sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Antes que me esqueça… Portugal tem má nota em trabalho temporário – é o título do JN. Depois segue dizendo que em 24 países analisados, Portugal ficou em 23º. Pior que nós, só os espanhóis. Um estudo acabado de publicar pela Organização Internacional do Trabalho vem expor os defeitos da era das finanças globais. Abre-se o fosso entre o salário dos mais ricos e o dos mais pobres… uma desigualdade que aumentou de forma dramática na maioria dos países e regiões do mundo, diz o JN. Ou seja e resumindo: a Globalização prejudica a maioria da população - é o que garante o Jornal de Notícias.

E agora o azeite. Ou melhor os galheteiros de azeite.

Galheteiros antigos podem voltar às mesas, é o que se anuncia em quase todos os jornais desta sexta feira. O Diário de Notícias puxa mesma essa frase para título.

Diz que o ministro Jaime Silva da Agricultura acaba de anunciar a revogação da polémica portaria, que obrigava os restaurantes a usar garrafas de abertura inviolável. O ministro disse mesmo que nunca concordou com essa medida. Os donos dos restaurantes ainda menos. Diz que lhes sai mais caro e que também não é bom para o ambiente. Presume-se que, porque produz uma maior quantidade de vasilhame para deitar fora, na melhor das hipóteses, para a reciclagem … Seja como for, a verdade é que – segundo consta – Portugal era o único país da União Europeia que se obrigava a este procedimento. E isto porquê? Porque é que era o único?... Não! Porque é que se obrigavam os restaurantes ao uso de garrafas invioláveis para levar o azeite à mesa... Para evitar falsificações! Para evitar que o azeite fosse adulterado. Para garantir a qualidade e a fiabilidade da origem do produto. Numa palavra para garantir e defender a saúde pública.

O ministro garante que , graças à inspecção económica, Portugal pode garantir o mais alto padrão de segurança alimentar. E garante também, o ministro, que vai revogar a presente portaria, mas!... Mas e aqui pára tudo. Mas, só quando os restaurantes tiverem uma carta de azeites – ao estilo das cartas de vinhos – onde o cliente possa escolher e saber as características do que vai consumir. Diz o ministro que aceita o regresso dos tradicionais galheteiros de azeite, mas só quando os restaurantes tiverem uma carta, onde estejam claramente impressas a composição e origem do azeite.

Ora, voltemos ao princípio. As embalagens invioláveis surgiram porque havia quem fizesse – o que se chama - falcatrua com o azeite. Aproveitando a facilidade de transvase da embalagem original para os pequenos galheteiros de mesa. Enchendo-os com suspeitas misturas de composição duvidosa... Agora o ministro concorda que se volte ao uso dos galheteiros tradicionais, desde que haja uma carta, onde se garanta a qualidade e origem do azeite.

Parece que estamos já a ver… temos este, muito bom, alentejano e mais este, que é também excelente, é de trás da orelha, é de Trás-os-montes e temos também este, para os apreciadores, que tem parte de azeite, parte de óleo de colza e o resto é basicamente gasóleo industrial...

Ladrões de bicicleta.

Literalmente. Conta o jornal que foi de bicicleta, que dois homens chegaram e partiram depois de assaltar a loja e levar a caixa registadora. Tudo se passou nos arredores de Sintra. Enfim, consta que tiveram de fugir a pé, já que o povo cá fora os impediu de voltar a montar nas bicicletas. Acabaram, entretanto, por ser apanhados pela policia. Estavam armados. Uma faca e uma pistola. E a máquina registadora com 100 euros lá dentro . A policia apanhou um dos assaltantes e apreendeu as duas bicicletas. A notícia não diz se as bicicletas eram também roubadas. É que, nestes casos e segundo os relatos mais recentes, é esse o procedimento habitual. Rouba-se um carro de alta cilindrada – pelo método de carjacking - e parte-se depois em alta velocidade, a roubar caixas de supermercado, caixas de gasolineiras, caixas de Multibanco. Enfim, aqui foi tudo mais em pequenito. De bicicleta com fuga a pé de registadora às costas para roubar 100 euros. Ou pelo menos para tentar roubar 100 euros. Em pequenino e em trapalhão. Em azeiteiro, portanto. Como se costuma dizer...

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