terça-feira, 14 de agosto de 2007


De súbito o ar encheu-se de perfumes sublimes, à sua volta! Uma indecifrável mistura de odores, de cheiro de flores desconhecidas, fragrâncias subtis e raras, que se debruçavam sobre ele, derramando-se em ondas sopradas sobre o rosto, envolvendo-lhe o corpo, numa tontura vaga.
Não fazia ideia nenhuma de onde viria essa brisa perfumada. Nem se lembrava de quando e como o ar se tinha perfumado, assim, completamente.
Também não saberia explicar as lágrimas que caíam, dalguns desses rostos que se debruçavam sobre ele, fitando-o por um momento, antes de voltar a desaparecer no horizonte…
Refreou o instinto de estender a mão e tocar um deles e dizer qualquer coisa. Foi um instinto inexplicável fazê-lo. Mas deixou-se ficar quieto, saboreando a eternidade do momento. Todo o corpo se descontraía numa ausência estranha. Quase como se já não lhe pertencesse. Abandonado a uma rigidez fria e tranquila. Como um morto.
E quem me garante, que não era já esse o caso?...

Sem comentários: