quarta-feira, 3 de março de 2010

da caxemira ao couro,esculpindo formas extremamente femininas...


Fátima Lopes, a estilista portuguesa, abriu ontem, em Paris, a semana do pronto a vestir e o desfile dos criadores portugueses, no certame.
Diz o JN, já em fecho de edição, que Fátima Lopes se inspirou no aquecimento global do planeta, para criar esta colecção para o próximo Inverno.
É de louvar, acho que todos concordamos, quando um artista, aproveitando, não só o génio criador que o distingue, mas também a exposição e importância mediática que eventualmente goze, se interessa e debruça e chama a atenção para os problemas mais urgentes da sociedade em que vive e a que pertence. Sendo o aquecimento global uma questão de toda a actualidade e de alguma emergência, soa bastante bem, que a estilista Fátima Lopes leve a esse universo glamouroso uma questão, que obriga a parar e reflectir um pouco, sobre o futuro que nos espera, para além das passerelles... Diz o JN, que a colecção que Fátima Lopes levou a Paris é toda em cores quentes... tons de terra e de fogo e também o azul... Isto porque o Grande Norte... como o jornal lhe chama... o norte futurista, que alegadamente inspirou a estilista... esse está a desaparecer... já não é branco imaculado. Pois será, nalguns casos, qualquer coisa entre o azul do céu e o verde mar... que nos Grande Norte, o gelo que lá anda, a maior parte dele é mesmo gelo só, gelo a flutuar na água...  Adiante. Já quanto aos materiais, são todos nobres... da caxemira ao couro, rendas e sedas naturais, esculpindo (aqui o kitch verbal é mesmo meu) esculpindo  formas extremamente femininas... agora é que é do original.. as formas extremamente femininas vem no original... Para resumir, diz o JN que foi um desfile e uma colecção que revelaram uma imagem glamourosa e futurista que, nas palavras da própria criadora, lançam um apelo à consciencialização da humanidade para os graves danos do aquecimento global... 
Isto é sempre a mesma coisa! Talvez fosse prudente não saber sequer o que é que o artista.... qualquer artista quer dizer, ou quis significar, com esta ou aquela obra, ou peça, ou neste caso ... peça, mas de roupa...
É que neste caso muito concreto fica-se sem saber, se estas manequins, que a foto no JN publica, serão a imagem simbólica do que acontece às pessoas vítimas desse futuro aquecimento global do planeta... ficam assim com aquela expressão parada nos rostos’... ou se é mesmo o modelo que vestem, que pretende simbolizar esse mesmo perigo. Essa ameaça...  Qualquer das hipóteses veste perfeitamente esta dúvida... se bem que, a avaliar pelos tocados que enfeitam as graciosas cabeças das manequins, mais facilmente se é levado a pensar que é bem mais drástica e demolidora a versão que Fátima Lopes tem do futuro... se atentarmos nessas espécies de antenas metálicas e negras, que saem desordenadas de entre os cabelos das jovens manequins, quase vemos as antenas de uma carocha.. uma barata... insecto ortóptero da família dos Blátidas, veloz e muito voraz, em geral doméstico e de hábitos nocturnos... e faz lembrar, não por causa da voracidade ou dos hábitos nocturnos do insecto, mas antes porque consta que as baratas são os únicos animais  que se mantiveram quase inalterados desde a idade dos dinossauros.. Sobreviveram a tudo e consta que até sobreviveriam a um holocausto nuclear... perante isto... para uma barata o aquecimento global... que venha. Assim como assim, é à sombra e a  dormir, que passa aquela hora do maior calor!

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