quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

hipótese quase absurda

Vem no Público, a manchete, que diz que o sindicato alerta para a saída em massa de médicos do Serviço Nacional de Saúde...
O Sindicato Independente dos Médicos, mas também os outros sindicatos, que representam a classe, estão preocupados com esta questão.
E a questão em aberto passa por várias alterações previstas, ou anunciadas na carreira médica. Sejam elas, as quotas, que condicionam a progressão na carreira, sejam os modelos de avaliação de desempenho, sejam as penalizações às reformas antecipadas, previstas pelo novo Orçamento de Estado, ou a definição do que se deve considerar como “Serviços Mínimos “, em cenário de greve. Aliás , esse é o assunto que leva os sindicatos a reunirem-se hoje com o ministério da tutela.
O jornal diz que o ponto mais polémico é mesmo o das quotas. Assunto que será discutido numa outra reunião sectorial, a 9 deste mês, mas, quanto ao alerta da manchete, tudo leva a crer que é mesmo a questão das penalizações nas reformas, o que o  provoca, já que, segundo o Público, os sindicatos acusam o governo de estar a dar uma machadada no Serviço Nacional de Saúde. Ao querer penalizar as reformas antecipadas dos médicos – como aliás, consta que acontece já  com a restante população... mas também e como já se viu, por causa das quotas e da progressão na carreira e dos salários, também! Que, no Serviço Nacional de Saúde são francamante mais baixos do que no sector privado... Ana Jorge, a ministra da Saúde, já antes o tinha dito... que "é difícil, quando um privado paga à cabeça 4 vezes mais do que o sector público..." Enfim, sempre se poderia pensar que, se era esse o objectivo, talvez tivesse sido melhor ir para Economia, em vez de Medicina... apesar de todos os sobressaltos, estamos em crer que os bancos , est'outros, pagam melhor que aqueles ... os bancos de hospital.
Mas isso cada um sabe de si e bancos são como os chapéus do Vasquinho... há muitos!
O que não encaixa muito bem, pelo menos à primeira leitura, é esta passagem. Diz assim: "A penalização  para as reformas antecipadas..."( que era de 4,5% e vai passar para 6%, por cada ano em falta para a idade de reforma...) "...a penalização..." – dizia – "...pela reforma antecipada e que entrará em vigor com o novo Orçamento de Estado, está a fazer com que muitos médicos peçam a aposentação, ou fujam para o sector privado."
E então?!...  Pedem a aposentação, porque chegou a idade e a hora de o fazerem.?.. Ou, como o texto leva a crer, pedem a aposentação antecipada porque não concordam com a penalização agravada, que a nova lei impõe?  E impõe justamente para os casos de aposentação antecipada!...  A menos que alguém tenha já feito as suas contas muito bem feitas com perdas e ganhos e todos os noves fora... e concluído, obviamente, qual a melhor maneira de contornar o problema... ou a história esteja mal contada e não é bem, nem rigorosamente assim, que a coisa se passa... ou então... hipótese quase absurda... confrontados com um perigo real... o da penalização financeira  sobre o dinheirinho da reforma... avança-se com coragem intrépida para a boca do abismo... ou como quem diz: para pouca saúde, mais vale nenhuma.

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