sábado, 18 de agosto de 2007

uma choldra! Eça é que é Eça

O Ministério da Administração Interna (MAI) confirmou ontem que a condução sob efeito de benzodiazepinas, substâncias presentes em medicamentos como tranquilizantes, não será punida. "Se algum teste de detecção registar a sua presença [de benzodiazepinas], o que pode acontecer por os kits de exame à saliva serem importados dos EUA, isso não implica a punição do condutor ou sequer a sua subsmissão a exame de rastreio ou de confirmação, visto não se tratar de substâncias proibidas no âmbito do exercício da condução", segundo comunicado do MAI enviado à Lusa.
Diário de Notícias, 18 agosto
a ver...
o que está aqui em causa, já nem é a estupidez e voracidade com que eles são prescritos, vendidos e consumidos, os tais comprimidos p'ra "descansar a cabeça" !
a questão é que, na maior parte dos casos, as respectivas literaturas inclusas avisam para os riscos de conduzir veículos e manobrar máquinas, sob o efeito das ansíoliticas pílulas. são, regra geral, muito claros, nessa matéria! e, ao que consta, muita gente insiste em por-se ao volante dos respectivos automóveis e sair para a estrada, "gazeado" e feliz... o que, para todos os efeitos práticos, representa um risco igual ao de quem conduz com os copos, ou "pedrado" que nem um urso. Porque, na verdade, em todos os casos referidos, a personagem está, de facto, "pedrada que nem um urso" e a arriscar a vida própria e as alheias, ao conduzir nesse estado.
mas a lei portuguesa acha que talvez não seja bem assim. ou até talvez seja, mas ainda não teve tempo de decretar sobre o assunto. ou até talvez já tenha tido, mas o lobby dos laboratórios e farmácias apertou-lhe vigorosamente qualquer coisa simbólica com uma tenaz alegórica e tudo ficou em sentido figurado, na mesma. em sentido.
ou até talvez esteja a ser injusto e a lei, o MAI,a mãe dele, ou alguém que tenha responsabilidade na matéria se preocupe mesmo a sério e tanto e de forma tão responsável, frontal e obsessiva, que às vezes, para conseguir "descansar e amanhã volto a pensar nisso", só mesmo à força de muito lexontan, muito valium, muito xanax, muito lorenin...
nota de rodapé
há sempre a hipótese das farmácias poderem vir a aumentar as vendas destes fármacos psicotrópicos e entorpecedores de corpos e almas... por exemplo: hoje é daqueles dias em que apanhava uma bezana!... depois p'ra trazer o carro é que... já sei! viro uma caixa de bialzepam e siga, vai dar ao mesmo e não dá multa !
É QUE - VERDADE SEJA DITA - SE É DE INFRACÇÃO QUE SE TRATA... O GAJO QUE TOMA AS PILULAS, QUE SABE QUE LHE VÃO ENTORPECER CABEÇA E REFLEXOS (ESTÁ LÁ ESCRITO NO PAPEL E O MÉDICO DEVIA TÊ-LO AVISADO TAMBÉM) E MESMO ASSIM SAI PARA A ESTRADA, ESTÁ A PISAR O RISCO, TANTO COMO O OUTRO QUE FAZ EXACTAMENTE O MESMO, NAS MESMAS CONDIÇÕES DE OPERACIONALIDADE, TENHA ELE ENCHIDO OS CORNOS COM A MERDA QUE QUIS, OU QUE O MÉDICO MANDOU, OU A PRIMA LHE MISTUROU NO OVOMALTINE !
AMBOS DEVIAM ENCOSTAR À BERMA E IR A PÉ, OU CHAMAR UM TAXI.
SE QUISEREM MULTÁ-LOS OU PÔ-LOS A MIJAR PARA UM FRASQUINHO, POR MIM É IGUAL, DESDE QUE O FAÇAM A TODOS!
quando não, isto é uma choldra. Eça é que é Eça!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

é mesmo estranho, ou sou só eu que acho ?!...

Que numa factura da EPAL, num total de 14 euros e 67 cêntimos, o pagamento se divida como segue:
45 cêntimos para o IVA...
2 euros e 31 cêntimos para Saneamento Fixo,
mais 1 euro e 90 para o Saneamento Variável,
90 cêntimos como Adicional da C.M.Lisboa,
depois vem uma parcela de 7 euros e 60 cêntimos, a parte de leão, que vai como Quota de Serviço... e deixo para o fim a verdadeiramente dita parcela do consumo propriamente dito da propriamente dita água: 1 euro e 43 cêntimos. é pouco, é muito... foi a água que se gastou e pronto.
a estranheza é ser um valor que só é superior aos da taxa de IVA e do tal residual Adicional C.M.Lisboa, que, se assim se pode dizer, são os únicos que se apresentam como impostos, enquanto tal. isto, claro, se excluirmos a tal Quota de Serviço, de que pouco, ou nada conhecemos, em termos práticos e concretos, para além de levar 7 euros e 60 cêntimos, de forma limpa e enxurrada...
Temos então que, a conta da água, tirando o consumo propriamente dito da propriamente dita água, coisa residual, como já vimos, 10%..., serve para pagar outras coisas, que não propria e directamente o fornecimento e consumo da mesma.
esclarecido este ponto, termino com um poema dedicado à EPAL: Empresa Portuguesa das Águas Livres...
água fria da ribeira
água fria que o sol aqueceu
três corpetes e um avental
sete fronhas e um lençol
e viva a liberdade

o ABC de Albano Borboleta


A 12 de Abril de 1480 nascia, às portas de Alfama, Albano Borboleta, esforçado cultor de Artes Marciais e exímio Lavador de Janelas. Apesar de vir a tornar-se figura incontornável da cultura do seu século 15, teve uma infância discreta, apagadita mesmo. Ficou coxo aos dez anos, derivado ao coice de um burro, que lhe disputava a água no bebedouro municipal, do largo onde brincava. Os pais queriam-no a estudar leis, já as mães tinham outra ideia. Como não se entendiam, Albano Borboleta cresceu auto didacta na escola da vida e, p’ra dizer a verdade, até nem se deu mal. Um dia, porém, uma pessoa disse-lhe que assim não podia ser e ele, então, resolveu largar tudo o que estava a fazer e não fazer mais nada senão isso. P’lo menos, durante um bocado. Só mais tarde, mas muito mais tarde é que sentiu crescer em si a vocação! A que o iria tornar célebre e quase esquecido. A de Lavador de Janelas. Mais! A de Exímio Lavador de Janelas e Esforçado Cultor de Artes Marciais. Mas tudo isso corresponde a um período muito agitado da vida de Albano. Demasiado agitado até para tirar notas, ou fixar acontecimentos. Por isso mesmo, saltamos em branco este período fértil e frenético, se bem que fundamental, da vida de Borboleta e vamos ao que importa. Os pormenores mais bizarros, as histórias nunca contadas, os detalhes desconhecidos. Desconhecidos por todos; pl’o público em geral e até p’los próprios biógrafos e estudiosos do fenómeno. Incluindo, claro está, a nossa própria pessoa. Sabe-se, por exemplo que, um dia foi visto a beber água, com ar desconfiado, no bebedouro municipal. Seriam umas 10 da noite, segundo os relatos que sobreviveram ao fogo que se seguiu. Albano Borboleta debruçava-se sobre o tanque do bebedouro, mas as orelhas viravam-se-lhe para trás, tremendo de nervosismo mal disfarçado… e pouco mais se sabe, dessa noite fatídica. O grande incêndio, que começou. pouco depois numas estrebarias, e que acabou por reduzir a vila a cinzas, acabou também, ingratamente, por ocupar as principais linhas da memória do povo local, apagando quase por completo o testemunho desse feito magnífico, que foi o regresso de Albano ao bebedouro da praça, anos depois do coice do burro o ter posto a coxear para a vida inteira! Posto isto, seria quase injusto, se não imperdoável, mesmo, na data em que se celebra a comemoração em memória de uma personalidade tão rica e importante, não salientar aqui a riqueza e importância da personalidade e da memória do homem que hoje aqui nos traz e que, no seu tempo, nunca haveria de imaginar que estaríamos aqui hoje, a falar dele. Nem ele, nem eu, se mo tivessem perguntado ontem à noite.

Bom dia.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007





Com aquele extintor na mão, s. Jorge tinha duas maneiras de enfrentar o dragão: dar-lhe com o extintor no meio dos olhos, ou encher-lhe as ventas de neve carbónica; mal ele abrisse a boca. E qual julgam que foi a reacção do energúmeno ?... Desembainhar a espada, dar esporas ao cavalo e desatar a chamar nomes em inglês ao dragão, que de línguas, só conhece as de fogo ! Por isso mesmo ficou na história como s. Jorge, o "estúpido que nem um cepo" e muito povo civilizado, como o português, deixou de acreditar nele e começou a acender velas às virgens. Também a verdade é para ser dita - que crédito merece um anhuca que se põe a desafiar animais imaginários para andar á porrada?! E ainda mais a uma hora daquelas… ainda se o fizesse p’la tardinha, ao lusco-fusco, que é quando eles vêem mal ao longe … aí nem precisava de extintor, um abanico, daqueles das feiras, chegava perfeitamente.

el raton




belfaghor circus

terça-feira, 14 de agosto de 2007

no chores por mim ermelinda




actualidades em cima da hora

oh pai! olha eu a nadar...


Ainda hoje me soam cruéis na cabeça essas palavras: oh pai olha eu a nadar! Ele estava sempre na brincadeira por isso ninguém o levou muito a sério e continuámos a disparar sobre ele que esbracejava dentro d’água de forma desajeitada e aflita… só percebemos a verdade quando o sangue começou a espalhar-se tingindo a água enquanto ele se agarrava á barriga contorcendo-se à medida que se afogava. Raio do homem. Perfeito palhaço. Palhaço até ao fim.

De súbito o ar encheu-se de perfumes sublimes, à sua volta! Uma indecifrável mistura de odores, de cheiro de flores desconhecidas, fragrâncias subtis e raras, que se debruçavam sobre ele, derramando-se em ondas sopradas sobre o rosto, envolvendo-lhe o corpo, numa tontura vaga.
Não fazia ideia nenhuma de onde viria essa brisa perfumada. Nem se lembrava de quando e como o ar se tinha perfumado, assim, completamente.
Também não saberia explicar as lágrimas que caíam, dalguns desses rostos que se debruçavam sobre ele, fitando-o por um momento, antes de voltar a desaparecer no horizonte…
Refreou o instinto de estender a mão e tocar um deles e dizer qualquer coisa. Foi um instinto inexplicável fazê-lo. Mas deixou-se ficar quieto, saboreando a eternidade do momento. Todo o corpo se descontraía numa ausência estranha. Quase como se já não lhe pertencesse. Abandonado a uma rigidez fria e tranquila. Como um morto.
E quem me garante, que não era já esse o caso?...

reflexão velocipédica

aos ciclistas, cujo forte são as montanhas, chama-se trepadores - porque trepam!
roladores é o que se chama aos que se dão melhor na estrada, em longas tiradas, a pedalar contra o vento, rolando em velocidade desatada...
então porque é que se chama sprinters, aos que são bons é a pedalar ao ataque, sempre a puxar? porquê um nome estrangeiro, quando os que trepam, o fazem em português e os que rolam também?! enfim!, se atacam, deveriam chamar-lhes atacadores! ou puxadores, já que puxam!!

uma questão de bom gosto

O telejornal tinha-me dito que eu estava entre os mais mal pagos da Europa. Confesso que isso me deixou um pouco triste e sem grande vontade de ouvir mais nada.
Tirei o som à televisão e mergulhei na rede, à procura do peixe doirado, que me salvasse o dia. E de repente, ele lá estava, brilhante e gordo nas letras da manchete. O que vale é que há jornais que têm o dom de levantar o moral das pessoas, principalmente quando ele está debilitado por notícias tristes, como a que tinha acabado de ouvir na televisão. O Correio da Manhã é um desses jornais. Dizia o título da notícia: Os preços médios em Portugal são cerca de 20 por cento mais baratos do que na União Europeia a 15… Eh lá!, disse eu, sem que ninguém ouvisse, já que o fiz em silêncio, com os meus botões… eh lá! O que é que o Correio sabe que a televisão desconhece? Afinal, mal pagos seremos, mas também temos tudo mais barato! Claro que, continuando a leitura, acabamos por perceber que a notícia é a mesma, só que cada um entrou p’la porta que lhe deu mais jeito. De facto, apesar da diferença de preços correr em nossa vantagem, os ordenados ficam-lhe muito mais abaixo, o que dá um défice de poder de compra pouco interessante, em termos práticos. Depois vêm os serviços e abastecimentos essenciais de água e energia, que também saem mais em conta, cá do que na Europa dos 15. Onde somos mais careiros é nos telefones. Mas, de novo aqui, o destino nos trama. De que serve termos preços em conta, se, para o dizermos aos vizinhos e amigos, lá se vai o lucro, em despesas de telefone !?...
Mas isso, para o caso e de momento não interessa. O ponto é que há jornais que sabem levantar o moral de uma pessoa e o Correio da Manhã é um deles. Quando li que Portugal tinha dos preços mais baratos da Europa dos 15, senti-me logo mais à vontade. Nada a ver com a sensação que me tinha ficado, daquela entrada deselegante do telejornal, a dizer que eu era dos mais mal pagos da família! E é aqui que eu quero chegar. A notícia é a mesma e para todos os efeitos práticos, mesmo quem não queira ler tudo até ao fim, há-de ficar a saber que a notícia é a mesma. Mais tarde, ou mais cedo, vai perceber que sim ! Só que, entretanto, fica-nos esta sensação de conforto e bem-estar, uma pequena orgia dos sentidos, uma coisa quase mística. De fartura e budância. Quem, ao cimo deste mundo e à face deste sol, nos poderá condenar esta pequena luxúria ?!








segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Troca de seringas nas prisões testada em Lisboa e Paços de Ferreira
Os estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Paços de Ferreira vão ser os primeiros a proporcionar aos reclusos a troca de seringas, um programa que será aplicado a título experimental e ao longo de um ano, a partir de Setembro.


PúBLICO, 13 AGOSTO 07


Depois de tanto se ter batalhado, para dissuadir os toxicodependentes de partilharem as seringas, vêm agora estes gajos das prisões de Lisboa e Paços de Ferreira pôr os presos a trocar seringas. Não há, que eu saiba, nada que prove, que a população prisional de nenhuma das duas cadeias em causa, seja particularmente imune a doenças sanguineamente transmissíveis. Nem o contrário. Ou que haja falta de viroses, ou outro tipo de infecções em qualquer dos presídios… Qual poderá, então, ser a vantagem de os presos de Lisboa se injectarem com as seringas usadas p’los camaradas de Paços de Ferreira e vice versa ?! E porquê durante um ano?! E porque começam só em Setembro? Porque não esperar p’lo Natal?! Ou o contrário?...

Ou... de como, nem sempre, o facto de saber e escrever bem e num jornal de referência e grande circulação, chega para nos livrar das armadilhas semânticas da língua portuguesa. Abençoada seja!
Amanhã, se deus quiser, fará sol, se não chover…

Tinham-me prometido uma chuva de estrelas. Como sempre, avisaram-me que não seria uma verdadeira chuva, nem sequer de estrelas. Em boa verdade, o fenómeno até se haveria de repetir, como habitualmente, no próximo ano e no outro e no que seguisse, até ao fim dos tempos, enquanto a terra fosse terra e a lua fosse lua e o sol se aguentasse, firme no seu posto, a fazer girar os planetas todos à volta dele, como borboletas tontas. E não seria chuva, porque o que verdadeiramente se iria passar era a terra atravessar o núcleo central de uma espécie de aterro cósmico, onde gravita a lixarada que ficou da passagem de um cometa de que não fixei o nome… a entrada desse lixo, minúsculas partículas de poeira dos astros, na atmosfera terrestre é que os faz acender e brilhar como estrelas. Portanto nem chuva, nem de estrelas, mas um espectáculo bonito de se ver, apesar de tudo. Alias, p’la propaganda, um espectáculo a não perder, mesmo!
Portanto e antes que me perca, tinham-me prometido uma chuva de estrelas; mas tudo isso, se! Neste ponto, todos estavam de acordo. Se! Se não houvesse nuvens no céu, se se escolhesse um ponto fora das grandes cidades, onde a luz da civilização apaga a luz das próprias estrelas…
Portanto e apesar de tudo, tudo foi montado ao pormenor: as máquinas, as instruções de observação, o entusiasmo da população… pequenos, médios e nunca verdadeiramente muito grandes grupos organizaram-se para celebrar o nocturno fenómeno, a quase mística experiência, o cosmogónico deslumbramento.
E então, as nuvens vieram e afinal não choveu. Enfim, chover choveu, só que, como quase ia chovendo, apesar de não ter chovido, a chuva ninguém a viu, apesar de ter chovido. O mesmo é dizer: a chuva de estrelas deve ter acontecido. Aconteceu mesmo. De certeza. É daquelas coisas que acontecem, mesmo que a gente não queira, ou não veja, ou ache mesmo que só acontece aos outros… portanto, chuva de estrelas houve, a acreditar na astrofísica actual, já que se tem de acreditar nalguma coisa… a gente é que não viu nada, porque o céu estava encoberto com nuvens a ameaçar chuva, mas da outra, da que traz outras poeiras com ela. Poeiras, algumas manhosas mesmo; restos de lixo que se foi soltando cá de baixo e que, depois volta ao remetente, já mais velho e ressabiado. Enfim, não choveu, mas as nuvens taparam o céu e impediram que se visse a chuva, a outra, a assim chamada de estrelas, que – já sabemos – é poeira do cometa, são meteoritos, poeira em brasa… mas não deu p’ra ver. Eles tinham avisado que havia o se. Não que o se, de que falavam, interferisse, de qualquer forma, com a inevitabilidade garantida do fenómeno em si, mas, que havia uma série de factores, externos ao fenómeno, que poderiam condicionar a observação do mesmo. E, a expressão “do mesmo”, como já vimos, vem aqui muito a propósito, já que, como também já percebemos, o fenómeno se repete todos os anos, por esta altura… mas, como também já percebemos, nada disto desmobiliza um povo que aprecia emoções fortes e experiências sublimes. O povo português é assim e então, todos os pontos de observação do costume foram ocupados; todas as expectativas activadas e tudo se preparou à altura do acontecimento.
No dia seguinte, perguntasse-se a quem fosse, ou, p’lo menos, a quem tivesse ido, para a rua, para o alto de um monte, para as falésias de uma praia deserta olhar para o céu, à espera da prometida chuva… olhar para o céu, perseguindo o rasto das estrelas.. todos haveriam de dizer que não viram nada, porque o céu estava encoberto. Na melhor das hipóteses, havia quem dissesse ter avistado uma ou duas estrelas cadentes…
Mas a alegria, o sonho, a certeza, de que algures, do outro lado das nuvens, um espectáculo maravilhoso, se bem que de explicação científica pouco interessante, se estava a desenrolar, às escondidas dos olhos de todos, era consolador e fascinante. Era quase como se os anjos descessem sobre a cabeça do povo, numa chuva de bênçãos e perfumes inebriantes.
Enfim, foi pena as nuvens, mas, no fim de contas, a vida da gente é mesmo assim !

domingo, 12 de agosto de 2007