terça-feira, 14 de outubro de 2008

É um fenómeno que está a aumentar em Portugal, avisa logo o Diário de Notícias, em ante-título. Depois, abrem-se as maiúsculas para dizer que há "900 queixas de assédio moral no trabalho". Assédio moral. Não sexual. Que desse já muito se tem falado. Assédio moral. O que está aqui em causa é o chamado assédio moral. E o que é o assédio moral? Para a Inspecção-geral do Trabalho, assédio moral é um processo de destruição premeditado do indivíduo. Como e por exemplo?... "O trabalhador é colocado a ler um jornal num cubículo e não lhe é distribuído trabalho durante um determinado período de tempo. Há muitas situações que nós detectamos e o número tem aumentado...” – como já repararam estava a citar alguém. No caso, o inspector-geral, Paulo Morgado de Carvalho.

Diz que, nos últimos 3 anos, a Inspecção-geral recebeu mais de 900 queixas e instaurou mais de 200 autos e 150 acções de fiscalização direccionada para estes casos concretos e específicos.

Para o advogado Fausto Leite, especialista em Direito do trabalho, o chamado assédio moral no trabalho “é uma realidade do quotidiano que se agrava em tempos de crise económica e de precariedade e desemprego”. Diz o advogado que, este estratagema das empresas, para se livrarem dos trabalhadores considerados excedentários, afecta 16 milhões de pessoas por essa Europa e 100 mil, só em Portugal. E que os que rondam os 50 anos de idade são os mais afectados. Diz que lida diariamente com situações destas, em que falsos acordos de cessação de serviços escondem despedimentos sumários precedidos, o mais das vezes, por essa tal guerrilha psicológica.

Segundo o Código do Trabalho, assédio moral é “qualquer comportamento que afecte a dignidade do trabalhador, ou crie um ambiente hostil, intimidativo e degradante, humilhante ou desestabilizador”. Diz a experiência e verificação dos factos que, o método mais comum é colocar o trabalhador confinado a uma secretária minimalista sem computador e muitas vezes sem telefone nem nada para fazer, dias a fio, até o vencer pelo cansaço . O Diário de Notícias dá, em coluna aparte, o exemplo de um funcionário a quem terá sido dito que o único lugar que lhe restava naquela empresa era o vão de escada. Foi despromovido do lugar de chefia que ocupava há 11 anos e destacado para uma espécie de degredo, num departamento onde não faz praticamente nada. Diz que aproveita o tempo que lhe sobra para estudar, já que entretanto resolveu acabar um mestrado e prepara-se já para o doutoramento. E tudo isto terá acontecido porque – e isto, consta que aconteceu há já 17 anos… há 17 anos portanto que foi o que, em gíria se chama ser posto na prateleira… e aconteceu, dizia, porque se terá recusado a aceitar a rescisão proposta pelo patrão. Na altura, este funcionário que o DN puxa para exemplo , era o director financeiro da empresa.

Ora, o jornal diz que há 17 anos que , apesar do alegado assédio moral, este trabalhador se mantém em funções. É o que se depreende do título: “Há 17 anos metido na prateleira.” O que, a ser verdade, façamos as contas... Foi director financeiro durante 11 anos e está na prateleira há 17… contas feitas, quem estará a fazer a vida negra a quem, neste momento e ao fim destes anos todos.

E a crise! Diz o JN que a crise pode levar mais publicidade ao horário nobre inglês.

A crise financeira afecta também o mercado das comunicações, explica o jornal. E por isso, em Inglaterra os operadores de televisão estão a pensar em carregar no peso da publicidade durante os horários chamados nobres de emissão. Ou seja, passar dos actuais 8 minutos por hora, para 12 minutos por hora. Pelas contas feitas isso dará um lucro acrescido de 120 milhões de libras, ou seja , mais de 150 milhões de euros, por ano. Segundo as novas regras, as televisões passam a poder emitir uma hora de publicidade, ao todo e no período entre as 6 da tarde e as 11 da noite. Acontece que, no cômputo geral, o peso da publicidade mantém-se igual ao fim das 24 horas, o que se vai fazer é concentrar a publicidade nos horários de maior audiência.

Esta é a ideia. Esta é a solução das televisões inglesas para vencer a crise económica e financeira que as ameaça.

Já vimos que as alterações podem render mais de 150 milhões de euros ao ano.

O que falta conferir é , desde quando a nobreza de qualquer coisa se mede e pesa e avalia desta forma original… ou seja, por que carga de água se chama horário nobre ao período em que mais gente se encontra concentrada, parada, pasmada a olhar para um ecrã de televisão... Que nobreza pode haver numa atitude dessas?! Uma nobreza catatónica? Ah! Essa...

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