Ora, já vimos que a matéria faz manchete na capa do Jornal de Notícias – Ministra, da Saúde, subentenda-se, não aceita troca por genéricos nas farmácias…
A citação completa: “Temos de analisar os instrumentos para cumprir a lei. A crise não é razão para a medida da Associação Nacional de Farmácias e o Ministério da Saúde poderá intervir” – fim de citação.
Mas saltemos para a página do Público, onde a matéria é também desenvolvida e aqui sublinhando alguns dos argumentos, apresentados pela classe médica, no caso, pela voz do bastonário da Ordem. Diz então Pedro Nunes, em defesa dos medicamentos de marca, ou melhor talvez, em rejeição a esse anunciado livre arbítrio, de escolha entre genéricos e fármacos de marca… Enfim, a questão, que o jornal colocou foi, porque razão é que os médicos fazem tanto finca pé na proibição da substituição das receitas?... Ora então, segue a explicação do bastonário, Pedro Nunes, da Ordem do Médicos. Porque os riscos são enormes. A ver e citemos: “perde-se a farmacovigilância” – o clínico explica: “não percebemos o que o doente tomou, ou se teve problemas…”
Ora bem, não percebemos, se não quisermos perceber. Se não perguntarmos, se nos demitirmos desse acompanhamento e vigilância. Nesta matéria, não parece que faça grande diferença, se o doente tomou um medicamento de marca, ou bebeu lixívia, por engano.
Segue depois, Pedro Nunes, em defesa da sua dama – neste caso, a saúde pública, obviamente.
Diz então o bastonário que, como os doentes vêem medicamentos de cores diferentes, corre-se o risco de que tomem doses em excesso. Aqui, o médico garante que já houve mesmo mortes por causa disso. E aqui… ficamos na mesma! Que diferença relevante poderá haver, entre os genéricos e os outros?!... E isso das cores variadas e garridas… se fossem todos cinzentos não se prestariam ainda a confusões maiores?! E em verdade e bom rigor, o que tem a ver a cor das drogas com a sobre dosagem?... Estaremos nós a pensar num público consumidor de crianças, que se deslumbram com coisinhas coloridas e as levam à boca, a pensar que tudo o que luz é guloseima para comer?... Ou não?... A dúvida será, que o mesmo medicamento, sendo genérico pode ter uma cor diferente do de marca, a que o paciente estaria eventualmente já habituado?... Então e se o médico resolver, ou entender em função da evolução da doença, mudar de fármaco, ou até mesmo de laboratório?!... Será que o doente lhe vai pedir, doutor, por favor, deixe-me ficar com os comprimidos antigos… É que não tenho nada para vestir com estes novos que me receitou.
A questão seguinte, que o jornal colocou ao bastonário, foi a de saber porque é que os médicos não receitam mais genéricos. Diz Pedro Nunes, que os médicos têm tendência a receitar os medicamentos que conhecem e dos laboratórios que lhes dão determinadas garantias. A molécula pode ser a mesma – continua Pedro Nunes – mas os medicamentos são diferentes uns dos outros. Por exemplo, os excipientes divergem, o que pode fazer com que a resposta a cada momento não seja igual…
Ora aí está, o tipo de informação que costuma vir bastante bem desenvolvida, nas literaturas inclusas das embalagens. O tipo de informação, que está em prosa ainda mais composta, nos Simposiums Farmacêuticos, não sei se ainda se chama assim, aqueles livros de lombada gorda, onde vem tudo o que há para saber sobre drogas farmacêuticas disponíveis no mercado. Se ainda não inclui os genéricos, é actualizar o livrito.
Diz Pedro Nunes, que os médicos têm tendência a receitar os medicamentos que já conhecem e de laboratórios que lhes merecem confiança… aliás, o bastonário fala em laboratórios que lhes dão determinadas garantias…
Mas prefiro a imagem de laboratórios que merecem mais confiança. Soa melhor, e não sei porquê.
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