quinta-feira, 9 de abril de 2009

olha que dois, contigo, três!

Isto é só um exemplo.

Berlusconi já tentou, entretanto, emendar a mão, como se costuma dizer e explicou-se, dizendo que a intenção era desdramatizar e deixar uma nota de optimismo entre os desalojados pelo terramoto. É que, antes tinha valido quase por um terramoto também, essa outra afirmação expressa durante a visita à destruída cidade de Áquilla. Disse então Sílvio Berlusconi, aos sobreviventes forçados a dormir em tendas, para encararem a situação como provisória e que tudo se haveria de resolver rapidamente. Disse-lhes para, se quisessem, encararem esta situação como se de um fim-de-semana num parque de campismo se tratasse. Numa tentativa, já se viu que desastrada, de passar a imagem de que tudo se resolveria rapidamente, quase como no espaço de um fim de semana, após o qual toda a vida regressa à normalidade… Que pensassem, se assim se pode dizer – para a frente. Desastradamente. Reconheçamos em nome da verdade e do bom gosto e bom senso.

Não se sabe, porque o jornal não diz, se o povo de Áquila e da província de Abruzzo já terá desculpado ao primeiro-ministro, por comparação tão trapalhona.

Não se sabe. Agora o Público é que não perdoou e escreveu em titulo esta frase: “Os desalojados pelo sismo de Áquila estão a fazer campismo segundo Berlusconni.” É obviamente mais espectacular, como título, do que escrever-se, que o primeiro-ministro reconhece, ou alguém lhe disse, que errou e já pediu desculpa, ou pelo menos terá tentado.

Escandalosa mesmo é a especulação que já se agita no terreno. Dá o jornal o exemplo de uma camioneta de mantimentos, no caso, carne, que chegou à comunidade de Pizzolli, onde foi posta à venda a 80 euros o quilo. O povo chamou a policia quando viu.

Outras que se vão sabendo… que Madonna terá doado 500 mil dólares à população de Pacentro, terra natal dos avós paternos e que o papa Bento 16 já abençoou a intenção de Barak Obama, de restaurar algumas igrejas danificadas pelo sismo em Abruzzo.

Ontem, eram uma 4 da tarde em Lisboa, mais uma, em Itália e as autoridades locais da província de Pescara bloqueavam um sítio da Internet onde se estava a anunciar a iminência de um novo sismo na região.

E saltemos agora para as páginas do Jornal de Notícias. A notícia é breve e diz que, “Die Quadriga” é o nome do prémio, que Durão Barroso vai receber pelo trabalho meritório e pela dedicação demonstrada a favor da boa reputação da Europa e da afirmação da Europa no mundo.

Enfim, o prémio distingue personalidades que tenham contribuído significativamente a favor da Europa, foi o caso de José Manuel Barroso - que é assim que é conhecido na Europa… a favor da Europa , do Mundo, ou só da Alemanha , que é quem institui a distinção. A entrega dos prémios será a 3 de Outubro, dia da unificação alemã e outro dos 4 galardoados este ano será Mikhail Gorbatchev. Em edições anteriores – e o prémio já leva 6 anos de vida… em edições anteriores, Helmut Kohl e Shimon Peres foram alguns dos distinguidos.

Já agora e só como curiosidade, “Die Quadriga” é também o nome de um restaurante em Berlim, famoso pelos mais de 800 vinhos que tem na adega e todos de marcas alemãs…

Enfim, outra forma de afirmar a Alemanha na Europa e a Europa no mundo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

quem é Justin Watson, porra!

E quem é Justin Watson?!...

Ora aí está, o que provavelmente nunca chegaremos a saber.

O DN dá hoje a notícia, deste cidadão turco, que ontem roubou um Cessna, de um aeroporto de Ontário, Canadá e voou por sobre o espaço aéreo norte-americano, na esperança de ser abatido pela aviação. Foi perseguido por dois F-16, que não chegaram a abrir fogo, enquanto ele sobrevoava vários estados norte americanos, violando o espaço aéreo e sempre perseguido pelos caças. Acabou por aterrar no meio de uma auto-estrada onde foi detido. Diz o jornal, que a personagem em questão se chama Adam Dylan Leon, mas há também quem diga, que o verdadeiro nome é Yavuz Berke, denunciando-lhe a ascendência turca. Chame-se como se chamar, foi ele próprio quem confessou à polícia, que se queria suicidar, mas como lhe falhava a coragem resolveu roubar um avião e invadir o espaço aéreo norte-americano, na esperança de ser abatido em pleno voo. Conclui o Diário de Notícias dizendo, que esta intenção foi confirmada à ABC por Justin Watson.

Ora e voltamos ao principio… quem é Justin Watson?!...

O próximo protagonista sabe-se quem é.

Vítor Manuel dos Santos Silva.

Diz o 24 Horas, que Vítor Manuel dos Santos Silva é um forte candidato ao Supremo Tribunal de Justiça e um dos magistrados mais antigos do Ministério Público. Na circunstância presente, o nome do magistrado vem à colação porque, o actual procurador-geral adjunto da república portuguesa acaba de ser chamado, para investigar o caso das alegadas pressões políticas, sobre responsáveis judiciais no processo Freeport.

Identificação quanto baste?... Nem por isso. O 24 Horas faz questão de ir ao pormenor, no que toca a identificar correcta e o mais fielmente possível, este magistrado do Ministério Público e diz que “Amante de pombos investiga Freeport” – porque é disso que se trata e é assim que o jornal começa a prosa: “Amante de pombos e forte candidato a um cargo no Supremo…” e por aí fora. Explica-se mesmo, mais adiante, que a personagem em questão foi um dos fundadores da sociedade columbófila portuguesa… e até se publica uma fotografia antiga de Santos Silva, foto que, ao que consta, foi copiada do sítio da sociedade columbófila de Cantanhede, na Internet.

Bom …. E Justin Watson?

Quem é Justin Watson?

terça-feira, 7 de abril de 2009

HOJE FOI NOTÍCIA

a crise no sector automóvel

segunda-feira, 6 de abril de 2009


o que se passa é o seguinte...

as árvores morrem de pé, mas isso são as árvores...

O comunicado, se assim se lhe pode chamar, vem publicado com o aviso de que se trata de publicidade. É assinado pela direcção nacional do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários e pelo SIB – Sindicato Independente da Banca e é um claro apelo – diria - à solidariedade nacional.

Tem a ver com a situação actual do BPP e começa por afirmar-se que o Banco Privado Português não é um assunto isolado, que apenas afecta accionistas, administradores, clientes e funcionários…diz-se que, acautelar a situação do BPP, é salvaguardar também os interesses da banca nacional, da economia portuguesa e do próprio Estado… Tendo em conta as assinaturas, que subscrevem o comunicado, o apelo, ou a publicidade, tudo leva a crer que há um fundamento insofismável, que suporta esta declaração. Tanto como a falência, por exemplo, de um supermercado, mesmo de luxo, poder comprometer os interesses da economia nacional, do próprio Estado, ou simplesmente dos armazéns de secos e molhados em geral.

Diz-se também, que os incumprimentos, ou a insolvência de um banco português podem afectar o bom-nome da banca nacional.

Aqui há que fazer uma breve pausa, por duas razões.

Primeiro, entre o sujeito e o predicado não se usa vírgulas e no texto, que o JN publica, temos uma vírgula intrusa, entre o sujeito, que no caso é a insolvência de um banco, e o predicado, que diz que isso pode afectar o bom nome da Banca. Ou seja – a insolvência de um banco – vírgula – pode afectar o bom-nome. Erro de palmatória, ou gralha de impressão... Fica a dúvida.

Continua o texto afirmando, que os tais incumprimentos e insolvência podem fazer aumentar o custo do dinheiro, para a banca nacional e que podem também afectar negativamente o “rating” da própria República Portuguesa.

Dá-se também o exemplo de outras economias e mais poderosas que a nossa, onde se está a fazer o mesmo – ou seja - a intervir, para evitar os efeitos de insolvência, ou falência de bancos. É por isso, que os subscritores do protesto – dois sindicatos do sector, como já vimos – afirmam peremptoriamente que o Estado português, bem como o Governo, o Banco de Portugal, nem a CMVM se podem demitir de responsabilidades, nesta matéria e quanto ao caso concreto do BPP. É que – como se diz já quase em pé de página – neste processo, “alguns podem perder muito, mas, se o banco não tiver viabilidade e o deixarmos cair…” – como se diz aqui – “…então todos perderão tudo”. Enfim, todos, os que estiverem directamente ligados ao banco, seja como funcionários, accionistas, ou clientes, se bem que aqui, como entretanto se foi sabendo, clientes não seriam assim tantos quanto isso, que Portugal não anda a nadar em gente com dinheiro e estatuto à altura das condições impostas, pelo combalido Banco Privado Português…

Pelo meio denuncia-se a falta de diálogo entre o ministério das Finanças e os representantes dos trabalhadores do banco. Acusa-se o ministro de não os receber, nem responder ao pedido de audiência, feito pelos sindicatos há um mês.

E aqui a prosa começa a fazer sentido.

Mais sentido fará, quando chegarmos mesmo ao rodapé da prosa. Diz assim: “o BPP e os seus clientes necessitam e merecem o tempo e os meios imprescindíveis para o banco ser viável.”

Ora, porque é que não se começou logo por aqui?!... Os clientes e os funcionários precisam e merecem mais tempo e meios para salvar o banco. Essa é que é a questão e não precisamos de invocar motivos e desígnios tão grandiosos, como o bom nome da Banca nacional ou a despromoção da imagem de Portugal no mundo, para defender essa causa.

Um pouco de humildade, de vez em quando, desde que não roce a subserviência e a humilhação, fica muito bem e chega mesmo a ser … elegante.