O telejornal tinha-me dito que eu estava entre os mais mal pagos da Europa. Confesso que isso me deixou um pouco triste e sem grande vontade de ouvir mais nada.
Tirei o som à televisão e mergulhei na rede, à procura do peixe doirado, que me salvasse o dia. E de repente, ele lá estava, brilhante e gordo nas letras da manchete. O que vale é que há jornais que têm o dom de levantar o moral das pessoas, principalmente quando ele está debilitado por notícias tristes, como a que tinha acabado de ouvir na televisão. O Correio da Manhã é um desses jornais. Dizia o título da notícia: Os preços médios em Portugal são cerca de 20 por cento mais baratos do que na União Europeia a 15… Eh lá!, disse eu, sem que ninguém ouvisse, já que o fiz em silêncio, com os meus botões… eh lá! O que é que o Correio sabe que a televisão desconhece? Afinal, mal pagos seremos, mas também temos tudo mais barato! Claro que, continuando a leitura, acabamos por perceber que a notícia é a mesma, só que cada um entrou p’la porta que lhe deu mais jeito. De facto, apesar da diferença de preços correr em nossa vantagem, os ordenados ficam-lhe muito mais abaixo, o que dá um défice de poder de compra pouco interessante, em termos práticos. Depois vêm os serviços e abastecimentos essenciais de água e energia, que também saem mais em conta, cá do que na Europa dos 15. Onde somos mais careiros é nos telefones. Mas, de novo aqui, o destino nos trama. De que serve termos preços em conta, se, para o dizermos aos vizinhos e amigos, lá se vai o lucro, em despesas de telefone !?...
Mas isso, para o caso e de momento não interessa. O ponto é que há jornais que sabem levantar o moral de uma pessoa e o Correio da Manhã é um deles. Quando li que Portugal tinha dos preços mais baratos da Europa dos 15, senti-me logo mais à vontade. Nada a ver com a sensação que me tinha ficado, daquela entrada deselegante do telejornal, a dizer que eu era dos mais mal pagos da família! E é aqui que eu quero chegar. A notícia é a mesma e para todos os efeitos práticos, mesmo quem não queira ler tudo até ao fim, há-de ficar a saber que a notícia é a mesma. Mais tarde, ou mais cedo, vai perceber que sim ! Só que, entretanto, fica-nos esta sensação de conforto e bem-estar, uma pequena orgia dos sentidos, uma coisa quase mística. De fartura e budância. Quem, ao cimo deste mundo e à face deste sol, nos poderá condenar esta pequena luxúria ?!
Tirei o som à televisão e mergulhei na rede, à procura do peixe doirado, que me salvasse o dia. E de repente, ele lá estava, brilhante e gordo nas letras da manchete. O que vale é que há jornais que têm o dom de levantar o moral das pessoas, principalmente quando ele está debilitado por notícias tristes, como a que tinha acabado de ouvir na televisão. O Correio da Manhã é um desses jornais. Dizia o título da notícia: Os preços médios em Portugal são cerca de 20 por cento mais baratos do que na União Europeia a 15… Eh lá!, disse eu, sem que ninguém ouvisse, já que o fiz em silêncio, com os meus botões… eh lá! O que é que o Correio sabe que a televisão desconhece? Afinal, mal pagos seremos, mas também temos tudo mais barato! Claro que, continuando a leitura, acabamos por perceber que a notícia é a mesma, só que cada um entrou p’la porta que lhe deu mais jeito. De facto, apesar da diferença de preços correr em nossa vantagem, os ordenados ficam-lhe muito mais abaixo, o que dá um défice de poder de compra pouco interessante, em termos práticos. Depois vêm os serviços e abastecimentos essenciais de água e energia, que também saem mais em conta, cá do que na Europa dos 15. Onde somos mais careiros é nos telefones. Mas, de novo aqui, o destino nos trama. De que serve termos preços em conta, se, para o dizermos aos vizinhos e amigos, lá se vai o lucro, em despesas de telefone !?...
Mas isso, para o caso e de momento não interessa. O ponto é que há jornais que sabem levantar o moral de uma pessoa e o Correio da Manhã é um deles. Quando li que Portugal tinha dos preços mais baratos da Europa dos 15, senti-me logo mais à vontade. Nada a ver com a sensação que me tinha ficado, daquela entrada deselegante do telejornal, a dizer que eu era dos mais mal pagos da família! E é aqui que eu quero chegar. A notícia é a mesma e para todos os efeitos práticos, mesmo quem não queira ler tudo até ao fim, há-de ficar a saber que a notícia é a mesma. Mais tarde, ou mais cedo, vai perceber que sim ! Só que, entretanto, fica-nos esta sensação de conforto e bem-estar, uma pequena orgia dos sentidos, uma coisa quase mística. De fartura e budância. Quem, ao cimo deste mundo e à face deste sol, nos poderá condenar esta pequena luxúria ?!
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