Ao vivo, nunca vi. Só na televisão. Mas, para o caso, tanto faz; até porque é de televisão que vamos falar.
E para já, falo daqueles bares, onde raparigas se despem aos bocados e dançam, em pequenos palcos iluminados, ou por entre as mesas da sala, abanando-se, insinuando-se, desnudando-se, seduzindo os espectadores que, em reconhecimento, lhes vão entalando umas notas nos suportes disponíveis: ligas das meias, elásticos das cuecas, por aí... as raparigas têm, portanto, de sensibilizar a assistência de forma a fazê-la recompensá-las monetáriamente p'lo esforço e desempenho.
Isto, repito, só vi na televisão e nem sei se já temos bares destes em Portugal.
Agora, avós temos! Temos avós e até temos um passatempo na RTP, logo de manhã, que se chama mesmo o "Passatempo das Avós"...
As avós inscrevem-se, levam a família toda atrás e fotografias velhas e inenarráveis, de tão íntimas - ou, p'lo menos, deveriam sê-lo! E contam histórias e respondem a perguntas e encaixam trocadilhos e brejeirices avulsas, insinuações... Abanam as memórias sobre o nariz da assistência, desnudam segredos de família , seduzem a alma dos espectadores com histórias de vidas difíceis e infâncias complicadas... E depois o que acontece? Acontece mesmo que também elas acabam por receber dinheiro p'la prestação ao vivo. È verdade, que eu vi. No fim da conversa, a produção entrega, de presente à avó do dia, o dinheiro,ou parte dele, das chamadas telefónicas que, entretanto, os telespectadores foram fazendo a dizer não sei o quê, que isso escapou-me!
Não lhe chegam a entalar as notas no cinto de ligas, nem no elástico das cuecas e ainda bem, que a Avó desta segunda feira levou 700 euros, à conta do strip tease fadista! Imaginam a senhora a sair dali com 700 euros entalados nos elásticos! Haveria de parecer a Josephine Baker, o raio da velha!
Sem comentários:
Enviar um comentário