quinta-feira, 15 de outubro de 2009

No Diário de Notícias a informação merece uma brevíssima referência, já a cair pela direita baixa da página… e diz assim: “Forças russas podem usar nuclear em conflitos locais.”

È o que aqui diz, que o exército russo passa a ter autorização para recorrer ao arsenal nuclear em – citemos que é melhor – “em ataques preventivos contra o agressor.”

E em conflitos locais, convém que se diga, conflitos que, segundo o DN, são hoje o principal perigo e problema da Federação Russa.

A notícia foi ontem tornada pública pelo secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patruchev…

Mas fixemo-nos só nesta frase: “ataques preventivos contra o agressor”...

Ora, se falamos num agressor, subentende-se que há uma agressão… em havendo uma agressão, não se deveria falar em ataque preventivo, mas antes em resposta à letra a essa mesma agressão, como quem com ferro mata, com ferro morre, ou olho por olho, dente por dente…. Se se fala em prevenção, diz o dicionário que falamos de aviso prévio, precaução, premeditação… estar de prevenção, em linguagem castrense significa mesmo ficar nos quartéis quietinho , mas pronto a intervir em caso de necessidade. Quando o exército russo pega em armas, sejam elas nucleares ou uma vulgar fisga para atacar alguém, não se deveria falar de prevenção… ou talvez possa, se escolhermos, de entre as definições que o dicionário dá, aquela que define prevenção como premeditação… ou seja, resolver antecipadamente, planear antes de executar…

Vá lá, que aqui sempre houve a decência de avisar antes .

Do resto, não há nada a dizer, só talvez relembrar que, este Verão, Portugal recebeu um grupo de 14 crianças ucranianas que sofrem ainda hoje, 23 anos depois do acidente de Chernobyl, os efeitos das radiações. Nenhuma delas era ainda nascida, quando se deu o acidente na central nuclear ucraniana. Em Chernobyl , ainda hoje, os alimentos estão contaminados com radioactividade, o desastre na central foi em 86…

Esse mês, que estas crianças passaram em Portugal, pode ajudar a limpar-lhes um pouco o organismo e ajudá-las também a passar o resto do ano que vem com menos doenças do que é costume.

Ora, como alguém dizia, num eventual conflito nuclear, sorte hão-de ter os que morrerem logo na primeira explosão.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ora, comecemos pelo fim. Escreve o Jornal de Notícias que a Sé de Lisboa foi mandada construir por d. Afonso Henriques em 1150, 3 anos após a conquista da cidade. E que sofreu, a Sé, claro, várias derrocadas com os terramotos, sendo o pior deles todos, claro está, o de 1755.

Ora, posto isto, recorde-se que , o mês passado, Elísio Summavielle reconheceu e alertou publicamente que a velha Sé de Lisboa precisava de obras urgentes. Sublinhava em especial a degradação do claustro. Entretanto, como se sabe, o plano de recuperação foi posto em marcha e as obras arrancaram no terreno. Só que…

Só que ontem os trabalhos foram interrompidos e a obra parada.

Porque… vamos ao JN, que diz… “as obras de restauro, que estavam a decorrer na Sé de Lisboa, foram mandadas parar, depois de ter sido danificada uma das pedras do portão norte.”

A situação foi denunciada pelo Fórum Cidadania, que fez seguir a reclamação para o ministério da tutela, o da Cultura.

Quando o responsável da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (Luís Marques) recebeu a reclamação deslocou-se ao local e terá falado com os padres responsáveis pela Igreja, que mandaram parar imediatamente as obras.

E assim vão ficar – paradas – até que, da reunião marcada para amanhã, se descubra uma solução digna – segundo Luís Marques - “uma solução digna para pôr cobro a esta obra indevida.”

Ora, o jornal publica uma foto, que não é de todo garantido que seja a da própria pedra da discórdia, mas é uma pedra o que se vê na foto, uma bloco paralelipipédico, ali no chão da soleira de uma porta - será o tal portão norte?... e uma outra, onde alguém não identificado olha atentamente para a ombreira dessa mesma porta, como se tivesse sido dali, que aquele outro pedaço de pedra no chão tivesse sido cortado, ou amputado, se assim se pode dizer.

O movimento Fórum Cidadania é firme na condenação… diz que é “sintomático sobre o estado de coisas relativamente ao património arquitectónico do país e do entendimento que dele fazem os poderes públicos…” diz que “já não bastava o vandalismo e a poluição, para virem agora, os próprios responsáveis pela conservação dos monumentos a adulterá-los…”

Pelo que se consegue perceber da notícia, estamos a falar de um pedaço de pedra, que foi cortado de uma ombreira do portão norte e em função das obras necessárias de restauro. Obras que agora estão paradas até ver… e ver o quê?... Vai voltar a colar-se o pedaço de pedra que foi cortado, vai-se dizer aos trabalhadores muito claramente o que é lixo e o que é para ficar?... Ou vai-se, para ser mais fiel respeitador da História pátria, processar os arquitectos, que em 1755 muito provavelmente desfiguraram uma Igreja velha de 600 anos?...

A verdade é que para respeitar mesmo o curso natural da História, a única solução era deixar que o tempo, esse supremo escultor, reduzisse a Sé de Lisboa a pó, cinza e nada… porque, em verdade é essa a evolução e fim natural de tudo o que existe ao cimo desta terra.

terça-feira, 13 de outubro de 2009