Queira deus!...
No regresso às aulas, Sócrates promete nova banda larga em todas as escolas do país.
Mas, o que se vê na fotografia, de capa, no Público desta quarta feira, 12 de Setembro de 2007, ano da Graça… é, em primeiro plano, se bem que discreto, na esquerda baixa, um prelado, não identificado, da Igreja católica, a ler de um livro, supõe-se que sagrado; enquanto ergue a mão direita, pontuando a leitura.
Do lado direito, a ministra da Educação, mãos repousadas sobre o regaço, acompanha, em pé e de expressão atenta, a locução do ministro da Igreja.
Encostado a uma porta meio escondida, à esquerda alta, um cameraman de uma qualquer televisão, também não identificàvel, faz o que se espera de um cameraman: equilibra a câmara ao ombro, enquanto espera que aconteça alguma coisa…
Na parede, em fundo e a uns bons dois metros do chão, a placa comemora e identifica o local e propósito da situação: trata-se do Centro Escolar de S. Martinho de Mouros, a ser inaugurado com a presença destes outros dois ministros: o Primeiro e a da Educação, de que já falàmos. Para além, diz ainda a placa, do presidente da Câmara local e do engenheiro António Borges. Um deles, presume-se, será o que ladeia Sócrates, que ocupa o centro da fotografia.
Com a mão esquerda ajusta a botoeira do casaco à solenidade do momento. A gravata é cinzenta e irrepreensível. Irrepreensível como o gesto que o primeiro ministro faz com a outra mão, a que lhe fica livre e à direita. É essa a mão que Sócrates leva à testa. Melhor, o indicador dessa mão, que Sócrates encosta àquela parte do rosto que fica exactamente entre as sobrancelhas, as duas. Um gesto que denuncia reflexão e recolhimento. Um gesto que – assim parado no tempo e sem mais legenda – poderia também denunciar uma enxaqueca súbita e incómoda. O gesto de alguém que acaba de se lembrar que se esqueceu de alguma coisa… Um gesto que poderia ser muita coisa, mas que, devido ao contexto e presença do sacerdote de que já também falàmos, também pode ser interpretado como o gesto que os católicos denominam como “o sinal da cruz”. Vulgarmente dito: o “benzer-se”…!
A ser… será o único que o faz, no momento em que a fotografia foi tirada! O próprio padre não o faz! Talvez o venha a fazer segundos depois do disparo do flash, ou o tenha já feito anteriormente… Mas, em verdade se diga que, de momento não o está fazendo. Isso é seguro e inegàvel. A fotografia mostra-o claramente.
O que ficaremos sempre sem saber, irremediàvelmente sem saber, é o real significado do gesto de Sócrates!
É o problema das fotografias: param no Tempo e a gente fica sem saber o que aconteceu a seguir !...
No regresso às aulas, Sócrates promete nova banda larga em todas as escolas do país.
Mas, o que se vê na fotografia, de capa, no Público desta quarta feira, 12 de Setembro de 2007, ano da Graça… é, em primeiro plano, se bem que discreto, na esquerda baixa, um prelado, não identificado, da Igreja católica, a ler de um livro, supõe-se que sagrado; enquanto ergue a mão direita, pontuando a leitura.
Do lado direito, a ministra da Educação, mãos repousadas sobre o regaço, acompanha, em pé e de expressão atenta, a locução do ministro da Igreja.
Encostado a uma porta meio escondida, à esquerda alta, um cameraman de uma qualquer televisão, também não identificàvel, faz o que se espera de um cameraman: equilibra a câmara ao ombro, enquanto espera que aconteça alguma coisa…
Na parede, em fundo e a uns bons dois metros do chão, a placa comemora e identifica o local e propósito da situação: trata-se do Centro Escolar de S. Martinho de Mouros, a ser inaugurado com a presença destes outros dois ministros: o Primeiro e a da Educação, de que já falàmos. Para além, diz ainda a placa, do presidente da Câmara local e do engenheiro António Borges. Um deles, presume-se, será o que ladeia Sócrates, que ocupa o centro da fotografia.
Com a mão esquerda ajusta a botoeira do casaco à solenidade do momento. A gravata é cinzenta e irrepreensível. Irrepreensível como o gesto que o primeiro ministro faz com a outra mão, a que lhe fica livre e à direita. É essa a mão que Sócrates leva à testa. Melhor, o indicador dessa mão, que Sócrates encosta àquela parte do rosto que fica exactamente entre as sobrancelhas, as duas. Um gesto que denuncia reflexão e recolhimento. Um gesto que – assim parado no tempo e sem mais legenda – poderia também denunciar uma enxaqueca súbita e incómoda. O gesto de alguém que acaba de se lembrar que se esqueceu de alguma coisa… Um gesto que poderia ser muita coisa, mas que, devido ao contexto e presença do sacerdote de que já também falàmos, também pode ser interpretado como o gesto que os católicos denominam como “o sinal da cruz”. Vulgarmente dito: o “benzer-se”…!
A ser… será o único que o faz, no momento em que a fotografia foi tirada! O próprio padre não o faz! Talvez o venha a fazer segundos depois do disparo do flash, ou o tenha já feito anteriormente… Mas, em verdade se diga que, de momento não o está fazendo. Isso é seguro e inegàvel. A fotografia mostra-o claramente.
O que ficaremos sempre sem saber, irremediàvelmente sem saber, é o real significado do gesto de Sócrates!
É o problema das fotografias: param no Tempo e a gente fica sem saber o que aconteceu a seguir !...
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