quinta-feira, 23 de abril de 2009

os companheiros da alegria

O primeiro-ministro italiano vai formar euro deputados, para concorrer com caras novas ao desafio de Estrasburgo.

No caso e para ser exacto - euro deputadas.

E rapidamente e em força, que, como se sabe, as eleições são já por um par de meses. A 7 de Junho.

Por isso e a notícia resgato-a do DN… por isso, porque o tempo urge, essas acções de formação resumem-se a 3 sessões e a primeira já foi. A primeira sessão foi ontem, em Roma, na sede do partido de Berlusconi, o “Popollo de la Libertá”.

E a notícia já soa estranha, mas falta ainda acrescentar o pormenor decisivo.

Vamos então… Sílvio Berlusconi quer renovar a imagem do partido na Itália e na Europa – escreve o DN – e para isso, segundo informaram os media italianos, pensou em vários modelos. Modelos, não de renovação da imagem ou estratégia do partido, mas modelos… nesse sentido, de gente que desfila por passerelles, exibindo as novas tendências da moda, ou que posa para fotografias, a olhar para o boneco. Esse género de modelo… e ainda: actrizes e concorrentes de programas televisivos e reality shows do género “Big Brother”. Para instruir as candidatas, estruturou então um programa de formação em 3 sessões.

Diz o jornal que, já ontem, as candidatas a euro deputadas começaram a ouvir explicar a história e o funcionamento da União Europeia e de outras organizações internacionais. Com mais duas sessões semelhantes, estarão prontas para conquistar a Europa, em nome do Povo da Liberdade.

Há dois jornais italianos, que avançam mesmo já com alguns nomes conhecidos, pelo menos em Itália, como é o caso da bailarina Barbara Matera, a actriz Eleonora Gaggioli, ou uma certa Angela Sozio, diz que, ex concorrente de um “Big Brother” local. Ontem, dizem os jornais italianos, que se apresentaram 30 jovens voluntárias e candidatas a candidatas… Diz também que, entre elas, algumas até eram já deputadas do partido de Berlusconi e tudo. Tinham, pelo menos e por curta que fosse, alguma instrução política primária.

Espantoso não é?! Em geral, digo eu! Cá em Portugal, por exemplo… Também por cá, vamos sabendo das dificuldades que há para arranjar candidatos e cabeças de lista e quórum para as mais variadas listas e escrutínios…

Só que, por cá, há quem ache que, mais do que um palminho de cara, mais do que a simpatia partidária, ou a filiação histórica, que cada um possa ter a este, ou aquele partido… a decisão dos portugueses eleitores deve ser esclarecida e não se deixar seduzir por cantos, ou encantos de sereia.

É o caso e o aviso da nota pastoral, que a Conferência Episcopal Portuguesa, reunida por estes dias em Fátima, creio eu. Para o caso é irrelevante. O que conta é o que está lá está escrito e que vai ser hoje oficialmente anunciado.

Pelo porta-voz da Conferência, o padre Manuel Morujão ficámos já, desde ontem, a saber que, para a Igreja, há que votar informado e em consciência. Disse o padre Morujão: “que o eleitor deve conhecer quais são os valores de cada partido, o que propõe nas respectivas campanhas e programas eleitorais, para que o País possa ficar melhor.” Ressalva que a Igreja não se quer substituir, naturalmente ao livre arbítrio dos seus fieis, ou seja, não lhes vai dizer onde pôr a cruz… mas alerta para a necessidade das pessoas estarem a par do que diz cada projecto eleitoral, em matérias, por exemplo, como a família, a sociedade, ou a economia, ou os mais pobres e desprotegidos…

Pois certamente que sim!

E houvesse o primeiro, que no programa eleitoral prometesse fazer a vida negra ao povo e expropriá-lo de toda a felicidade e riqueza e haveria de dar-se-lhe o benefício da dúvida ou não?!... Essa é que é a momentosa questão!

Mas detenhamo-nos ainda nesta questão de candidatos e candidaturas.

E já agora, com uma quase boa notícia. Tirando-lhe o quase, a parte boa é que parece provado à evidência, que Portugal tem pessoas de valor em quantidade e à altura de cargos tão importantes e isentos e acima de quaisquer suspeitas, como o de Provedor de Justiça.

O empecilho adverbial… o quase… justifica-se pela manifesta dificuldade, da classe politica nacional se decidir, perante tão qualificada e abundante oferta.

Diz o Diário de Notícias, que Paulo Rangel, em nome do PSD, exclui a hipótese de apoio a Jorge Miranda, o constitucionalista apoiado e proposto pelos socialistas do PS, enquanto considera como altamente credível, a proposta de candidatura do PCP, que avança com o nome de Guilherme da Fonseca.

Citemos a breve do DN: “O líder parlamentar social-democrata Paulo Rangel excluiu ontem a possibilidade de o PSD apoiar o candidato do PS a Provedor de Justiça, Jorge Miranda e considerou o candidato do PCP, Guilherme da Fonseca, altamente credível”. Aqui, o encómio vem entre aspas, o que garante que foi assim mesmo que foi dito.

Quanto a candidato próprio… o deputado Paulo Rangel disse ontem aos jornalistas que o partido, o PSD, está a avaliar esse assunto. Calcula-se que o partido social-democrata avance ele também com uma candidatura própria ao cargo. Porque, apoiar Jorge Miranda já vimos que está fora de questão e, por muito ingénuos que queiramos parecer, dificilmente vemos o PSD a apoiar um candidato comunista à provedoria de Justiça, ou ao que seja. Em principio!

Agora se for em resumo e segundo conta o DN, para Paulo Rangel, e por extensão, presume-se, para o PSD, cada partido tem a sua estratégia e o partido social democrata não vai alterar a sua própria estratégia só porque foi proposto um candidato, de resto altamente credível… como remata o DN, com as aspas que não deixam dúvidas.

Não deixam, ou deixam?! …

Quem é que é altamente credível afinal?! O candidato do PCP, Guilherme da Fonseca?... Esse, já vimos que sim, Paulo Rangel acha que sim. Mas o PS também apresentou um candidato… o constitucionalista Jorge Miranda, que Rangel diz que está fora de questão ser apoiado pelo PSD! E não é apoiado assim tão sem dúvidas porquê?! Porque Jorge Miranda não é credível para o cargo, pelo menos não tão altamente credível, quanto a função exige? … Bom, se não é… Ponto final. É indiferente quem o apoia. Não serve, procura-se outro.

Mas, enfim, sendo o critério a credibilidade, esperemos para ver…

Irá o PSD apoiar, por exemplo, o eventual e futuro candidato do CDS a Provedor de Justiça? Ou o dos Verdes? Ou o do Bloco de Esquerda?...

Enfim, claro, no caso de se concluir, que é daí que surge o nome mais credível deles todos…

Sem comentários: