quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

investiga cão!

Não há dinheiro!
Dito assim, soa de uma vulgaridade confrangedora, mas é um facto. E as Universidades, é disso que se queixam. O governo também, a seu modo, e por isso quer rever as contas no Ensino Superior, como forma de viabilizar – segundo o executivo – o futuro das Universidades.
O Conselho de Reitores denuncia o que chama de interferência excessiva, na vida das instituições.
Mas vamos a contas!
O ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior já pediu que fossem tomadas medidas de excepção, para fazer frente a uma situação que se quer – ela também – excepcional.
Para já, pediu-se às 4 universidades em situação económica mais difícil, que tomassem medidas. Medidas, que podem implicar a extinção de cursos com poucos alunos - e há cursos, mais de 200, com 20 alunos inscritos. Outros nem isso, só um!... Cortes na despesa com pessoal, é outra das medidas propostas… ou , para alguns, impostas!
É o caso da Universidade de Évora, onde o reitor já deu conta de que, o "saneamento financeiro" em curso, vai levar à redução do corpo docente, nos próximos 3 anos. Seja pela não renovação dos contractos, seja por incentivos à mobilidade especial voluntária (bom, aqui, apesar de tudo, até nem se poderão queixar assim tanto; que há gente, para quem o voluntariado é questão que não se põe, quando se fala de mobilidade especial…)
Mas, saltemos do "Público", de onde resgato esta informação, para o "Diário de Notícias", que puxa para a tituleira: "Governo abre guerra às licenças sabáticas nas universidades."
Também aqui é citado o presidente do Conselho de Reitores e a denúncia de interferência excessiva do governo, na autonomia da gestão.
Em causa estão os tais contractos de saneamento financeiro. As Universidades, que assinarem o contracto, ficam sujeitas a alguns requisitos. A saber: cancelar os concursos para admissão de docentes, a não renovação dos contractos a outros professores, ou o aumento de propinas… Para além disso, o contracto prevê... impõe a restrição às licenças sabáticas.
E isto indignou também, e por exemplo, um ex presidente do CRUP( Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas) . Diz então, e no caso, Adriano Pimpão que, uma coisa é não se substituir por professores novos, os que estão de licença sabática, mas antes fazê-los substituir por professores dos quadros, outra é limitar as licenças, que fazem parte das exigências académicas de investigação. Diz ainda que , querer limitar as sabáticas é contraditório com a exigência de renovação e actualização do corpo docente das universidades.
Ora, a exigência de renovação e actualização dos profissionais de qualquer ofício é sempre coisa de saudar. Pela qualidade é que vamos, ele há quem diga. E por isso mesmo, muita gente investe tempo e dinheiro nessa louvável tarefa. A lei portuguesa prevê, entretanto, esse privilégio de, nalguns casos, essa actualização poder ser feita sem prejuízo do próprio salário, ou do posto de trabalho. É bom! Em nome da investigação, obviamente! Chama-se licença sabática e não tem portanto nada a ver com licença sem vencimento, que, para todos os efeitos úteis e alegados, iria dar ao mesmo – tempo livre para investigar e fazer o País andar para a frente...
Ia dar ao mesmo, mas não tinha a mesma graça. Nem graça nem jeito. Uma coisa quase romântica . Um perfeito absurdo, portanto!

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