótese de pedir, em tribunal, a devolução dos 60 milhões de euros.
Agora acontece ainda que a contestação já chegou ao governo e já houve quem pedisse o boicote activo à marca. O presidente do partido social-democrata, Kurt BeckBeck garante que, telemóveis da Nokia, nunca mais lhe entram em casa.
O ministro do consumo também já disse que vai trocar de telefone, em solidariedade com os trabalhadores da unidade alemã em risco de encerramento. Disse mesmo que, o ministério que dirige põe a hipótese de substituir todos os telefones oficiais.
O ministro das Finanças chama, a esta decisão da empresa finlandesa, de “capitalismo de caravana”.
Quanto à reacção popular, essa não difere muito da reacção popular de outros países em situação semelhante… Em Portugal, por exemplo. A única diferença aqui é óbvia e escusa-se ao sublinhado…
E em Portugal…
Ainda no Diário de Notícias, onde se continua a acompanhar o caso do bebé de Anadia que morreu a caminho do hospital…
O correspondente do DN em Aveiro escreve que a família do bebé pede respeito pela dor… O avô da criança já manifestou o desagrado pela ligação estabelecida entre a morte do bebé e o fecho de algumas urgências hospitalares – no caso – a do hospital de Anadia.
A família sente-se incomodada com o aproveitamento do caso, por parte de contestatários ao fecho da urgência do hospital. Diz o avô da criança, citado pelo DN, que há “muita politiquice e falta de respeito pela dor da família”…
Já Sócrates se pronunciou também mais ou menos nesse sentido. Criticando o alegado aproveitamento político que as oposições estarão a fazer deste caso. "Ao que nós chegámos! É o vale tudo", indignou-se o primeiro-ministro, citado, neste caso, pelo Diário Económico…
Mas saltemos agora para o jornal Público. Página 5, onde o assunto é mais ou menos o mesmo. Aqui, diz o título que os “resultados da autópsia ao bebé da Anadia demoram”.
Diz que “se aguardam os resultados da autópsia feita ao bebé que, sexta-feira, morreu em Anadia – o relatório final deverá demorar vá-” ...?!
Vá?!. Vá, tracinho, e o resto? Vá para onde?! Vá! “Break away, quebre a rotina”… é assim mesmo o que aqui está! É nesta frase que o olhar aterra logo de seguida.
Quero eu dizer: a notícia é interrompida, cortada a meio por um anúncio a uma companhia aérea… um anúncio, ele próprio também cortado ao meio, para deixar correr o resto do texto da notícia e depois concluir a coluna, com o que faltava ainda do texto da publicidade, no caso, as tabelas e tarifas dos vôos anunciados .
Recapitulando. “O relatório final deverá demorar várias semanas”, portanto, “break away, quebre a rotina”… “o primeiro-ministro voltou ontem a criticar o aproveitamento político da situação”… e, quanto aos resultados da autópsia, hão-de demorar e salto: “mais de duas semanas porque os testes vão ser feitos fora do Instituto”… “Amsterdão 190 euros, Viena 256, Moscovo 384” … e “há mais ofertas”, diz ainda o reclame, em letra mais miúda e discreta. Letras brancas, em fundo azul muito celeste.
Ora bem, a ideia em si, o truque publicitário é de uma novidade um pouco serôdia… quanto ao resto, ao contexto próprio da engenhosa montagem gráfica… que se saiba, a morte de crianças, a caminho do hospital, ainda não é rotina em Portugal.
Gott sei dank!
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