quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

putas e caramelos

Tem chamada de capa no Jornal de Negócios, que a SLN (Sociedade Lusa de Negócios) se prepara para processar o Banco de Portugal, por ter falhado na supervisão, que podia ter evitado o descalabro, que acabaria por levar, por tabela e consequência, à nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios.

Os accionistas baseiam-se em pareceres jurídicos, que garantem que houve falha da supervisão do Banco Central, no caso das irregularidades cometidas no BPN, nos últimos 8 anos. Acham que o Banco de Portugal haveria de ter estado atento e agido a tempo e horas. E porque não o fez é que a situação chegou ao ponto a que todos sabemos. Portanto, pior que ter havido uma gestão fraudulenta, criminosa das contas do Banco… pior que isso, é a falta de supervisão do Banco Central, que deixou os bandidos actuarem impunemente.

Imaginemos um outro cenário. Al Capone processando o FBI, por não o ter impedido de fazer as falcatruas e bandidagens que o tornaram célebre. Ou o próprio Jack, o Estripador, a processar a Coroa britânica, por permitir a venda e uso de facas, em Inglaterra.

Ainda no Jornal de Negócios, a primeira página chama a atenção para as empresas portuguesas, que continuam sem crédito, apesar do aval do Estado, concedido aos bancos, justamente para esse propósito.

“Banca acusada de bloquear empréstimos às Pequenas e Médias Empresas”, acusa a manchete. Consta que, apenas a Caixa Geral de Depósitos terá usado as garantias do Estado, para financiar as empresas. As associações empresariais acusam mesmo a banca de estar a usar o aval do Estado apenas para reciclar créditos, ou financiar clientes "especiais" – chamemos-lhe assim, com aspas e tudo.

Sabe-se que o Governo já alertou a banca para este facto. Avisou mesmo que, se a garantia não for usada para os fins a que se propõe, congela-se tudo e retira-se o apoio.

Em tom quase paternal, foi-se dizendo que este dinheiro, esta garantia é para ser usada em benefício da economia nacional, através da recuperação das empresas que estão em maiores dificuldades de gestão. Em tom paternal, como quem diz… toma lá e agora não voltes a gastar o dinheiro todo em putas e caramelos…

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

é manchete de um dos jornais económicos de hoje, que, metade dos funcionários públicos trabalha sem objectivos. Trabalhar sem objectivos é fodido. Parece-me mesmo que não há nada mais parecido com a escravatura.

Oh Teixeira, pá, tens o boné virado ao contrário!

É impressão minha, ou o Teixeira dos Santos parece um jogador de futebol, a falar?!...
Mas, atenção, que é só na maneira de falar. Na entoação que dá às frases. No ritmo do discurso, na pose, na atitude. Que, quanto ao conteúdo, apesar de ser, à sua maneira, tão vazio e inútil, tem substanciais diferenças que, tendo em conta a responsabilidade de cada um, acabam por não abonar grande coisa, em favor do ministro.
Hoje, então, o homem esmerou-se. Estava inspirado.
Perguntavam-lhe sobre a actual crise e as soluções que se vão inventando para fugir dela e fazia-se a comparação com o crash económico japonês, que deixou o país em crise arrastada e dolorosa. Sabem o que é que Teixeira dos Santos das Finanças respondeu?. Que não havia problema, nem comparação, porque na Europa -e por consequência e para o que nos interessa, Portugal também...) há mais transparência e maior rigor e solidez nas instituições. Ora, se o Teixeira fosse plantar couves p'ra Bruxelas!... Falar em transparência do sector financeiro aos gajos que acabaram de levar com as broncas do BPN, BPP, BCP e o caralho! Falar de rigor e solidez das instituições, quando o Banco Central Português, só p'ra não ficar absolutamente mal nesta puta de fotografia, acaba por admitir que, desculpem, mas, como o corno, foi o último a saber.
Oh Teixeira, fica bem.