Tem chamada de capa no Jornal de Negócios, que a SLN (Sociedade Lusa de Negócios) se prepara para processar o Banco de Portugal, por ter falhado na supervisão, que podia ter evitado o descalabro, que acabaria por levar, por tabela e consequência, à nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios.
Os accionistas baseiam-se em pareceres jurídicos, que garantem que houve falha da supervisão do Banco Central, no caso das irregularidades cometidas no BPN, nos últimos 8 anos. Acham que o Banco de Portugal haveria de ter estado atento e agido a tempo e horas. E porque não o fez é que a situação chegou ao ponto a que todos sabemos. Portanto, pior que ter havido uma gestão fraudulenta, criminosa das contas do Banco… pior que isso, é a falta de supervisão do Banco Central, que deixou os bandidos actuarem impunemente.
Imaginemos um outro cenário. Al Capone processando o FBI, por não o ter impedido de fazer as falcatruas e bandidagens que o tornaram célebre. Ou o próprio Jack, o Estripador, a processar a Coroa britânica, por permitir a venda e uso de facas, em Inglaterra.
Ainda no Jornal de Negócios, a primeira página chama a atenção para as empresas portuguesas, que continuam sem crédito, apesar do aval do Estado, concedido aos bancos, justamente para esse propósito.
“Banca acusada de bloquear empréstimos às Pequenas e Médias Empresas”, acusa a manchete. Consta que, apenas a Caixa Geral de Depósitos terá usado as garantias do Estado, para financiar as empresas. As associações empresariais acusam mesmo a banca de estar a usar o aval do Estado apenas para reciclar créditos, ou financiar clientes "especiais" – chamemos-lhe assim, com aspas e tudo.
Sabe-se que o Governo já alertou a banca para este facto. Avisou mesmo que, se a garantia não for usada para os fins a que se propõe, congela-se tudo e retira-se o apoio.
Em tom quase paternal, foi-se dizendo que este dinheiro, esta garantia é para ser usada em benefício da economia nacional, através da recuperação das empresas que estão em maiores dificuldades de gestão. Em tom paternal, como quem diz… toma lá e agora não voltes a gastar o dinheiro todo em putas e caramelos…
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