terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Portugal vai plantar uns quantos milhares de árvores no Parque Natural da Peneda-Gerês. É isto, em resumo, o que diz a notícia.
Esforço meritório, para compensar a ameaça de concentração de CO2 na atmosfera. O Gerês agradece e nós também. Com os incêndios e tudo o mais deve precisar de uma reflorestaçãozinha! Mas, se de efeito de estufa se fala e ar sujo e pesado e doente, porque não plantá-las num desses sórdidos baldios das nossas cidades, onde o ar é naturalmente mais sujo e pesado e doente e a nossa vidinha, cabisbaixa e triste, bem precisada anda de verdura e bons ares?!...
Como quem diz, com todo o respeito, vamos então vender frigoríficos aos esquimós?!… Pois seja.

E o tribunal de Coimbra tem em mãos um caso curioso e delicado.
A queixosa diz que, no hospital onde entrou para uma biopsia, alguém inadvertidamente mandou para o lixo o tecido recolhido para a análise. Assim mesmo. Para o lixo. Desapareceu. Foi-se. Lixo.
A doente processou a equipa toda. E quer 80 mil euros por danos não patrimoniais.
Ontem, o tribunal ouviu as alegações de enfermeiros e auxiliares que, apesar de não terem estado presentes durante a intervenção, explicaram os procedimentos normais em casos destes. E nestes casos, normalmente, a responsabilidade última – a culpa, se quisermos – é do médico. Foi o que disseram ontem algumas testemunhas do processo.
Quanto ao médico… o Jornal de Notícias ouviu familiares do cirurgião ajudante e diz que o médico ficou ofendido, quando soube. Ofendido na honra profissional. Garante que foram cumpridos todos os procedimentos correctos e que lhe competiam. Por isso, também ele quer ser indemnizado. Quer que a doente queixosa lhe pague 25 mil euros, por danos morais.
E de repente, parece que a biopsia já nem faz grande falta a ninguém, nem o pedacito de tecido desaparecido algures no lixo, entre toda a espécie de porcarias. Enfim, nada que uma indemnização por ofensas, negligência, ou coisa assim não resolva, por ora.
E ora bem, ou me engano muito, ou por esta hora deve haver muito maqueiro, pelos hospitais deste país, a desejar ardentemente que alguém o insulte, ultraje mesmo ou simplesmente o acuse de uma negligênciazita. Mesmo ordinária.

É um bom investimento! Senão neste, num outro mundo.
Diz o título do Diário de Notícias, que as carmelitas de S. José, em Fátima, estão a vender o Carmelo para pagar as obras no convento.
“É um bom investimento, não na terra, mas realizando algo que nunca vai ser esquecido por Deus no Céu”. É uma espécie de promessa das carmelitas de S. José.
E à venda estão desde as portas aos vitrais das janelas, ao chão das celas, às próprias celas por inteiro e atacado. Em compensação, as irmãs prometem uma oração especial e personalizada diariamente em louvor e salvação das almas dos fiéis beneméritos. Prometem também, para além disso, inscrever-lhes os nomes nos sítios e peças que forem compradas.
Para que conste, havia 125 celas à venda, a 10 mil euros, preço de cada uma. Havia, porque 10 foram já vendidas, bem como as portas e o vitral da capela.
Para mais informações, consulte-se o
www.carmelofatima.carmelitas.pt
As carmelitas passam recibo.

Outro género de receitas é a que os médicos passam aos doentes e que estão a ser devolvidas, às centenas, às farmácias, por estarem mal passadas.
Erros de preenchimento, preenchimento incompleto dos cabeçalhos das receitas, aplicação errada das vinhetas, ou o recurso incorrecto à legislação, que garante maiores reembolsos. São erros a mais! Diz a Associação Nacional de Farmácias, que já terá criado um organismo que lhe garanta os reembolsos.
É que a ARS não paga comparticipações em casos destes e devolve-lhes as receitas. Diz que às centenas. A Administração Regional de Saúde, as várias, culpam em parte os próprios farmacêuticos, que poderiam corrigir as faltas, ao balcão, antes de as mandar para reembolso. A Associação Nacional de Farmácias diz que era só o que mais faltava e ainda pagar pelos erros alheios.
Entretanto sabe-se que, uma parte das devoluções é por causa da famosa “letra de médico”! Desenhada, corrida, ao correr, da pena própria e dos outros, que se vêem e desejam para perceber o que lá está escrito… um mistério insondável, a famosa “letra de médico”. Coisa que fica bem a engalanar diplomas e outras iluminuras, mas já não tanto em receituários, que podem salvar, ou comprometer a vida e saúde de uma pessoa.
Haviam de ter levado umas traulitadas naqueles dedinhos, quando andavam na escola. A ver se aprendiam a escrever direito. Agora, se calhar é tarde e quem se lixa são os farmacêuticos. Se me permitem a opinião, o melhor é a gente nunca precisar dessa gente. Nem duns, nem doutros. Haja saúde!

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