sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Ora vamos a contas

Ora vamos a contas.

Mais de 20 mil gestores podem vir a ser constituídos arguidos, por fuga ao Fisco.

Vem no DN, que a operação "Resgate Fiscal" já recuperou cerca de 114 milhões de euros, juros e coimas incluídos, em IVA e IRS cobrados e não entregues aos cofres do Estado.

Mais de 20 mil administradores e gerentes foram notificados e têm 30 dias para regularizar a situação. É uma última oportunidade, que o Fisco dá a estes faltosos. Ao todo, diz o jornal que há mais de 33 500 notificações, passadas pelas autoridades fiscais. Ao todo também, diz ainda o Diário de Notícias, há umas 50 mil empresas que, por costume, ficam com o IRS descontado pelos trabalhadores. Algumas são já reincidentes, na lista negra do Fisco. Mais de 10 mil empresas e empresários estão sob suspeita daquilo a que tecnicamente se chama: "abuso de confiança fiscal"… Isso, se encararmos o delito do ponto de vista do Fisco. Se considerarmos o ponto de vista do trabalhador, que descontou o respectivo e devido IRS e, no final das contas feitas, fica, por tabela que se seja, ele também em falta com as Finanças… a isso poderá dar-se outro nome. Fica ao critério de cada um dos eventuais lesados, a liberdade do baptismo. Podem usar linguagem menos técnica, se quiserem.

Adiante. Outras contas. Ainda à volta do caso BPN… o Diário de Notícias abre hoje duas páginas de destaque ao assunto.

Um dossier onde – e fiquemos só pela entrada… onde se fica a saber que o Estado português herdou uma dívida, que pode chegar aos 500 milhões de euros da SLN- Sociedade Lusa de Negócios. Diz o jornal, que as empresas do grupo tinham uma conta calada de dívidas ao Banco Português de Negócios, que as financiava, que anda entre os 300 e os 500 milhões de euros. Ao nacionalizar o BPN, o Estado fica com uma palavra a dizer sobre o futuro dessas empresas.

Entretanto e em relação ao desaire do Banco Português de Negócios… o Sindicato dos Bancários do Centro reclama que todos os responsáveis sejam sancionados de forma exemplar.

Ainda e em relação ao BPN… ontem mesmo, durante o debate parlamentar do Orçamento, Teixeira dos Santos terá garantido que esse era o único banco com problemas e que, para além do BPN, não há em Portugal mais nenhum banco em crise, ou como o ministro disse: com problemas de solvabilidade. Disse que, tudo o que se vai dizendo e ouvindo, mais não é que rumores que podem abalar o sistema financeiro – o que não é bom, já que esta é uma questão muito séria, como fez questão em sublinhar. E disse mais, para concluir… que, na altura em que garantiu ao país que não havia em Portugal instituições bancárias com problemas, o BPN tinha um plano estratégico de recuperação. Tudo tranquilo, portanto. O pior é que esse plano acabou por, mais tarde, se revelar irrealizável. Ou, como disse Teixeira dos Santos, “não concretizável”.

Foi só isso.

E…

Haverá ainda lugar no Inferno, para mais boas intenções?

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