quarta-feira, 28 de outubro de 2009











Esta é uma história que vem do Porto e que o Diário de Notícias apresenta assim:

Burlão das notas negras condenado a 6 anos e meio.

O caso remonta já ao ano de 2005, quando o burlão em causa fez algumas demonstrações tão fantásticas quanto convincentes, em alguns hotéis da cidade.

Ora a coisa contava-se assim… que tinha chegado do estrangeiro e que trazia aquelas notas, propositadamente tingidas de negro, para alegadamente iludirem as alfândegas… e que agora era preciso um reagente especial para lhes devolver a cor original e reintroduzi-las em circulação. Para isso pediam aos interessados quantias entre os 20 mil e os 60 mil euros para comprar os tais reagentes…

Diz o jornal que , nessas demonstrações em hotéis do Porto, o burlão lavava de facto algumas notas – diz que às vezes com simples champô – e que , depois da lavagem, elas se revelavam de facto verdadeiras… dinheiro vivo… essas, o resto, já se sabe, era só papel ordinário pintado de preto. Ora a noticia não diz o que acontecia depois… os – chamemos-lhe agora assim…. Os lesados, as vítimas ficavam com esse dinheiro, depois de terem pago os tais 20 ou 60 mil euros pelos reagentes?… e acreditavam mesmo que alguém lhes ia dar uma quantia de dinheiro, naturalmente superior ao que tinham gasto com os tais químicos da farsa, só pelos seus lindos olhos?...

Diz ainda o jornal que, já no ano de 2008, este burlão terá mesmo feito uma demonstração sobre como quadruplicar as notas. O jornal não fala em sugestões de investimento, ou de aplicações financeiras que pudessem fazer quadruplicar o dinheiro. Fala , isso sim, em quadruplicar as notas e aqui… deixem que vos diga, já soa a bruxaria da boa…

Diz ainda o DN que este esquema é semelhante ao dos dólares negros, em que as notas falsas eram tingidas com uma solução de amido e iodo e lavadas depois com sulfito de sódio, que era apresentado como um dispendioso reagente…

Mas voltemos a Portugal… neste caso, consta que poderia ser betadine, um desifectante liquido, o que era usado para pintar as notas e o papel que se queria fazer passar por dinheiro… Diz o DN que o burlão pedia, no mínimo, 20 mil euros … não diz, mas presume-se que alguns o tenham feito… dado , pelo menos 20 mil euros, para comprar o tal reagente e depois, presume-se uma vez mais, ficar com o dinheiro todo, lavadinho e enxuto… Até aqui temos então e por enquanto um cenário de alguém com 20 mil euros disponíveis para investir… num negócio pouco claro, comos se viu, mas um investimento, de qualquer forma… pode falar-se em ganância, que é um defeito feio e pouco prudente…

Mas continuando o fio da história, chegamos ao episódio em que o burlão demonstra como quadruplicar as notas… não havendo referência, como vimos que não há, a nenhuma sugestão privilegiada de investimento de chorudo lucro… ficamos só perante uma multiplicação quase milagrosa, mágica, fantástica de uns quantos rectangulozinhos de papel… e, acreditar num prodígio destes é outra coisa, ou pelo menos costuma chamar-se-lhe outra coisa.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ora, o padre de Covas do Barroso.

Esse mesmo, que foi ontem a tribunal responder pelo pequeno arsenal, que lhe descobriram em casa. Armas, explosivos e munições… Fala-se em muita coisa…. Até de tráfico de armas… Para já, do que se sabe é que, até o julgamento acabar, o padre Fernando Guerra, de Covas do Barroso, vai ficar em liberdade, obrigado a apresentações semanais no posto da Guarda. Fica também proibido de comprar e usar armas de fogo.

Os jornais ouviram entretanto o bispo de Vila Real, Joaquim Gonçalves, que se recusa a acreditar, que o padre Guerra esteja envolvido em coisas de terrorismo, ou tráfico de armas… depois diz que pretende manter o padre à frente da paróquia de Covas do Barroso, a menos que seja condenado a uma pena de prisão demasiado prolongada… aí, haverá que substituí-lo, para que a paróquia não fique sem pastor… ou então… no caso do padre Guerra não conseguir – citemos o bispo – “diluir a imagem negativa provocada pela sua detenção”.

Ora acontece que, ainda segundo os jornais, em Covas do Barroso já não era das mais simpáticas a opinião e a voz do povo, em relação a este padre. Conflituoso, violento. Citemos este trecho do DN: “para a maioria dos populares esta detenção não causou nenhuma surpresa e demorou foi tempo a mais, já que são muitas as histórias que todos dizem saber sobre este padre…”

Mas o medo tem calado a denúncia. O jornal I, por exemplo, puxa para a capa o depoimento de uma ex aluna deste padre. Diz que contava notas e limpava armas nas aulas de religião e moral. Isto já há 25 anos, quando leccionava a disciplina, na secundária de Boticas. Era aí que, segundo esta ex aluna, o padre se punha a contar dinheiro e a limpar armas.

Mas, regressemos ao bispo de Vila Real, que também parece não se espantar com estas notícias… Já vimos que descarta a possibilidade do padre Fernando Guerra estar ligado ao terrorismo – aliás diz mesmo que “um sacerdote não pode ser um guerrilheiro da fé”… quanto às armas… talvez se trate de um negócio – enfim, pouco recomendável - o bispo chama-lhe um negócio “atrevido” … um negócio atrevido, portanto, de armas de caça para vender a amigos… mas não é certo, o bispo, isso não garante, o que adianta, um pouco a medo, mas com alguma certeza que lhe vem da História… o que adianta, dizia, é que – citemos uma vez mais – “pode ser o vício da caça.”

Assim mesmo – o vício da caça do clero. Diz o JN, diz o DN… dizem que o bispo de Vila Real sabe que existe – mais uma citação – “certa tradição de caça entre o clero, principalmente nas zonas de montanha” e que “alguns dos sacerdotes da igreja católica portuguesa foram excelentes caçadores”.

O que o bispo não diz é quando, ou a partir de quando, os sacerdotes católicos portugueses começaram a trocar as sandálias do pescador pelas botas do caçador...