quinta-feira, 21 de junho de 2007

P'RA DESCONTRAIR E VOLTAR


DE TODAS AS FORMAS POSSÍVEIS
DE TODAS AS CAUSAS PROVÁVEIS
MESMO AS MAIS INVEROSÍMEIS
CERTEZAS INABALÁVEIS
PARA AS NÓDOAS IRASCÍVEIS
TECIDOS IMPERMEÁVEIS



eSAUDEMOS, IRMÃO,
A CHEGADA DO VERÃO !!!























segunda-feira, 18 de junho de 2007


Fazia aquele caminho muitas vezes
Gostava de fazer aquele caminho em silêncio, observando as fachadas dos prédios de ambos os lados da rua. Observando-os como se fosse possível que os estivesse vendo p’la última vez, seria p’lo menos essa a situação, se isso fosse humanamente possível. Às vezes pensava que sim e isso deixava-o ainda mais calado. Era um exercício que o deixava triste e muito calmo, ao mesmo tempo.
Descia a avenida detendo-se em cada pormenor dos edifícios, das montras e letreiros das lojas, das árvores ao longo dos passeios, das pessoas e o seu andar, uns mais apressados, outros sem pressa nenhuma, cada um no seu caminho, a caminho de qualquer coisa, ou alguém…
A meio da avenida, do lado direito, abria-se o adro iluminado da igreja. Branca, esguia, apontando ao céu as torres suplicantes… a avenida, essa abria-se, lá ao fundo, num largo ajardinado, onde em tempos chegavam e saiam os eléctricos para a baixa e para a colina da Graça, lá do outro lado da cidade.
E do outro lado do largo, a parede branca, por onde espreitavam as copas das árvores. Uma parede rasgada a meio p’lo portão pesado de ferro negro, quase solene.
Era então aí que o bairro e a cidade ficavam definitivamente para trás. Fora daquele portão e do outro lado daquela parede. Era então aí que tudo acabaria, um dia.
Gostava de fazer aquele caminho em silêncio, observando tudo à volta, com calma e pormenor. O caminho do cemitério. O último que veria, se isso fosse humanamente possível !...