sexta-feira, 16 de maio de 2008




George Bush esteve ontem no parlamento israelita, a discursar durante as celebrações do aniversário do Estado de Israel.
Estava na agenda da visita oficial. Agora, o que disse é que talvez não estivesse na agenda de ninguém; pelo menos na dos deputados árabes israelitas e os palestinianos em geral. Esperavam que o amigo americano pudesse servir de alguma forma como mediador entre os irmãos desavindos, árabes e israelitas, mas, o que o presidente disse acabou por desiludir a nação árabe.
Bush terá invocado a promessa de Deus – de Jeová, presume-se – de uma pátria ao povo eleito de Israel – os israelitas judeus, presume-se, uma vez mais… e fez um juramento, George Walker Bush – passemos à citação: “A América estará ao vosso lado…” – isto é Bush a dirigir-se aos deputados judeus israelitas no Knesset de Jerusalém… “a América estará ao vosso lado para destruir as redes terroristas e privar os extremistas dos seus santuários.”
Continuou dizendo, que a população de Israel é de 7 milhões mas, quando enfrentar o terror e o mal, passará os 300 milhões, já que toda a América se levantará para combater ao lado dos filhos de David.
Quem se levantou e saiu da sala, entretanto, foram os filhos de Alá, os deputados árabes israelitas.

Mas, de regresso a casa… no caso a casa de Bush, os Estados Unidos, ficamos a saber que Washington acaba de reconhecer o perigo e classificar o urso polar como espécie ameaçada…
Espécie ameaçada e como tal a exigir protecção especial. Foi isso que o secretário americano do Interior anunciou, em comunicado oficial. Oficial também e entretanto é a intenção norte americana de continuar a explorar o petróleo no Ártico. Habitat natural do urso, que agora se quer proteger.
O ano passado, a plataforma glaciar ártica perdeu 39% do gelo, em relação aos valores médios registados entre 79 e 2000. A plataforma glaciar ártica, para além de habitat natural do urso polar, é também o território de caça que lhe assegura a sobrevivência… O sobreaquecimento provocado pela emissão de gases com efeito de estufa está literalmente a tirar-lhes o chão de debaixo dos pés.
É a primeira vez que uma espécie entra na lista negra por efeito directo e comprovado das alterações climáticas.
Acontece que, para a administração norte americana, o problema há de ser visto e combatido em duas frentes distintas. A ver: para o secretário de Interior, a protecção da espécie não pode ser confundida com a luta contra o aquecimento global. Ou seja, citemos – “listar o urso polar como espécie ameaçado pode reduzir a perda de animais, mas não deve abrir a porta à utilização abusiva da lei, para reduzir as emissões de gases, com efeito de estufa de automóveis, centrais eléctricas e outras fontes.”
Dificilmente se poderia estar mais de acordo. Nem os ursos polares, nem ninguém ao cimo deste planeta em banho-maria pode, ou deve abrir a porta à utilização abusiva da lei… seja ela qual for. Quanto aos ursos… que lhes aproveite a informação. Acaba de lhes ser reconhecido o estatuto de espécie ameaçada. Se desaparecerem da face da Terra, pelo menos sabem porque é que foi. Limitaram-se a cumprir o seu próprio destino.
Claro que em rigor e boa verdade, pode-se sempre perguntar que falta realmente podem fazer os ursos polares, fora dos Jardins Zoológicos, e para além da própria família ou vizinhos mais chegados?!... Controlar a explosão demográfica das focas nos mares do Ártico?!... Talvez. Agora, a verdade é que, no dia em que o último urso polar desaparecer da face da terra, é bom que comecemos a fazer a malinha, que nunca se sabe quem será o cavalheiro que se segue. E mais que isso, quando esse dia chegar, quem decide os que merecem ser salvos? Quem decide quem é filho de Deus e quem deve ser perseguido até ao santus santorum do seu próprio fado. Quem nos diz qual a espécie protegida?...


A nota é breve, mas é oficial. Bruto da Costa, presidente do Conselho Económico e Social, diz que entre 1995 e 2000 metade das famílias portuguesas viveu em estado que se pode classificar de pobreza.
A publicação do estudo e respectivas conclusões está prevista para o mês que vem. E diz que metade das famílias observadas nesse período de 5 anos, 48% delas, foi pobre. Ou seja, sofreu privações devido à falta de recursos. 48% das famílias observadas, o que dá uns 20% da população nacional. Sempre é menos, mas não menos tranquilizador.
E menos tranquilizador ainda se atentarmos que, destes pobres, só 10% está desempregado. 35% trabalha, tem emprego. O que, para Bruto da Costa, só revela uma coisa: que “os políticos não sabem nada de pobreza e estudam muito pouco.”
Relembra ainda um célebre estudo europeu de 2002, onde se verificou que um terço dos portugueses atribuía a pobreza à preguiça. Se fosse verdade, diz Bruto da Costa, estaríamos perante um problema mais de saúde pública, com 2 milhões de portugueses preguiçosos. Em resumo, Bruto da Costa aposta na qualificação profissional e no ensino, como forma de vencer a pobreza.

E vamos lá então até à semana académica de Faro!
Só por um pequeno pormenor, que se despacha já num instante. A polícia fez uma rusga entre os alegres foliões, que se concentraram no, assim chamado, País das Maravilhas… uma espécie de “Queimódromo” algarvio dos académicos de Faro. Fez a rusga e notificou uns quantos consumidores de hashish.. Foram apanhados em flagrante posse e consumo e vão ter de se apresentar na Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência… Até aqui, tudo mais ou menos normal. Até aqui. Que aqui chegados, tropeçamos nas afirmações que o presidente da Associação Académica deixou ao Correio da Manhã. Diz então Pedro Barros, que é normal o consumo de hashish e afins num local visitado por tanta gente, mas fez questão de deixar bem claro, que os notificados não pertencem à comunidade estudantil… Ora aí está uma afirmação absolutamente desnecessária, para dizer o mínimo. Que mais que isso, já nos levava para o campo do corporativismo serôdio. E isso é coisa que não queremos, pois não, meninos?

Papoilas. Papoilas brancas e opiáceas, foi o que a polícia descobriu num canteiro do jardim da rua das Águas, em S. João da Madeira. Os moradores nem sabiam o que aquilo era. Era bonito e isso chegava. Chegava para as arrancar e levar para casa para enfeitar as jarras …
Mas agora já sabem. Depois que a policia fez os testes laboratoriais e chegou à conclusão que são mesmo papoilas opiáceas, já todo o povo de S. João da Madeira sabe que, a partir daquelas papoilas, se pode extrair e produzir ópio. E, agora que sabem, já toda a gente diz que se soubesse antes, nunca as teria arrancado para levar para casa, antes as teria arrancado, não um punhado para enfeitar as jarras, mas todas por junto e atacado, para mandar para o lixo.
Talvez alguém pudesse explicar entretanto que as papoilas, se ninguém as manipular convenientemente, não dão ópio sozinhas! Consta que, só mesmo em grande concentração de plantas, o aroma exalado pode eventualmente provocar alguma sonolência, ou torpor estupefaciente. De resto, se formos a arrancar pela raiz e mandar para o lixo tudo o que é erva bravia, que cresce por aí nos baldios e que tem propriedades estupefacientes, ou alucinógenas… ficaríamos talvez com os baldios e matas nacionais muito mais limpos, mas também muito mais desflorestados.
Mas, como dizia Bruto da Costa, a pobreza não é só falta de dinheiro. Longe disso.

E no meio de tudo isto continua a guerra surda entre editores e livreiros, alegadamente por causa dos pavilhões a construir e utilizar na Feira do Livro de Lisboa.
Consta que a APEL está contra os módulos propostos pelo grupo editorial Leya.
O grupo Leya diz que, os pavilhões que escolheu, pouco diferem dos que habitualmente habitam o parque Eduardo 7º, por esta altura. Consta que serão abertos, de forma a permitir a circulação dos clientes por entre os livros e os expositores…
A APEL faz questão em que todos os participantes da feira usem pavilhões idênticos, mas que, mesmo assim, está aberta ao diálogo. Sendo que o problema… continua a APEL, através da voz do presidente Batista Lopes, citado, por exemplo, pelo 24 Horas… sendo que, diz Batista Lopes da APEL, o problema é que “há sempre muita coisa a ter em conta, como a arquitectura.”
Em nome da Câmara Municipal, António Costa já disse que não está disposto a continuar a financiar uma feira que se torna num palco de guerras comerciais. Não está em causa a autorização para que a Feira se realize, mas assim não. Assim, a Câmara poderá vir a retirar o financiamento.
Ora portanto, pelo menos para a APEL, o problema prende-se com a arquitectura.
Fica por saber que apego tão particular poderá alguém ter àquelas barracas velhas e sem conforto, nem para visitantes, nem para vendedores!...
Fica por saber, qual a vantagem de uma feira cujos pavilhões, ou expositores, ou barraquinhas se parecem mais com mini casernas da tropa alinhadas na parada, todas iguais, velhas e sujas como o mais deprimente bairro social…?!

quinta-feira, 15 de maio de 2008


E nuns já deixou, noutros diz que vai deixar. José Sócrates volta a merecer chamada de capa em todos os jornais, esta manhã.
Sócrates jura que vai largar o vício do tabaco – escreve o 24 Horas, em título à fotografia, tipo passe, onde o primeiro-ministro aparece, com ar distraído… coçando um olho. No caso, o olho direito.
No Público, sem fotografia, Sócrates pede desculpa por ter fumado no avião, que o levou em visita de Estado à Venezuela…
No Jornal de Notícias, Sócrates pede desculpa e diz que vai deixar de fumar. Aqui, na fotografia, Sócrates aparece ao lado de Hugo Chavez, acenando para os fotógrafos. A foto foi tirada durante a visita ao campo petrolífero do Orinoco. Dizem os jornais – só p'ra fazerem ideia – que o chão do recinto foi regado com gasóleo, para fazer assentar a poeira. Na Venezuela a gasolina custa 3 cêntimos, o litro. Mais barata que a água.
O mesmo, ou quase, faz a capa do Correio da Manhã, sendo que aqui, o destaque e a fotografia, são bem mais pequenos e discretos, na capa do jornal…
No Diário de Notícias, a foto ocupa a mancha central da capa. Sócrates, visivelmente satisfeito, dá uma cabeçada numa bola, perante o olhar curioso da assistência. Na legenda não se explica grande coisa quanto ao conteúdo da própria fotografia, em vez disso explica-se que “a polémica leva Sócrates a prometer deixar de fumar.”
Nem 8 nem 80, como se costuma dizer. Ou se quisermos, não haveria necessidade de ir tão longe, nem prometer medidas tão drásticas e radicais. Bastaria que o primeiro-ministro se comprometesse a não fumar em transportes públicos e recintos públicos fechados, que é o que a lei manda.
Na última do Público, o cronista Miguel Gaspar diz que a democracia portuguesa cresceu um bocadinho, com o pedido de desculpas de Sócrates…
Os comunistas e os bloquistas de esquerda insistem que o primeiro-ministro deveria pagar a multa, que a lei prevê para estes casos…
Ainda no Público, outro cronista, no caso, Constança Cunha e Sá fala em impunidades e lamenta que a visita oficial à Venezuela tenha, de súbito, ficado reduzida a um maço de tabaco… E diz ainda que, o que transparece neste episódio é a nossa lusitana subserviência por quem manda, o desprezo pela lei que nos caracteriza, os habilidosos artifícios que inventamos e a terna cumplicidade em que vivemos…
Só para encerrar o dossier Sócrates e os cigarros… O 24 Horas publica uma fina coluna com algumas dicas, conselhos e possíveis soluções para o êxito dessa empresa. São então, sugestões para o primeiro-ministro deixar de fumar. Umas mais eficientes que outras, mas todas com provas dadas na matéria. Desde as pastilhas de nicotina, à acupunctura, a hipnose, o aconselhamento individual… Ora, era bem bom, que o jornal tivesse também resposta pronta para algumas outras promessas que o primeiro ministro foi fazendo ao país, ao longo destes 3 anos, que leva de mandato… Pastilhas para conter a subida dos impostos. Hipnose para criar os tais 150 mil novos postos de trabalho. Mas, já agora, trabalho que as pessoas aceitem e lhes seja útil, que, criar empregos que, de tão mal pagos, ou de tão precários, ninguém lhes pega, é quase como chover no molhado, por isso adiante… Adiante, que ainda falta, por exemplo, a acupunctura para prevenir os incêndios florestais…
Quanto a Sócrates, prometeu que ia deixar de fumar.
José Sócrates, ou o primeiro-ministro?! E isto é importante que se esclareça. Quem é que prometeu que ia deixar de fumar? José Sócrates, ou o primeiro-ministro? É que não faltará - algum cidadão mais céptico e – quiçá - mal formado… que queira saber, se foi o primeiro ministro quem prometeu que ia deixar de fumar… É que se foi…aí… enfim… a ver… A conjuntura internacional está difícil… e um objectivo, é como se costuma dizer… um objectivo é um objectivo.

Outras contas. Surpreendentes, estas. Sabem quantas fotocópias está o ministério da Justiça a pensar tirar nos próximos quatro anos?... Pergunta estranha?! Será. Mas sabem, ou não?...
Bom, também não sei, mas é coisa para custar mais de 2 milhões de euros.
Enfim, a informação poderá ser digna de Almanaque de curiosidades. Agora o curioso mesmo é que o ministério… aliás, o Governo vai lançar um concurso público para contratar externamente serviços de impressão e fotocópias para o ministério da Justiça. Um contracto por 48 meses, com um tecto máximo de despesa de 2 milhões e 100 mil euros. Serviços externos de impressão e fotocópia… Quer dizer que as mandam fazer fora, ou terão funcionários externos ao ministério, especialmente destacados e em exclusivo para tirar fotocópias?

E do mundo vem a notícia do bloqueio, no apoio às vítimas do ciclone Nargis, pela junta militar birmanesa. O protesto saiu à rua em Hong Kong. Os manifestantes percorreram várias ruas da cidade, até se concentrarem frente à Embaixada da Birmânia. E a fotografia. A fotografia de um manifestante segurando, ele também, uma fotografia. No caso, a foto de um general da Junta Militar, que governa o país. O rosto do manifestante está meio oculto pela fotografia do general.
Acontece que a fotografia, em tons cinza/sépia, está cruzada na diagonal por dois riscos de caneta. Ou talvez tenha sido um lápis grosso e negro, o que traçou essa cruz de santo André sobre a cara do general. Sem palavras, sem gritaria. Tão simples e definitivo quanto isso. Dois riscos em cruz. Sem legenda, nem perdão.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Duas breves: O Pentágono retirou as acusações a Muhamad al-Qahtani, suspeito de envolvimento nos ataques do 11 de Setembro e detido e torturado em Guantanamo, diz o Correio da Manhã. O que o jornal não diz, porque não sabe, é o que levou Washington a retirar al-Qahtani da lista negra do terrorismo. Era o 20º da lista. Agora já nem suspeito é.

Em Inglaterra e quase por acaso descobriram-se os restos mortais de dois bebés em caixas de brinquedos. Têm mais de 50 anos e a policia diz que as caixas foram confundidas durante muito tempo, como se guardassem enfeites de natal, até que, durante umas limpezas, se descobriu o que realmente continham…

E o Vaticano diz que podem haver extraterrestres, que em boa hora se terão livrado desta cruz… a do pecado.
O director do Observatório do Vaticano, em Castel Gandolfo, disse ao Osservatore, o Romano, que a existência de Deus não é incompatível com a existência de seres vivos e inteligentes fora da Terra, ou seja, extraterrestres, mesmo. Sendo que neste caso, o astrónomo alega que esses extraterrestres terão sido poupados à vergonha do pecado original.
Sendo Deus o criador do Universo, o padre astrónomo não se choca com a hipótese de Deus ter espalhado a sua obra por outros mundos, que não só este em que habitamos. Para já não há provas físicas que assim tenha sido, mas, no campo das hipóteses e não só teológicas, ou metafísicas, o padre astrónomo acredita que sim … que, assim como há uma enorme variedade de criaturas sobre a Terra, também é de admitir a existência de outros seres, igualmente inteligentes, criados por Deus, noutros planetas. O padre sugere mesmo que tomemos o exemplo de S. Francisco de Assis e passemos a referir essas criaturas, como o monge fazia com os animais e as pedras… tratá-los por irmãos e irmãs… o irmão extraterrestre, portanto.
Tudo isto está quase a fazer sentido, se perdoarmos, nós outros pecadores renitentes, o facto de nos ter sido ocultada, durante estes 20 séculos de evangelização, a existência de outros filhos de Deus, habitando outros Édenes. É no mínimo estranho, que a própria Bíblia nunca o tenha referido de forma sequer insinuada, aos leitores vulgares, ou mesmo aos estudiosos dos livros sagrados!...
A notícia não conta em que factos, observações, ou estudos se baseia o padre astrónomo, para chegar a esta conclusão. Para José Gabriel Funes, padre jesuíta, já agora fica a identificação da personagem… Gabriel Funes deixa tudo no campo da hipótese académica. Da especulação filosófica. Coisa que, como se sabe, é relativamente pouco compatível com a ciência, se bem que seja sempre um excelente ponto de partida…
Agora o pecado, que isso sim é matéria do ofício do padre jesuíta... Pois diz então que esses alienígenas estarão isentos do pecado original! E que por isso mesmo estão isentos de Redenção. Diz o padre que talvez tenham ficado em paz com o Criador. Numa relação de amizade, sem sombra de pecado. O original, entenda-se.
O padre não explica, nem o poderia fazer para já, se os tais habitantes isentos de pecado original não terão entretanto, por conta própria, cometido outros pecados, talvez menos originais, mas condenáveis na mesma… Pelo menos à luz da lei de Deus.
Ou não. Que o padre põe também a hipótese de afinal esses seres terem, sim senhor, caído em tentação. Ou melhor, serem filhos do mesmo Adão e da mesma Eva, que Deus expulsou do Paraíso. Sendo esse o caso e à falta de registos que autentiquem a presença, ou influência do Deus cristão nesse planeta, que não lhes dê cuidado, aos nossos irmãos extraterrestres, que a incarnação e calvário de Cristo na Terra também serve para os salvar, ou redimir dos pecados.
E talvez o pecado maior seja afinal só este: precisarmos de acreditar que há umas criaturas reais, gente como nós, não anjos nem querubins, nem santos nem mártires visionários, mas gente real, gente comum, gente de todos os dias, seres fisicamente reais, que eventualmente vivem sem pecado e na graça de Deus e que nos deviam envergonhar a todos, pelo mau exemplo de que somos prova viva.
Como se a fé, só, já não bastasse.

“Lei do tabaco não é cumprida nos voos oficiais de Sócrates e Cavaco” – diz o Público, a toda a largura da manchete.
Depois, em sub título: que os constitucionalistas e os partidos condenam, enquanto a TAP diz que estes são casos normais.
Jorge Miranda e Vital Moreira, os constitucionalistas citados pelo jornal, terão dito que José Sócrates terá dado um mau exemplo à Nação, ao ter fumado a bordo do avião que o levou à Venezuela. Diz a notícia que o primeiro-ministro e o da economia se terão refugiado por detrás de uma cortina, para fumar o tal cigarrito criminoso. Diz também que no início do vôo foi projectado um pequeno filme, que alertava para a proibição de fumar a bordo. A companhia esclarece, que o filme é costume passar em todos os vôos e neste, em particular, o que aconteceu foi que não houve tempo para alterar o “alinhamento” – chamemos assim – o alinhamento normal das operações a bordo. Que de resto – e tratando-se de um voo fretado para uma viagem especial – fumar a bordo é tão normal como pedir uma refeição especial, à margem do menu. E, aparentemente, a questão estaria esclarecida e arrumada, não fosse Portugal um país onde, felizmente, pouco mais há com que nos preocupemos do que os cigarritos que o primeiro-ministro fuma às escondidas. Graças a Deus!

Que do resto e no que à lei diz respeito… podemos ficar descansados que ele há quem zele por ela e a faça respeitar, à letra, à sílaba, à mais pequena inflexão semântica.
O tribunal da Relação do Porto acaba de condenar a 6 anos e meio de prisão, o homem que, durante 4 anos, violou a filha, menor à altura dos factos. Aliás, as violações só terminaram quando a jovem chegou aos 17 anos e abandonou a casa do pai. Durante o julgamento o homem negou todas as acusações, mas o tribunal conseguiu provar que houve de facto – e aqui é que a fineza da interpretação não deixa margem para dúvidas, se bem que abra caminho a umas quantas perplexidades… diz assim: ficou provado que “o arguido cometeu um crime de abuso sexual de criança agravado”. Deixou-se cair, continua o jornal, a acusação de “crime de abuso sexual de menor dependente”. E isto porque o colectivo de juízes entendeu ter havido “uma única resolução criminosa” – a de “crime continuado de abuso sexual.”
Conseguem distinguir a diferença?! Olhem mais de perto, que talvez consigam.
Sabe-se que os exames médicos revelaram lesões físicas inequívocas na vítima e sabe-se também que tanto o pai, como outros familiares terão dado, em tribunal, uma imagem de leviandade da vítima. Sabe-se também e finalmente que o arguido vai interpor recurso e que até lá fica em liberdade à espera da resposta.

E as crianças. Ainda.
As crianças e a preservação de identidade…
Vem no 24 Horas, que um canal de televisão juntou alguns cantores conhecidos e mais umas quantas figuras públicas e crianças, para gravar uma cantiga que celebra o dia da criança que há-de vir…
Na fotografia que ilustra a notícia vêem-se algumas caras conhecidas… Janita Salomé, Bárbara Guimarães, a jovem ex-Floribela, aliás Luciana Abreu e mais 3 personagens cujos rostos foram ocultados pela tal grelha estratégica, que se usa nestes casos… de ocultação de identidade. No caso são os rostos de 3 das crianças, convidadas para a gravação da cantiga.
E taparam-lhes a cara, como se o assunto em causa fosse qualquer coisa de pecaminoso, degradante e pouco próprio para crianças, a começar pelas próprias, cuja identidade se esconde.
Esperemos que não seja esse o caso!

terça-feira, 13 de maio de 2008

CHANSON DE DIMANCHE

MORTE DE CLEÓPATRA

POR cLAUDETTE cOLBERT

TEMOS, ENTÃO, NOVIDADES!?!!...

o ladrão de bagdad

por sir Douglas Fairbanks

a night in casablanca 1946

harpo marx

segunda-feira, 12 de maio de 2008