Capucho quer Cascais a ser palco da solução para a crise. Ora, a crise de que se fala dispensa apresentações. O Capucho também as dispensava, mas fica para que não sobrem dúvidas: António Capucho, o presidente da Câmara de Cascais, que terá afirmado ontem – conta o DN – que Cascais pretende ser um ponto fulcral na procura de respostas para a actual crise mundial.
Supõe-se, que a crise mundial de que se fala, seja a mesma em que estamos a pensar. E é bem provável que seja, já que, o que está aqui em causa são as anunciadas Conferências do Estoril, que se hão-de realizar em Maio do ano que vem e que se destinam, preferencialmente a governantes, políticos, empresários, gestores, académicos, estudantes, jornalistas e lideres de opinião... É o que está aqui escrito.
E que no painel de convidados, nacionais e estrangeiros, se encontram Tony Blair. Aznar. Gerard Schroeder, Fernando Henrique Cardoso e ainda... David Held, professor de Ciência Politica e economista e o director do Instituto de Estudos Internacionais de Pequim e o do Fórum do terceiro Mundo em Dakar e o presidente do Fórum Mundial para alternativas.
E vai haver prémios. Em cada edição destas conferências – a de Maio próximo futuro é a primeira da série - em cada edição haverá um prémio de 70 mil euros para a melhor publicação original sobre o tema do encontro e outro de 30 mil euros, em bolsa de estudo, para o jovem que apresentar o melhor projecto de investigação dentro das áreas em apreço.
Ora as áreas em questão, se bem se lembram, têm a ver com a crise mundial. É o que se propõe, ou pelo menos deseja António Capucho – que Cascais seja o palco da solução para a crise mundial. Seria óptimo que para a História ficasse a cidade de Cascais como o palco de tão notável feito. Poder dizer-se que foi em Cascais que tudo se resolveu. Que foi depois das Conferências do Estoril que o mundo pôde finalmente respirar em paz. Foi em Cascais que se encontrou finalmente a solução para a crise que abalou o mundo. Poder dizer-se: foi em Cascais e eu estive lá!...
Seria reconfortante para a auto estima nacional, mas tem um porém. É que, porém, da última vez que Portugal embandeirou em arco com feitos semelhantes, o resultado final frustrou um pouco as expectativas. Lembram-se da assinatura do Tratado de Lisboa? A assinatura até correu benzinho, os Jerónimos, as canetas de souvenir, o carro eléctrico, o almoço no dos Coches…o pior foi o resto. Por isso, se queremos mesmo o sucesso, desta vez talvez seja melhor não encomendar já os foguetes. É que distrai …e as pessoas, estas, pelo menos – políticos, académicos, gestores e empresários, não se podem distrair; têm mais em que pensar. Têm uma crise mundial para resolver, que diabo!
Sem comentários:
Enviar um comentário