quarta-feira, 22 de abril de 2009

saloiage!

Da notícia, já ontem vos tínhamos dado conta, aqui mesmo e por esta hora… hoje, o Público trás o assunto em chamada de capa, para a primeira página e diz assim: “Também em português”.

Explica depois, em maiúscula e a gordo e negro, que é da Biblioteca Global da UNESCO que se fala. Essa é que foi inaugurada ontem, on-line, juntando mais de 30 bibliotecas do mundo inteiro, incluindo a de Alexandria e a do Congresso norte-americano, que foi de onde, aliás, partiu a ideia original. O aceso é gratuito, também disso já sabíamos e que a morada é: www.wdl.org (WDL, de World Digital Library…) e o português! O português é uma das 7 línguas, em que o site está redigido e apresentado… “Também em português”, diz o título. E não mente, portanto.

O que se dá de barato é o facto do português, de que se fala e dos tais documentos que ilustram a chegada dos portugueses ao Brasil e coisas assim, foi justamente do Brasil que seguiu, para enriquecer o espólio desta biblioteca cibernética… Porque - e ontem também ficámos a saber isso - o director da Biblioteca Nacional, Jorge Couto, acha que, como Portugal já pertence a duas redes europeias de bibliotecas on line, seria uma redundância, Portugal aderir também a este projecto.

Daí que, dizer-se que a Biblioteca Global da UNESCO é também , ou está também, ou tem alguma coisa a ver também com Portugal, ou que é em português, como o Público anuncia… é verdade, mas é também verdade, que revela uma qualquer coisa que não sei se será este o local e hora mais próprios para nomear correctamente.

Quase pelo mesmo caminho segue esta outra que vem no 24 Horas… Tem a ver com a central foto voltaica da Amareleja, no concelho de Moura.

Diz o jornal, que ela é actualmente a maior central solar da Europa. Acontece que o Vaticano, a Santa Sé, está a pensar construir a sua própria central de produção de energia foto voltaica. E a fazê-lo, consta que essa é que passará a ser a maior da Europa. Diz o jornal que se isso acontecer, “o Vaticano passa uma rasteira á vila alentejana da Amareleja”. Fala-se ainda da eventual construção de uma central semelhante em Espanha, com veleidades de ser não a maior da Europa, mas do Mundo. O jornal cita o presidente da junta da Amareleja, que diz que a tal central de Espanha pode vir a ser a maior do mundo, mas por aquilo que sabe, há-de ficar abaixo da nossa… como o autarca disse. “Abaixo da nossa”.

E é nisso que se resume toda a tragédia! O meu pai é mais alto que o teu, se o teu chega ao tecto, o meu bate nas nuvens!

Já agora e ainda à volta da Santa Sé… sabia que? Como se costuma dizer… sabia que?...

Vem aqui no Público, que durante a 2ª Grande Guerra e para fugir à eventual ocupação nazi e o temido e suspeitado rapto do papa Pio 12, pelas tropas de Hitler… a Santa Sé pensou em mudar-se para Lisboa?...

A notícia saiu ontem, no Daily Telegraph. O plano era… se fosse raptado, o Papa resignava ao cargo, para que outro fosse eleito, enquanto os bispos da cúria romana se mudariam para um país seguro e sem partido tomado nessa guerra. Portugal era o país de que se falava.

A notícia não adianta mais nada, mas há já aqui uma coisa que sobressai de forma estranha e quase preocupante… Se o papa fosse raptado, demitia-se aquele e elegia-se outro, enquanto os bispos de Roma fugiam para local seguro…

Então e o próprio papa, no caso ex papa?!...

Era deixado à sorte e fosse o que deus quisesse? Já não és papa, vai p’ró diabo!

E hoje, quase todos os jornais dividem as capas entre a entrevista de José Sócrates, ontem, à RTP e as queixas e denúncias e processos levantados contra alguns bancos por alegadas e algumas – muitas – comprovadas ilegalidades, fraudes, enganos e embustes… enfim… engenharias financeiras suspeitas e reprováveis. Constâncio ordenou 303 inspecções em 2008 escreve o 24 Horas, não na capa, mas na página onde diz também que o Constâncio de que se fala, Vítor Constâncio, governador do banco de Portugal quer, talvez por isso mesmo… porque, como diz a sabedoria popular: quem não sabe é como quem não vê... será por isso, que Constâncio, Vítor Constâncio, quer realizar um inquérito à literacia financeira do povo português.

“Os conhecimentos financeiros vão ser avaliados” – anuncia o título.

Tendo em conta – ora aí está - tendo em conta, a subida do número de reclamações contra bancos, registada entre 2007 e 2008, diz o 24, que o governador do banco de Portugal decidiu realizar um inquérito à população. Quer-se aferir o real conhecimento dos clientes quanto, por exemplo, à linguagem utilizada pelos bancos e para descrever os – assim chamados – produtos financeiros que têm para vender.

Esta intenção, denunciou-a Constâncio, no relatório de Supervisão Comportamental, apresentado ontem. E diz que, a tomada de decisões racionais pelos clientes bancários, conscientes dos riscos envolvidos nos produtos e serviços, é um dos requisitos fundamentais para o funcionamento eficiente dos mercados financeiros… Continua depois, a denúncia do governador do banco central, sublinhando que “a divulgação de informação pode não ser suficiente, pois as decisões dos clientes são também condicionadas pelo grau de iliteracia financeira de cada um.”

Para fechar o assunto, resta dizer que pelas contas de Vítor Constâncio esse inquérito será realizado e apresentado ainda este ano, abrangendo todo o território nacional…

Excelente ideia. A seguir esperamos, que o governador do Banco de Portugal consiga convencer os banqueiros, a redigir os contractos em língua de gente. Porque a verdade é esta, em Portugal… já nem a missa se reza em latim.

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