sexta-feira, 25 de julho de 2008

Vem no Público. Soldado da GNR processado por recusar lavar pratos.

Em subtítulo, explica-se ainda que o caso é sério. Tão sério que a Associação dos Profissionais da Guarda denunciou já o clima de intimidação, para obrigar os praças a desempenhar tarefas "indignas".

Poderíamos começar por aqui. Por esta revelação surpreendente. De lavar a loiça ser, pelo menos para os oficiais da Guarda Republicana, uma tarefa indigna. Mas isto, o melhor é continuar a ler.

E continuando, ficamos a saber que tudo se passou no quartel de Cavalaria da Ajuda, onde, ontem mesmo, um soldado foi constituído arguido por se ter recusado a acatar a ordem. A ordem de ir lavar a loiça. De ir de faxina para a cozinha, lavar a loiça. O comunicado da Associação dos Profissionais da Guarda diz que muitos soldados estão a aceitar tarefas para as quais não foram treinados, por medo a represálias dos oficiais superiores. O que está aqui escrito é que "estão a aceitar tarefas que não aquelas para as quais receberam formação”. Seria espantoso, isso sim, ficarmos a saber, que um dos exercícios de formação de recrutas da Guarda Republicana fosse…. lavar, ou aprender a lavar a loiça. É verdade que não seria nada do outro mundo, mas percebe-se que não conste do programa de treinos. O lavar a loiça – a menos que haja alguém de fora contratado para o fazer – haverá de ser feito pelo pessoal da casa. É assim em todo o lado. Já que a loiça não se lava sozinha. Tendo em conta que, para muitos pode ser uma tarefa desagradável, há quem recorra a estratagemas vários quando a hora se anuncia. Desde o tirar à sorte, até ao método da rotação de tarefas. Ou ainda, se quisermos, como castigo, para quem se porta mal. A notícia não explica se foi esse o caso, Se, o lavar a loiça de que se fala, aconteceu na sequência de uma qualquer sanção disciplinar. Não diz e o Público garante que também não conseguiu muitos mais pormenores junto do quartel da Ajuda. Mandam dizer que o caso está sob a alçada disciplinar e ponto final. O soldado em causa encontra-se neste momento com termo de identidade e residência e só não foi preso, na altura, porque na altura não havia nenhum oficial de serviço para lhe dar ordem de prisão. E agora sim, ponto final.

Aliás, ponto final, ainda não! Dois pontos. Dois pontos, para o que se segue, no tal comunicado da Associação Profissional da Guarda… “a situação deste profissional…” – o soldado que se recusou a lavar a loiça – “…tomou proporções verdadeiramente anómalas e caricatas.” Diz o comunicado. Disso já nós tínhamos suspeitado. Mas continua-se… e continua-se dizendo que “…a postura persecutória e intimidatória assumida merece o mais veemente repúdio e é em tudo exemplificativa da prepotência sem limites e da cultura de subserviência vigente nalguns sectores da Guarda, em que as hierarquias impõem trabalhos indignos e colocam os seus subordinados em situações profundamente humilhantes.”

E voltamos ao princípio. Lavar a loiça como tarefa indigna e profundamente humilhante … pois será, é uma opinião. Como haverá, no dia a dia de um quartel, ou na casa de qualquer um, outras tarefas de manutenção e limpeza ainda mais desagradáveis e eventualmente mais humilhantes. Muito mais que lavar pratos, ou lavar com a esfregona, o chão da cozinha.

Há de certeza e ninguém as quer, mas, alguém as terá de fazer, não?...

2 comentários:

Unknown disse...

“Toda a gente sabe que cozinhar, lavar e secar pratos fazem parte dos mais básicos deveres de qualquer membro da GNR”; Foi com este comentário que um General do Comando Geral desta força de segurança comentou o assunto, isto enquanto retirava o avental e pendurava o pano da loiça.

Depois queixam-se que não há efectivos suficientes nas ruas. Efectivamente…

Cumprimentos :
Rui V.

Unknown disse...

Esqueci-me de deixar claro que era um comentário imaginário....
Rui V.