domingo, 17 de agosto de 2008

há um sítio, em Portugal, onde, um polícia de cartão, em tamanho natural, posto à beira da estrada, fez diminuir consideravelmente os acidentes e as infracções ao Código. Mesmo os que já sabem, que o polícia é de cartão, refreiam instintivamente as acelerações e impulsos de campeão. a coisa funciona. a questão, portanto, não é essa. a questão é perceber porque é que ainda não puseram dois polícias fardados e à vista de toda a gente - bandidos, incluídos - em todas as dependências bancárias de Portugal. dois polícias de carne e osso. as poucas pessoas, a quem já coloquei esta questão, não me conseguiram dar ainda uma resposta convincente. falta de pessoal, excesso de burocracia, falta de coragem de alguns polícias, uma legislação desadequada, resquícios de má consciência envenenando discursos e alimentando demagogias pseudo-revolucionárias. tudo isso são boas razões para não fazer nada, mas, são ao mesmo tempo , razões para que se faça alguma coisa. a menos que a malta goste dessas emoções fortes, que abrem o telejornal e podem mesmo até interromper a emissão da Vila Faia.
em vez disso, reforçam-se e aperfeiçoam-se os meios electrónicos de vigilância. as câmaras de vídeo. que são de uma utilidade do caraças, quando se tem uma pistola apontada aos cornos. mas não se instala um detector de metais nas entradas dos bancos, para travar a pistoleta logo à entrada. os bancos, que se orgulham de apresentar lucros semestrais brilhantes e lustrosos, não têm dinheiro para investir nesses meios mínimos de prevenção e segurança.
eu até me podia estar nas tintas para esta merda, que nem tenho família que trabalhe em bancos, nem outras intimidades com essa notável instituição. só que me chateia. moloch vai vencendo. à letra.

houve tempos, em que trabalhar era um sacrifício.
hoje, tornou-se uma humilhação.