quarta-feira, 14 de maio de 2008

Duas breves: O Pentágono retirou as acusações a Muhamad al-Qahtani, suspeito de envolvimento nos ataques do 11 de Setembro e detido e torturado em Guantanamo, diz o Correio da Manhã. O que o jornal não diz, porque não sabe, é o que levou Washington a retirar al-Qahtani da lista negra do terrorismo. Era o 20º da lista. Agora já nem suspeito é.

Em Inglaterra e quase por acaso descobriram-se os restos mortais de dois bebés em caixas de brinquedos. Têm mais de 50 anos e a policia diz que as caixas foram confundidas durante muito tempo, como se guardassem enfeites de natal, até que, durante umas limpezas, se descobriu o que realmente continham…

E o Vaticano diz que podem haver extraterrestres, que em boa hora se terão livrado desta cruz… a do pecado.
O director do Observatório do Vaticano, em Castel Gandolfo, disse ao Osservatore, o Romano, que a existência de Deus não é incompatível com a existência de seres vivos e inteligentes fora da Terra, ou seja, extraterrestres, mesmo. Sendo que neste caso, o astrónomo alega que esses extraterrestres terão sido poupados à vergonha do pecado original.
Sendo Deus o criador do Universo, o padre astrónomo não se choca com a hipótese de Deus ter espalhado a sua obra por outros mundos, que não só este em que habitamos. Para já não há provas físicas que assim tenha sido, mas, no campo das hipóteses e não só teológicas, ou metafísicas, o padre astrónomo acredita que sim … que, assim como há uma enorme variedade de criaturas sobre a Terra, também é de admitir a existência de outros seres, igualmente inteligentes, criados por Deus, noutros planetas. O padre sugere mesmo que tomemos o exemplo de S. Francisco de Assis e passemos a referir essas criaturas, como o monge fazia com os animais e as pedras… tratá-los por irmãos e irmãs… o irmão extraterrestre, portanto.
Tudo isto está quase a fazer sentido, se perdoarmos, nós outros pecadores renitentes, o facto de nos ter sido ocultada, durante estes 20 séculos de evangelização, a existência de outros filhos de Deus, habitando outros Édenes. É no mínimo estranho, que a própria Bíblia nunca o tenha referido de forma sequer insinuada, aos leitores vulgares, ou mesmo aos estudiosos dos livros sagrados!...
A notícia não conta em que factos, observações, ou estudos se baseia o padre astrónomo, para chegar a esta conclusão. Para José Gabriel Funes, padre jesuíta, já agora fica a identificação da personagem… Gabriel Funes deixa tudo no campo da hipótese académica. Da especulação filosófica. Coisa que, como se sabe, é relativamente pouco compatível com a ciência, se bem que seja sempre um excelente ponto de partida…
Agora o pecado, que isso sim é matéria do ofício do padre jesuíta... Pois diz então que esses alienígenas estarão isentos do pecado original! E que por isso mesmo estão isentos de Redenção. Diz o padre que talvez tenham ficado em paz com o Criador. Numa relação de amizade, sem sombra de pecado. O original, entenda-se.
O padre não explica, nem o poderia fazer para já, se os tais habitantes isentos de pecado original não terão entretanto, por conta própria, cometido outros pecados, talvez menos originais, mas condenáveis na mesma… Pelo menos à luz da lei de Deus.
Ou não. Que o padre põe também a hipótese de afinal esses seres terem, sim senhor, caído em tentação. Ou melhor, serem filhos do mesmo Adão e da mesma Eva, que Deus expulsou do Paraíso. Sendo esse o caso e à falta de registos que autentiquem a presença, ou influência do Deus cristão nesse planeta, que não lhes dê cuidado, aos nossos irmãos extraterrestres, que a incarnação e calvário de Cristo na Terra também serve para os salvar, ou redimir dos pecados.
E talvez o pecado maior seja afinal só este: precisarmos de acreditar que há umas criaturas reais, gente como nós, não anjos nem querubins, nem santos nem mártires visionários, mas gente real, gente comum, gente de todos os dias, seres fisicamente reais, que eventualmente vivem sem pecado e na graça de Deus e que nos deviam envergonhar a todos, pelo mau exemplo de que somos prova viva.
Como se a fé, só, já não bastasse.

“Lei do tabaco não é cumprida nos voos oficiais de Sócrates e Cavaco” – diz o Público, a toda a largura da manchete.
Depois, em sub título: que os constitucionalistas e os partidos condenam, enquanto a TAP diz que estes são casos normais.
Jorge Miranda e Vital Moreira, os constitucionalistas citados pelo jornal, terão dito que José Sócrates terá dado um mau exemplo à Nação, ao ter fumado a bordo do avião que o levou à Venezuela. Diz a notícia que o primeiro-ministro e o da economia se terão refugiado por detrás de uma cortina, para fumar o tal cigarrito criminoso. Diz também que no início do vôo foi projectado um pequeno filme, que alertava para a proibição de fumar a bordo. A companhia esclarece, que o filme é costume passar em todos os vôos e neste, em particular, o que aconteceu foi que não houve tempo para alterar o “alinhamento” – chamemos assim – o alinhamento normal das operações a bordo. Que de resto – e tratando-se de um voo fretado para uma viagem especial – fumar a bordo é tão normal como pedir uma refeição especial, à margem do menu. E, aparentemente, a questão estaria esclarecida e arrumada, não fosse Portugal um país onde, felizmente, pouco mais há com que nos preocupemos do que os cigarritos que o primeiro-ministro fuma às escondidas. Graças a Deus!

Que do resto e no que à lei diz respeito… podemos ficar descansados que ele há quem zele por ela e a faça respeitar, à letra, à sílaba, à mais pequena inflexão semântica.
O tribunal da Relação do Porto acaba de condenar a 6 anos e meio de prisão, o homem que, durante 4 anos, violou a filha, menor à altura dos factos. Aliás, as violações só terminaram quando a jovem chegou aos 17 anos e abandonou a casa do pai. Durante o julgamento o homem negou todas as acusações, mas o tribunal conseguiu provar que houve de facto – e aqui é que a fineza da interpretação não deixa margem para dúvidas, se bem que abra caminho a umas quantas perplexidades… diz assim: ficou provado que “o arguido cometeu um crime de abuso sexual de criança agravado”. Deixou-se cair, continua o jornal, a acusação de “crime de abuso sexual de menor dependente”. E isto porque o colectivo de juízes entendeu ter havido “uma única resolução criminosa” – a de “crime continuado de abuso sexual.”
Conseguem distinguir a diferença?! Olhem mais de perto, que talvez consigam.
Sabe-se que os exames médicos revelaram lesões físicas inequívocas na vítima e sabe-se também que tanto o pai, como outros familiares terão dado, em tribunal, uma imagem de leviandade da vítima. Sabe-se também e finalmente que o arguido vai interpor recurso e que até lá fica em liberdade à espera da resposta.

E as crianças. Ainda.
As crianças e a preservação de identidade…
Vem no 24 Horas, que um canal de televisão juntou alguns cantores conhecidos e mais umas quantas figuras públicas e crianças, para gravar uma cantiga que celebra o dia da criança que há-de vir…
Na fotografia que ilustra a notícia vêem-se algumas caras conhecidas… Janita Salomé, Bárbara Guimarães, a jovem ex-Floribela, aliás Luciana Abreu e mais 3 personagens cujos rostos foram ocultados pela tal grelha estratégica, que se usa nestes casos… de ocultação de identidade. No caso são os rostos de 3 das crianças, convidadas para a gravação da cantiga.
E taparam-lhes a cara, como se o assunto em causa fosse qualquer coisa de pecaminoso, degradante e pouco próprio para crianças, a começar pelas próprias, cuja identidade se esconde.
Esperemos que não seja esse o caso!

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