quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

se houver marcianos, devem estar a rir-se à brava, a esta hora!

E o Correio da Manhã traz a fotografia e diz que a repescou de um site chinês.
Há vida em Marte?... Era a pergunta. Era! Até aqui. Depois da fotografia que o Correio publica esta quarta feira, a pergunta é outra… Será mesmo um marciano, o que se vê ali meio desfocado, saindo de trás de uma rocha?!... Se for, parece que avança, com o braço direito ligeiramente levantado para a frente e poderia estar a usar uma qualquer espécie de capuz, estilo Grupo de Operações Especiais, ou outra qualquer coisa em que se tem de andar de cabeça tapada.
Uma imagem recolhida pela sonda espacial Spirit e divulgada num site chinês sugere que pode mesmo haver vida em Marte e a figura em causa será então a de um marciano, ou pelo menos a de um alienígena qualquer… - que pela mesma ordem de ideias, se a Terra pôs uma sonda em Marte, outras gentes poderão eventualmente ter feito o mesmo , ou parecido… Quer dizer, porque há-de ser um marciano e não um habitante de outro sítio qualquer?! Como se um outro qualquer observador, de um outro qualquer ponto do Universo, observando Marte e a sonda terráquea que por lá anda, investigando, recolhendo amostras, esgravatando o chão, concluísse que Marte está em obras… Adiante. Da sonda, já agora…
Spirit nem era o nome original.
Começou por se chamar simplesmente M.E.R. – iniciais de Mars Exploration Rovers, ou, em tradução ad hoc: robots de exploração de Marte. Chegou a 3 de Janeiro de 2004. A 24 chegava o outro robot, que faria companhia a este primeiro.
A este segundo chamaram-lhe Opportunity.
Ora bem, acontece que estes baptismos foram ideia da NASA.
Chamar-lhes simplesmente M E R – A, para o primeiro e B, para o segundo, tornava a coisa fria, impessoal, pouco humana. Então lançou-se o concurso.: “Name de Rovers”.
A ideia avançou em parceria com a LEGO, essa mesma, a das pecinhas de encaixar… Disso e das peças usadas na construção de modelos robóticos, também.
Foi a Lego quem se encarregou de organizar a competição literária infantil. À partida, eles, os miúdos concorrentes só sabiam que as sondas tinham nomes técnicos sem grande significado evidente. Uma sigla sem grande assunto… Mas era a partir de aí, que haveria de se chegar ao nome a dar às sondas espaciais.
Venceu uma jovem do Arizona. Sofi Collins é de origem russa, tem 9 anos e acontece que é órfã – o que para o caso só importa, porque ela própria fez questão em o sublinhar, no texto que escreveu.
E o texto diz assim:
Eu morava num orfanato
Escuro frio e solitário
À noite olhava para o céu cintilante e sentia-me melhor
Sonhava que podia voar naquele céu
Na América todos os meus sonhos se podem tornar realidade
Obrigado pelo espírito e pela oportunidade.

Foi então desta última linha, que se retiraram os nomes, que acabaram por baptizar as duas sondas.
Agora, a Spirit poderá ter fotografado um alien em Marte e o Correio da Manhã diz que a revelação está a agitar e a provocar a discussão entre os amantes da ficção científica.
E os outros, os cientistas da realidade? É que os amantes da ficção não precisam deste tipo de evidências para ficcionar à vontade! Já se foi muito mais longe que Marte, neste Universo mirífico… Agora, se a fotografia tiver de causar alguma discussão, ou qualquer coisa parecida com isso, há-de ser entre a comunidade de cientistas, mesmo.
Ou não! Basta que digam que é tudo mentira. Ou mais que isso. Que é tudo verdade e que, apesar de todo o espírito e de todas as oportunidades, continuamos a sonhar com marcianos, a desejá-los quase!
E isso não bastaria para lhes conferir autenticidade?!
Por exemplo: o Penedo da Saudade… ninguém garante que d. Pedro tenha aí morrido de amores por Inês, ou vice-versa… E daí?! … O que manda mais? A verdade histórica, ou o nosso desejo, de que assim tivesse de facto acontecido?

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