Bebés assim só em Vilar de Maçada, diz António Ribeiro Ferreira, o jornalista do Correio da Manhã. Fala de José Sócrates, que terá afirmado em entrevista recente, que se lembra muito bem do debate que houve na América – nos Estados Unidos da América do Norte, entenda-se – quando, pela primeira vez um católico se candidatou à Casa Branca. Foi em 1960 e o católico de que se fala era John Fitzgerald Kennedy, que haveria de vencer a corrida e ser eleito, contra Richard Nixon. Diz Sócrates, que é da geração de Kennedy – admita-se que sim. Diz Sócrates que a eleição de John Kennedy representou um momento histórico. Consta, pelo relato do jornalista, que esta afirmação causou espanto mesmo entre os pares socialistas de José Sócrates. Como se pode lembrar o primeiro-ministro com tanta clareza de uma coisa que aconteceu quando ele tinha apenas 3 anos de idade?... Nasceu em 57, em Vilar de Maçada, daí o título… O jornalista deixa a farpa: ou Sócrates é um sobredotado, ou alguém se enganou no registo de nascimento do primeiro-ministro e ele é mais velho do que pensa.
Mas Sócrates é hoje notícia em todos os jornais por outras razões. Ontem discursou na assembleia da Cimeira Ibero Americana em San Salvador. Dez minutos a falar do verdadeiro computador ibero-americano. O Magalhães.
22 mini computadores foram oferecidos aos chefes de Estado e de governo presentes na assembleia. Um computador para cada um menos para Hugo Chavez, que já tem um e que aliás, por razões de segurança, nem foi à cimeira. Adiante.
Dizem os jornais que Sócrates comparou o Magalhães ao Tin Tin da banda desenhada. Disse que, tal como o pequeno herói belga, este Magalhães é também para todos, dos 7 aos 77 anos. E o encómio foi mais longe. As imagens das televisões mostravam ontem José Sócrates louvando as virtudes do pequeno computador. Num tom pausado e bastante pedagógico, Sócrates não se esqueceu de sublinhar que o Magalhães é resistente à água.
Na fotografia que, por exemplo, o DN hoje publica, o primeiro-ministro ergue o computador, com ar sorridente e confiante. Um sorriso que vale por uma garantia de 5 anos, no mínimo. E que é resistente à queda. Disse-o com exemplos demolidores. Isso, eu ouvi Sócrates dizer, em discurso directo: que o Magalhães pode cair ao chão que não se estraga. Deu o exemplo. O presidente Hugo Chavez já atirou um ao chão e não se partiu.
Poderia perguntar-se porque razão atirou o presidente venezuelano o Magalhães ao chão. Note-se que não se disse que Chavez o deixou cair. Nada disso. O presidente Hugo Chavez atirou-o um dia ao chão e não se partiu. Atirar ao chão é radicalmente diferente de deixar cair. Nisto estamos de acordo.
Sobra sempre a explicação do presidente ter querido comprovar a resistência do material e lançar o Magalhães ao chão a ver se sempre é tão rijo quanto o pintam. E com razão. Convenhamos. Chavez já encomendou um milhão de Magalhães.
É uma encomenda de vulto e nestas coisas toda a prudência é pouca. É que, apesar da operação de marketing se poder assemelhar vagamente, um Magalhães… pior! Um milhão de Magalhães é investimento bem mais vultuoso que uma colecção de caixas da Tupperware.
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