É capa do Diário de Notícias de hoje e diz assim: Sucessor revela que Haider era gay. Ora o Haider de que se fala é Jörg Haider, ex líder da extrema-direita austríaca, recentemente falecido num desastre de automóvel. O sucessor é Stefan Petzner, que diz ter chorado a morte de Haider, do "homem da sua vida" – escreve o DN, com as devidas aspas. Petzner foi, entretanto demitido e a polémica está lançada.
Em entrevista a uma rádio e um jornal austríacos, Petzner, de 27 anos, confessou que a relação com Haider, 58, era mais que amizade e que a mulher de Haider sabia e não se importava. Diz o jovem Petzner, que sentiu uma atracção magnética por Haider, mal o viu. Diz também, que se sentia seguro ao pé do líder, que passou a seguir para todo o lado. Era-lhe também remédio para o alegado medo do escuro, que Petzner diz ter, ou ter tido…
A noticia remata dizendo, que o acidente terá acontecido quando , depois de uma discussão com Petzner num bar gay, Haider se encheu de vodka e saiu para a estrada, a acelerar ao dobro da velocidade permitida. Ou antes. A noticia deixa em aberto a hipótese da discussão ter acontecido já depois do vodka. O acidente, esse foi depois. Definitivamente.
E a notícia seria quase um abuso, uma perversa invasão de privacidade, se não fosse alguns movimentos de opinião serem tão pragmáticos e radicais em relação a certas matérias…
E depois, já que de sexo se fala, fiquemos um pouco mais pelo DN.
Ginecologista deve ter assistente para vigiar. Diz o título. E para vigiar o quê? Perguntamos nós. Para vigiar o colega. Nem mais. Para prevenir desvarios – chamemos-lhe crime, que foi o que o tribunal lhe chamou – crimes como o de abuso sexual sobre as pacientes.
Em ante título à notícia, o DN cita o bastonário da Ordem, que terá defendido que, a presença de uma terceira pessoa protege o médico e o paciente.
E tudo isto surge na sequência do caso do médico de Faro, condenado por abuso sexual sobre uma doente incapaz de resistência. Tudo se passou na clínica privada do médico em causa, mas, mesmo depois de condenado a 3 anos de pena suspensa – o que não obriga de facto a suspender funções – o médico continua a trabalhar, não só na clínica, como também no hospital público da cidade. A Ordem dos médicos diz que a pena não é aplicada, porque o serviço público não cumpre as regras. Diz Pedro Nunes, que a Ordem estabelece regras enquanto reguladora da actividade médica, mas depois não pode aplicar coimas a quem não as cumpre. Diz ainda, que a única forma é o Governo tornar obrigatório esse procedimento, mas – diz ainda o bastonário – o Governo não o faz, porque isso implicaria contratar mais pessoal – subentende-se que - para substituir os médicos em falta por suspensão, ou outro castigo semelhante.
Chegamos aqui e a confusão instalou-se. Diz o bastonário, que a presença de uma terceira pessoa durante as consultas é para evitar situações de abuso sexual, como a que aconteceu em Faro. Já isto é estranho e duvidoso. Quem garante, que o terceiro homem, ou até mesmo mulher, não é também tarado sexual?...
Também a frieza de apreciação, sobre os trâmites legais deste tipo de ocorrências, soa um pouco distante da realidade e quase cínico.
E depois, partir do pressuposto que o Governo não torna obrigatória a aplicação dos castigos, com medo de ficar sem médicos disponíveis para as encomendas, é traçar um cenário pouco lisonjeiro da classe. Pouco lisonjeiro, para não dizer… fraldiqueiro, mesmo. No entanto, vindo de quem vem, não deixa de ser preocupante.
Adiante!
Foi um recorde de queixas, o que choveu sobre a Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Mais de meia centena de queixas, contra a paródia, que o grupo humorista Gato Fedorento fez ao computador Magalhães, num dos últimos programas, que passou na televisão. Enfim, o que indignou mesmo alguns telespectadores foi, no contexto da anedota, se ter brincado com a Igreja, com a comunhão e com a hóstia consagrada pela fé católica.
Revejamos o episódio que disparou a polémica: Louvado sejas oh Magalhães – dizia um dos cómicos, a fazer de padre. Depois, como se fosse uma hóstia, era entregue um disco e dito qualquer coisa como: instalai isto em memória de mim. Ora o padre Manuel Morujão, da Conferencia Episcopal, diz que nada é intocável, mas algumas matérias devem ser tocadas com algum respeito. Diz por isso, que acha muito bem que, quem se sentiu ofendido se manifeste, mas, cuidado, que a contestação não se transforme em propaganda ao programa.
D. Januário Torgal Ferreira, bispo das forças armadas, diz que viu o programa e que, neste caso em particular, até nem se sentiu ofendido. Cita o DN: “em nada me feriu e quem não tiver humor não veja.”
Na queixa, que entretanto está a ser apreciada pela Entidade Reguladora, fala-se em ofensa à Igreja Católica e sublinha-se o facto, de que com o Islão haveria mais cautela na abordagem. Falta só esclarecer, se esse tal cuidado acrescido, se deveria ao respeito pela fé islâmica, ou por medo de uma qualquer eventual represália do fundamentalismo islâmico terrorista armado…
Adiante. Em Israel continua a guerra santa contra a beatificação de Pio 12.
O ministro israelita dos assuntos sociais considera inaceitável a beatificação , tendo em conta o alegado silêncio do papa sobre o regime nazi e a morte em massa de judeus nos campos de concentração e nos guetos. Diz o ministro que o Vaticano sabia muito bem o que se passava e não se pronunciou contra, como mandam, aliás, os preceitos bíblicos. Enquanto cardeal, Eugénio Pacelli , foi núncio apostólico de Berlim, quando Hitler subiu ao poder. Há documentos recentes, que provam que já eleito Papa, Pio 12 terá tido intervenções públicas, condenando o 3º Reich e o nacional-socialismo de Adolf Hitler e muito em particular se terá manifestado publicamente contra a perseguição aos judeus. Mas parece que estes argumentos não chegaram ainda para convencer Israel.
Israel onde se encontra de visita Bettina Göering. Nem mais! Göering. É sobrinha neta de Herman Göering. Prepara-se para assistir ao Festival de Cinema Judaico. No programa do Festival está um documentário, que segue os encontros entre Bettina Göering e uma artista judia, cuja família desapareceu nos campos nazis.
Mas para o que nos traz aqui, consta que Bettina Göering – que visita Israel pela primeira vez - terá sentido uma vergonha insuportável quando descobriu – ou melhor – quando se deu realmente conta das ligações do apelido de família ao extermínio dos judeus durante a 2ª Grande Guerra. Vergonha e culpa. Diz que foi isso, que a empurrou para o consumo de drogas, quando tinha 13 anos e a submeter-se mesmo à esterilização, aos 30 anos, para não gerar descendência, de tão infame apelido. Hoje vive em Santa Fé, diz que entre duas famílias judias, que não se falam – que se odeiam mesmo – e que ela tenta reconciliar. Do resto, adianta que o pior já passou, mas que ainda se sente um pouco mal quando – e passemos à transcrição fiel do que escreve o DN – sente-se muito mal, quando descobre que o judeu, com quem acaba de fazer amor, é um sobrevivente do Holocausto, com um número tatuado no braço.
Espera lá aí só um bocadinho, oh Bettina e faz lá esta conta comigo...
Ora a guerra acabou em 45… os sobreviventes devem ter hoje que idades?... Os nascidos nesse ano terão hoje 63 anos, os outros… andarão em média… nos 80, 90…? Por aí.
Era só isso.
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