sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Será, Barak Obama, alentejano?!...

Não é Silva, é Sousa e também não é português, é neto de portugueses. Os avós açorianos emigraram para os Estados Unidos, onde ele acabou por nascer, em Massachussets. De Portugal, lembra-se vagamente que visitou Lisboa, lá pelos anos 80, acompanhando Ronald Reagan, em visita de Estado e, mais recentemente, já em 98, pelo Natal, numa visita com um tio, aos Açores.

E é por isso que o Diário de Notícias diz que, o futuro fotógrafo oficial de Barak Obama, é português.

Pois não é. Uma pessoa que nasce no Massachussets, nos Estados Unidos, e por lá se deixa ficar, sem pedir a naturalização noutro país qualquer…é, em princípio e até provas em contrário, norte-americano. Pronto. Isto que fique esclarecido de uma vez por todas. Ora, já agora deixem que vos diga que a personagem em questão se chama Pete Souza. Com Z. Sousa com Z, como se escrevia em Portugal, no tempo dos afonsinhos… e já cobriu, para jornais e revistas norte americanas, as guerras do Kosovo e Afeganistão e, consta mesmo que, atravessou sozinho a cavalo e pelo meio da neve, as montanhas Hindu Kush, para ser um dos jornalistas presentes na tomada de Kabul. Para o Chicago Tribune, fotografou os primeiros passos de Obama, ainda senador em Washington. Seguiu-o depois pelo Quénia, África do Sul e Rússia e depois a corrida para a Casa Branca . O resumo desses 3 anos de fotografias e andanças – tudo se passa desde 2005 até à chegada de Obama ao confronto final com John MacCain… – ora, o resumo desses 3 anos deram um livro: a ascensão de Barak Obama. Mais um sucesso, diz-se, a somar a uma carreira auspiciosa, deste fotógrafo norte americano, do Massachussets, cujos avós um dia foram obrigados a abandonar a ilha de S. Miguel, que os viu nascer, para procurar melhor sorte do outro lado do mar. Houve tanta gente a fazê-lo neste Portugal contemporâneo e antes … muito antes, desde os tempos em que alegadamente Portugal deu novos mundos ao mundo, que os portugueses foram ficando por aí espalhados, espalhando semente, semeando sonhos…

E chega de poesia barata! Com uma História tão rica em Descobrimentos, descobrir um apelido vagamente português, lá no sítio onde o mundo faz a curva, já não deveria surpreender ninguém…

Pelo menos, não tanto como a equipa do próprio presidente eleito Obama consta que ficou, quando recebeu a generosa e rapidíssima oferta dos canicultores algarvios, que querem dar um cão d'água português, às filhas do presidente da América. Bastou ouvir Obama na televisão dizer que estava indeciso entre um Labrador e um cão de água português… bastou ouvir a palavra mágica “português”… para que a onda de solidariedade se levantasse, em busca de um canito para a Casa Branca. Consta que o cão em causa ainda nem nasceu. Mas o DN já avança com o nome da futura mãe, que ainda não conhece o futuro pai, do futuro cão que – se tudo correr como os canicultores algarvios pensam e esperam - há-de ser o próximo animal de estimação da família Obama.

E por este caminho a coisa começa a compor-se… Um fotógrafo de apelido português na Casa Branca, um cão de água algarvio a correr pelos corredores… Já quase se sente o cheirinho de pasteis de bacalhau acabados de fritar, a vir da cozinha, lá ao fundo…. Maravilha.

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