quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ora vamos a ver se nos entendemos…

A noticia vem da Austrália e diz que os gays, lésbicas ou transgéneros, que estiverem cansados, quiserem namorar, ter um momento romântico, sem heterossexuais a tentar perceber o que fazem duas pessoas do mesmo sexo juntas e como se podem entreter, podem ir para um aldeamento na Austrália, exclusivo para eles.

Diz ainda, a breve do Diário de Notícias, que este campo terá courts de ténis, pista de bowling, teatro ao ar livre, piscina, spa, ginásio, café, restaurante, sala de piano e centro de conferências. Não lhe falta quase nada, portanto. Já lhe chamam o paraíso homossexual e garante-se que a entrada é absolutamente vedada a heterossexuais.

Parece assim, à primeira vista, um caminho um pouco tortuoso e desviante, da reclamada igualdade e integração e reconhecimento social, que a comunidade gay e lésbica e transgenérica reclama…! Mas enfim, cada um sabe de si.

Depois e ainda à primeira vista não se percebe muito bem que incómodo é que um heterossexual pode causar a um homossexual, enquanto ele joga ténis ou bebe um café numa esplanada de um qualquer campo de férias. Diz que querem namorar à vontade, ter um momento romântico. Isso é coisa que toda a gente, de uma forma ou outra, por uma vez ou outra, quer e deseja. Namorar, ter um momento romântico a sós com a pessoa amada… São situações em que – regra geral e em nome também da privacidade dos outros – se escolhem sítios recatados, para dar largas à paixão. Claro que há situações, em que a única solução aconselhável é mesmo procurar a discrição de um tecto, o da própria casa de um dos enamorados, ou alguém amigo, ou, no mínimo e em casos de urgência extrema, o quarto de um hotel… É também claro, que se duas pessoas se pegam aos beijos arrebatados e em manifestações coloridas e extravagantes de ternura, é natural que os outros olhem, ou façam mesmo, se for caso disso, ou seja, se o espalhafato for grande, é normal que olhem e façam até, se calhar, um ou outro comentário. Comentários que todos já devemos ter ouvido em situações que não implicam forçosamente homossexuais apaixonados… comentários do género: “essas coisas fazem-se em casa” e coisas assim… Coisas, no fundo, que seriam escusadas de ser ditas, se houvesse aquela coisa que não sei o nome mas que nos leva a ter um determinado comportamento social distinto daquilo que fazemos em casa, no santus santorum da nossa intimidade. E mais que isso, não sei. É daquelas coisas difíceis de explicar, quando não se vai lá por instinto, educação, ou inteligência própria.

Poderia apenas dizer-se que, se os homossexuais se limitassem a apanhar sol e jogar ténis e bowling e tocar piano e mais o que for que esta praia australiana tem para dar… não haveria incómodo de maior. Duvido mesmo que alguém suspeitasse das tendências sexuais de cada um, se cada um se portasse de forma descontraída e digamos – normal (sem ofensa!) – em sociedade. Poderia, sem espanto nem problema de maior, assistir-se a uma renhida partida de ténis, entre gente homo e heterossexual.

E porque, a História já provou que depois das grandes revoluções muitas vezes as águas se dividem e o caldo se entorna, esperemos pelo dia, em que todos os direitos e regalias reivindicados pelas comunidades gay e lésbica do mundo sejam satisfeitos. Esperemos por esse dia. O dia em que, vencidos todos os inimigos comuns, gays e lésbicas de todo o mundo se virem uns contra os outros, acusando-se mutuamente de xenofobia, homofobia e outras fobias de género, ou do género.

1ªreflexão de rodapé-

Porque é que há, em português, uma palavra para a homossexualidade feminina?, é a comunidade das lésbicas; outra para os que estão ali a meio caminho, os transgenéricos e para os gajos se escolheu e usa uma palavra em inglês? Os Gay?!.. em português, isso é o quê? Os contentinhos? Os Felizes da Vida? Os pateta-

alegres?!... E vocês já viram coisa mais triste –oh ironia do caraças!- que um paneleiro português?

2ªreflexão de rodapé-

Tenho para mim que são os Gay, quem anda a dar má fama aos homossexuais em geral… Tenho, por instinto, que para levar no cu, um gajo não tem de se abanar tanto a andar no meio da rua. A verdade é que há putas mais discretas. E elas vivem disso! Do abanar o cu, digo eu.

3ªreflexão de rodapé-

E a partir de agora, nas praias vizinhas deste paraíso australiano, proíbe-se a entrada a gays, lésbicas e trangenéricos ?!...

4ª e última reflexão de rodapé-

E os bissexuais?! Tomam banho onde? Na praia dos hetero, ou na dos homo, mas só quando estiver maré vazia?...

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