sexta-feira, 31 de julho de 2009

o orgulho parolo

Vem no Jornal de Notícias, que o stress crónico afecta a tomada de decisões…

A conclusão é o resultado de um estudo realizado em Portugal, por uma equipa coordenada por Nuno Sousa, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde, da Universidade do Minho e Rui Costa, actualmente investigador no programa de Neurociência da Fundação Champalimaud . O estudo acaba de ser publicado na revista Science. E conclui então que o stress crónico altera a estrutura de circuitos neuronais, que ligam o córtex pré-frontal à zona do cérebro relacionada com a tomada de decisões. O JN compara o córtex pré-frontal à memória RAM dos computadores…

Para o cientista Nuno Sousa, o que se passa é que a pressão psicológica, o stress, promove a atrofia das dendrites dos neurónios do circuito associativo responsável pelos comportamentos orientados por objectivos e aumenta as que se relacionam com os hábitos, ou acções habituais e de rotina… Donde, conclui-se que isso torna o comportamento mais dependente de hábitos e menos de decisões orientadas por objectivos. A partir desta conclusão pretende-se agora entender melhor os mecanismos moleculares e funcionais envolvidos neste processo… Pretende-se, no fundo , como disse o próprio investigador e chefe da equipa, Nuno Sousa: “delinear estratégias que permitam modular os efeitos do stress nos processos de decisão e eventualmente utilizá-los como estratégias terapêuticas…” Diz também, Nuno Sousa, que esta descoberta representa – voltemos a citar : “um momento de enorme importância para todos nós…” já se tinha dito, porque “abre caminho à descoberta de estratégias que permitem modular os efeitos do stress nos processos de decisão…” para que ele – o stress – não nos reduza à condição de autómatos, sem vontade própria, para além dos automatismos da rotina quotidiana…

Pois não era isso que ia dizer… regressemos a Nuno Sousa. “…um momento de enorme importância para todos nós, tanto mais que o estudo é assinado apenas por portugueses e com um trabalho feito em Portugal.”

É sem dúvida um motivo de orgulho nacional, se bem que, em boa verdade, houve já na História pátria muita coisa feita apenas por portugueses e em Portugal, de que não nos podemos orgulhar assim tanto…

Não sei porquê (e também é uma frase grande e sonante) prefiro a outra, a do “delinear de estratégias que permitam modular os efeitos do stress nos processos de decisão e eventualmente utilizá-los como estratégias terapêuticas.”Acho que fica melhor, como motivo de orgulho nacional.

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