E fiquemos ainda um pouco mais pelo DN.
Páginas meias, com a de Economia fica a de Ciência e é lá que se anicha a breve.
Breve, mas com direito a fotografia.
Sorridente, na sua barbicha grisalha, Israel Knohl é o rosto da notícia. Foi ele que investigou e estudou e concluiu.
Concluiu que a misteriosa estela, que se encontra guardada em Zurique e que remonta ao século 1º antes de Cristo, pode trazer nova luz às origens do próprio cristianismo. O investigador baseia a teoria nas inscrições em hebraico, que se encontram gravados na pedra. A partir daí, Israel Knohl especialista em estudo do Talmude e textos bíblicos e professor na Universidade Hebraica de Jerusalém… a partir dessas inscrições, Israel Knohl concluiu e afirma, que os judeus já sabiam da vinda de um Messias, que haveria de morrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia. Já sabiam de tudo isso, os profetas judeus, já o anunciavam, um século antes de Cristo vir ao mundo.
A afirmação está a levantar alguma polémica e a provocar o debate nos meios académicos. Há já quem compare a importância desta descoberta aos Pergaminhos do Mar Morto. Há quem garanta, que esta revelação pode trazer nova luz, sobre as origens da própria cristandade.
Matéria para os estudiosos e entendidos, que para nós outros, a evidência parece quase provocação. Pois não era já conhecida a profecia?!... Não vem ela nos textos sagrados, no Antigo Testamento?!... que o Messias haveria de chegar… Aliás, pergunto eu, se não fossem as profecias… estas ou outras semelhantes, que, de Messias, trás a nossa História já muito para contar… mas voltemos à questão. Se não fossem as profecias, alguma vez, algum Messias se atreveria a aparecer, fosse onde fosse, ou fosse a quem fosse?!...
Regressemos à Terra.
Tem chamada de capa em 3 jornais desta manhã.
O Público é mais comedido. Diz assim: “Governo prepara demissões no Teatro D. Maria”. E continua: será ainda durante esta semana que o governo vai demitir a direcção do D. Maria, sendo que, Diogo Infante terá já pedido a exoneração de director do Maria Matos e é o nome apontado para dirigir o Nacional.
No 24 Horas, a notícia trás já a fotografia do alegado novo director. “Diogo Infante convidado para dirigir D. Maria 2ª”, é a manchete do 24. Portanto, mais do que dizia o Público, o nome de Diogo Infante já foi mais do que falado. Haverá mesmo já convite expresso, segundo o 24 Horas.
Chegamos ao Diário de Notícias e todas as dúvidas se desfazem. Aqui, no DN, Diogo Infante já é o novo director do Teatro Nacional.
A garantia vem no título: “Diogo Infante confirmado no Teatro D. Maria.”
E, enfim, estas coisas acontecem. Ora por desgaste dos próprios, ou por necessidade simples de renovar, de arejar a casa e as ideias. Para ensaiar novos rumos. E isso, mesmo que não haja razões de queixa do modelo antigo, ou da competência de quem dirige.
Acontece entretanto – e os jornais referem-no com mais ou menos ênfase… acontece que, o actual director do Nacional, ainda não foi oficialmente notificado pelo ministério da cultura, de que vai ser dispensado, ou substituído, ou exonerado, ou… em linguagem mais simples – despedido. Diz o 24 Horas, que Carlos Fragateiro, o actual director do Nacional, nunca conseguiu falar com o ministro da tutela. O 24 Horas tentou, por seu lado, falar com a actual direcção do Nacional, mas sem sucesso. O mais que conseguiu foi ficar a saber, que a notícia terá apanhado toda a gente de surpresa. Não a notícia de que Fragateiro vai ser exonerado, mas sim a de que já há substituto convidado para o fazer. Aliás, ao que parece, nem uma nem outra.
Já o Diário de Noticias adianta, que a nomeação do novo director, poderá ser feita nas próximas horas, mas que o actual director ainda não foi notificado pelo ministério de Pinto Ribeiro, que terá sido, aliás e entretanto o mesmo que convidou Diogo Infante para assumir o cargo.
O actor esteve desde 2005 à frente do Maria Matos. Consta que, desaguisados com a empresa gestora do espaço, o levaram a pedir a demissão do cargo. Na altura em que a notícia saiu para os jornais, dizia-se que Diogo Infante teria já recebido, ou tinha no horizonte, uma outra proposta interessante de trabalho; “um convite especial”, escreve o 24 Horas. O DN diz que o nome de Diogo Infante já era apontado desde 5ª feira passada, como o substituto de Carlos Fragateiro, para o Nacional.
E chegamos ao que vínhamos. Como é que… ou melhor ainda, porque é que ninguém avisou Carlos Fragateiro, em primeiro lugar?! Diria mesmo, em primeiríssimo lugar.
Será agora apanágio da cultura, a falta de educação?!
Ora, vamos a contas.
E em Portugal, temos o exemplo desta actriz, que está no desemprego e à procura de trabalho. Não é nenhuma estreante, nem sequer figura de segunda linha, ou de brilho apagado. Pelo menos, foi bastante popular e muito recentemente ainda, em muita série de televisão e telenovela. Falo da actriz Maria Dulce, que está há 3 anos sem trabalho e diz que pronta a aceitar qualquer proposta. Enfim, em tempos de guerra não se limpam armas e a actriz diz que já aceitou mesmo um trabalho num restaurante de uma estalagem, para equilibrar as finanças domésticas.
Aos 71 anos de idade e com 58 anos de carreira, a actriz Maria Dulce vive actualmente com 300 euros de pensão. Enfim, 300 e pouco.
Estreou-se em 1950, no cinema, com Frei Luís de Sousa, de António Lopes Ribeiro. Fazia o papel de Maria, a filha de Manuel de Sousa Coutinho.
E assim de repente, ao ouvir-me dizer isto, parece quase que estou a escrever um obituário…. Longe vá o agoiro, se bem que, em face à situação exposta, e para todos os efeitos práticos, é um bocado o que o mercado está a fazer a esta -e se calhar, desgraçadamente, a outros actores e actrizes da nossa terra também… – a enterrá-los vivos.
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