sexta-feira, 19 de março de 2010

Fim

quarta-feira, 17 de março de 2010

calçada de Carriche!, dá cá um beijinho ao avô!

Gestores milionários – escreve o Correio da Manhã, em ante-título de capa... Os gestores de que se fala são da Portugal Telecom... o jornal chama-lhes os boys de Sócrates e avança com estes números fantásticos... Jorge Coelho, o ex ministro... ganha, pelas contas do Correio da Manhã, perto de 2 mil euros por dia... Rui Pedro Soares 4200... Rui Pedro Soares é, se bem se lembram, o jovem administrador envolvido no caso PT/TVI... Henrique Granadeiro... 4575 e por fim Zeinal Bava, que , segundo o Correio, ganha muito perto dos 7 mil euros por dia... Daí, um outro jornal, no caso o 24 Horas, dizer que  um trabalhador da PT teria de trabalhar 80 anos, para ganhar o que Zeinal Bava ganha num ano só...  Também o DN puxa para a primeira os vencimentos destes gestores durante o ano passado...  os números diferem um pouco, mas sempre nesse patamar dos muitos zeros.. por exemplo, o DN diz que Zeinal Bava ganhou 2 milhões e meio o ano passado e Rui Pedro Soares milhão e meio. Já o 24 diz que foi Bava quem ganhou milhão e meio, enquanto Rui Soares se esqueceu de entregar as declarações de rendimentos ...  no Correio diz-se que Rui Soares sozinho ganha mais que 210 trabalhadores do call center da Portugal Telecom todos juntos e somados.
Outra notícia, que alguns jornais puxam hoje para a primeira página, tem a ver com uma cerimónia oficial que decorreu ontem de manhã em Lisboa, no pavilhão de Portugal, ao parque das Nações e onde o primeiro ministro foi apresentar o Plano de Estratégia Nacional para a Energia... A notícia é que, o apresentador da cerimónia apresentou o primeiro ministro com o nome com que é baptizado num programa de humor da televisão... o contra-informação... não sei se conhecem... pois se o conhecem ,é quase escusado dizer o resto... isso mesmo! Foi como José Trocas-te, que o primeiro ministro foi apresentado... a quem quiser saber a reacção de Sócrates a este incidente... consta que o vídeo clip já circula na Internet... Agora o curioso é  verificar como a realidade e a ficção se vão misturando e até confundindo quase até à anedota...   é também verdade que para muita boa gente, ler hoje nas capas dos jornais e tendo em conta a actualidade económica da nação... estes números que aqui ouvimos já... 7 mil euros por dia... sem ser futebolista... ou é ficção ou anedota ( escuse-se aqui, por elegância e desconhecimento de causa... o caso dos narco traficantes, traficantes de armas e outras coisas... claro está , que desses, como também não declaram rendimentos, é difícil saber mesmo quanto ganham...
E já agora, só mais esta  que foge ao assunto mas merece igualmente capa de jornal, no caso no Público, diz assim: "PS não quer dar nomes de ruas a pessoas vivas." 
E esta percebe-se !
Que jeito teria chamar a uma criança, por exemplo, rotunda da Boavista, ou beco dos Birbantes?!...

quem foi António Maria Cardoso, afinal?

Já aqui abordámos a questão... também já vimos que o Público teve pouca sorte ao redigir o título da chamada de capa e escreveu que o Partido Socialista não quer que se dê nomes de ruas a pessoas vivas, quando o que se passa é mais ou menos o inverso, não quer é dar nomes de pessoas vivas a ruas. A ruas e equipamentos sociais, como pavilhões desportivos, auditórios e assim...
Desfeito o equívoco, acabamos por ver que não só o Público faz eco desta nova preocupação socialista. Aliás, consta que o projecto é de alguns deputados socialistas, não tanto do partido no seu todo. É um grupo de deputados socialistas, que vai levar a S. Bento esse projecto de lei que proíba o baptismo de espaços públicos com nomes de gente que ainda por cá anda... Porque "há quem tenha sido indevidamente glorificado..." esse é um dos argumentos  A discussão em plenário ainda não foi agendada, mas os proponentes acreditam que a ideia pode vingar... porque é uma proposta transversal e supra partidária...
Depois, o Público, por exemplo, lembra alguns casos. Rosa Mota e Carlos Lopes, patronos de dois pavilhões desportivos, se bem que um deles está desactivado e em quase ruínas há vários anos.. o Carlos Lopes, em Lisboa.. Eunice Muñoz, que tem um auditório em Oeiras... Cavaco Silva,  Pinto da Costa, Eusébio, o do Benfica.. todos eles baptizam ruas e largos e avenidas em várias cidades e vilas de Portugal... Saramago também e consta que é mesmo o campeão neste particular. O Público lembra que, em Azinhaga do Ribatejo, a rua José Saramago até faz esquina com a rua Pilar del Rio... tudo em família
Ora, mas dizia-se então que há quem tenha sido indevidamente glorificado...  ou glorificado antes de tempo... por exemplo, este padre de Viana do Castelo. Baptizaram um largo com o nome do padre, mas como, nas últimas eleições, terá apelado ao voto no PS, os eleitores da paróquia, maioritariamente PSD,  terão decretado em assembleia municipal que se retirasse o nome do padre e se rebaptizasse o largo. Assim se fez. Agora chama-se largo da Liberdade. 
Pois, porque a verdade é que , antes de uma pessoa morrer, nunca se sabe que rumo é que vai ainda dar à sua vida e se, no final de tudo, deixa ou não saudades,,,  deixa ou não motivos para que o nome lhe seja celebrado pela posteridade... Se bem que, nalguns casos, por muito vil e sinistra que tenha sido a vida e obra do celebrado...  se calhar por isso mesmo, para que a memória se não perca... ou, se quisermos , para que a lição se não perca e os erros históricos se não repitam...  e quanto mais não seja, porque as personagens em causa, para o bem e para o mal , andaram mesmo por cá  e deixaram obra feita e garantiram um lugar na História...
Toda a gente sabe que, por exemplo, o parque da Liberdade, em Sintra, bem como a ponte 25 de Abril em Lisboa se chamavam de Salazar, até ao 25 de Abril de 74...  Por razões que toda a gente também conhece, ambos foram rebaptizados...  Já o mesmo, por exemplo, não se passou com a avenida marechal Gomes da Costa, que é essa justamente a que corre ali à porta da RDP em Lisboa... pois sabeis vós quem foi o marechal Gomes da Costa? O 28 de maio de 1926 não vos diz nada?...
Entretanto, os jornais dão hoje também conta da indignação dos militantes do movimento  "Não Apaguem a Memória.".. Protestaram e parece que venceram. Acontece que, os proprietários do edifício onde ficava a PIDE em Lisboa, retiraram a placa, que evocava a morte de 4 jovens no 25 de Abril de 74.  O edifício foi reconvertido para condomínio de luxo e os actuais proprietários resolveram tirar a placa de onde estava e recolocá-la em sítio mais discreto. Entretanto, houve já uma reunião com a vereação respectiva e ter-se-á chegado a acordo... a placa evocativa será recolocada em sítio onde se veja bem... A Câmara de Lisboa estará também a estudar a hipótese de assinalar a Rua António Maria Cardoso, de forma a que não morra essa memória... de que ali, naquela rua, é que foi durante décadas a sede da polícia política  do fascismo português...
Agora só mais uma outra questão... quem foi António Maria Cardoso, afinal?
Sabeis vós?...
Pois então, que bom proveito vos faça!

terça-feira, 16 de março de 2010

e toda a gente há-de agradecer e reconhecer que valeu o esforço...

Faz manchete no Jornal de Negócios, que os desempregados vão ser obrigados a cortes salariais de 29%...  começa por ser simplesmente bizarro... como é que um desempregado pode sofrer um corte no salário?!... Pois se está desempregado , em princípio não recebe salário.  Pode receber uma quantia variável de dinheiro, que o Estado lhe dê, enquanto está nessa situação de desemprego, mas a isso não se chama salário, mas sim subsídio. No caso, subsídio de desemprego. 
Mas , se continuarmos pelo sub título desta manchete , acabamos por perceber o que se passa. 
Diz o de Negócios, que o Governo se prepara para forçar os desempregados a aceitar ofertas de trabalho com salários muito inferiores ao que recebiam quanto estavam empregados... Continua, o jornal dizendo que , do que disse Teixeira dos Santos, decorre que os desempregados perderão o direito ao subsídio quando recusarem uma redução salarial até aos 29%.
O Jornal de Negócios conclui, afirmando que o objectivo do Governo neste caso...  e supõe-se que a ilação não seja do próprio jornal, mas antes resumida do que alguém em nome do Governo e em defesa desta medida terá dito...  o objectivo portanto será acelerar o regresso ao trabalho e, com isso, cortar nas despesas sociais...
Entendendo como despesas sociais o subsídio de desemprego, é bem possível que sim...  o mesmo se poderá eventualmente dizer também quanto ao regresso ao trabalho... e felizmente aqui e desta vez houve o bom senso de não utilizar o verbo "estimular", mas antes "acelerar"... é que também já se ouviu dizer que esta era uma forma de incentivar, ou estimular o regresso ao trabalho, para os desempregados...  mas assim soa bastante melhor.. uma forma de acelerar o regresso ao trabalho e à vida activa... e contributiva...
Na capa do I, a manchete diz que há 12 mil empregos que ninguém quer e que há uma solução de recurso para contornar a situação.. enfim, outra solução de recurso... que será ir reduzindo também e progressivamente o próprio subsídio de desemprego...
Ora então reduz-se o subsídio de desemprego, para que se torne menos aliciante em comparação, por exemplo, com uma oferta de emprego, que oferece um salário inferior em um terço, àquele que o cidadão ganhava antes de ser despedido...
As razões que o determinam já são mais que públicas... equilibrar as contas do Estado, reduzir despesas... com empenho e boa vontade consegue-se e toda a gente há-de agradecer e reconhecer que valeu o esforço... toda a gente, que entretanto não tiver emigrado à procura de trabalho lá fora...

a rolha.

Não que tenhamos muito a ver com o que se passa na casa de cada um. Parece óbvio... é pelo menos consensual que – como se diz – para lá do Marão mandam os que lá estão e entre marido e mulher que ninguém meta a colher e outros aforismos semelhantes... é também razoável que alguns, no entanto, se preocupem com o que se passa em casa da vizinha do lado, se o que se passa na casa da vizinha do lado constituir um perigo público, ou uma ameaça a valores essenciais ao saudável funcionamento de uma nação...
Mas, a questão agora aqui resume-se nesta expressão famosa e alegórica – a lei da rolha.
No caso presente, o conceito surge colado à decisão aprovada, este fim de semana, em Mafra, no congresso extraordinário do PSD... Essa proposta apresentada por Pedro Santana Lopes e que prevê sanções, que podem levar à expulsão do partido, para quem se manifestar criticamente contra a direcção do partido, ou os seus líderes... o que vai dar, mais ou menos ao mesmo. Manuela Ferreira Leite, aliás, já se pronunciou. É verdade que contornando um pouco a pergunta... Disse que é normal, que quando se quebram regras se seja sancionado por isso... e que o PSD tem regras... e, como vemos, esta, de que falamos, será uma regra nova de funcionamento interno. E esta proposta foi aprovada por maioria dos congressistas... o que lhe dará um valor ainda mais impressionante – e calcula-se que , democraticamente mais poderoso, do que se tivesse sido decidida e apresentada como facto consumado, por alguém, em nome individual, por muito bem colocado que estivesse na hierarquia do partido...
Acontece também, que logo no dia seguinte... 3 dos actuais candidatos à liderança do PSD... 3 dos candidatos à sucessão de Manuela Ferreira Leite ... pelo menos 3 deles... Aguiar Branco, Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho manifestaram-se contra a ideia... contra aquilo a que a voz do povo rapidamente baptizou de lei da rolha... aquela que se propõe castigar e até eventualmente convidar a sair do partido quem criticar decisões da liderança, no período de 60 dias antes de qualquer acto eleitoral... supõe-se que inclui também o caso de eleições internas... sendo que as do PSD são já pelos finais deste mês... faltam muito menos de 60 dias... 
Ora onde quero chegar... e confesso que chego com alguma estupefacção... é aqui... Se o que Passos Coelho, Aguiar Branco e Paulo Rangel disseram já quanto a esta lei da rolha não é uma crítica aberta a uma decisão superior do partido.. é o quê?  E agora?  
Vão ser convidados a sair?... logo eles que são os 3 candidatos mais fortes á futura liderança do PSD e por inerência de funções também futuros candidatos a primeiro ministro de Portugal?!...

segunda-feira, 15 de março de 2010

E quando se fala em acidente...

Diz, o Público, que em Portugal morre-se mais por suicídio, que por acidentes de viação. São conclusões do Instituto Nacional de Estatística... Dizem também alguns dos outros, que o caso do desaparecimento de Leandro, a criança de Mirandela, ganha agora uma nova explicação... a de acidente, em vez de suicídio... 
Seja como for, as buscas nas águas do Tua deram-se ontem por concluídas, sem que o corpo da criança tenha aparecido... daí, o Correio da Manhã dizer que morreu a esperança de encontrar a criança... o I cita o pai de Leandro: Agora já não é possível ter esperança... No Jornal de Notícias, a matéria, para além de merecer destaque apreciável logo na primeira página, desenvolve-se depois em duas páginas, onde toda a operação de busca e resgate  é descrita ao detalhe...  Quanto à família de Leandro, diz o JN que está frustrada com a ausência de corpo e de culpados...
Entretanto e como já vimos, o relatório da polícia aponta agora para a morte acidental da criança... Diz assim; Inquérito da PSP troca  suicídio por acidente... explica-se depois, que o inquérito do ministério da Educação refere uma falha grave no sistema de segurança da escola e que o tal relatório da polícia, que conduz a investigação judicial, aponta para acidente, em vez de suicídio...
Ora, se bem se lembram, ainda no final da semana passada, ouvimos dizer que   a real intenção de Leandro não seria tanto o pôr termo à vida, mas mais , o chamar a atenção... No caso, chamar a atenção para os maus tratos e violências várias a que os colegas alegadamente o submetiam e sujeitavam...
É de acreditar que, neste, como em muitos outros casos, seja essa a real intenção do suicida... chamar a atenção. Apenas isso... Nalguns casos, conseguem-no da forma mais definitiva...
É portanto fácil também de admitir e acreditar até, que Leandro não tivesse a noção consciente e esclarecida das consequências do que terá acabado por fazer... atirar-se ao rio...  uma criança de 12 anos há-de ter da morte e desta vida uma noção ainda um bocado em esboço, não acham?...  morrer, para um miúdo de 12 anos, há-de ser uma coisa ainda um pouco vaga...  Atirar-se ao rio e acabar mesmo por morrer...  neste caso e para quem o fez poderá parecer, por bizarro e insólito que soe... poderá parecer quase impossível! O  JN acrescenta aliás que, para a PSP, o mais certo é que Leandro nem reflectiu no que estava a fazer e se entrou na água era para voltar a sair, só que a corrente do rio foi mais forte...  Daí falar-se em acidente, descartando-se a terminologia até aqui utilizada... suicídio...
Foi então um acidente. Talvez um triste e lamentável acidente, mas um acidente.
E quando se fala em acidente.. diz o dicionário que se fala num acontecimento casual,  numa contingência, numa peripécia... peripécia, que por sua vez se pode definir como um caso estranho e imprevisto... pois estranho será.. agora imprevisto... há quem ache que imprevisto mesmo terá sido só o desfecho de toda esta história... se calhar, imprevisto mesmo e primeiro que todos, para  o próprio Leandro de Mirandela.
Só uma questão e já de saída. Ouviram já decerto anunciar, como causa de morte, a paragem cardíaca...  e não vos parece estranho?!... Ou seja, que outras causas de morte, em rigor , conheceis vós, para além da provocada pela morte cerebral e pela paragem cardíaca?...
A que propósito é que vem agora esta questão?  Por nada. Lembrei-me de perguntar.

domingo, 14 de março de 2010

um ruidoso não acontecimento

Se aceitássemos ser honestos por um instante, haveríamos de admitir que acontecimentos como o Congresso Extraordinário do PSD, ou outro qualquer de outro qualquer partido político da actualidade não só está longe de merecer a importância mediática que lhe é dado, como não tem, na verdade e pelo menos para quem não pertence ao Partido... importância realmente nenhuma.
Mais não é que um ruidoso não acontecimento.