quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

altas e galeadas

A história sobe do Algarve e ao que parece nem traz grande pressa. É que, diz a notícia, há já 6 anos que esta médica, do Centro de Saúde de Aljezur, está de baixa e ora aparece, ora não aparece, portanto, ao serviço. Há 6 anos… o "Jornal de Notícias" diz que há mais de 6 anos, de baixa quase contínua, desde 2001. Os doentes queixam-se de que não conseguem marcar consulta, por causa das faltas da médica. O presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve garante que todas as baixas médicas apresentadas, o foram sempre de acordo com os pareceres da junta médica da ADSE – Assistência na Doença aos Servidores do Estado - e conforme a legislação em vigor… isto diz o presidente da ARS do Algarve. E então não deveria ser assim mesmo?! O presidente da ARS põe a hipótese de poder ser de outra maneira?! E os doentes do Centro de Saúde de Aljezur, será que eles se importam realmente, se as baixas da médica são legais ou fraudulentas?! Será mesmo esse o primeiro problema, a principal ou mais urgente preocupação dos utentes, neste momento e perante os factos?!...
A Administração Regional de Saúde do Algarve diz que já abriu um processo de averiguações ao Centro de Saúde de Aljezur. Isto na sequência e consequência das queixas dos utentes. Ora aí está! A culpa afinal é dos utentes. Se se tivessem queixado mais cedo, se tivessem mesmo querido que a situação se resolvesse, não tinham esperado 6 anos! Agora, olha, é só esperar mais um pouco, enquanto o inquérito se faz. Pouco! Que, felizmente, em Portugal estas coisas costumam correr benzinho e sem grandes embargos.

Há gente muito expedita! Verdade seja dita e vamos a factos.
A história ter-se-á passado em Aruba, território holandês, nas Caraíbas. Foi aí que, em Dezembro de 2005, desapareceu a jovem Natallee Holloway. Tinha 18 anos e tinha vindo de Birmingan, com amigos. Eram cem, ao todo, celebrando a formatura académica.
Pois este domingo, 7 milhões de telespectadores holandeses ouviu a confissão de outro jovem, um holandês, que reconheceu ter sido ele, quem lançou o corpo da jovem ao mar; depois de ela, alegadamente, se ter sentido mal. Começou a tremer e de repente parou de reagir… Então, ele lançou-a ao mar e não disse nada a ninguém. O caso acabou arquivado e sem solução, em Dezembro do ano passado.
Agora a RTL4, televisão holandesa, instalou 3 câmaras escondidas num carro e com a ajuda de um amigo deste jovem e em cumplicidade com o programa– o programa dedica-se à abordagem de crimes, já se percebeu… - conseguiu-se então, que ele confessasse o que realmente aconteceu.
Não o torna forçosamente um assassino, mas seria matéria e razão para reabrir o processo, se não fosse…
É que, o Ministério Público holandês diz que não pode agir, já que a confissão não tem peso suficiente. E por uma razão simples: foi conseguida através de câmaras ocultas.
Portanto, uma confissão feita inadvertidamente, quando o suspeito está sem guardas, a falar, julga ele que, à vontade e entre amigos… não conta!
São certamente melhores, as que se conseguem enfiando a cabeça do suspeito numa bacia de água, até ele começar a espernear e a ficar roxo. Claro, que é prática também condenável e condenada! O que não quer dizer grande coisa, nos dias que correm.


E lá na Holanda ainda, um outro jornalista resolveu pôr o aeroporto de Amsterdão à prova e colocou uma bomba falsa num avião.
A história há-de passar também na televisão. O programa chama-se “Undercover” e vai para o ar domingo que vem.
O jornalista infiltrou-se durante 3 meses no aeroporto com identificação falsa. Isso permitiu-lhe não só colocar a bomba falsa no avião, como ainda, segundo a notícia, passar grandes quantidades de droga (não se diz se falsa, também) por uma alfândega, sem problemas.
O ministro holandês da Justiça já ordenou, entretanto, uma investigação à segurança do aeroporto de Amsterdão, um dos maiores e mais importantes da Europa.
O partido holandês ecologista já pediu um debate parlamentar de urgência sobre o assunto. Os restantes partidos estão a pensar se subscrevem a intenção…
E depois, a verdade é que…
Ninguém duvida da utilidade da informação. Passada a quem de direito, poderia servir para que as tais investigações se fizessem, tranquilamente e a bem da segurança dos cidadãos… Para isso, não seria necessário torná-la assim pública e em sinal aberto… Para isso não havia necessidade de, eventualmente, assustar as pessoas, com o fantasma da insegurança… Para isso não seria necessário divulgar a informação para o mundo… para que todo o mundo – incluindo os eventuais terroristas, bombistas, narcotraficantes e bandidos em geral – ficassem a saber que o aeroporto de Amsterdão, um dos maiores e mais importantes da Europa, deixa que se lhe ponham bombas nos aviões, à revelia de todas as seguranças. E que, quanto à droga, as alfândegas também não são problema de maior. Pelo menos enquanto as investigações não chegarem a nenhuma conclusão. E estas coisas demoram sempre o seu tempo. Por maior que seja o alarme.
Naturalmente também que, quando Amsterdão der o caso por resolvido, já este enérgico e expedito jornalista andará a infiltrar-se por outra qualquer porta falsa da segurança, ou do que for.
Em nome do interesse público… em nome do interesse do público… essa é outra que nunca haveremos de saber.

E depois há esta outra. “Encapuzados assaltaram loja à marretada e a tiro.”
Foi em Castelo de Paiva, o que para o caso, pouco conta… onde a atenção tropeça é neste pormenor curioso. Estiveram 15 minutos a arrombar a porta da loja com uma marreta. O alarme disparou, mas eles continuaram como se nada fosse…Foi o barulho que alertou a vizinhança e disparou o "oh da Guarda!" Quando a Guarda chegou, já eles se tinham ido embora. Levaram 3 televisões e uma máquina de tirar cerveja. Também aqui, a história é curiosa... Três televisões e uma máquina de tirar cerveja, mesmo tendo em conta que eram 3, os assaltantes, é coisa trabalhosa de transportar, pouco discreta… Mas o que mais surpreende é a calma, a aparente tranquilidade com que actuaram! Estiveram 15 minutos à marretada a uma porta de chapa metálica. Já calcularam o barulho que isso deve fazer? Já imaginaram maneira mais discreta de assaltar uma loja a meio da noite?!...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

NINGUÉM PÁRA A REVOLUÇÃO DA MÚSICA IDIOTA DE INTERVENÇÃO! NEM À FORÇA DE PORRADA!

investiga cão!

Não há dinheiro!
Dito assim, soa de uma vulgaridade confrangedora, mas é um facto. E as Universidades, é disso que se queixam. O governo também, a seu modo, e por isso quer rever as contas no Ensino Superior, como forma de viabilizar – segundo o executivo – o futuro das Universidades.
O Conselho de Reitores denuncia o que chama de interferência excessiva, na vida das instituições.
Mas vamos a contas!
O ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior já pediu que fossem tomadas medidas de excepção, para fazer frente a uma situação que se quer – ela também – excepcional.
Para já, pediu-se às 4 universidades em situação económica mais difícil, que tomassem medidas. Medidas, que podem implicar a extinção de cursos com poucos alunos - e há cursos, mais de 200, com 20 alunos inscritos. Outros nem isso, só um!... Cortes na despesa com pessoal, é outra das medidas propostas… ou , para alguns, impostas!
É o caso da Universidade de Évora, onde o reitor já deu conta de que, o "saneamento financeiro" em curso, vai levar à redução do corpo docente, nos próximos 3 anos. Seja pela não renovação dos contractos, seja por incentivos à mobilidade especial voluntária (bom, aqui, apesar de tudo, até nem se poderão queixar assim tanto; que há gente, para quem o voluntariado é questão que não se põe, quando se fala de mobilidade especial…)
Mas, saltemos do "Público", de onde resgato esta informação, para o "Diário de Notícias", que puxa para a tituleira: "Governo abre guerra às licenças sabáticas nas universidades."
Também aqui é citado o presidente do Conselho de Reitores e a denúncia de interferência excessiva do governo, na autonomia da gestão.
Em causa estão os tais contractos de saneamento financeiro. As Universidades, que assinarem o contracto, ficam sujeitas a alguns requisitos. A saber: cancelar os concursos para admissão de docentes, a não renovação dos contractos a outros professores, ou o aumento de propinas… Para além disso, o contracto prevê... impõe a restrição às licenças sabáticas.
E isto indignou também, e por exemplo, um ex presidente do CRUP( Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) . Diz então, e no caso, Adriano Pimpão que, uma coisa é não se substituir por professores novos, os que estão de licença sabática, mas antes fazê-los substituir por professores dos quadros, outra é limitar as licenças, que fazem parte das exigências académicas de investigação. Diz ainda que , querer limitar as sabáticas é contraditório com a exigência de renovação e actualização do corpo docente das universidades.
Ora, a exigência de renovação e actualização dos profissionais de qualquer ofício é sempre coisa de saudar. Pela qualidade é que vamos, ele há quem diga. E por isso mesmo, muita gente investe tempo e dinheiro nessa louvável tarefa. A lei portuguesa prevê, entretanto, esse privilégio de, nalguns casos, essa actualização poder ser feita sem prejuízo do próprio salário, ou do posto de trabalho. É bom! Em nome da investigação, obviamente! Chama-se licença sabática e não tem portanto nada a ver com licença sem vencimento, que, para todos os efeitos úteis e alegados, iria dar ao mesmo – tempo livre para investigar e fazer o País andar para a frente...
Ia dar ao mesmo, mas não tinha a mesma graça. Nem graça nem jeito. Uma coisa quase romântica . Um perfeito absurdo, portanto!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

respeito, pá!

A publicidade enganosa e as vendas agressivas…
Diz o Correio da Manhã, que o Governo se prepara para castigar as vendas agressivas. Telefonemas abusivos, utilização de crianças para vender produtos e falsas promoções…
A prática atravessa todos os sectores da Economia. Desde o próprio sistema financeiro , à pequena venda a retalho e ao florescente mercado dos serviços de telecomunicações.
O decreto lei já foi aprovado e é para cumprir, já a partir do mês que vem.
As reclamações… hão-de ser conforme. Se o consumidor se sentir enganado no sector dos Serviços, ou na compra de algum produto , pode anular o contracto.
Se a questão é com a publicidade… a queixa deve seguir para a Direcção Geral do Consumidor. Se o prejuízo se verificar numa loja, num estabelecimento comercial... aí é território da ASAE.
Já quanto à banca, seguros e mercado de capitais… aí as queixas seguem directamente para o Banco de Portugal.

Ora bem, as telecomunicações… fiquemos agora por aqui, só um bocadinho.
Diz o "Público" que, um técnico de electrónica acaba de ser condenado pelo tribunal de Vila Nova de Gaia , a pagar 2500 euros de multa, por troca dos 6 meses de prisão da sentença e ainda mais 19.705 euros (contas são contas) de indemnização à TV Cabo, agora rebaptizada Zon TV Cabo.
O delito deste técnico de 46 anos foi o de vender equipamento que permitia aceder aos canais codificados.
A TV Cabo começou por pedir 43 mil euros por prejuízos patrimoniais e prejuízos à imagem da própria operadora…
O Juiz de Gaia diz que "o ilícito em causa, pela frequência inquietante que assume, gera na comunidade um forte sentimento demandando uma solene punição, a fim de ser recuperada a confiança e validade da norma violada".
A TV Cabo , nos últimos 2 anos, apresentou 250 queixas crime, contra cidadãos que tinham em casa, equipamentos ilegais de descodificação de canais.
Diz a notícia, que esta foi a primeira vez que um caso destes chegou a tribunal e foi julgado e sentenciado.
Foi, para todos os efeitos, feita justiça. Ainda bem.
A questão que fica em aberto é outra…
É a de saber até quando a TV Cabo pode alterar grelhas e redistribuir canais, tirar uns e substituí-los por outros, codificar uns, abrir o sinal a outros…quando lhe apraz e como lhe apraz!... Notificando, óbvia e gentilmente, se bem que à posteriori e sem apelo nem recurso, os clientes telespectadores. E isso acontece a toda a gente, que seja cliente desse serviço. Toda a gente sabe do que estamos a falar. Já toda a gente deve ter reparado que desapareceram canais e outros lhe tomaram o lugar, na grelha da TV Cabo. Assim mesmo, de um dia para o outro, com aviso mais ou menos prévio, mas só isso.O aviso.
Ora a questão, neste caso, é simples de enunciar.
Se compramos um pacote de serviços à TV Cabo e nesse pacote, que escolhemos, vem uma lista muito clara e discriminada de canais, é porque eventualmente eram esses, os que nos interessavam e não outros! Com que direito então é que, a TV Cabo entra em casa de cada um e muda, a seu gosto e conveniência, o conteúdo do que que o cliente comprou e contratou?! Ou, pondo a questão de outra forma, é como se entrássemos na loja, comprássemos um frigorífico e depois, dias mais tarde, alguém nos entrasse pela casa e dissesse , "pois agora , o que o senhor precisa é de um micro ondas! Ora, dê cá o frigorifico e pegue lá o micro ondas, que a gente é que sabe o que é melhor para si. A gente é que sabe do que é que você gosta! A gente é que sabe... Enfim, a gente é que sabe."

respeito, pá! #2

Diz assim, o “Correio da Manhã” “ Polícias em greve de fome contra cadeia.”
Oh diabo!, a coisa está feia! É logo a reacção do leitor. Os polícias em greve de fome, contra o quê, da cadeia?... A cadeia, fica-se a saber mal se entra pela notícia, é a EPS – o Estabelecimento Prisional de Santarém.
E, entrando então pela notícia dentro, ficamos a saber que, provavelmente, para além dos tais polícias, de que fala o título, há ainda mais dois reclusos, dos 26 actualmente detidos em Santarém, que entraram também em greve de fome, à meia noite desta segunda feira.
Diz ainda a notícia, que, no caso destes dois reclusos, o protesto se prende com o anunciado encerramento da cadeia e a posterior transferência dos reclusos para Évora. Para a cadeia de Évora.
E os polícias? Foi também por causa disso que entraram em greve de fome? O texto do “Correio da Manhã” parece que diz: espera aí, que já lá vamos! E continua…
“Tal como o Correio da Manhã noticiou anteontem (sábado, portanto) os Serviços Prisionais pretendem transferir os 26 reclusos, entre quinta-feira e sábado para a remodelada prisão de Évora. “
E é por isso que os guardas se manifestam…
Espera! Diz, sem dizer, o jornalista do Correio e continua…
“Os advogados dos detidos já apresentaram uma providência cautelar no tribunal administrativo de Leiria, visando impedir a transferência.”
Protesto subscrito pelos guardas do EP de Santarém… provavelmente….
E ele a dar-lhe! Adiante.
(repararam que aqui , o jornal já nem me responde!) Adiante então.
Diz que, enquanto os juízes não decidem, dois reclusos – segundo apurou o “Correio da Manhã” – “entraram em greve de fome, ás zero horas desta segunda feira.” O Correio apurou também que se tratam de condenados a penas de 17 e 23 anos, que alegam que a cadeia de Évora não tem condições para o cumprimento das penas a que foram condenados.
Então e os policias em greve de fome de que se fala no título? Pergunta o leitor, já a começar a impacientar-se um bocadinho. Não muito. Só um bocadinho.
Pois a verdade é que a noticia acaba aqui.
O CM apurou que se trata de condenados que alegam que Évora não tem condições para o cumprimento das penas a que foram condenados.
E ponto final, tracinho e as iniciais do jornalista que redigiu a notícia.
E os polícias em greve de fome?!
Agora é a vez do jornal se impacientar… Ouve lá! E se tu, mas é, te calasses com a história dos policias em greve de fome!? De ideias fixas, o diabo do homem. Que ferro, irra!