Vem no DN, que a publicidade a jornais, na RTP, passa a institucional… o que quer dizer que, segundo um parecer jurídico, ao que parece encomendado pela própria estação, concluiu-se que, a publicidade a jornais, preenche o objectivo de interesse público e que, assim sendo, essa mesma publicidade fica ao abrigo de condições especiais, de tabelas próprias, ou seja, um desconto mínimo de 85% sobre o preço normal das tabelas de publicidade.
Ora portanto… interesse público! É por isso que a publicidade a jornais, na televisão, pelo menos na RTP, passa a ser considerada publicidade institucional, sujeita a descontos, como vimos, bastante interessantes… 85% de desconto, no mínimo.
Ora o interesse público…
Vejamos então e por exemplo, o anúncio a um produto, que nos cure de gripes e alergias, por exemplo. Que interesse público terá?...
O anuncio a uma outra droga, que nos lava a roupa toda com uma economia de esforço, água, energia eléctrica e até de detergente francamente notável?... Poderá interessar a quem, nestes tempos em que se contam desesperados tostões? … Provavelmente a ninguém.
O interesse público de um Banco, que nos multiplica as poupanças, sem riscos e com todas as garantias? … Pela mesma razão é coisa que não interessa provavelmente a ninguém.
Claro que pode sempre dar-se o caso de – na guerra da concorrência – todos eles mentirem um bocadinho. Ou seja, enaltecerem prodígios que o produto não tem, esconderem armadilhas e sofismas para vencer a concorrência. Pode ser que sim… e talvez seja essa muito provável circunstância, que lhes retira toda credibilidade e os afasta desse tal outro campeonato da publicidade de interesse público. Talvez esse conhecimento implícito das regras do espectáculo publicitário os remeta para aquela zona de ruído, a que nos fomos habituando de tal forma, que já quase nos passa despercebida…o banzé da publicidade em geral.
Quando não, acham mesmo que, um jornal, por mais credível, interessante e indispensável, que o próprio se considere e classifique, é de maior interesse público, que um bom xarope para a tosse, ou até mesmo um eficiente desentupidor de canos ?!...
E temos aqui duas curiosas notícias. A primeira vem da Califórnia e vem no Diário de Notícias. Diz assim: Marijuana para acertar as contas de Schwarzenegger.
Não se trata de nenhuma contabilista mexicana, esta Marijuana de que se fala, mas da cannabis, propriamente dita.
A ideia será então legalizar a marijuana e criar um imposto sobre a droga. Essa é que é a ideia que, segundo o DN, pode ser a solução para cobrir o défice, diz que astronómico, do estado da Califórnia. Arnold Schwarzenegger já admitiu debater essa proposta, em nome do aumento das receitas.
Curioso não?... Como de repente todas as dúvidas éticas, de saúde pública e ordem ou desordem social se desfazem em fumo, perante a urgência de equilibrar as contas e o défice orçamental do estado da Califórnia… Como se diz em inglês? Money talks.
A outra curiosa notícia vem do Vaticano. Ainda no DN, lê-se que o exército do Papa poderá vir a ter mulheres. Continua-se explicando que – desafiando 5 séculos de tradição, o comandante da Guarda Suíça admitiu vir a incorporar guardas do sexo feminino, num futuro incerto, mas muito provável.
Diz o jornal, que não é ainda uma promessa, mas que vale já por uma pedrada no charco, ou seja, pela queda de um tabu. Em 2004 por exemplo, o anterior comandante da Guarda afastava essa hipótese de forma inequívoca, a de mulheres puderem integrar o exército privado do Papa.
Que isto é uma história muito antiga e o facto de serem suíços, por estranho que possa parecer, tem também, claro, uma explicação.
É que, o exército do Papa, a tal Guarda Suíça, foi fundado em 1506, quando 150 mercenários suíços marcharam sobre Roma, para oferecerem os seus serviços ao Papa-guerreiro, Júlio 2º. Actualmente, esse exército conta com 110 guardas… todos homens, portanto. Homens que têm de ser católicos assumidos e praticantes, solteiros, com um metro e 74, pelo menos, licenciados e não menos de 18 e não mais de 30 anos de idade. São sujeitos a rigorosos testes, incluindo testes de equilíbrio psicológico. Vestem-se ainda como no tempo do Renascimento e, apesar de haver quem diga que sim, consta que não, que as fardas que vestem não foram desenhadas por Miguel Ângelo…
Mas a notícia não é essa.
A notícia é de que, pelo comandante nada a opor, falta só o acordo e decisão do secretário-geral do Vaticano, para que o exército privado do Papa possa admitir mulheres nas suas fileiras.
A ordenação das mulheres, como sacerdotes da Igreja católica, pode vir ainda longe, mas a hipótese das mulheres virem a servir o Papa nessa função – digamos - quase folclórica, de ostentação e pompa, abrindo alas, apresentando armas , empunhando albardas medievais, ou desfilando com estandartes e penachos no chapéu… isso pode ser que lá se chegue entretanto…
E a gripe! A gripe “A”.
Diz o DN, que uma equipa de cientistas canadianos já conseguiu descodificar o genoma do vírus H1N1, o que é um passo muito importante para a descoberta da vacina. O anúncio foi ontem feito pela ministra canadiana da saúde. A sequenciação genética do vírus foi conseguida a partir de 3 amostras, que chegaram das províncias canadianas de Ontário e Nova Escócia e também do México. Concluiu-se entretanto, que o vírus não sofreu nenhuma mutação e que a estirpe identificada no Canada é a mesma, que foi identificada no México, onde a doença se mostrou mais mortífera.
E depois, antes de ser gripe “A” era como “gripe dos porcos”, que ela era conhecida. Ora os porcos...
No Afeganistão só há um porco e está no Jardim Zoológico e de quarentena. Como se sabe, o Islão proíbe o consumo da carne de porco, por isso, diz o jornal, que o único porco que existe em Cabul está no Jardim Zoológico e que foi oferecido em 2002, pela China, como ajuda para a reconstrução do Zoo de Cabul… O porco não dá sinais de doença, mas as autoridades dizem que é melhor assim, para tranquilidade dos visitantes… e também para o animal não contagiar, eventualmente, os outros residentes do Jardim. Consta que, o porco de que se fala, é amigo de uma cabra, com quem passa a maior parte do tempo…
Ora quarentenas!
E já estamos em Portugal. Diz o DN, que o “Governo português pede quarentena a turistas, mas não assume os seus custos”. Seus, da quarentena, claro.
Fixemos este “MAS”, que dá um toque interessante à manchete e pode fazer-nos ainda falta, lá mais para diante.
Quanto à noticia, continua falando do caso dos 400 turistas portugueses regressados de férias no México e que o Governo e as autoridades sanitárias portuguesas aconselharam a ficar em casa, uns seis dias de quarentena e prevenção. Diz-se depois, que quem faltar ao trabalho se sujeita a perder dinheiro no ordenado e dias de férias. Isto, a menos que os respectivos patrões sejam compreensivos e condescendam em não os penalizar, nesta situação muito especial. Porque é disso que se trata, de uma situação muito especial e particular. Uma situação que até já trás o mundo um pouco – digamos – assustado, com esse fantasma de uma eventual pandemia.
Mas…a manchete diz que, “mas”! Diz que o Governo aconselhou os turistas a uma quarentena… não diz que os obrigou a uma quarentena… diz que os aconselhou, mas…
Mas, que não assume os custos… um mas, que leva a crer que o deveria fazer, sem margem para dúvidas…. Mas… mas, não o faz.
E não o fazendo, quem quiser acatar o conselho do Estado… do Estado… o conselho do Estado terá de o fazer às suas próprias custas, ou seja, perdendo eventualmente 6 dias de ordenado e eventualmente também outros tantos de férias…
Um prejuízo a dobrar… que é sabido que no regresso das férias, as pessoas até podem voltar mais saudáveis e cheias de energia, mas as finanças não tanto, que em férias já se sabe… por isso, perder 6 dias de ordenado, para quem acaba de chegar de férias no México, deve ser aborrecido, e depois perder 6 dias de férias, também é bastante desagradável. E tanto faz que as gozemos no Waikiki havaiano, ou no outro, o da Costa da Caparica.
Vem no Público, que os militantes da “Associação Juntos pela Vida” gostariam que as cidades, que proibiram as toiradas, proíbam também a interrupção voluntária da gravidez e pelos mesmos motivos … pelo sofrimento infligido, no caso, ao nascituro…
Os municípios em causa são os de Viana do Castelo, Braga, Sintra e Cascais.
A associação já fez seguir uma carta para os respectivos presidentes da Câmara e espera convocar também para este protesto a Associação Animal… Do lado da “Animal” a resposta já é conhecida… diz o presidente da associação, que é um absurdo e que se está a fazer uma confusão tremenda de poderes – palavras do próprio presidente da “Animal”, Miguel Moutinho. Quanto aos autarcas, o de Viana do Castelo, a primeira cidade a proibir toiradas e circos com animais… o presidente da Câmara de Viana do Castelo diz que ainda não recebeu a carta da “Juntos pela Vida”, mas acha que não se podem comparar as duas coisas – a interrupção voluntária da gravidez e as toiradas à portuguesa. Diz que o que a “Juntos pela Vida” devia fazer era juntar-se mesmo em defesa de um investimento forte na educação sexual e na prevenção de situações, que possam eventualmente levar uma mulher a preferir abortar que ter o filho.
Em nome da “Juntos pela Vida”, um dirigente do movimento disse ao jornal Público, que a comparação é uma caricatura e como tal deve ser entendida, para alertar a população para um problema, que pode hipotecar o futuro da própria sociedade.
Mas fixemo-nos ainda nas toiradas e, no caso, numa outra denúncia e outro denunciante. A Associação Animal. Essa mesma.
E a indignação tem a ver com a anunciada abertura de um espaço, na televisão por cabo, para umas horas de transmissão de toiradas de morte à espanhola. Vai-se chamar “Festa Brava” e a operadora responsável, a ZON, diz que não é um novo canal, antes um espaço de emissão, que arranca amanhã e que estará no ar entre as 4 da tarde e a meia-noite. Para a Animal é igual, chamem-lhe o que quiserem, que toiradas, nem à portuguesa, nem à espanhola, nem à Bulhão Pato. Nada.
Para a “Animal” a decisão é profundamente infeliz e censurável. Denuncia-se o propósito de lucro que está por trás desta iniciativa… Diz-se ainda que – e citemos – “nos dias de hoje, na sociedade portuguesa, que felizmente está a evoluir, colocar um canal como o Festa Brava é de uma profunda falta de inteligência por parte do operador…” Ora, que isso não lhes desse cuidado, aos militantes da “Animal”… digo, a falta de inteligência da ZON, se perder dinheiro com o negócio, pouca sorte, tiro ao lado, tanto mais que, como reconhece a associação, a sociedade portuguesa está a evoluir e - segundo a própria associação, as pessoas já vão percebendo que têm poder de escolha e decisão e tanto mais tratando-se de um canal pago e não de sinal aberto, podem sempre mudar de operadora e evitar assim tentações… que só mesmo uma tentação muito forte, um interesse inequívoco pode levar uma pessoa a sintonizar este ou aquele programa. Quando a grelha de canais se abre a um leque tão variado de ofertas…
Claro que se estivéssemos a falar de um programa de toiros e toiradas num canal de sinal aberto, a coisa aí ganhava outros contornos e particular gravidade. Miguel Moutinho, da Associação Animal diz que – e citemos uma vez mais: “é evidente que se fosse em sinal aberto superaria a indecência… assim é menos público…”
Ora, caro Miguel Moutinho, parece que temos aqui uma situação!... Citemos agora a grelha de programas da RTP 2… diz assim… dia 10 de Maio, “Arte e Emoção”… arte e emoção é o nome do magazine… tauromáquico, adivinharam! A indecência vai para o ar ás 8 da noite, em sinal aberto e com todo o trapio.
O caso continua espalhando-se em referências breves e soltas pelos vários jornais…
O caso dos insultos e agressões a Vital Moreira no 1º de Maio.
Um caso curioso…
Curioso mais pelas reacções e comentários que vem provocando, do que por si só, pelo acontecido.
A ver… ontem foi a vez de José Lello, do secretariado nacional socialista criticar o silêncio de Manuel Alegre sobre o caso. Estranha o facto do deputado, conhecido por nunca se calar, manter o silêncio em relação aos insultos, a que Vital Moreira e por extensão todo o Partido Socialista foram sujeitos. Estranha, que Alegre se tenha pronunciado em tantas situações que considerava injustas ou menos próprias e guarde agora o silêncio em relação a este caso.
Enfim, pode acontecer que para Manuel Alegre este caso não mereça de facto comentário, pela insignificância que o reveste, ou, se quisermos, para que ele não ganhe uma importância que realmente não devia ter, ou ainda, para que se não tome a árvore pela floresta… Aliás, Alegre já respondeu a isso, on line, na página pessoal da Internet, criticando o que aconteceu, mas ressalvando que não se deve combater um acto de sectarismo com outro, de igual natureza.
Depois, temos o PCP, que de acusado passa agora a acusador. Ou seja, dizem os jornais que, depois de vários membros do PS terem exigido o pedido público de desculpas ao PCP, agora é a vez do PCP reclamar também um pedido de desculpas ao PS, por alegadamente estar a fazer um ajuste de contas… Ontem, em conferência de imprensa, Vasco Cardoso do PC denunciava as "insistentes acusações, insultos, provocações e calúnias dirigidas desde a primeira hora pela direcção do PS contra o PCP..." Estive a citar o dirigente comunista. Disse ainda, que o Governo está a procurar fazer um ajuste de contas, com a força que o tem combatido politicamente…
E agora mais uma ponta solta no enredo.
Lembram-se, que para o candidato ofendido, as agressões e insultos pelo teor e conteúdo só podiam partir de militantes, ou simpatizantes comunistas… mais concretamente do PCP? …
Ora, diz hoje o Correio da Manhã que se calhar comunistas seriam, mas não forçosamente do PCP. Ou seja, um dos agressores já identificado parece pertencer ao Bloco de Esquerda! Dirigentes do Bloco já disseram que, a ser verdade que a personagem em causa é militante bloquista, não é funcionário do partido, nem dirigente… A personagem em questão foi identificada através das imagens, que a televisão passou, dos acontecimentos… Um dos agressores foi identificado como militante do Bloco de Esquerda e consta que foi até candidato em Coimbra, há 4 anos…
E estamos nisto. Convenhamos que, como argumento de telenovela, já todos vimos muito melhor. É que, ainda por cima, sem gajas…
E continua em banho-maria a polémica pelos jornais. A polémica à volta das alegadas agressões e insultos a Vital Moreira, durante as manifestações da CGTP,no 1º de Maio.
Diz o JN, que “Vital quer que PCP peça desculpas ao PS”. Continua-se depois explicando, que o candidato socialista esteve ontem de visita à Ovibeja. Publica-se mesmo a fotografia que ilustra o evento. Na foto, Vital Moreira com ar curioso, aponta para um chocalho, ali ao lado de um Capoula dos Santos sorridente, que o imita no gesto. Não são os “Chocalhos Pardalinho”, que a tabuleta por trás dos visitantes anuncia. Estes, que Vital Moreira observa, serão eventualmente de outra marca qualquer... Adiante, que não são os chocalhos o pomo da discórdia.
O pomo da discórdia, neste momento é que – segundo transcreve o JN – “quem faz o mal, não deve fazer a caramunha!” Palavras do candidato ofendido. E que é por isso que ele, Vital Moreira, diz esperar … aliás, “continuar a esperar tranquilamente as desculpas que o PCP deve ao PS”.
Já ontem, nas páginas do Diário de Notícias, outra voz se juntava ao coro de protestos e comentários. José Saramago. “José Saramago demarca-se do PCP” - diz hoje o título, relembrando essas afirmações de Saramago, ontem, nas páginas do mesmo jornal. Ontem Saramago defendia a expulsão dos alegados agressores a Vital Moreira, caso sejam militantes do Partido Comunista, esperando que tenham já sido entretanto identificados… Já antes também, Francisco Lopes, do comité central do PCP, lembrava que também pode acontecer, que os agressores de que se fala até nem tenham filiação partidária nenhuma, nem no PCP, nem em partido nenhum… mas isso também não é certo.
Entretanto e ainda no Diário de Notícias, dá-se conta de outro episódio picaresco, este passado no Sábado em Melgaço… Diz o DN, que o presidente da Câmara de Ponte da Barca acusou o coordenador da União dos Sindicatos de Braga de ter atirado, na altura, um copo de vinho para cima de Vital Moreira e José Sócrates e restante comitiva socialista… Adão Mendes, chama-se o sindicalista, já negou as acusações e desafiou o autarca de Ponte da Barca a provar o que disse. Para rematar a conversa, garante que nem estava presente, quando os alegados factos aconteceram…
Ora, deixemos esta outra pista em aberto que, certamente, a haver algum fogo por trás desta coluna de fumo, certamente que o próprio candidato se há-de manifestar com a veemência adequada à situação e depois, eventualmente, esperará tranquilamente pelo pedido público de desculpas… Haverá de ser notícia.
Entretanto, já houve também quem achasse um pouco exagerada e sem propósito, a comparação que o candidato Vital Moreira fez, no caso das agressões do 1º de Maio, com o episódio da Marinha Grande envolvendo o, na altura, candidato Mário Soares.
Houve quem achasse até talvez um pouco abusiva a comparação. Enfim, a verdade é que, na altura o candidato Mário Soares não consta que tenha feita semelhante caramunha, como lhe chama Vital Moreira, quanto à exigência de um pedido formal de desculpas fosse de quem fosse.
Quanto a essa questão em aberto, de saber-se a real filiação partidária dos agressores… Saramago acha que devem ser expulsos do partido, se se provar que são militantes do PC… Já o candidato ofendido, Vital Moreira não tem dúvidas. São do PCP sim senhor, basta ter em conta o conteúdo dos insultos que lhe dirigiram. Chamaram-lhe “traidor” e “vendido”. Para Vital Moreira essa é a prova que dispensa qualquer outra. Ora, e se lhe tivessem dado roda de paneleiro e filho da puta?! Seriam o quê, assim com tanta certeza? Sócios do Benfica?!...