sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Ora aí está, uma daquelas histórias que a gente fica sem saber o que dizer!
Vem no Público, que o Infarmed fez suspender uma promoção de um stand automóvel, que oferecia um rastreio e uma vacina contra o cancro do colo do útero, a quem comprasse um automóvel. Campanha idêntica estava a ser feita, ao que consta, também por uma instituição de crédito.
Segundo o Infarmed, a campanha foi suspensa por fazer publicidade a um medicamento, que é sujeito a receita médica.
A campanha começou o fim-de-semana passado e atravessou jornais, rádios televisões e até terminais multi banco.
Os autores da ideia defendem-se, que a intenção era puramente cívica. Ora deixemo-nos de poesia… Cívica seria, mas certamente que a sensibilidade da matéria em causa já tem publicidade que chegue! Enfim, talvez não tanto se possa dizer dos automóveis que este stand terá para vender… mas isso não é problema nosso, nem do Infarmed.
Mas quanto ao Infarmed e ao argumento da publicidade não poder ser feita porque a vacina está sujeita a prescrição médica… pode bem ser razão que chegue… e pode até acontecer que haja uma enormidade de marcas no mercado já, o que torna a coisa mais complicada em termos de concorrência e privilégio… pode ser, confesso a minha ignorância na matéria. Agora, se não há assim tantas marcas comerciais de vacinas contra o cancro do colo do útero – e até é bem capaz de não haver, já que o produto é recente no mercado… se for esse o caso – volto a reconhecer a minha ignorância na matéria – mas se for esse o caso, que mal faz fazer-se publicidade ao produto?!...
E oferecê-lo em promoção também não me parece pecado maior…
Pode ser de gosto duvidoso, mas o mercado nunca primou pelo bom gosto ou pelo respeito por certas matérias mais sensíveis.
Consta que, também a farmácia que supostamente venderia as tais vacinas ao tal stand automóvel, foi notificada pelo Infarmed para suspender a venda. Além, claro, dos outros intervenientes no processo, incluindo a empresa contratada para realizar a campanha…
Aqui é que parece que temos novidade! Se a vacina só pode ser vendida com receita médica, como é que o stand arranjava receitas em número suficiente para cumprir a campanha?!
Ou será que a farmácia se preparava para as vender sem receita?!
E será que um infarmed qualquer pode impedir um estabelecimento comercial – que é o que uma farmácia é, apesar de tudo – de vender o que tem para vender aos clientes que se lhe apresentem, com dinheiro para pagar, obviamente?...

E são já perguntas a mais para uma questão que se resume em duas penadas.

Mas é mesmo uma questão que gostava que me ajudassem a avaliar e compreender, para não fazer juízos injustos. Ou se quisermos, só para ficar mais descansado …
O que é que acham? Estamos aqui perante uma questão de Direito e Saúde Pública, ou simplesmente mais uma guerrilha de mercado, de concorrência e preços?... De saber quem é que manda, afinal…
Enfim, a desconfiança é terrível, quando se instala…
Olha Al Gore!
Até o Nobel recebeu, pela Cruzada pelo ambiente e tudo o mais…
Pois sim, só que as revistas norte americanas de economia agora não o largam e dizem que a aliança entre Gore e uma companhia, que o contratou como especialista em energias alternativas, é um negócio da China! Desconfiam portanto que, para o Nobel da Paz, a guerra do ambiente se está a tornar numa – e cito – "grande oportunidade financeira". Ou, já que se fala de ecologia e revolução verde – numa frondosa árvore das patacas!

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