quinta-feira, 2 de abril de 2009

o quiosque da Maria Pandilha

Um filme dentro de um filme, ou a crise dentro da crise, dizem os económicos, o Diário Económico, por exemplo, que em Londres, os líderes do G20 estão condenados a entenderem-se, diz o Jornal de Negócios, que no G20 não há acordo quanto às prioridades, no combate à crise. E diz o Diário de Notícias que hoje é que é – hoje as discussões vão ser a ferro e fogo.

Ontem, como a fotografia do DN ilustra, aliás …ontem foi dia de sorrisos e troca de prendas e jantar de gala e da fotografia de grupo, com a rainha de Inglaterra ao centro, com Gordon Brown à direita e Lula da Silva à esquerda. A mesma fotografia ilustra a capa do Jornal de Notícias. A fotografia de uma cimeira sem sintonia – “Foto de família do G20 não disfarça visões diferentes”, diz o título… enfim, a verdade é que pela fotografia, só pela fotografia não chegávamos lá… pelos sorrisos e pela bonomia da pose de todos os fotografados, nunca lá chegaríamos…

Nas ruas, já se sabe, os manifestantes punham entretanto Londres num pandemónio. “G20 reúne com violência na rua” – é a manchete no Correio da Manhã – os confrontos entre os manifestantes e a policia já causaram um morto, mas consta que a vítima morreu de ataque cardíaco.

Mas ele há mais mundo, apesar de tudo e a manchete do Correio da Manhã diz que o Governo português está envolvido nas alegadas pressões exercidas sobre os investigadores do caso Freeport… Há um magistrado do PS apontado como intermediário do Governo no processo, terá havido ameaças à carreira dos investigadores do caso e o sindicato dos magistrados insiste em levar este assunto ao presidente da República. É assim que o Correio faz o ponto da situação.

Na capa do JN reitera-se a intenção do sindicato do Ministério Público de levar o caso à apreciação de Cavaco Silva e dá-se já como certo e seguro que os procuradores terão confirmado a existência de pressões no caso Freeport.

Outra guerra em aberto é a dos medicamentos e da recente intenção da Associação Nacional de Farmácias, de possibilitar ao doente a escolha entre genéricos e medicamentos de marca. Enfim, a notícia vem de ontem, ainda deve estar fresca na vossa memória. O dado mais recente é que os médicos prometem denunciar o crime se houver de facto troca. Os médicos acham que a solução para o problema – e o problema resume-se, no fundo, no preço demasiado elevado dos medicamentos… pois para os médicos, esse problema resolvia-se se as farmácias baixassem um pouco as margens de lucro. Já ontem também ouvíamos quem dissesse, que o que está aqui em causa é que a Associação Nacional de Farmácias quer atrair clientes, para os medicamentos genéricos que ela própria fabrica e comercializa… e aqui chegados, parece que não era completamente gratuita aquela dúvida que ontem aqui levantámos--- será mesmo só o atentado à saúde pública, o que preocupa e indigna os médicos e farmacêuticos , nesta matéria?...

Quanto ao resto… é muito provável que tenham razão os médicos… se as farmácias baixassem um pouco as margens de lucro, a vida poderia tornar-se mais fácil para muita gente… e quem diz as farmácias diz uma quantidade razoável de bens e serviços… as consultas médicas incluídas.

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