sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
É curioso que, quem não concorda ou mostra alguma reserva prefere o anonimato e apenas se deixam identificar os que aceitam e dizem compreender o ponto de vista do Chefe… e o chefe , no caso é José Alberto Carvalho, director de informação da RTP, que hoje faz a capa do 24 Horas, por causa do que se segue… um aviso, em 9 pontos, aos jornalistas da casa, sobre isenção e … isenção. É isso, no essencial é isso.
O jornal fala num conjunto de recomendações, onde se pede particular atenção ao que cada um escreve na Internet, seja nessas plataformas sociais que estão na moda, seja em blogues de opinião, ou páginas pessoais…
Começa o lembrete por este ponto. “Nada do que fazemos deve colocar em causa a imparcialidade que nos é devida e reconhecida enquanto jornalistas…”
Por isso – continua o 2º ponto – os jornalista da RTP devem abster-se de escrever, ou publicar fotos, vídeos, ou gravações sonoras, que possam ser entendidas como preconceituosas – politicamente, sexualmente, rácica ou religiosamente… Pelos mesmos motivos… para não comprometer a credibilidade jornalística dos autores. No mesmo ponto sublinha-se que nada, mas nada mesmo deve comprometer, ou levantar interrogações sobre a credibilidade e seriedade do trabalhor…
E segue mais ou menos por aqui, o resto da lista… sendo que há o cuidado de sublinhar que é forçoso que se deixe explícito, que as opiniões expressas nessas plataformas é da exclusiva responsbilidade de quem as escreveu e que é opinião pessoal e que não representa, nem compromete a estação onde trabalham- no caso a televisão pública...
e que…todos os dados, ou informação, considerados de eventual interesse jornalístico, devem ser colocados à consideração da estrutura editorial da RTP e ainda… a regra base!
A regra base vem no ponto 4 deste memorando: “uma regra base deve ser nunca escrever nada online que não possa dizer-se numa peça jornalística da RTP…”
Ora, comecemos por aqui… não deixaria de ser curioso ficar-se a saber o que realmente pensa, deste ou aquele assunto, este ou aquele jornalista que - por obrigação ética e profissional – não pode exprimir opiniões pessoais e tomar partido publicamente enquanto tal – ou seja enquanto jornalista… e verificar que, apesar de todas as paixões pessoais, o profissional sabe distinguir as coisas e separar as águas, deixando as opiniões pessoais em casa, ou deixando-as à porta, quando pega ao serviço, perfilando-se- imparcial e anónimo - quando trata das notícias.
Acontece também que muita gente antes de ser jornalista e se calhar também depois de deixar de o ser continuará - espera-se – a ser gente e gente com opinião e vida própria… mas isso nem vem ao caso…
Como também não vem ao caso, pedir-se cuidado especial com o que se escreve, nesse espaço que é, por definição e principio, o sítio de toda a liberdade de expressão. Claro que há abusos e desvarios e coisas muito pouco próprias mesmo… mas aí, entramos no campo da falta de educação, ou do insulto, ou da pouca vergonha mesmo… e isso vale para qualquer cidadão de qualquer profissão… chama-se bom senso, bom gosto, civilidade, cidadania, ou as orelhas da minha tia…
O que vem ao caso e não deixa de ser curioso e um pouco preocupante também é talvez esta necessidade, que o jovem director de informação da RTP revela, ou indicia, de alertar os colegas para, pelo menos na Internet, não porem em causa a credibilidade profissional deles próprios … Admitam que não sabiam que a coisa estava tão tremida.
E é Natal, ou quase...
Vem no DN, que ser solidário está na moda e traz benefícios fiscais e que é por isso que algumas empresas e marcas e personalidades famosas e de referência se envolvem em causas solidárias para vender os respectivos produtos, com especial insistência por estas alturas do Natal, em que os corações amolecem e toda a gente sonha alto, com a paz e a concórdia e a prosperidade para todos…
Diz o jornal, que é pelo Natal que aumentam as parcerias entre empresários e gente famosa, se bem que a receita se aplique também e cada vez mais ao longo do ano…
Por exemplo, uma marca de relógios convidou Elton John para desenhar, ou pelo menos emprestar a assinatura, para um novo modelo. Parte do lucro vai para a fundação do cantor, de Luta contra a Sida… dá-se também o exemplo do projecto criado por Bono Vox, o irlandês cantor dos U2 e que reúne várias marcas e vários produtos com o mesmo objectivo – parte dos lucros vão para obras solidárias…
E tem sido assim de há uns anos para cá…
Diz o jornal que se descobriu, na solidariedade, uma forma de angariar publicidade fácil, para a venda dos produtos e com a vantagem de ainda se conseguir benefícios fiscais, dessa maneira.
É muito fina a linha que nos separa aqui do oportunismo, ou da – deixem que lhe chame assim – prestidigitação dos especialistas de marketing e publicidade, mas, claro que todas as ajudas serão bem vindas e se, para os mais desprotegidos, ainda for sobrando alguns trocos, dos lucros das marcas de luxo e dos consumos catitas de quem gosta de se tratar bem e andar todo enfeitado… enfim, ainda bem e do mal o menos… não se pode também querer tudo… nem mesmo pedindo ao pai natal.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Escreve o Jornal de Notícias, que Bruxelas propõe mais mobilidade para criar emprego…
O que se passa é que a estratégia de Lisboa, para o crescimento e emprego com objectivos para 2010, está a esgotar-se – é assim que começa a prosa – e assim sendo, ontem mesmo, a Comissão Europeia abriu uma consulta pública, para o que virá a ser a Estratégia 2020. É o novo prazo, que a Europa se dá, para recuperar da crise e consolidar a retoma económica e… mais que isso, evitar, ou pelo menos tentar evitar que outra crise idêntica nos surpreenda no futuro.
Há 3 pontos essenciais sublinhados pela Comissão – a educação… deve a Europa criar valor baseado no conhecimento, daí se poderá depois falar em aumento de produtividade… depois, promover a inclusão social e estimular a competitividade da economia.. uma economia que se quer interligada e amiga do ambiente. Depois e ainda no seguimento da estratégia de Lisboa, a Europa.. os países da União Europeia têm de estabelecer uma maior correspondência, entre a oferta e a procura, através da mobilidade da mão de obra.
Ora isto, a mobilidade da mão de obra...
É justamente por aí, que vai a capa do jornal I, esta quarta feira.
Médicos que forem para o Interior vão receber 750 euros a mais do Governo.
O objectivo - era quase escusado o jornal explicá-lo – é justamente socorrer as zonas desertificadas do país… é por isso – continua o sub título da capa – por isso, que os médicos em formação, que aceitarem este desafio, têm um bónus de 70% sobre o salário – o que dará, pelo que se percebe, os tais 750 euros suplementares no ordenado…
Bruxelas não fala de bónus estimulantes à mobilidade da mão de obra… diz sim, que ela é importante para o futuro económico da Europa, mas só isso. Deixará eventualmente a cada país membro a responsabilidade de encontrar a melhor maneira de gerir a ideia e fazê-la vingar…
Ora,pelo menos entre a classe médica portuguesa, parece que se encontrou uma solução menos má… E menos má, porque estamos a falar de médicos em formação, não de profissionais já lançados em pleno ofício… estes estão a acabar de aprender o essencial, que em medicina também nunca ninguém sabe realmente tudo, como é óbvio… estão em internato e à experiência nos hospitais... Ora portanto, os médicos em formação, que se disponham a ir socorrer as zonas mais desertificadas do país, podem receber um bónus de 750 euros por mês sobre o salário… Para os que aceitarem o desafio! Já o conceito é curioso...
Desafio maior e maiores despesas, estou em crer que terá esse outro médico, formado ou em formação, que decida abandonar a terra onde vive e onde poderia até ficar a trabalhar, para abrir consultório em Lisboa…. É que, em Lisboa, meus amigos, a vida também não está nada barata, mais cara talvez até do que em Carrazeda de Ansiães, por exemplo … e a verdade também é que… de Lisboa a Carrazeda de Ansiães é rigorosamente a mesma distância, que de Carrazeda de Ansiães a Lisboa.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Vem no DN, logo abaixo dessoutra que diz que o homem parecia um James Bond e que tinha uma aura de herói de filme de capa e espada. No caso, fala-se do homem que é procurado pelo FBI por várias burlas. Nesta, em concreto, fez-se passar por agente secreto e prometeu encontrar Madeleine McCann. Ficou com 300 mil euros do fundo Find Madeleine e desapareceu, ele também.
Pois logo abaixo desta, temos esta outra, que desce da Suiça e que diz que os minaretes das mesquitas na Suiça são comparados, por alguns, a mísseis. Quer dizer, a forma dos minaretes apontados ao céu faz lembrar mísseis e isso está a incomodar alguma opinião pública suiça. Daí, o Partido Popular suíço ter arranjado já as assinaturas suficientes para levar a questão a referendo . E a questão é simples: proibir os minaretes nas mesquitas. A notícia diz que a maioria da população é contra a proibição, mas mesmo assim, o referendo está já marcado para dia 29.
O cartaz, inventado pelo Partido Popular para anunciar o referendo, mostra em primeiro plano a silhueta de uma mulher, coberta com uma burka negra e em fundo, dispostos por sobre a bandeira suiça, vários minaretes alinhados e negros, eles também, apontando ao céu, como qualquer minarete que se preze deve fazer … minaretes, ou pináculos de qualquer catedral gótica cristã, aliás…
Diz ainda a notícia, que já há dois anos, este mesmo Partido Popular, manifestando-se contra a imigração, publicava um cartaz, onde os imigrantes eram representados como ovelhas negras, expulsas com um coice, da Suiça para fora… Agora, considera o PP suíço, que os minaretes são um símbolo da intolerância islâmica…
Bom, no caso dos imigrantes, num país com uma população composta, em 25%, por imigrantes.. haveria de ser complicado. Porque depois, algum suíço haveria de fazer o trabalho… geralmente o mais desinteressante e mal pago a que os imigrantes se sujeitam.
Mas, agora os minaretes… pretende-se acabar com eles nas mesquitas… a notícia não diz, se a intenção é mesmo só essa – decapitar as mesquitas na Suiça, ou, eventualmente, transferi-las mesmo para discretos contentores, sendo que, aí, ficávamos com outro problema… passavam a fazer lembrar bunkers anti atómicos e, meus amigos, com mísseis ainda vá, agora uma bomba atómica já fia mais fino. Olá se fia!