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quinta-feira, 4 de outubro de 2007
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
sr guarda dê-me um olho ao carro enquanto assalto o banco
a verdade é que nunca morri de amores por esta gente, nem p'lo ramo de actividade que representam e onde se mexem.
fica dito, p'ra que se saiba de que lado está o narrador contribuinte.
li num jornal económico desta segunda feira, que está pronta a ser aprovada a legislação que vai, alegadamente, pôr ordem nas contas e obrigações fiscais das empresas portuguesas. o fisco aperta a malha aos planeamentos financeiros agressivos. a coisa dita assim já soa estranha, mas se lermos o primeiro parágrafo, a coisa ainda se torna mais interessante. a ideia é obrigar as empresas, ou quem as represente, a declarar voluntáriamente as engenharias financeiras, legais, ou não, a que recorreram para fazer baixar os débitos da contribuição fiscal. em linguagem comum, o que fizeram para fugir aos impostos. legal, ou ilegalmente. e aqui, puta que os pariu!, quem é que - não estando bêbado, nem a gozar com o pagode - espera que um gajo, que arranjou um esquema mafioso para pagar menos impostos, vá declarar a vigarice, de ânimo leve, a quem o pode punir por isso? arre porra, que mesmo sem saber fazer contas, qualquer paisano sabe a resposta a essa merda!
e a verdade é que, notícias como estas, me tiram a pouca vontade que eu já tinha, de ir às Finanças declarar voluntàriamente o meu reinício de actividade e comprar o respectivo livrinho verde, que me permite resgatar o filha da puta do ordenado. Não é que me chateie que saibam o que ando a fazer, nem quanto ganho. Claro que tinham muitas maneiras de o saber, sem me chatearam, mas isso...
Não!, o que me chateia mesmo é ter de lá ir.
Nunca gramei aquela gente, nem o ramo de actividade que representam e onde se mexem.
Nunca.
estavam ali aqueles a falar de macrobiótica e o anhuca do apresentador perguntou à mulher o que queria dizer macrobiótica, para o caso de alguém não saber e ela disse que vinha do grego e queria dizer à letra grande vida, o que não teria forçosamente de ser a mesma coisa que uma vida grande. grande vida, como uma vida em grande. coisa de qualidade, portanto. não tanto em quantidade, mas seguramente em qualidade e então dei comigo a pensar e deixo-vo-la aqui, a pergunta: qual escolherias? morrer quando tivesse de ser e sem te doer nada, ou a garantia de mais uma vintena de anos, ou por aí, mas sempre cheio de dorezinhas, pequenas mazelas, dores de dentes, dores de costas, dores de barriga, enjoos matinais, vertigens e tonturas, ou mesmo uma doença incurável, daquelas que se arrastam a pílulas e xaropes por anos a fio...? hein?
isto, a macrobiótica é lixado!
Ao vivo, nunca vi. Só na televisão. Mas, para o caso, tanto faz; até porque é de televisão que vamos falar.
E para já, falo daqueles bares, onde raparigas se despem aos bocados e dançam, em pequenos palcos iluminados, ou por entre as mesas da sala, abanando-se, insinuando-se, desnudando-se, seduzindo os espectadores que, em reconhecimento, lhes vão entalando umas notas nos suportes disponíveis: ligas das meias, elásticos das cuecas, por aí... as raparigas têm, portanto, de sensibilizar a assistência de forma a fazê-la recompensá-las monetáriamente p'lo esforço e desempenho.
Isto, repito, só vi na televisão e nem sei se já temos bares destes em Portugal.
Agora, avós temos! Temos avós e até temos um passatempo na RTP, logo de manhã, que se chama mesmo o "Passatempo das Avós"...
As avós inscrevem-se, levam a família toda atrás e fotografias velhas e inenarráveis, de tão íntimas - ou, p'lo menos, deveriam sê-lo! E contam histórias e respondem a perguntas e encaixam trocadilhos e brejeirices avulsas, insinuações... Abanam as memórias sobre o nariz da assistência, desnudam segredos de família , seduzem a alma dos espectadores com histórias de vidas difíceis e infâncias complicadas... E depois o que acontece? Acontece mesmo que também elas acabam por receber dinheiro p'la prestação ao vivo. È verdade, que eu vi. No fim da conversa, a produção entrega, de presente à avó do dia, o dinheiro,ou parte dele, das chamadas telefónicas que, entretanto, os telespectadores foram fazendo a dizer não sei o quê, que isso escapou-me!
Não lhe chegam a entalar as notas no cinto de ligas, nem no elástico das cuecas e ainda bem, que a Avó desta segunda feira levou 700 euros, à conta do strip tease fadista! Imaginam a senhora a sair dali com 700 euros entalados nos elásticos! Haveria de parecer a Josephine Baker, o raio da velha!
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