Atado e afogado em álcool . É o que escreve em título o Jornal de Noticias de hoje.
A notícia é a da morte de um homem, em Borralheira, Covilhã.
Chamava-se José Inácio e tudo pode ter sido, afinal e só, uma brincadeira que acabou mal.
Pois bem, vamos aos factos.
José Inácio tinha 42 anos, sofria de asma e tinha, ao que consta, hábitos alcoólicos, o que vulgarmente se chama: gostava do seu copinho. De resto era um vizinho pacato e generoso, dos que tiram o pão da boca para o dar a quem precise. Vivia com os pais, de quem se diz que era o amparo. Era também o apoio de uma tia, que vivia sozinha e que José Inácio ia ajudando como podia.
Da história de José Inácio, sabe-se que foi ainda adolescente para Lisboa a ganhar a vida. Casou-se, mas o casamento não durou muito e acabou por regressar à terra, onde se ia governando em pequenos trabalhos agrícolas. Um acidente na coluna acabou por limitar-lhe os movimentos … Os vizinhos são unânimes na crítica: um homem pacato e bom, sossegado e que, mesmo com os tais copitos , nunca se metia com ninguém, nem incomodava quem não queria ser incomodado.
Agora os vizinhos! Estes, que alegadamente o terão amarrado de pés e mãos para o deixar morrer...
Dois deles têm 17 anos, outro 22 e um mais velho, 49. Este último sofre alegadamente de algumas perturbações mentais, mesmo sem estar bêbado...
Os mais novos são estudantes e pertencem, segundo consta, a famílias conceituadas na terra. Um deles frequentou o seminário até ao 10º ano e estava agora matriculado numa escola profissional.
Parece que todos se conheciam e até davam relativamente bem. O suficiente, p’lo menos, para José Inácio, nessa noite e depois do Nacional-Sporting e 3 minis, no café do Cunha, ter então atravessado a rua para acabar a noite no Regional, o café onde terão todos juntos ficado até às 2 da manhã, a beber - diz o jornal que – dezenas de martinis... O resto presume-se.
A notícia é a da morte de um homem, em Borralheira, Covilhã.
Chamava-se José Inácio e tudo pode ter sido, afinal e só, uma brincadeira que acabou mal.
Pois bem, vamos aos factos.
José Inácio tinha 42 anos, sofria de asma e tinha, ao que consta, hábitos alcoólicos, o que vulgarmente se chama: gostava do seu copinho. De resto era um vizinho pacato e generoso, dos que tiram o pão da boca para o dar a quem precise. Vivia com os pais, de quem se diz que era o amparo. Era também o apoio de uma tia, que vivia sozinha e que José Inácio ia ajudando como podia.
Da história de José Inácio, sabe-se que foi ainda adolescente para Lisboa a ganhar a vida. Casou-se, mas o casamento não durou muito e acabou por regressar à terra, onde se ia governando em pequenos trabalhos agrícolas. Um acidente na coluna acabou por limitar-lhe os movimentos … Os vizinhos são unânimes na crítica: um homem pacato e bom, sossegado e que, mesmo com os tais copitos , nunca se metia com ninguém, nem incomodava quem não queria ser incomodado.
Agora os vizinhos! Estes, que alegadamente o terão amarrado de pés e mãos para o deixar morrer...
Dois deles têm 17 anos, outro 22 e um mais velho, 49. Este último sofre alegadamente de algumas perturbações mentais, mesmo sem estar bêbado...
Os mais novos são estudantes e pertencem, segundo consta, a famílias conceituadas na terra. Um deles frequentou o seminário até ao 10º ano e estava agora matriculado numa escola profissional.
Parece que todos se conheciam e até davam relativamente bem. O suficiente, p’lo menos, para José Inácio, nessa noite e depois do Nacional-Sporting e 3 minis, no café do Cunha, ter então atravessado a rua para acabar a noite no Regional, o café onde terão todos juntos ficado até às 2 da manhã, a beber - diz o jornal que – dezenas de martinis... O resto presume-se.
Os vizinhos também presumiram e, ouvir a gritaria que se seguiu, não os surpreendeu. É normal, à noite, aos fins de semana, uns copitos a mais e há sempre gritaria e confusão por ali, à porta do café… por isso, ninguém se preocupou com o alarido. Ou seja, presumiu mal. Entretanto José Inácio estava a ser amarrado de pés e mãos aos apoios que havia: a grade da janela do café, uma jante do automóvel estacionado à beira do passeio. E foi assim, manietado, que o deixaram, a contorcer-se para se libertar… enquanto eles iam para casa dormir.
No outro dia , pelas 6 da manhã, uma sobrinha de José Inácio deu com ele morto , no chão, amarrado como o tinham deixado. Enregelado, afogado no vómito da própria bebedeira , sufocado e morto.
A comunidade de Borralheira está naturalmente em choque. Os alegados criminosos eram até boa gente… só queriam divertir-se… e se fazem estas coisas, assim em grupo, é só para que não lhes chamem nomes feios… betinhos, ou meninos copinho de leite…
A comunidade de Borralheira está naturalmente em choque. Os alegados criminosos eram até boa gente… só queriam divertir-se… e se fazem estas coisas, assim em grupo, é só para que não lhes chamem nomes feios… betinhos, ou meninos copinho de leite…
Enfim, o comportamento está mais que classificado em todos os manuais da especialidade.
A comunidade da Borralheira está naturalmente em choque – tanto pela brutalidade e absurdo do que aconteceu, mas também porque eles eram mesmo e ao que dizem: tudo bons rapazes…
Bom, vamos à capa da Focus.
Mulheres poderosas.
E na fotografia, uma jovem rapariga fita-nos em ar desafiador, enquanto faz a barba. Assim mesmo. B-A, barba, como O' neill…
Uma gilette, daquelas que já ninguém usa e espuma de barbear com fartura… Depois em sub-título explica-se o miolo da história: O sexo fraco conquista lugares anteriormente reservados aos homens.
Ora bem e para dar o exemplo disso, a Focus põe uma mulher a barbear-se na capa! Talvez seja esse um dos pecadilhos de alguns feminismos… É que, por mais que se queira, ter barba na cara não é normal nas mulheres! Mas enfim, se é essa a imagem de Poder que ainda circula… adiante .
Em suplemento, a mesma Focus dedica-se ao que chama: sensações fortes. É uma pequena revista destacável. Uma revista radical - que o radical está in - e a fotografia de capa: dois jovens e musculados energúmenos lutam num ringue de boxe. Um deles segura o outro por cima dos ombros e vai lançá-lo ao chão, numa violência que todos sabem encenada. Vai ser uma festa, quando um deles se estatelar no chão, com uma expressão de falso sofrimento na cara, torcendo-se de dor …
Pois, a verdade é que, em Borralheira, na Covilhã, parece que há meninos que não deviam ler estas revistas, sob pena de ficarem com uma ideia um pouco torta do que são sensações fortes e o que é e como se afirma, afinal, essa coisa do Poder…
A comunidade da Borralheira está naturalmente em choque – tanto pela brutalidade e absurdo do que aconteceu, mas também porque eles eram mesmo e ao que dizem: tudo bons rapazes…
Bom, vamos à capa da Focus.
Mulheres poderosas.
E na fotografia, uma jovem rapariga fita-nos em ar desafiador, enquanto faz a barba. Assim mesmo. B-A, barba, como O' neill…
Uma gilette, daquelas que já ninguém usa e espuma de barbear com fartura… Depois em sub-título explica-se o miolo da história: O sexo fraco conquista lugares anteriormente reservados aos homens.
Ora bem e para dar o exemplo disso, a Focus põe uma mulher a barbear-se na capa! Talvez seja esse um dos pecadilhos de alguns feminismos… É que, por mais que se queira, ter barba na cara não é normal nas mulheres! Mas enfim, se é essa a imagem de Poder que ainda circula… adiante .
Em suplemento, a mesma Focus dedica-se ao que chama: sensações fortes. É uma pequena revista destacável. Uma revista radical - que o radical está in - e a fotografia de capa: dois jovens e musculados energúmenos lutam num ringue de boxe. Um deles segura o outro por cima dos ombros e vai lançá-lo ao chão, numa violência que todos sabem encenada. Vai ser uma festa, quando um deles se estatelar no chão, com uma expressão de falso sofrimento na cara, torcendo-se de dor …
Pois, a verdade é que, em Borralheira, na Covilhã, parece que há meninos que não deviam ler estas revistas, sob pena de ficarem com uma ideia um pouco torta do que são sensações fortes e o que é e como se afirma, afinal, essa coisa do Poder…
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