sexta-feira, 14 de setembro de 2007

o Elogio da Humilhação


Porque é que não se limitam a dar o dinheiro às pessoas?! Porque é que têm sempre de as humilhar primeiro?!
Nestes passatempos, ou concursos, ou sorteios, ou lá como se pode chamar à coisa, que actualmente são muito famosos e profícuos nas nossas televisões, assiste-se a um miserável espectáculo de humilhação e perversidade.
Por exemplo: depois de passar umas quantas provas de sucesso aleatório e fortuito, o concorrente é confrontado com uma pergunta final que lhe dá acesso ao prémio. Um prémio que, em verdade, nunca chega a ser uma coisa fabulosa, mas, convenhamos que ganhar 500 euros ao custo de uma chamada de telefone, mesmo de valor acrescentado… é que é bem verdade também que, muita gente não ganha isso a trabalhar todos os dias!
Mas a questão não é essa. A questão é a própria questão que é posta ao concorrente! A questão que lhe abre a porta que falta, vencida que foi a fase das etapas de sucesso aleatório e fortuito!
Porque, das duas uma: ou 500 euros é considerado coisa que valha a pena sofrer os caprichos do acaso e desafiar todas as hipóteses de acertar num qualquer numero premiado e depois disso confrontar-se ainda com uma questão decisiva e esclarecedora do mérito do concorrente, ou 500 euros é dinheiro de bolso para quem patrocina este tipo de entretenimentos e, sendo assim, a coisa pode resumir-se a uma simples e divertida lotaria televisiva, onde se inscreve quem quer e aceita submeter-se à roda da sorte. E ponto final. Se a sorte lhe caiu, leva o pilim e volte sempre. Se teve azar, paciência. Volte sempre, na mesma…
Agora fazer-se perguntas do género: que programa é que vem a seguir? O telejornal? O “Oh mãe o Figueiredo é panilas!?, ou será que vamos transmitir em directo um transplante hepático por um cirurgião vesgo e notoriamente embriagado? Ahn?... o que é que vocês acham? Não pergunto se sabem a resposta, mesmo não sabendo do que estou a falar, nem a que horas, ou canal é que vai para o ar semelhante desafio à inteligência e cultura geral. Em geral. Pergunto o que é que acham de fazer depender de respostas a perguntas como estas o ganhar, ou perder 500 euros. Quinhentos euros que, já sabemos que não são merda que tire um gajo da miséria, mas se não desse jeito a alguém, ninguém se dava ao trabalho de telefonar para programas destes!?
Se não é por puro prazer e perversidade de humilhar os outros, então não faço ideia do que seja.
Mas há talvez pior!
Estão a levar em directo os concorrentes que chumbaram no apuramento para o concurso da “Família Superstar”. Os piores, desconfio eu. Os piores deles todos. Os que maior barraca e pior figura, ou p’lo menos a mais caricata e ridícula, fizeram.
Estão a levá-los de novo à luz da ribalta e da apreciação pública, com o pretexto de uma segunda oportunidade de mostrar o que o júri, severo e apressado, os não deixou mostrar até ao fim. Para que provem que talvez tivessem razão e só a pouca sorte lhes cortou o passo e atropelou o sonho… e põe-nos de novo a cantar. Mas antes fazem algo muito particular: é voltar a fazê-los ver a figura que fizeram na fase de apuramento! E fazê-los admitir que aquilo foi mesmo mau e que agora é que é!
Claro que não é agora e, na maior parte das vezes, não será nunca. Mas isso já toda a gente sabe. Já toda a gente sabia, aliás. Talvez não os próprios, ou os mais chegados, mas esta canalhada toda que os descobriu e expõe agora ao ridículo, todos eles sabiam. E aproveitaram-se disso. Agora fazem umas caretas entre o espantado e o apreensivo, entre o riso mal contido e o horror iminente… e toda a gente bate palmas no final e ri-se ao mesmo tempo e os desorientados cantores ficam sem saber se tudo aquilo é sinal para prosseguirem no sonho de uma carreira, ou se estão simplesmente a congratularem-se por não lhes ter chegado ainda a vez de ser o bombo da festa do que há de mais baixo e miserável na condição humana: fazer dinheiro fácil à custa da ingenuidade, ignorância, generosidade, ou miséria dos outros.

mais papista que o papa, o raio do homem!

Queira deus!...
No regresso às aulas, Sócrates promete nova banda larga em todas as escolas do país.
Mas, o que se vê na fotografia, de capa, no Público desta quarta feira, 12 de Setembro de 2007, ano da Graça… é, em primeiro plano, se bem que discreto, na esquerda baixa, um prelado, não identificado, da Igreja católica, a ler de um livro, supõe-se que sagrado; enquanto ergue a mão direita, pontuando a leitura.
Do lado direito, a ministra da Educação, mãos repousadas sobre o regaço, acompanha, em pé e de expressão atenta, a locução do ministro da Igreja.
Encostado a uma porta meio escondida, à esquerda alta, um cameraman de uma qualquer televisão, também não identificàvel, faz o que se espera de um cameraman: equilibra a câmara ao ombro, enquanto espera que aconteça alguma coisa…
Na parede, em fundo e a uns bons dois metros do chão, a placa comemora e identifica o local e propósito da situação: trata-se do Centro Escolar de S. Martinho de Mouros, a ser inaugurado com a presença destes outros dois ministros: o Primeiro e a da Educação, de que já falàmos. Para além, diz ainda a placa, do presidente da Câmara local e do engenheiro António Borges. Um deles, presume-se, será o que ladeia Sócrates, que ocupa o centro da fotografia.
Com a mão esquerda ajusta a botoeira do casaco à solenidade do momento. A gravata é cinzenta e irrepreensível. Irrepreensível como o gesto que o primeiro ministro faz com a outra mão, a que lhe fica livre e à direita. É essa a mão que Sócrates leva à testa. Melhor, o indicador dessa mão, que Sócrates encosta àquela parte do rosto que fica exactamente entre as sobrancelhas, as duas. Um gesto que denuncia reflexão e recolhimento. Um gesto que – assim parado no tempo e sem mais legenda – poderia também denunciar uma enxaqueca súbita e incómoda. O gesto de alguém que acaba de se lembrar que se esqueceu de alguma coisa… Um gesto que poderia ser muita coisa, mas que, devido ao contexto e presença do sacerdote de que já também falàmos, também pode ser interpretado como o gesto que os católicos denominam como “o sinal da cruz”. Vulgarmente dito: o “benzer-se”…!
A ser… será o único que o faz, no momento em que a fotografia foi tirada! O próprio padre não o faz! Talvez o venha a fazer segundos depois do disparo do flash, ou o tenha já feito anteriormente… Mas, em verdade se diga que, de momento não o está fazendo. Isso é seguro e inegàvel. A fotografia mostra-o claramente.
O que ficaremos sempre sem saber, irremediàvelmente sem saber, é o real significado do gesto de Sócrates!
É o problema das fotografias: param no Tempo e a gente fica sem saber o que aconteceu a seguir !...

domingo, 9 de setembro de 2007

o padre rego é do caraças!

o padre antónio rego é do caraças!
logo a seguir à missa e enquanto se faz horas para o telejornal, o padre antónio rego aparece no ecrã a mexer as mãos, de fato e gravata a falar do Espírito. começa por perguntar se alguém sabe o que é o Espírito e depois passa a explicar, antes que alguém telefone a responder, o que é e como se define o Espírito. Começa por identificar dois géneros de Espírito. o que identifica com a alma e outras merdas voláteis e o outro, o Espírito Santo, o que vestiu a pele de pomba para mandar o cordeiro pascal para o matadouro terreno. claro que tudo isto é muito vago e foi há muito tempo. tudo o que se pode dizer, é cheio de gestos simbólicos de significados desconhecidos, como as mãos do padre rego não se cansam de repetir, enxotando moscas metafóricas para fora do ecrã. matéria do espírito é pano para divagações, iluminações e frases feitas. códigos complexos de tortuosos e ínvios significados. matéria do espírito não é para todos.e é tudo o que importa saber. matéria do espírito, seja ele santo ou não, é, finalmente,matéria que se escapa p'los intervalos dos dedos e da razão, que se evola no ar, como o esquecimento ou o fumo de uma panela onde se cozinhasse, por exemplo, favas.
o padre antónio rego e a sua dissertação sobre o Espírito não podia ter sido mais vaga e etérea, volátil mesmo, como o próprio espírito do conceito. o que só prova que o padre está mesmo por dentro do assunto

as gajas do coro da missa da TVI... arre gaita!

as gajas do coro da missa, p'los menos estas da missa da TVI, são feiiias como a puta que as pariu. assustadoras, quase. se aquilo é o coro dos anjos, se os anjos têm uma fronha daquelas, eu NÂO quero ir p'ró céu.

citando, de meia praça.

Vou citar, que não há outra maneira: "queria aproveitar esta oportunidade para agradecer a deus por estas bençãos..."
!!!assim mesmo!!! e tal e qual, falou o acólito que fechou a missa deste domingo, na TVI.
Depois agradeceu a deus por tudo e mais alguma coisa, incluindo o coro e o disco que o coro gravou e que, ao que parece, foi "lançado" durante a missa deste domingo e os técnicos de gravação e à própria TVI, equipa de produção incluída.
... a missa na televisão é outro mundo.