terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ora, o padre de Covas do Barroso.

Esse mesmo, que foi ontem a tribunal responder pelo pequeno arsenal, que lhe descobriram em casa. Armas, explosivos e munições… Fala-se em muita coisa…. Até de tráfico de armas… Para já, do que se sabe é que, até o julgamento acabar, o padre Fernando Guerra, de Covas do Barroso, vai ficar em liberdade, obrigado a apresentações semanais no posto da Guarda. Fica também proibido de comprar e usar armas de fogo.

Os jornais ouviram entretanto o bispo de Vila Real, Joaquim Gonçalves, que se recusa a acreditar, que o padre Guerra esteja envolvido em coisas de terrorismo, ou tráfico de armas… depois diz que pretende manter o padre à frente da paróquia de Covas do Barroso, a menos que seja condenado a uma pena de prisão demasiado prolongada… aí, haverá que substituí-lo, para que a paróquia não fique sem pastor… ou então… no caso do padre Guerra não conseguir – citemos o bispo – “diluir a imagem negativa provocada pela sua detenção”.

Ora acontece que, ainda segundo os jornais, em Covas do Barroso já não era das mais simpáticas a opinião e a voz do povo, em relação a este padre. Conflituoso, violento. Citemos este trecho do DN: “para a maioria dos populares esta detenção não causou nenhuma surpresa e demorou foi tempo a mais, já que são muitas as histórias que todos dizem saber sobre este padre…”

Mas o medo tem calado a denúncia. O jornal I, por exemplo, puxa para a capa o depoimento de uma ex aluna deste padre. Diz que contava notas e limpava armas nas aulas de religião e moral. Isto já há 25 anos, quando leccionava a disciplina, na secundária de Boticas. Era aí que, segundo esta ex aluna, o padre se punha a contar dinheiro e a limpar armas.

Mas, regressemos ao bispo de Vila Real, que também parece não se espantar com estas notícias… Já vimos que descarta a possibilidade do padre Fernando Guerra estar ligado ao terrorismo – aliás diz mesmo que “um sacerdote não pode ser um guerrilheiro da fé”… quanto às armas… talvez se trate de um negócio – enfim, pouco recomendável - o bispo chama-lhe um negócio “atrevido” … um negócio atrevido, portanto, de armas de caça para vender a amigos… mas não é certo, o bispo, isso não garante, o que adianta, um pouco a medo, mas com alguma certeza que lhe vem da História… o que adianta, dizia, é que – citemos uma vez mais – “pode ser o vício da caça.”

Assim mesmo – o vício da caça do clero. Diz o JN, diz o DN… dizem que o bispo de Vila Real sabe que existe – mais uma citação – “certa tradição de caça entre o clero, principalmente nas zonas de montanha” e que “alguns dos sacerdotes da igreja católica portuguesa foram excelentes caçadores”.

O que o bispo não diz é quando, ou a partir de quando, os sacerdotes católicos portugueses começaram a trocar as sandálias do pescador pelas botas do caçador...

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