sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

gaaaaaaaaaaajas! básicamente.

Diz assim, o Diário de Noticias, em breve e já de saída: “Salão Erótico do Porto arranca a 7 de Fevereiro.”
A Eros-Porto 2008, feira do sexo, vai contemplar o público com áreas para todas as tendências. É o primeiro salão erótico do norte do País, continua o texto da notícia, vai ser no pavilhão multiusos de Gondomar e esperam-se mais de 30 mil visitantes ao longo dos 4 dias da exposição.
Falamos então de um Salão Erótico. Era isso que se anunciava no título, se bem se lembram. Então passemos ao segundo parágrafo, onde se lê que a grande adesão por parte de empresários ligados à pornografia foi o que motivou a passagem do certame para o multiusos de Gondomar, preterindo assim a hipótese do edifício da Alfândega do Porto. Então, mas é um salão erótico, ou um salão pornográfico?!
E segue… que no recinto vai estar um sexómetro – seja lá isso o que for – e uma actriz que se propõe bater um record, com uma pequena habilidade, que inclui uma corda de 9 metros toda enfeitada com bandeirinhas…
Diz ainda a notícia, que um realizador português, Sá Leão, ligado à indústria hard core, terá desafiado a ministra da Cultura a visitar o evento. Garante mesmo que a vai esperar à porta, se a ministra aceitar o convite.
Ora bem, é escusado duvidar, que o certame está condenado a um certo sucesso. Embasbacado que seja, um certo sucesso. A dúvida põe-se quando se pergunta, do que é se está afinal a falar? De um salão erótico? Então, que andam lá a fazer, por exemplo, os industriais da pornografia?! Descobriu-se que são ambas, uma e a mesma coisa?!

Ora bom, fixemo-nos ainda e um pouco mais à volta do assunto…
É que, o mais recente filme de António Pedro Vasconcelos é – ele também – um pouco confuso nalguns propósitos…
Mas antes disso, deixo-vos só com uma pequena pérola de redacção… vem no DN, a propósito de “Call Girl”, o tal filme de que vos falo. Diz assim: “o filme “Call Girl”, de António Pedro Vasconcelos, com Soraia Chaves no papel do título…”
Com licença! Com Soraia Chaves no papel do título…?! Só por curiosidade, quem é que representa o papel do genérico? E o do intervalo, se é que o filme passa com intervalo?... E quem é que faz de ficha técnica?...
Adiante. Soraia Chaves, portanto. “146 mil já viram fita com Soraia Chaves.” Diz o Diário de Noticias… O Correio da Manhã diz que “Soraia leva milhares ao cinema.”
A poucos dias de completar um mês de exibição, o filme anda perto dos 173 mil espectadores (repararam que aqui os números já não batem certo? – 146 mil, contas do DN; 173 mil pelas contas do Correio?» Mas não é só isto que não bate certo.
Soraia leva milhares ao cinema. O realizador não se espanta. Diz que sempre acreditou na inteligência do público, que, quando é respeitado, corresponde ás expectativas. Quanto à jovem Soraia, Vasconcelos não tem dúvidas de que é uma actriz de talento e uma mulher lindíssima, que arrasta multidões.
Ora aí está! Toda a gente sabe que, qualquer pessoa inteligente e desde que não lhe faltem ao respeito, se deixa arrastar – ia a dizer arrebatar – por uma mulher lindíssima. Se ela for boa actriz, então, ainda melhor. Isto no caso de estarmos a falar de qualquer coisa que implique representar, porque senão, baste que se lhe chame “Expo” qualquer coisa… Enfim, nada que implique grandes argumentos e justificações enviesadas.
Claro que há ainda um outro problema. É o público feminino! Para esse, Soraia Chaves terá de ser qualquer coisa mais do que apenas uma mulher lindíssima.
Enfim, não será rigorosamente, nem forçosamente assim, mas esses casos, creio que estão, pelo menos é o que diz o programa … estarão melhor representados no tal Salão, que abre em Gondomar lá para Fevereiro.
Ou, a menos ainda que, as costas peludas do Nicolau Bryner, ou as cuecas do Ivo Canelas sejam motivo suficiente, para levar uma mulher ao cinema! Mas disso não fala a notícia…

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